Capítulo 18 - I guess we're at our best when we're miles away (Bárbara)
You always love me more, miles away
(Você sempre me ama mais, milhas de distância)
I hear it in your voice, we're miles away
(Eu ouço isso na sua voz, nós estamos a milhas de distância)
You're not afraid to tell me, miles away
(Você não tem medo de me dizer, milhas de distância)
I guess we're at our best when we're miles away
(eu acho que ficamos melhores quando estamos a milhas de distância)
So far away
(Tão distantes)
Miles Away – Madonna
Toda minha luta para conter as lágrimas tinha sido em vão. Agora eu estava chorando. Em prantos seria uma expressão mais certeira. Quando eu terminei de contar a história, meu rosto estava coberto de água e eu estava com ainda mais dificuldade de respirar. Rafael tinha se afastado um pouco e me encarava em silêncio, como se estivesse absorvendo minhas palavras.
Seu rosto era impassível, mas eu tentei me proteger. Ele só me magoava. Era a única coisa que ele sabia fazer. Eu me preparei para uma resposta em forma de escarnio, para um riso satírico ou para um "falei mesmo, né? Eu estava certo". Mas nada disso veio.
Os minutos se passaram e ele permaneceu em silêncio. Eu também. Fui controlando minhas lágrimas aos poucos, engolindo o choro e trancafiando-o dentro de mim de novo. Rafael só se mexia para abanar o papel, na minha direção.
— Eu... — ele finalmente disse, eras mais tarde. Encolhi-me contra o metal do elevador. Creio que até fechei os olhos, tentando minimizar o impacto de suas palavras. — Eu sinto muito.
Eu quis começar a chorar de novo.
Sinto muito? De certa forma, falar que sentia muito era ainda pior que uma resposta atravessada e irônica. Com esse tipo de resposta eu estava acostumada a lidar. Eu não conseguia lidar com sinto muito. Eu não queria lidar com sinto muito.
Gostaria de dizer que eu fiquei com raiva.
Que eu senti um ímpeto quase impossível de conter de tacar a minha bolsa na cara dele, de virar um tapa naquele rosto, de berrar o quanto ele era um completo babaca.
Mas a verdade é que eu só fiquei muito triste. Um tipo de tristeza que eu não conseguia conter dentro de mim, que fazia meus olhos se encherem de água involuntariamente e dava essa sensação de sufocamento. Um desespero tão grande. Eu sentia como se eu estivesse sendo engolida, não só pelo elevador, mas pela minha própria vida.
Eu estava cansada. Exausta. Não tinha mais forças para lutar, retrucar ou fazer qualquer outra coisa que não envolvesse deitar em posição fetal e esperar essa sensação passar sozinha. Eu não entraria na pilha de Rafael. Eu não podia entrar na pilha dele. Eu não tinha estruturas. Estava desmoronando. Estava desmoronada.
Então eu só balancei a cabeça de um lado para o outro lentamente, quieta. Rafael acompanhou o movimento, me olhando inquieto. Eu vi a quantidade de vezes que ele engoliu em seco, antes de esticar a mão na direção da minha de novo. Eu gemi, puxando-a para longe.
Já era ruim o bastante ter que dividir esse espaço com ele nas atuais circunstâncias. Seu toque era demais para aguentar. E agora que eu não tinha mais forças para impedi-lo com a minha raiva, eu esperava que minha mágoa fosse suficiente.
Encarei-o, com os olhos cheios de água.
O corte era profundo dentro de mim. Tão profundo que ainda sangrava, anos depois. Toda vez que eu olhava para ele, o corte se aprofundava. Eram traços tão familiares, que eu associei tantas vezes com minha própria receita de felicidade que até eu tinha vontade de tocá-lo.
Meu coração doía toda vez que eu conseguia reassumir o controle da situação e lembrar a mim mesma que ele não era mais aquele garoto. Que ele nunca tinha sido aquele garoto. Que o que quer que eu tivesse pensado que ele sentia, era mentira. Que eu tinha entregado meu coração, meu corpo e minha alma para o último cara do mundo que merecia.
Eu tinha dado munição para que seu tiro fosse certeiro. Para que seu corte fosse letal. Para que ele conseguisse me fazer perambular por todos esses anos soterrando minha dor. Mascarando meus sentimentos. Transformando-me em alguém que eu nunca quis ser.
Não tinha perdão.
Não tinha nenhum sinto muito que pudesse mudar essa situação.
E daí que ele sentia muito por ter me chamado de gorda? Isso não mudava o fato de que essa simples frase foi capaz de destruir todo resquício de autoestima que eu ainda tinha no meu corpo depois que ele me trocou por outra garota sem que tivesse nenhum motivo para terminar comigo.
A não ser tédio. Eu não era interessante. Era um relacionamento de mentira.
Isso era o que mais doía.
Saber que amei tanto alguém que nunca sequer chegou a sentir algo remotamente parecido por mim. Saber que eu nunca mais amei tanto alguém depois. Saber que, de certa maneira, eu estava estragada para qualquer outro tipo de relacionamento. Nem terapia tinha sido capaz de me concertar. Eu não tinha concerto.
Mas eu tinha aprendido a caminhar. Até ele reaparecer e entrar nesse elevador comigo. Até ele surgir de trás daquela prancha e sorrir para mim. Até conseguir destruir toda minha estrutura em algumas horas. Até acabar com minhas forças.
A única maneira de continuarmos a viver em paz, ou – pelo menos – minha única forma de continuar a viver em relativa paz, era estarmos separados. Por milhas de distância. Quilômetros. E, mesmo assim, era possível que ele conseguisse um jeito de me encontrar e me destruir de novo. De mostrar a fraude que eu estava construindo para mim mesma. De me fazer questionar todos os meus motivos. De derrubar todas as minhas paredes.
Afinal, não teria sido a primeira vez.
Parecia que Rafael me assombrava.
Que, de alguma forma, a vida sempre nos conectava de novo.
E ele sempre me fazia sentir pequena.
Tão pequena que muitas vezes eu ficava em dúvida se conseguiria me encontrar novamente.
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4 anos antes, mês de Fevereiro. Newport Beach, Califórnia
Era meu aniversário.
Meu aniversário é na mesma semana que o dia dos namorados, então tinha um motivo duplo para Paul estar indo me visitar em Newport Beach naquele final de semana. Nós dois estávamos namorando há uns 2 anos, com alguns (muitos) altos e baixos e alguns (muitos) términos e retornos.
Mas ele era minha melhor opção.
Ele distraía minha cabeça. Ele me fazia rir. Ele cobria o buraco do meu coração.
E era tudo que eu precisava no momento.
Nós dois ficamos juntos pela primeira vez no meu baile de formatura, onde não fui eleita Rainha e meu mundo desabou de novo. Rafael tinha ido embora no ano anterior da minha formatura, então eu tinha trabalhado um ano inteiro em uma nova versão de mim mesma. Uma versão respeitada e adorada no colégio. Eu achava que era suficiente para conseguir me coroar rainha uma última vez. Uma forma de garantir que, apesar de Rafael não me amar, tinha muita gente que amava.
Mas eu perdi.
Eu perdi.
A sensação foi muito pior do que simplesmente perder uma coroa, ainda que ela tenha sido entregue para a garota que eu mais odiava naquela escola (pelo menos depois que Nadja tinha voltado para a bosta da Rússia). Era doloroso pensar que eles tinham preferido ela a mim, mas o que me fazia sofrer mais era o quanto eu tinha batalhado para conquistar as pessoas e como, mesmo assim, elas continuavam me desprezando.
Parecia que minha autoestima estava fadada a sempre ficar arrastando no chão.
Paul estava concorrendo a rei do baile e também perdeu. Ele não pareceu muito chateado. Na verdade, estava mais interessado em assistir a dança do rei e da rainha, que estavam vivendo um estranho relacionamento há alguns meses, que eu até tentei destruir algumas vezes, mas simplesmente desisti daquela guerra. Gostaria de ter desistido de várias outras também.
Ele me chamou para dançar. Paul, digo. Eu disse sim. Muito porque precisava manter minha aura reluzente, como se nada estivesse dando errado e como se eu não estivesse totalmente devastada por ter perdido aquela droga de coroa. Ele me chamou para sair no dia seguinte. Na semana seguinte. E na seguinte também.
E foi assim que ficamos juntos.
Nunca fez uma grande demonstração de amor, nem eu nunca pedi. Na verdade, essa palavra nunca foi sequer dita por qualquer um de nós nos nossos muitos anos de idas e voltas. Às vezes eu passava quase um dia inteiro sem falar com ele para só então me lembrar que tinha um namorado e que precisava me comunicar com ele. Quando comecei a faculdade, fui morar sozinha em outra cidade e acabei bombardeada por trabalhos e provas. Muito mais do que eu tinha capacidade mental de levar em frente sem sucumbir.
Paul também vivia ocupado. Ele era atleta da sua faculdade e viajava o país para jogar com o time. No trajeto, também acabava ocupado com outras meninas. Pelo menos era isso que as pessoas me contavam. Eu até recebia inboxes no Facebook de meninas de todo canto dos Estados Unidos dizendo: "ai meu Deus, sinto muito, eu não sabia que ele tinha namorada".
Eu deletava sem dar uma resposta. Também não questionava Paul sobre nada.
A verdade é que se eu achasse algum cara minimamente interessante, eu também não hesitaria em trocá-lo. Não era amor, era conveniência. Mas, mesmo assim, me deixava feliz. Eram momentos de completude e eu sempre podia fazer bom uso de momentos de completude, já que vivia uma vida tão incompleta.
Ele chegou na sexta-feira de noite, dia do meu aniversário. Fomos jantar fora, nos atualizamos sobre a vida um do outro, enchemos a cara de vinho e viramos uma pessoa só no meio dos lençóis do meu apartamento minúsculo. Fomos dormir tarde naquele dia.
Paul me acordou com café da manhã na cama no dia seguinte, segurando uma bandeja e um presente de aniversário. Era um brinco de pérola. Eu tinha duzentos iguais àquele em casa.
— Desculpe — ele pareceu constrangido. — Ontem fiquei tão distraído com... — acenou na minha direção. Pigarreou. — Com as circunstancias, que esqueci de dar seu presente.
Eu sorri, dando de ombros. Realmente não importava. O que importava era aquela quantidade surreal de comida na bandeja. Ele não tinha como saber que eu iria vomitar tudo aquilo no instante seguinte. Simplesmente não podia contar para ele e é claro que ele não acreditaria se eu dissesse que estava sem fome.
Além disso, era um gesto romântico. Eu tinha que aceitar e sorrir.
Meus pais também vieram me visitar naquele sábado. Era a comemoração oficial do meu aniversário, afinal. No final do dia, minha garganta já estava ardendo pela quantidade de vezes que tive que forçar o vômito, considerando o almoço com meus pais, o "bolinho" de aniversário e todo tipo de docinho que minha mãe disse que eu 'tinha que' comer, porque estavam divinos.
Ruth também veio. Ela carregou Jeremy, seu namorado. Olhar para eles dois juntos me dava vontade de vomitar de novo, mas a pior parte era que eles pareciam felizes. O que era muito mais do que dava para dizer sobre mim ou sobre Paul. Nós parecíamos conformados.
Acho que não é isso que um casal de namorados tem que parecer.
Nós quatro saímos para uma festa em Newport Beach, muito conceituada e que levava horas para conseguir entrar. Nada que uma nota de 100 dólares não conseguisse adiantar, na verdade. Em menos de 15 minutos já estávamos virando shots de tequila. Não lembro de quase nada da noite. Só sei que Ruth tirou muitas fotos, dançamos até eu sentir vontade de tirar meus sapatos e eu caí na cama com Paul antes de conseguir vomitar o pouco que tinha comido durante a noite.
Foi isso que me fez acordar no dia seguinte. A sensação de que eu estava empanturrada. Abri os olhos em um estalo. Paul dormia suavemente ao meu lado, então eu me esgueirei para fora da cama silenciosamente e corri para o banheiro. Ajoelhei do lado da privada e forcei o vômito. Minha laringe queimou, minha cabeça doeu e eu comecei a pensar que pelo jeito tinha bebido mais do que devia na noite anterior.
Foi rápido. Eu sempre era rápida. Já tinha desenvolvido toda uma expertise no assunto que me permitia até mesmo fazer isso em banheiros públicos sem chamar (muita) atenção. Escovei os dentes, a língua e enxaguei. Certifiquei-me de que meu hálito estava maravilhoso e que eu não tinha deixado nenhuma pista para trás.
Quando eu voltei para o quarto, Paul estava de pé. Ele já vestia a calça jeans, mas estava nu da cintura para cima. Ele me olhou com raiva, enquanto esticava o celular na minha direção.
— Quem é Rafael?
Eu congelei no chão, incapaz de processar suas palavras.
— Quem é Rafael, Bárbara? — ele repetiu.
Eu pulei em cima da cama, atravessando-a com curtos passos e descendo na frente dele, agarrando-me em seus ombros para compensar minha instabilidade. Talvez fosse efeito da bebida, mas era mais provável que fosse efeito da falta de comida. Ele se esquivou, me fazendo quase cair.
— Deixa eu ver — eu disse, me esticando para tentar alcançar o celular.
— Porque a merda do telefonema dele me acordou — Paul disse, esticando o celular acima da cabeça e muito longe do meu alcance.
— Sinto muito — eu disse. Realmente sentia muito. Ninguém merecia ser acordado por Rafael. — Você atendeu?
— É claro que eu não atendi — Paul vociferou, dando um passo para trás. — Eu estava dormindo, essa merda me acordou, não deu tempo de atender.
— Sinto muito — eu repeti, me esticando de novo para tentar alcançar o aparelho.
— Quem é ele, Bárbara? — Paul disse de novo, esticando o braço para puxar meu queixo na sua direção. — Sem mentiras.
Sem mentiras.
Como explicar para ele?
Paul não estudara em St. Claire. Tínhamos nos conhecido no baile de formatura por acaso, já que seu colégio realizava o baile junto com o nosso. Ele não sabia. Do meu passado. De Rafael. Da desilusão. Como eu podia contar para ele de uma forma que não o fizesse pensar que Rafael ainda importava para mim? Afinal, o número dele continuava salvo no meu celular.
— Um amigo antigo — eu menti. Quer dizer, mais ou menos. — Provavelmente só queria me desejar parabéns.
Mas eu não conseguia pensar, realmente, em um motivo real pelo qual Rafael estaria me ligando. Talvez algo muito grave tivesse acontecido. Talvez seu pai estivesse com câncer e agora ele estava se sentindo culpado pelas vezes que brigaram e queria ouvir palavras de consolo? Talvez ele estivesse muito doente e estivesse ligando para todas as garotas que já partiu o coração para tentar implorar perdão?
— Não quero você falando com ele — Paul devolveu meu celular. — Deleta esse número.
— Vou deletar — eu respondi, mexendo os dedos na tela para fazer exatamente isso.
Não que eu não fosse capaz de digitá-lo direto.
Porque eu era.
Mas Paul não precisava saber. Eu tinha esperanças de esquecê-lo.
O número e o dono dele.
Eu e Paul voltamos para cama, mas não dormimos mais.
Algum tempo depois, fui tomar banho e deixei-o sozinho. Foi só quando já estava embaixo d'água que lembrei que deixei meu celular no quarto. Não que ele tivesse qualquer coisa de comprometedora, mas eu não queria criar mais caso. E se Rafael ligasse de novo?
Ele não ligaria. Era obvio que tinha sido um engano. Um lapso. Um erro. Tipo todo nosso relacionamento.
Eu ainda nem tinha passado o condicionador quando alguém esmurrou a porta do banheiro. Encolhi-me contra o azulejo, com medo real do que estava acontecendo.
— Amigo o cacete, Bárbara — eu ouvi a voz de Paul do outro lado da porta, seguido por uma sequência de novos socos. Eu dei um passo para frente, objetivando sair do chuveiro. — Que tipo de amigo é esse que comenta EU TE AMO na sua foto?
Escorreguei no chuveiro e quase caí de cabeça. Consegui me estabilizar no último segundo. Saí do banheiro pingando e com o banho incompleto. Abri a porta com cautela, temendo que aqueles socos de Paul fossem acabar na minha cara. Ele já tinha ameaçado fazer isso antes.
Ele esticou o celular na minha direção no momento que eu terminei de abrir a porta e eu me encolhi, temerosa. Pisquei, tentando focar atrás de toda aquela água e agarrando-me com força à pequena toalha.
Era verdade.
Rafael Steffens.
Em uma das fotos que Ruth tinha tirado na festa e postado no Facebook, me marcando.
Ele tinha escrito um monte de coisas que não dava para entender quase nada. Letras trocadas, iguais a que às vezes ele me mandava por mensagens. E no meio de tudo, eu te amo. Em caps lock.
Levei uma mão a têmpora, agarrando a toalha com mais força. Merda. Meus olhos encheram de água antes de Paul dar outro soco na parede.
— Vagabunda — ele disse.
Eu levantei os olhos para encará-lo, magoada.
— Quem é esse filho da puta? — ele perguntou.
E eu fiquei com raiva. Não que ele não fosse um filho da puta, porque ele era. Só que eu não era uma vagabunda. Por que Paul achava que podia agir como se fosse o meu maldito dono se ele mesmo galinhava a droga dos Estados Unidos todo?
— Não te interessa — eu respondi, entre dentes, arrancando força sabe lá Deus de onde.
— Vadia! — ele gritou, largando meu celular daquela altura e fazendo-o se espatifar no chão.
— Sai daqui, Paul — eu choraminguei. — Só sai.
— Ah, vou sair mesmo — ele virou de costas, voltando para o quarto.
Eu não me movi. Ele continuou berrando sobre como eu era uma vadia, que estava escondendo a verdade ele, que ele tinha sido o namorado que qualquer garota pediria à Deus e que eu era uma "maldita ingrata". Fiquei quieta. Eu sabia como enxergar uma situação de ameaça. Aquela era uma. Ele estava transtornado.
Quando sua mala já estava pendurada em seu ombro, ele parou na minha frente de novo. Sua expressão se suavizou novamente, lentamente. Respirei devagar, tentando não desmaiar. O estresse sempre era um problema. Disparava esse tipo de reação.
— Dessa vez é definitivo, Bárbara — ele disse, calmamente. — Não tem volta.
Eu assenti, ainda em silêncio. Ele virou na direção da porta e voltou a andar. Eu fui atrás, andando na ponta do pé. Paul girou a chave e passou para o corredor. Quando ele chamou o elevador, eu chamei seu nome.
— Eu sei, tudo bem? — disse. — Que você me trai com uma quantidade ridícula de garotas toda vez que viaja com a droga do time.
— Quem disse isso para você? — ele replicou. Não negou. Não tentou negar. Só perguntou quem tinha sido o meu informante.
— Se eu sou uma vadia por ter um cara que me ama do outro lado da porra do planeta — eu disse, forçando um pequeno sorriso. — Você que é o maior filho da puta — fiz uma careta quando ele bateu na lataria do lado de fora do elevador. — Uma pena que eu tenha sido integra o bastante para não enfiar um par de chifres na sua cabeça também. Tomara que a próxima namorada o faça.
Ele correu na direção da porta, mas eu bati na cara dele, virando a chave com rapidez. Senti a madeira sacudir com suas pancadas.
— Se você continuar com isso vou chamar a polícia — eu disse e as batidas pararam na hora. — E ah, Paul?
Eu ouvi sua respiração entrecortada em resposta.
— Você é uma merda na cama.
Ele bateu na porta novamente e eu me afundei pela parede, caindo no chão e chorando em silêncio.
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Oi, gente.
Primeiramente desculpa por não ter postado ontem. Sei que vocês já estão cansados de ouvir isso e tenho certeza que a queda nas leituras/estrelas/comentários também tem a ver com isso, mas eu realmente estou numa fase péssima da minha vida. Estou tentando me agarrar ao que me faz feliz (tipo vocês) para conseguir dar conta de continuar com minha rotina, mas estou me sentindo tipo a Bárbara: exausta. Sem força. Quero deitar em posição fetal e esperar passar.
Então queria pedir mais um pouco de paciência e pedir também mais uma vez perdão.
Obrigada por serem minha mola no final do poço. Saibam que eu sempre tento dar o melhor de mim para vocês, porque vocês merecem muito mais do que isso. Mas às vezes eu também sangro. Então, obrigada por vocês entenderem. E não desistirem de mim.
Beijos,
Clara.
Música do capítulo:
https://youtu.be/ahaGFxOTx6A
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