Claro que não tô brava. Eu ainda não cheguei a ser tão ridícula por ter que implorar por amor a única pessoa que eu imploraria por amor seria por mim mesma. Eu não amo o Gael, mas ele pode fazer com que isso mude e a cada minuto isso muda para algo mais forte e mais intenso. Pessoas que se valorizam não devem implorar por amor e eu não vou, mas eu vou implorar por ajuda porque eu ainda preciso do Gael.

  — Laura — Gael me chama enquanto viro as costas

— Deixa ela Gael. Onde você vai? Nós temos muito o que conversar — ouço ela resmungar

    Gael vem atrás de mim e chamava meu nome e tentava me convencer a parar para escutar. Se ela é mesmo a namorada dele ele devia ao menos ter mencionado ela e assim não seria tão constrangedor. Sinto um puxão na minha mão e Gael suspira olhando em meus olhos.

— O que é? — resmungo

— Quer ter uma DR agora? — ele pergunta

— Uma DR de casal? Já ouvi falar disso, mas nós nem somos um casal e nem vamos ser. Eu quero que tudo isso passe e se ficarmos juntos nunca vai passar e eu não quero correr riscos. Eu peço apenas para que me ajude a sair dessa e depois eu vou embora e não vai ter mais que ver minha cara ou ouvir minha voz — digo séria

— Laura, eu sinto muito pelo que está passando — diz ele passando a mão em seus cabelos

— Não sinta. Estou só encerrando alguns ciclos e eu sei que em algum momento a tempestade passa. — concluo

— Já pensou para onde vai quando tudo isso acabar? — ele pergunta

— Para o outro lado do mundo, talvez eu pare em um país asiáticos e então viva um romance como em um dorama que assistíamos juntos o que vai ser diferente dessa nossa relação perigosa — respondo

— Sabe que lá não é o paraíso e algumas pessoas também são ruins — diz ele

— Ainda são seres humanos. As pessoas são ruins o mundo não consegue ser uma arte tão bela se pessoas tão ruins habitam ele, nós seres humanos somos os piores vilões — falo suspirando

— Laura, nós podíamos tentar construir nossos próprios passos depois disso tudo. Você não estaria disposta a correr riscos por alguém que você ama? — ele pergunta

— Não. Eu não sei como é amar alguém dessa forma, ninguém merece meu tempo dessa forma e eu também não quero desperdiçar o tempo e nem a vida de ninguém. Eu só quero sobreviver a tudo e até a mim mesma — respondo virando as costas e ouvimos alguma coisa se quebrar na sala de estar.

— Espera aqui que eu vou ver — ele afirma e saí de lá. Fico algum tempo esperando ele voltar e logo vou atrás dele. Quando viro para entrar na sala de estar vejo ele e a Mika se beijando. Gael do fortalece mais a ideia de homens que tenho na cabeça, que vergonha. Gael empurra ela e limpa a boca com seu anti-braço.

— Vocês são tão fofinhos — digo irônica. Pego a chave do carro e sai de lá. Monto no car no carro e saio de lá paro em um lugar calmo e tinha uma ponte que me chamava atenção a água passava em baixo dela com certa força e me parece bem semelhante ao tempo levando tudo o que sobrou para mim e daqui algum tempo será minha vida. Pego um livro no carro e me sento na ponta da ponte para ler.

   O vento batia no meu rosto levando meu cabelo para trás e o tempo estava se fechando, talvez para chuva. Passado algum tempo ouço uma voz que me soa familiar e uma mão toca meu ombro me fazendo levar um grande susto que faz até meu coração disparar

— Laura... — ao ouvir as primeiras palavras sinto meu corpo se arrepiar e fico paralisada. Me viro de vagar para olhar porque a pessoa que tinha a voz semelhante a essa talvez estivesse morta agora. Quando meu olhar estava a altura da pessoa ao meu lado vejo que era a Baby e no momento fico paralisada ao vê-la. Como ela pode estar viva? Onde ela esteve esse tempo todo? Como ela parece tão bem?.

  Disfarço a tensão me levantando de pressa e a olho ainda espantada. Parece até que morri e me encontrei com ela do outro lado. Ela sorri me olhando como se nada tivesse acontecido e me abraça feliz e eu ainda me encontrava em estado de choque tentando pensar em um modo de tudo isso fazer sentido.