Nineteenth Danger.
..CHARLOTTE PAGE..
Encontrava-me debruçada no parapeito da janela de meu quarto observando o clima que predominava em dezembro, alguns flocos de neve pintavam o meu telhado e as árvores, fazendo o visual semelhante a dor que assolava meu coração; havia algo faltando, assim como a neve precisava do calor para derreter-se, eu precisava do meu amor para derreter esse frio que ponderava em meu coração.
Haviam passado-se quatro meses, quatro angustiantes meses desde que tudo infelizmente e de repente aconteceu, não era apenas um sofrimento só meu. Claro que não.
Piper e Jasper sofriam, mas ambos encontraram conforto um no outro, poderíamos dizer que eram quase um bonito casal, exceto pelo fato de Piper nunca assumir.
Lembro-me do dia em que em lágrimas conversávamos no sofá de sua sala, que estava quase medonha sem a presença dele.
Ele estava desaparecido há um mês.
- Então você tem sentimentos fortes pelo Jasp?
- Digamos que eu tenha, quer dizer... tem sido tudo tão difícil desde que ele se foi e Jasp ele... ele sempre esteve ali.
- Ele ficaria feliz de ver vocês dois juntos, assim como eu também estou sis.
Ray e Schwoz estavam desolados, Captain Man não era mais o mesmo brincalhão e sorridente, ele era sofrido, desgastado e Schwoz desaprendeu a fazer piadas e a utilizar seu rotineiro sarcasmo.
Tentamos encontrá-lo, Schwoz criou todos os aparelhos possíveis e inimagináveis e mesmo assim não foram o suficiente, porque ridiculamente ele não queria ser encontrado.
Ele estava desaparecido há dois meses.
Entretanto nunca desistimos, seguimos todos os dias, as vezes dormíamos na Man cave esperando esperançosamente por qualquer alerta de seu paradeiro.
Recordo-me incansavelmente do dia em que tudo aconteceu, o maldito dia.
Lembro-me das exatas palavras de Ray, ele havia entrado por um dos tubos, quieto, com algumas lágrimas presas nos cantos dos olhos, deu alguns passos receosos em minha direção e parecendo encontrar sua voz, proferiu quase em desespero:
- Ele o matou... não ele, o Dark Danger mas ele sentiu-se culpado e ele se foi.
Repassei suas palavras em minha mente, tentado entender cada uma delas e quando fiz, o choro já estava preso em minha garganta.
- Esta dizendo que... que Hen... ELE MORREU?
Os olhos estavam arregalados, meu corpo estava trêmulo e em um grito agudo Ray ajoelhou-se no chão e soltou um grito estridente:
- Ele fugiu, ele fugiu de mim, de nós, fugiu dele mesmo. - Ele pareceu engolir o choro. - Ele, quer dizer aquele maldito chiclete fez ele matar o Oscar, e então tudo aconteceu rápido demais, e eu não consegui dete-lo, ele utilizou o que restava de Dark Danger em seu sangue e levantou vôo para longe, e eu tentei, eu gritei seu nome com toda minha força, mas... - Ray não agentou mais segurar o choro e engasgou em algumas palavras. - O meu buddy se foi, ele se foi.
Siren e Jake Hart, não eram mais pais negligentes e descuidados, haviam sentindo a dor que todos nós infelizmente sentimos e queriam que tudo voltasse apenas desejando terem sido pais melhores. E lutavam todo dia para compensarem isso com Piper.
Lembro-me das palavras deles, primeiro não acreditaram em nada, mas Ray transformou-se em Captain Man na frente de ambos e nesse momento eles finalmente entenderam o que de fato havia acontecido. Afinal, era tempo demais para continuarmos inventando desculpas esfarrapadas para seus pais.
Ele estava desaparecido há três meses.
- Nosso filhinho, nosso neném fugiu. - Siren murmurou em meio a lágrimas de desespero.
- Pobre garoto, eu nunca disse que o amava. - Jake completou sua fala enquanto ternamente abraçava sua esposa.
Ele estava desaparecido há quatro meses.
As esperanças estavam esvaindo nesses quatro meses, todos estavam tentando aceitar que ele não voltaria, mas eu sentia com todo o meu ser que ele voltaria para mim, voltaria para nós.
Minha esperança ainda estava acesa, e mesmo soando absurdamente clichê:
A esperança é a última que morre, e enquanto eu vivesse teria esperança de encontrá-lo novamente.
Seria hipocrisia dizer que entendi o que ele fez, que aceitava sua decisão, mas ele havia fugido de mim e de todo futuro que teríamos juntos.
O meu mundo, a minha vida e tudo que o meu melhor amigo idiota era para mim, havia ido embora sem uma sequer despedida digna, sem uma última palavra, último beijo, abraço, sorriso.
A última vez que o vi, foi em seu quarto, quando voltamos da festa, lembro-me do sentimento que apossou meu coração quando senti seus braços ao redor da minha cintura e senti que depois dele cuidar de mim feito um bebê e não julgar-me eu estava pronta para chamá-lo de amor.
Meu amor.
Lembro-me exatamente quando as três importantes e significativas palavras deixaram meus lábios.
- Eu te amo.
E eu o amo, quanto o amo, amo tanto que chega a doer, amo o suficiente para perdoa-lo, eu sabia que ele havia cometido um erro, e havia matado Oscar com as próprias mãos.
Ray contou-me tudo que ocorreu, logo após Oscar ser jogado ao mar quase sem vida, Henry despertou ele não era mais o Dark Danger, estava com os poderes presos em se corpo, mas sua alma havia voltado a ser boa, o mesmo sentia dor de tudo que havia feito.
Sentia-se covarde, vilão, desumano e um patético assassino.
Ele não era um assassino, mas ele nunca pode perdoar-se por isso, sua saída foi rápida, ele deu um último olhar com lágrimas, dolorosas lágrimas nos olhos castanhos que naquele momento estavam sem brilho, e disse as últimas palavras para Ray:
-Me perdoa... eu te amo buddy, diga à Jasper que cuide de Piper, diga à minha família que os amo e o mais importante... diga... diga à Charlotte que eu sinto muito, e que a amo, eu a amo até o infinito.
Foi um baque para todos, quatro meses sem suas piadas idiotas, quatro meses sem os seus sorrisos calorosos, quatros meses sem admirar suas madeixas loiras em contraste com o sol ou com a luz da lua, quatro meses sem sentir seus abraços carinhosos e aconchegantes, quatro meses, parece tão pouco, mas a saudade os tornaram dolorosamente longos.
Saudade, palavra que vem à ponta de nossa língua quando lembramos de um momento, um lugar, uma pessoa; quando sentimos um cheiro, um gosto, um toque, algo que nos remete ao que vivemos e passamos.
O irônico é que só percebemos que sentiremos saudades quando os momentos se vão, e era exatamente isso que sentia, ele era minha saudade diária, diante aqueles difíceis e torturosos quatro meses.
Fechava os olhos apenas para senti-lo em minha memória, com os olhos fechados conseguia observar seu sorriso brilhante, seu nariz pontudo, seu maxilar afiado, suas covinhas adoráveis, sentia o toque dele, o doce de seus beijos, o sabor de seus lábios macios e rosados.
A questão é que Henry não conseguiu perdoar si próprio, ele não conseguia seguir conosco, pensando que era um maldito assassino; eu não estava naquele momento com ele, mas o conheço demais, para imaginar toda sua dor e medo.
Ele fugiu, sem nem olhar para trás, o seu relógio ele havia jogado antes de partir no oceano, o seu celular estava morto, as mensagens não chegavam, as ligações iam todas para caixa postal, mas mesmo assim eu o ligava todo santo dia apenas para ouvir sua rouca voz ecoar em meus ouvidos e tentar confortar a saudade do som de sua voz melódica.
- Ei não posso atender agora mas... por que eu estou gravando isso, quem ainda ouve caixa postal? Porque você é idiota... PIPER!... TU... TU... TU.
Relia incansalvemente nossas conversas apenas para escutar sua voz única em áudios, sua risada alta e até mesmo o seu curto e estranho grito que era sua assinatura quando levava um susto.
Tudo nele é único, ele é o meu Henry o nosso Henry e pensar que posso nunca mais vê-lo, ouvi-lo, toca-lo, senti-lo é doloroso demais, extremamente doloroso.
Swellview estava em luto, um luto que não era um luto exatamente, porque não havia morte, as notícias eram passadas repetidamente quase como um looping no jornal:
"Kid Danger estava desaparecido há quatro meses."
Mary e Trent nem ousavam fazer mais suas rotineiras piadas insensíveis, seus olhares eram estóicos e tristes.
A vida estava de luto, parecia ter congelado no momento em que ele decidiu deixar-nos, o que ironicamente igualou ao clima que continha ao lado de fora.
Enxuguei o último resquício de lágrima que escorreu por minhas bochechas encontrando minha boca, caminhei em passos lentos até o meu guarda-roupa e encontrei em meio às minhas roupas uma de suas tantas camisas xadrez, era vermelha, a cor do amor, parecia que a vida incansalvemente zomabava-me, a segurei em meus braços, e deitei em minha cama agarrada a ela.
Sufocadoramente era possivelmente sentir seu cheiro amadeirado, passei as mãos, imaginando que ele estava ali comigo, abraçando-me e chamando-me de: amor, baby, babygirl, Char, apelidos que eu fingia não gostar, mas agora adoraria ouvir sair de seus lábios.
Era culpa minha, se eu não tivesse revelado o meu maldito passado, ele ainda estaria aqui.
Estaríamos com tantos agasalhos patinando no lago congelado, ele estaria todo enciumado por ver sua irmãzinha e o seu melhor amigo juntos, mas estaria feliz.
Estaríamos juntos, não apenas como melhores amigos, estaríamos juntos, como um casal, e como ele disse-me uma vez antes de tentar se declarar na Man cave.
Seríamos o que sempre fomos... seríamos Henry e Charlotte.
As lágrimas voltaram sem cessar para os meus olhos que depois de quatros meses já estavam acostumados com elas, já que elas eram derramadas todas as noites, era quase um ritual desde o dia em que ele foi declarado como desaparecido.
Agarrava-me a sua camisa xadrez junto comigo e dormia segurando fortemente ela, e podendo assim sonhar que era ele, com suas bochechas rosas coradas quando falava alguma palavra doce ou atrevida para mim, seu cabelo desgrenhado e mesmo assim irresistível.
Era como se sua presença estivesse ali e em um sussurro agonizante eu repetia para que o vento levasse minhas palavras até ele, seja onde quer que ele estivesse, sussurrava sentindo toda dor presente em minhas palavras, sentindo tristeza em não ter dito elas mais vezes para ele, quando ele estava aqui.
Esperando o choro cessar e o sono dominar meu corpo, agarro mais uma vez a sua camisa xadrez e permito que as palavras deixem carinhosamente os meus lábios:
- Eu te amo meu amor, te amo até o infinito.
O infinito é a definição exata para todo nosso amor, vasto e bonito, atravessava galáxias, estrelas, o sol a lua e até oceanos mas permanecia no infinito que é os castanhos de seus olhos, no infinito que é o toque de suas mãos, no infinito que é o rosado de suas bochechas, no infinito que é o gosto doce de seus lábios e com certeza o infinito que é o nosso amor.
O infinito que ele sempre será, o infinito que sempre sera o meu Henry Prudence Hart.
Hey meus amores ❤
PULO NO TEMPO - NECESSÁRIO - NOVA FASE DA HISTÓRIA - RETA FINAL.
Esse capítulo é muito emocional, e espero conseguir passar a importância do Henry na vida de cada personagem. Eu chorei horrores.
Inspirei-me no desaparecimento do meu BB Stiles 😢
Perdoem os erros, escrevi na madrugada, mas eu tô com fome então dei uma revisada rápida agora. Rss
Como sempre digo o fim está próximo, então caso queiram acompanhar minhas outras histórias, só clicar nesse icon lindo e encontrar no meu perfil.
Obrigada, obrigada mesmo por todo o apoio, de coração, nem sei como agradecer o amor, as amizades, e tudo que recebo de vocês ❤
Nao esqueçam de deixar seu carinho com voto e comentários, alegram o meu dia 😊💖
DEJA-LI CELLY 😂❤️
Stay home e byeeee 😋
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