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Capítulo 16: Narrativa de Delilah Danvers

CAPÍTULO 16 – Narrativa De Delilah Danvers
DELILAH DANVERS

"Não se preocupe com o que não está sob seu controle", papai recomendou-me certa vez, quando eu ainda era uma criança. "Isso só servirá para tirar o seu foco de tudo que você pode controlar".

No início da minha segunda semana em Cannes, quando Lisa foi assassinada, me culpei por ter arruinado a viagem de todos (por mais que eu já soubesse que as coisas não funcionam exatamente assim). De qualquer forma, senti como se parte da culpa fosse minha e da significância que dei às cartas que recebi. Mas talvez se eu não houvesse me preocupado com elas; talvez se eu não tivesse o cuidado que tive em descobrir quem as havia me enviado... então talvez Lisa estivesse morta junto à mim.

Dr. Gauthier solicitou à todos um grande relato de tudo que ocorreu, incluindo teorias e detalhes sobre a vida pessoal de Lisa. Achei um disparate, particularmente, um pedido desses. Lisa sempre foi uma garota reservada. Decidi não mencionar nada especial sobre ela em meu relato. Pensei que esse tipo de informação não faria diferença na causa de sua morte, mas mais tarde descobri que estava errada.

A personalidade e caráter da vítima sempre são as primeiras coisas que devemos explorar.

O detetive disse que as entrevistas não eram o bastante e que precisava de longas narrativas por escrito. Justificou dizendo que assim seria mais fácil para identificar as falsas informações, apontar os buracos em histórias mal contadas e repassar os acontecimentos em sua mente ao construir um cenário.

Escrevi tudo à mão, porque a minha cabeça funciona assim. Os fatos me ocorrem melhor de frente para um papel. Acredito ter sido uma das poucas de todos nós a ter escrito o relato em forma de carta e a única a tê-lo feito de caneta.

Então aqui está a minha versão.

"Caro Gauthier,
Após passar o dia refrescando a minha mente com todos os trágicos acontecimentos desse mês de Setembro, lhe escrevo essa narrativa com muita segurança de absolutamente cada palavra.

Eu comecei a planejar essa viagem no final de Janeiro desse ano. Tranquei o curso de Jornalismo mais ou menos na mesma época, e senti que precisava de algo novo. Novos ares, novas pessoas. Então me veio à mente: França; é claro. Não sequer pensei em um roteiro turístico pela Europa. Só quis visitar a França mais uma vez e nada mais... de fato, escolhi meu destino sem pensar duas vezes. Mas queria que os meus amigos fossem comigo e, por isso, só pude concretizar esse desejo agora, em Setembro. Foi a data mais conveniente para todos nós.

Devon e eu chegamos em Cannes no dia 15 de Setembro, de manhã cedo, por volta das seis horas - talvez até um pouco antes. O restante, chegou também pela manhã, por volta das nova para dez horas. Nossos voos foram separados. Eu e Devon partimos de Malibu juntas e eles partiram de Bervely Hills. A família de Lauren tem um apartamento lá e nós duas não fomos convidadas à comparecer. Devon certamente não gostou disso e eu entendo, mas por outro lado, eu não me ressenti de forma alguma. Lauren não é o tipo de pessoa com quem você fica brava ou se sente ofendida por algo... ela só é... boba demais. Não se deve perder tempo com pessoas assim.

Então recebi a primeira carta. Não consigo dar precisão em relação ao dia em que a recebi, mas foi durante à noite. A campainha do meu quarto tocou e Miles viu um papel passando pela porta. Era a tal carta. Eu estava na hora e vi a cena por completo. Ele a pegou do chão, viu o meu nome destacado como destinatário e me entregou. Miles abriu a porta, colocou a cabeça para fora e não havia mais ninguém lá. Um clichê, sim... mas foi o que aconteceu.

Então a primeira coisa que eu pensei em fazer foi descer e compartilhar o que li na carta com Devon. Miles e eu fomos até o quarto dela e, juntos, tentamos desenvolver teorias sobre quem poderia ter mandado a carta e o porquê. Naturalmente, nenhum de nós falou sobre nada disso com os outros. Devon, sim, é a minha amiga de confiança.

Lembro de Miles ter apresentado a ideia de que "Será que a pessoa que enviou a carta pensou que você ficaria com medo e não contaria para mais ninguém?" e isso me perturbou pelo resto da noite. Será que o assassino gostaria que aquela carta fosse mantida em segredo? Ou foi escrita como um alerta, um aviso, talvez, para todos nós e, portanto, todos devessem ler?

E essa questão é explicada agora: no dia seguinte, eu fui tomar café no refeitório do hotel. Miles e eu chegamos um pouco mais tarde que os demais. Todos já estavam lá. Ryan foi o primeiro à se sentar... Não lembro de ter percebido nenhum movimento estranho naquela manhã.

Então, quando voltei para o meu quarto, as luzes estavam acesas e havia uma caixa dourada, bem aprumada, em minha cama. Nela, haviam duas cartas, um vestido de gala para mim e oito máscaras de baile lá, como o senhor já deve saber.

Uma das cartas dizia: "Os passarinhos voltaram para me contar que você gosta de sentir-se mais especial que todo o resto, então esse é só para você. Não divida o que te foi feito", se referindo ao vestido. Esta última frase me deixou bastante desconcertada. Achei estranha, por algum motivo. Não parecia estar ali à toa. "Não divida o que te foi feito".

Bem, agora eu gostaria de resumir o seguinte acontecimento porque minha memória falhou ao tentar lembrar de pequenos detalhes: No dia anterior do caso de Lisa, todas as meninas estavam no quarto dela. Elas conversavam sobre a França, então aproveitei a oportunidade para sugerir à elas uma ida ao Boulevard no dia 23 (assim como a primeira carta solicitou), para um baile de máscaras. Nenhuma delas se opôs à ideia, pelo menos não na minha frente.

Lembro-me de Lisa estar pintando um quadro, como de costume... mas ainda não tinha visto o quê estava pintando. Não ainda. Então fui ao seu quarto mais uma vez, pela manhã do dia seguinte, porque ela própria me pediu. Isso foi no dia 23. No dia que ela foi assassinada. Aí de repente ela me entregou o quadro que pintara no dia anterior.

Fiquei bastante surpresa. Não era do feitio de Lisa dedicar suas pinturas... pelo menos não explicitamente. "É para você. Fiz só para você.", ela disse. "Espero que signifique para você o que significa para mim". E fiquei com muita vergonha de perguntar o que significava, porque, para mim, era como mais um dos seus outros quadros. Não parecia haver algo por trás e infelizmente ainda não detectei se realmente há.

É uma pintura bem apagada, na verdade. Acredito que esse seja o único diferencial de suas demais obras. Lisa costumava usar cores pastéis, cores delicadas e cores vibrantes. E isso dizia muito sobre ela! Mas para essa pintura, em específico, ela usou cores realmente frias: bege alaranjado, cinza, branco, preto e um tom bem claro de verde. E me pergunto o porquê.

Tem alguns bem-te-vi parados em uma janela de um castelo cantarolando juntos, dois voando (esta foi uma captura muito assertiva de movimento, por sinal), e mais dois no chão. Só se pode ver a sombra desses dois. O castelo pintado é bem grande, naturalmente. Me lembra algum lugar que com certeza já fui ou já sonhei, mas não sei qual. É tudo que posso dizer... o quadro é muito belo. Lisa tinha um dom.

No dia do ocorrido, o senhor já sabe perfeitamente onde eu estava, com quem estava e o que estava fazendo. Não é necessário repetir tudo aqui. Mas gostaria de acrescentar, talvez, o que aconteceu após todos nós termos visto o corpo de Lisa naquele estado... no chão do banheiro.

O salão estava vazio porque todos haviam fugido. É o que eu também teria feito se não fosse uma curiosa de primeira classe. Talvez seja o que eu deveria ter feito. A imagem de Lisa caída, morta, é um dano eterno.

Todos sentaram-se no chão do salão enquanto o senhor e outros policiais analisavam o corpo de Lisa. Eu continuei de pé.

"Nenhum de vocês vai falar sobre isso? Lisa está no andar de cima, morta, e nenhum de vocês vai falar sobre isso?", eu perguntei.

Joshua me olhou de um jeito muito tenebroso. Juro que pensei que ele fosse levantar e me enforcar com as próprias mãos. Eu não esperava menos. E ele não conseguia mais chorar... é claro que entrou em choque e seu temperamento perturbado não o ajudou nem um pouco... Joshua quebrou tudo quando chegou no hotel. Foi exaustivo presenciar mais uma cena que borbulhasse os meus nervos.

"Podemos falar sobre isso, se quiser, Delilah. Mas e você? Não vai falar sobre o seu nome estar envolvido? Não vai falar sobre o recado deixado no vestido de Lisa? Aliás, onde estava você quando ela levou três tiros?", ele gritou comigo, furioso.

Então me estressei e saí.

Em relação à teorias... bem, não tenho uma sequer. À tal ponto, já não se pode confiar em mais ninguém. Mas confio plenamente no potencial do senhor para que resolva este caso, sem precisar de opiniões de jovens absortos como eu e meus colegas.

Espero ter esclarecido o que de fato eu presenciei durante meus últimos momentos com Lisa Castillo. Sua morte foi muito inesperada. Lisa foi uma ótima amiga para mim e me arrependo muito de não tê-la feito mais companhia ou de nunca ter me interessado o suficiente em seu curso e seus desenhos. Creio que esse arrependimento póstumo é algo que vou levar comigo pelo resto da vida.

Atenciosamente,
Delilah Danvers.

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