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Capítulo 02: A Primeira Carta

CAPÍTULO DOIS – A Primeira Carta.
DELILAH DANVERS

Foi uma madrugada melancólica no Barrièle Le Gray d'Albion. Minhas mãos suavam frio e tremiam enquanto seguravam a folha de papel gasta que acabara de receber em meu dormitório. A primeira carta.

Eu ainda não fazia ideia do que tudo isso deveria significar. Não havia selo, local, data, nem uma assinatura clara. Era apenas um pedaço de papel velho envelopado em minhas mãos.

"Passarinhos pousaram em minha janela para me contar sobre como a mademoiselle tem prazer em gabar-se de sua criatividade". Mentalmente, reli certo trecho da tal carta. Miles estava ao meu lado, pensativo. Não poderia ser diferente, de qualquer forma. Miles geralmente ficava assim. Quieto.

— Vou ao quarto da Devon. Você a conhece, com certeza está acordada — o avisei, meus olhos agitados e os seus tão plácidos.

— Não, eu vou junto.

Desalinhada e amedrontada, lembro-me de ter levantado o corpo da cama em um passe rápido, descido as pressas a escadaria do hotel em Cannes e parado bem na frente da porta do quarto de Devon. E aí olhei para Miles, o esperando descer os degraus lento como um coala.

E então, estendi o pulso direito enquanto o esquerdo segurava a carta. Fechei a palma da mão e, suavemente, bati três vezes na porta de mármore. Depois, lembrei-me que era mármore e que, portanto, ninguém do lado de dentro escutaria, então apertei a campainha.

De repente, a porta abre, relevando Devon, eufórica, com as mãos na cintura.

— O que vocês estão fazendo acordados a essa hora? — indagou baixinho, quase insondável, ao me ver de pijama e touca de cetim na cabeça ao lado de Miles, com os fios castanhos despenteados caídos em seu rosto.

— Recebi algo. — Também lembro-me desse dia. 16 de Setembro. Uma semana antes do assassinato de Lisa Castillo.

— O quê?

Tirei um envelope do meu bolso do pijama. Devon visivelmente esperava mais que isso.

— Uma carta?

— Sim.

— De quem?

Eu e Miles nos entreolhamos. Só entreguei a carta em suas mãos.

"Cara Danvers,
Passarinhos pousaram na minha janela para me contar sobre como a mademoiselle tem prazer em gabar-se de sua inteligência. Então vejamos, cher ami, até onde a sua esperteza te leva. Fique atenta ao Boulevard de la Croisete, no dia 23, às 20h12min.
Atenciosamente,
ASMFC."

— O que isso parece para você? — questionei, assim que percebera a expressão pasma de Devon ao terminar de ler a carta.

Radke dobrou o papel até que ele ficasse minúsculo, guardou no envelope e o pôs de volta em minha mão.

— Eu não entendo muito bem francês, mas tenho quase certeza de que significa que você está a um passo da morte.

Meus olhos esbugalharam.

— Estou falando sério, Devon!

Devon gargalhou, os cabelos dourados caindo em seu rosto.

— Quem lhe deu essa carta?

— Eu também não sei. A campainha tocou e a carta passou por debaixo da nossa porta há alguns minutos.

— No chão? — Ela questionou. Miles, depois de um tempo imoto, acenou com a cabeça. — Ora, que clichê! Isso me parece coisa do Ryan.

— Não acho.

Ryan era nosso amigo. Estava na viagem à Cannes conosco e seu quarto ficava no mesmo andar que o meu, 1021. Ryan Moreau era alto, de pele pálida e belos cabelos escuros que formavam ondas. Havia uma cicatriz em seu rosto, formando uma linha fina até o queixo. Não me lembro direito o que aconteceu. Apesar de todos os meus padrões estéticos, afirmo que isso nunca o deixou menos bonito.

Ele era o tipo de pessoa que se dava melhor com conversas a sós. Sempre era uma boa hora para conversar com Ryan.

Puxei Miles pelo pulso para dentro do quarto de Devon, debruçando-me por completo em sua cama. Novamente abri as dobraduras da folha. Na frente do envelope, havia o meu nome e sobrenome. Atrás, "A Primeira Carta" estava escrito com uma letra grande e legível.

Não poderia ser Ryan. Sua escrita era péssima.

— Nada nessa carta faz muito sentido. Talvez eu não devesse estar tão preocupada.

Miles se recostou na bancada ao lado da cama, fitando a carta em minhas mãos enquanto Dev também deitava-se ao meu lado, com a cabeça apoiada nas mãos.

— Confesso que isso está me fazendo pensar, Delilah — resmungou ela. — E o que é "ASFMC"?

— Uma sigla, talvez? Letras aleatórias? Não tem como saber — assegurou Miles, pensativo. — Deve ser só uma brincadeira de mau gosto, Delilah, há várias crianças no hotel.

— E se não for só uma brincadeira de mau gosto?

Miles e Devon trocaram olhares. Eu facilmente poderia soar como uma louca.

— Bem, e se não for, você apenas ignora a carta — Miles continuou. — Não tem muito o que fazer.

Balancei a cabeça em reprovação.

— Dia vinte e três é daqui uma semana. — Ajeitei a coluna e a touca em minha cabeça. — Acho que nós devemos ir a este lugar, no dia e horário marcado, para descobrir do que se trata.

— Não é possível que você esteja levando isso a sério. — Miles soltou uma gargalhada. — E se não for só uma brincadeira, você corre risco. Não sabemos nem quem enviou.

— Não. Eu concordo com Danvers. — Devon acabara de se pronunciar ao meu favor, deixando Miles do outro lado dos aposentos com os olhos ao alto. — Caso só seja uma brincadeira, já acabamos logo com ela. Caso não seja...

— Caso não seja, é mais história para contar — completei. — Talvez fosse melhor nós chamarmos todo mundo. Não sabemos o que esperar.

— Não acho boa ideia. Mas tanto faz, você quem recebeu a carta, você é quem decide. — Miles ainda parecia pensativo. Apanhou a carta de minhas mãos e leu mais uma vez com calma. — Será que a pessoa que enviou a carta pensou que você ficaria com medo e não contaria para ninguém? — perguntou, a voz grave ecoando no silêncio e as pupilas negras encarando as minhas.

— Mas eu estou com medo — disse. — Estou com medo do que pode acontecer. E estou com medo de estar me preocupando muito com algo que não deveria ser levado à serio.

— Não. Não se brinca com essas coisas. Ainda mais com você, que não é certa das ideias. Todo mundo sabe — Devon riu. Talvez ela estivesse certa. Quem sabe, em dias comuns, eu fizesse esse tipo de brincadeira com alguém. O contrário quase nunca funcionava. — Ou talvez esse seja o seu karma ruim.

Não a respondi. O karma nunca foi muito fiel à mim. Dessa vez não poderia ser diferente.

Engoli o nó na garganta.

— Eu vou para o meu quarto. Agora vá dormir — aconselhei Dev, levantando de sua cama e guardando o envelope de volta em meu bolso.

— Você sabe que isso não vai acontecer.

— Não custa nada — eu ri, caminhando ríspida até a saída do quarto de Devon, esperando Miles. — Boa noite.

E bati a porta.

Desesperada, exausta e sem saber o que fazer, caminhei de volta para o meu quarto com Miles, subindo a longa escadaria luminosa do hotel. Ele foi atrás. Eu poderia ter usado o elevador, mas estava com tanta raiva que tudo que mais queria era bater os pés nos degraus tão forte ao ponto de ecoar barulho por todo o local, acordando todos.

De repente, parei no patamar da escada e esperei Miles me alcançar.

— Que bom que namoramos e precisamos cumprir todas essas obrigações de namorados. — murmurei. Ele me abraçou. Pelo jeito que me olhou, não entendeu.

— Do que está falando?

— Eu não conseguiria dormir sozinha hoje, caso não dividíssemos quarto.

Miles achou graça, mas não falei brincando. Também não brinquei quando afirmei ter me mantido desperta por muitas noites desde então.

Sei que se eu pudesse conversar com a Delilah de cinco anos atrás através de alguma máquina futurista ou um aparelho engenhoso, eu só poderia desejar boa sorte. Não consigo sentir remorso de mais nada.

Este foi só o começo.

Bonne chance, Delilah.

♥︎⬞︎ⴾⴾ䕽❜💬!ᰢꫬ "bonne chance": boa sorte.
𓈒ׁ♥︎⬞︎ⴾⴾ䕽❜💬!ᰢꫬ não se esqueçam de votar e comentar <3

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