Twelfth Danger.
..HENRY HART..
Modo em câmera lenta foi a definição exata para aquele momento, era como se estivesse vendo minha vida passar por mim e desabar no chão. O grito saiu como um raio de minha boca, gritei a pleno pulmões, dando inicio a confusão que se instalou ao ambiente.
Então toda lentidão tornou-se rápida demais, corri desesperadamente, sentindo a adrenalina presente em cada célula do meu corpo, tentando chegar ao encontro de Charlotte; percebi que Jasper e o professor me alcançavam também.
Quando cheguei ao meu destino em questão, ajoelhei ao seu lado, tentando regular a respiração cansada e toquei sutilmente seu rosto.
- Char, acorda por favor! - Sussurrei aflito, percebendo a marca da bola presente ali.
Sem sombras de dúvida eu mataria Oscar, se a bola houvesse acertado-me da forma que ele queria, eu não estaria tão bravo quanto estou agora.
Ele assinou seu legado de morte a partir do momento que acertou a minha garota.
A cacheada começou lentamente a abrir seus lindos e hipnotizantes olhos, enquanto havia uma roda de pessoas formada a nossa volta, com olhares curiosos e até mesmo preocupados.
- Pessoal, dêem espaço, ela precisa respirar! - O professor ordenou, fazendo todos darem um passo para trás.
Ao contrário deles eu não afastei-me, minhas mãos estavam presas a ela, e não queriam solta-las, estava em um transe, hipnotizado por seus olhos, enquanto minha mão direita segurava sua mão, e a esquerda acariciava levemente seu rosto.
Eu não queria solta-la, pois não queria que mais nada de ruim acontecesse com ela, mais do que infelizmente ja havia acontecido.
Caso contrario eu não seria capaz de perdoar-me.
- Hen... - Seu sussurro foi tão baixo, que pensei por alguns segundos que não era real, que era minha mente pregando-me algum tipo de peça, até que sua mão apertou a minha, e junto com algumas lágrimas que escorriam de meu rosto, o sorriso o preencheu.
O alívio percorreu cada parte de meu corpo, eu não percebi que haviam lagrimas, estúpidas lagrimas, até senti-las deslizarem sem permissão; era raro chorar, mais ultimamente tudo que envolve Charlotte está fazendo-me chorar, não consigo evitar, faz parte de todo efeito que ela causa em mim.
Seu efeito é único e domina-me por completo.
Em meio a todo o silêncio que havia tornado o principal naquela quadra, passos foram ouvidos, tirando-me do transe que estava, virei-me a tempo de ver, tempo exato, Oscar correndo covardemente para fora da quadra, fugindo de toda merda que havia causado.
- Ei, Rapaz! - O professor gritou, mas ele continuou correndo.
Covarde, patéticamente covarde.
Eu não o deixaria fugir, claro que a prioridade era Charlotte estar bem, e agora que ela já encontrava-se acordada, e o professor já estava ao seu lado verificando seu estado, eu estava livre para acertar contas com aquele maldito Oscar White.
- Jasper, cuida dela! - Pedi a tempo de olhar mais uma vez para Charlotte e ver seu olhar dizer-me para "não fazer", mas inevitavelmente eu já estava levantando e correndo em direção a ele.
Facilmente o alcancei, agarrando o colarinho de sua camiseta listrada e o encostando no armário, seus olhos arregalaram, enquanto um sorriso crescia cruelmente em meus lábios.
Apesar de estar dominado por toda raiva presente em meu corpo, eu sabia, por mais que quisesse que não poderia estragar o plano de Charlotte, ela nunca perdoaria-me, além disso eu era um ajudante de super-herói e não um patético assassino.
Mesmo que minha mente naquele mísero momento passasse cenas de diversas maneiras que poderia utilizar para matar Oscar White.
- Você é tão covarde, Oscar! - Ri, com o rosto próximo, ridiculamente próximo demais ao seu. - Achou mesmo que acertaria a bola na minha garota e sairia ileso para contar a historia, ou devo dizer, vivo para contar a história?
Seu corpo moveu-se tentando soltar-se de meu aperto, o que foi inútil, completamente inútil.
- Hart, Hart você está brincando com fogo! - Sorriu, aquele patético sorriso sujo que sempre estava em seu maldito rosto.
- White, White ja passou por sua maldita cabeça que não tenho medo de me queimar! - Zombei, assim como ele estava fazendo, apertando ainda mais o aperto em sua camisa.
Ele riu com desdém.
- Deveria, Hart, você não sabe do que sou capaz!
- Você deveria calar a merda da sua boca porque eu estou me segurando para não quebrar sua cara! - Elevei o tom de voz, travando o maxilar. - Você não sabe do que eu sou capaz, não faz ideia do quanto eu quero tirar esse sorrisinho estúpido do seu rosto.
- Francamente, Hart, por que eu teria medo de você?
- Ainda não te dei motivos suficientes?
O sangue fervia em cada pedacinho do meu corpo, seu sarcasmo e tom de deboche estava dificultando para que eu continuasse mantendo o auto controle.
Minha vontade era arrebentar aquele idiota, afinal, além de ser o maldito vilão, ele havia flertado e machucado Charlotte.
Minha adorável Charlotte.
- Você fala sobre a briga por seu ciúmes de Char?
- Não a chame assim, você não a conhece, não o suficiente!
- Pobre Henry, acho que Char não te contou toda a história.
- O que você está insinuando? - Cerrei os dentes, batendo algumas vezes sua cabeça contra o armario.
O auto controle esvaiu de meu corpo e mente, quando ele começou a falar dela, quando aquele maldito teve a estúpida coragem e atrevimento de chama-la de: Char.
Oscar ofegou algumas vezes, agarrando meus braços presos em sua camiseta.
- Pergunte a sua melhor amiga! Eu a conheço muito mais do que imagina, Hart. - Sua voz saiu em sussurro, tentando controla-la com a dor que estava sentindo.
Aquele foi o fim, mandei todo auto controle e o maldito plano de Charlotte para o inferno e desferi um soco no estômago de Oscar, o ouvindo gemer.
Sorri em satisfação enquanto ele tentava soltar-se de meu aperto, o que surpreendentemente ele conseguiu, chutando minhas pernas e afastando-se.
Estava pronto para agarrar aquele maldito novamente e acabar de uma vez por todas com a sua inútil vida, mas antes que conseguisse fazer isso de fato, apareceu uma das inspetoras do colégio, e para não piorar ainda mais minha situação não tive a chance de segurar Oscar, que em questão de segundos já estava no final do corredor.
Novamente ele foi um patético covarde.
Continuei encarando seu corpo, enquanto a inspetora o seguia, meus olhos queimavam suas costas, tentando controlar a raiva que ainda predominava em cada célula de meu corpo, e como se ele soubesse que meus olhos estavam nele, ele virou-se, ainda com aquele maldito sorriso sujo e alguns machucados em seu rosto.
- PERGUNTE A ELA COMO FOI QUANDO TOQUEI O SEU LINDO CORPO E BEIJEI O SEUS DOCES LÁBIOS, HART!
Ele gritou, sumindo naquele imenso corredor, com a inspetora ao seu alcance.
O mundo desabou aos meus pés, aquela foi a confirmação que precisava, para descobrir que Charlotte estava escondendo seu relacionamento com aquele doente.
Ela começou a contar-me a história mas toda vez que tentava voltar no assunto ela desconversava e nunca contou-me totalmente o que realmente aconteceu entre ela e Oscar maldito White.
Agora mais do que nunca era hora de todo esse mistério acabar, são noites acordado pensando nessa merda toda, preciso ir ao encontro de Charlotte ver como ela esta depois do acidente, patético acidente e questiona-la sobre tudo, dessa vez ela não terá escapatória.
Chega de fugir do seu passado sombrio, chega de mentiras, chega de esconder segredos, chega de toda essa merda!
Em passos desesperados cheguei a enfermaria, onde claro, Charlotte deveria estar; alcancei a maçaneta da porta e meus passos travaram quando meus olhos pararam em senhorita Page sentada na cadeira ao lado da filha.
Ela sorriu para mim e educamdamente sorri de volta, sem saber ao certo o que fazer.
Os pensamentos rondavam em minha cabeça feito um carrossel, estava na ponta da língua todo questionário, patético e necessário questionário que queria fazer a Charlotte, mas não esperava encontrar aquela figura materna junto a ela.
- A escola ligou-me, ela esta bem! Foi apenas um susto, agora ela esta em boa companhia, vou deixa-los a sós!
A voz de senhorita Page tirou-me de meus devaneios, fazendo meu corpo aproximar-se da maca em que Charlotte estava deitada, ainda mantinha o sorriso para senhorita Page e concordei lentamente com a cabeça.
- Hum, claro, cuidarei dela!
Aquilo foi tudo que saiu de minha boca, eu poderia ter elaborado uma resposta melhor, mas naquele momento, que parecia um mágico momento meu olhos haviam encontrado os seus e como sempre acontecia, estávamos presos em uma bolha que fazia com que a unica coisa presente no ambiente fosse eu e ela.
Seus lindos e hipnotizantes olhos, passavam-me amor, segurança e toda paz que precisava, era como se apenas seu olhar fosse todo o meu oxigênio para viver.
Não tinha duvidas que amava demais aquela garota, minha garota, mais do que deveria amar, era quase como um ato suicida, depositar a minha vida em alguém, mas eu sabia que estava fazendo isso com a pessoa certa, e naquela troca de olhares percebi que não conseguiria viver mais nenhum momento sem estar com ela.
Talvez eu tenha demorado tempo demais para perceber que a garota que procurei a minha vida inteira, patéticamente estava ao meu lado, precisou um maldito vilão aparecer para que eu percebesse enfim, que o amor da minha vida sempre esteve comigo como a minha adorável, inteligente, atrevida e linda: melhor amiga.
Charlotte Bolton Page.
Enquanto ainda estava preso em meus pensamento e em seu olhar senti um toque leve em meu ombro e virei lentamente deparando-me com senhorita Page passando por mim e deixando-me uma rapida piscadela, como se estivesse entendido pelos nossos olhares todo amor que estava sendo transmitido naquela minúscula sala de enfemaria.
- Então... você bateu nele? - Sua voz estava calma e havia uma pitada de preocupação presente.
- Como você sabe? Quer dizer... não era a intenção mas ele começou a falar de você e ai uma coisa leva a outra e...
- E ai você bateu nele! - Ela riu. - Hen, eu te conheço mais do que você mesmo se conhece, era nítido em seu olhar que você estava possesso para matar Oscar.
Aproximei-me da onde ela estava passando a mão atrás do pescoço, demonstrando o quanto estava nervoso, enquanto ela riu docemente, fazendo meu coração acelerar as batidas, como sempre.
- Antes de bater nele, ele disse algo e eu sei que ainda esta em recuperação mas... - Dei uma leve pausa limpando a voz. - Eu preciso saber, Char!
Ela respirou fundo, como se já soubesse o que eu iria perguntar.
E de fato ela sabia, afinal, ela era Charlotte, e ela sempre sabia de tudo.
- Antes de tudo... - Respirou fundo. - É complicado.
- Char porque escondeu tudo isso de mim? - Elevei um pouco o tom de voz, chegando cada vez mais perto.
- Como eu disse... é complicado. - Sua voz continuava calma e doce, ironicamente doce demais para aquele momento, doce como algodão doce.
- Complicado demais para esconder de mim, do seu melhor amigo?!
Ela suspirou, segurando em minhas mãos, enquanto nosso contao visual era mantido desde o começo da conversa.
- Eu não contei para ninguém, Hen, e também não é importante, pelo menos naquela época a Bianca era a única que importava para você!
Ri sem humor, debochando de toda aquela merda.
- Char você sempre foi e continua sendo a pessoa mas importante na minha vida!
- Não minta para si mesmo, Hart! Quando você estava com sua namorada nada era mais importante que ela.
- Olha Char, me perdoa por demorar tanto tempo para perceber o quão importante você sempre foi na minha vida, me perdoa, eu sei que errei, mas você sabe que pode contar-me tudo!
- Hen! - Ela sussurrou como se tentasse me acalmar, o que obviamente não deu certo.
Aquilo estava destruindo todo sentimento doce de alguns segundos atrás que assolava meu coração, ela havia mentido para mim, escondendo uma grande parte de seu passado, era como se não conhecesse uma grande parte da sua vida.
Naquele momento, senti como se não conhecesse a minha própria melhor amiga, a minha Charlotte.
- Não Charlotte! Me diga que não é verdade toda essa merda?
- O que ele te disse?
- O QUE VOCÊ ACHA? AQUELE MALDITO DISSE QUE TE BEIJOU E TOCOU EM VOCÊ CHAR. - Gritei, deixando algumas lágrimas, estúpidas lágrimas escorrerem por minha bochecha. - Por favor Char, me fala que isso não é verdade, por favor! - Sussurrei, enquanto ainda apertava suas mãos, ajoelhando ao seu lado da maca.
Era como se meu corpo estivesse fraco e minhas pernas não aguentassem mais o meu próprio peso.
- Eu queria que fosse, Hen, eu queria! - Charlotte parecia tentar segurar o choro, enquanto lágrimas escorriam por suas bochechas também.
- Então você e ele...? - Perguntei, enquanto a via concordar lentamente. - Oh merda!
- Sim. - Sua voz era baixa e seus labios tremiam. - Ele foi o meu primeiro, mas não da forma que... - Ela pareceu engolir o choro. - Hen, esquece é complicado demais...
- Complicado é só isso que tem a me dizer? EU QUERO SABER A MERDA QUE ACONTECEU ENTRE VOCÊS DOIS CHARLOTTE!
- Desculpe Henry! Mas eu não posso...
- Por quê não?
Ela respirou repetidas vezes fundo, enquanto desviou seu olhar do meu e soltou levemente minhas mãos.
- PORQUE MERDA! Porquê... - O choro saiu descontroladamente de seus lábios, ela soluçava enquanto automaticamente agarrei-me ao seu corpo, acariciando seus cabelos macios.
- Char, eu sei que ta doendo, eu te conheço tem algo nessa maldita história que te machuca demais, mas amor, eu preciso saber para conseguir tirar essa dor de você, preciso que me conte! - Sussurrei direcionando as mãos para sua bochecha e apoiando a testa na sua.
Seus olhos fecharam e abriram lentamente, meus dedos enxugavam levemente suas lágrimas, enquanto ela respirava fundo, tentando controlar o seu choro.
- Me perdoa Hen, eu.... eu só não consigo...
- Char, amor, eu nunca vou deixar você, não importa o que tenha acontecido, eu não vou te deixar!
Nunca havia presenciado Charlotte frágil daquela forma, queria ter o poder de tirar toda dor que estava nela, ver ela sofrendo daquele forma deu-me vontade de cuidar dela como um bebê.
Eu não conseguia imaginar o que estava passando na sua cabeça, mas eu sabia que aquela dor estava presente desde muito tempo e algo infelizmente dizia-me que não iria embora, não tão cedo.
Suas mãos macias seguraram as minhas, depositando um beijo na palma, fazendo o choque elétrico o atravessar, como sempre, ela segurou docemente o meu rosto entre suas pequenas mãos e de repente colou seus lábios aos meus.
Arregalei os olhos surpreso, sentindo meu coração aquecer-se, fiz menção de aprofundar o beijo mas ela já havia afastado-se, mesmo que suas mãos ainda estavam em meu rosto.
Entendi que era apenas um ato de carinho, talvez agradecendo por estar ali, ou tentando desculpar-se por toda aquela bagunça de sentimentos que estávamos sentindo.
- Desculpa, Hen, mas não eu não consigo.... eu não vou suportar você enxergar-me com outros olhos, eu não quero te perder! - Sussurrou ainda derramando algumas lágrimas, o sofrimento continuava presente em sua voz.
- Mas Char...
- Não Hen! Só me deixa descansar ta bom? Minha cabeça esta explodindo.
- Tudo bem, se prefere que seja assim... até logo, Char.
Não queria força-la a nada, não deixaria isso morrer, mas ela estava certa precisava descansar e eu precisava acalmar meus sentimentos, havia decidido que ela contando-me ou não, eu descobria todo aquele passado sombrio, mas por agora eu precisava de tempo, e ela também.
Era como se o mundo desabasse diante dos meus pés, ela estava tão vulnerável e a culpa inundava meu ser, culpa por não estar la no momento que ela pareceu mais precisar de mim, óbvio que eu não estava, estava ocupado demais namorando Bianca, ocupado demais para precocupar-me com a minha pobre melhor amiga.
Eu havia falhado com Charlotte, e eu precisava ajuda-la, de alguma forma, a volta desse maldito vilão trouxe toda sua dor e sofrimento a tona, e eu mais do que ninguém precisava curar toda a sua terrível dor.
- Hey, dude! Como ela esta?
Encarei o meu melhor amigo, sentindo toda dor ainda presente em meu corpo, Jasp arregalou os olhos quando percebeu que eu estava chorando, não era normal para ele ver-me dessa forma, a unica que já havia visto-me assim daquele jeito foi Charlotte.
- Hen, o que foi amigo?
Não consegui responde-lo, não tinha forças ou vontade para faze-lo, a única coisa que queria sair de mim era o choro que estava tentanto inutilmente segurar, o doloroso choro que estava preso em minha garganta. Jasper entendeu o meu olhar e aproximou-se deitando minha cabeça em seu ombro.
E como uma criança que houvesse acabado de quebrar seu brinquedo, ou levado uma bronca, eu deixei a emoção dominar-me, molhando a camisa de Dunlop com minhas salgadas e dolorosas lágrimas, sussurando por fim:
- Eu falhei Jasp, eu falhei com Charlotte, eu falhei com a minha garota!
Oie meus amoresss
Sextou com capitulo que destruiu meu coração, real acho que foi o capitulo mais triste que ja escrevi
Temos muito mistério envolvido nesse passado da Char en? Parece que aconteceu algo terrível.😭🤪
Dei voltas, voltas e mil voltas para conseguir terminar esse capitulo, ja era pra ter saido antes, mas eu travei em uma parte e parecia que minha mente tinha ficado em branco, confesso que isso me deixou muito na bad, mas enfim consegui terminar.
🙏🏻🙏🏻
Agradeço por cada mensagem de carinho, fav e comentário, me deixam muito muito feliz, posso dizer que amo vocês
❤️❤️❤️❤️❤️
Enfim perdoe os erros, reli variaz vezes mas sempre escapa algum.
Não esqueçam de deixar sua estrelinha e comentar, espero que gostem, de coração
🌟❤️😘
kisses e stay home
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