G
O cenário da iluminada Seul passou feito flashes pelos olhos molhados e assustados de Seokjin. A cada volta que as rodas daquele carro davam, ele podia sentir seu coração mais vazio de esperança.
A noite toda ele manteve seus olhos fechados sobre o risco de confiar em um homem que não escondia o fato de que era um criminoso.
Seokjin foi bobo. Seokjin foi espirituoso. Seokjin foi burro. Seokjin foi romântico.
Acredite babe, alguém irá tocar seu corpo, e cada parte pegará fogo, cada arrepio deixará uma sensação eterna. Vá fundo, não se preocupe, ele te ama. Ele vai te amar até o sol nascer.
Ele não queria olhar para Namjoon, não queria ver sua derrota, seu pior erro, seu passo em falso. Não podia conviver com a idéia de que Namjoon era alguém mau.
Céus, como Seokjin era inocente. Como era cego.
O que mais lhe doía, não era especificamente a arma sobre a coxa do homem, não, a ferida que mais ardia era saber que ele confiou em alguém que claramente tinha caráter frágil.
- Nós somos idiotas, não? - Namjoon quebrou o silêncio de dentro do carro. - Cometemos cada erro bobo.
Seokjin fungou, se encolhendo no banco de couro.
- Não me culpe - Kim "pediu". - Uns escolhem cozinhar, outros escolhem ensinar, outros preferem esportes... Eu decidi que seria pago para causar dor. É um trabalho qualquer.
Seokjin queria muito, de coração, arrancar a língua de Namjoon. Mas não lhe restava força.
- Você sabe... - o homem se acomodou melhor no banco, com a mão esquerda segurando o volante com força. - Quando eu era criança, eu queria ser bombeiro. Realmente queria, sabe, não era um sonho genérico que logo passa. Não, eu queria mesmo estudar para ser bombeiro. - os olhos dirapinos refletiram as luzes neon das placas nas boates sujas. - Queria salvar as pessoas. É, queria ser um herói.
Namjoon se conteve para não rir, com a acidez da ironia inoxidando seu interior.
- Mas é realmente difícil seguir um bom caminho, quando seus brinquedos são todos roubados. É difícil acreditar no valor de uma boa profissão, quando seu pai ostenta correntes de ouro, dizendo-lhe que um merda de um bombeiro nunca irá ter o que um ladrão tem. - Namjoon explicou, com um sorriso morto brincando em seus lábios. - É difícil resistir, quando seu pai lhe diz que você irá ganhar o dobro que um trabalhador comum, apenas por dar uns socos em uns caras. - ele fez uma curva com sutileza. - "Bata naquele cara, faça isso por seu velho, você é fortão, e eu posso te arranjar uma boa grana".
- Você realmente me julgou a noite toda por obedecer meus pais? - Seokjin teve que dizer tais palavras.
- Por que acha que eu reparei, quando, com toda certeza, mais ninguém repara? - Namjoon o olhou. - Eu te entendo. Eu entendo.
Seokjin fechou os olhos com força, perdido na bagunça de seus pensamentos. Envergonhado.
- Mas não estou culpando meu pai - Namjoon retornou ao assunto. - É claro que, ele foi uma influência. Porém, eu sabia bem que tudo aquilo era errado. Eu não era nenhum bobo, eu tinha total noção de meus atos. - ele acelerou o carro. - Eu tenho noção de tudo que eu faço.
- Planejou tudo, então? - Seokjin perguntou, não conseguindo evitar a imensa e lógica mágoa no tom da voz.
- Ah? Não. - ele o respondeu, casualmente. - Não. Eu vivo na base de improvisos. Eu improviso e logo tomo noção sobre as reações. Eu não sou nenhum gênio.
- E se a reação for ruim? - Seokjin secou as lágrimas, e finalmente olhou para Namjoon.
- Eu não posso controlar isso - Namjoon disse. - Estou sempre atirando no escuro, mas não quer dizer que a bala não possa ricochetear em mim.
- Por que deixou a arma sobre a pia? - Seokjin fez a pergunta, enquanto sentia Namjoon parar o carro, aos poucos. - Você queria que eu a encontrasse.
- Acontece, Jin, que a regra de Mad Max não vale apenas para a ficção - Kim estacionou o carro, na frente de uma garagem paga. - Dois homens entram, um homem sai.
Seokjin se mexeu sobre o banco, fixando seus olhos nos de Namjoon, e sentindo o objeto rijo cheio de pólvora que se encontrava abaixo do estofado daquele assento.
- Por que eu? - Seokjin levou a mão até baixo e a enfiou dentro do banco, sentindo o metal frio se chocar contra sua pele morna. - Por que você quer que eu saia?
Namjoon o assistiu retirar de dentro do estofado o revólver de cor grafite, grotesco demais para as belas e macias mãos de Kim Seokjin.
- Porque eu não consigo te matar - Namjoon foi honesto, como de costume. - Não consigo mirar e atirar.
Namjoon não segurou seu próprio revólver, ele descansou as mãos sobre o volante e pensou em tudo que jamais faria, mesmo estando vivo.
Sonhos impossíveis como ter uma família, ter filhos, e acompanhar estes filhos até a escola, como aposentar-se, como dizer seu nome real aos policiais. Jamais.
Se as pequenas coisas com as quais Namjoon se importava não eram possíveis, então, que os vermes fizessem logo o caminho até a cova de seu corpo.
- Por que eu? - Seokjin insistiu, levantando o braço, segurando a arma, na direção de Kim. - Por que não, simplesmente, me deixa ir embora? Por que me deu esta tarefa?
- Por quê, Seokjin? - Namjoon encarou a arma tão próxima ao seu rosto. - Porque, como bom romântico, só aceito ser assassinado pela pessoa que eu amo.
Seokjin posicionou o dedo sobre a trava do revolver, o puxou, e então apertou o gatilho dentro do arco. Ele atirou. E Kim não sentiu.
Ele atirou com todo o seu ódio, mas na direção da janela, muito distante da cabeça de Namjoon. Porque Seokjin não podia matá-lo, Seokjin não tinha essa furia, não tinha este sangue frio.
Seokjin, na verdade, largou a arma e acertou um soco desajeitado no peito de Namjoon, e desabou à chorar, talvez pela centésima vez somente na última hora.
Seokjin odiava não conseguir odiar Namjoon.
//votem e comentem ein ein ein
tudo show?
eu nao estou show... tipo, definitivamente, mas não importa
PENULTIMO CAPITULO GRR
o próximo é o último rsrsrs
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