🛫 Capítulo Dez 🛬
Por Carol7Wal
— Oi. — Jimin sorriu acenando e sentiu as próprias bochechas arderem — "Não, Jimin. Não fica vermelho. Não fica vermelho". — Pensou.
Mas ele sequer teve tempo em falar o que havia planejado para a mulher à sua frente, pois a porta bateu no segundo seguinte e ele ficou ali, do lado de fora, olhando para aquela madeira bem polida tão desnorteado quanto a própria Hanui.
— Hanui??? — Taeoh lançou-lhe um olhar confuso sobre o que ela havia acabado de fazer.
— E o que você queria que eu fizesse?!
— Sei lá, oras. Talvez não bater a porta na cara do cara que te deu um ombro para dormir?!
— Esquece isso do avião, está ok? — Hanui sacudiu a mão, agitadamente.
— Eu até já havia esquecido, mas parece que ele não... — Provocou.
— Aish, Taeoh! Você não está ajudando. — Ela falava à medida que empurrava o Kim — Vai lá, curtir Backstreet Boys. Preciso resolver isso logo. Esse Jimin é um louco, só pode.
— Se ele é louco, você é bem normal, não é? — Taeoh ironizou e soltou o ar pelo nariz evitando rir abertamente daquilo tudo.
— Hanui? — Jimin chamou do lado de fora.
— Ele ainda está aí! — Ela exclamou num sussurro e Taeoh teve que apelar para a leitura labial.
— O que ele está esperando que você faça, afinal? — O Kim arriscou em perguntar.
— Hanui, olha, me desculpa, tudo bem se não quiser vir. — Jimin começou do outro lado da porta com a voz confiante — Mas, me dá uma resposta ao menos...
— E então? — Taeoh sussurrou espalmando as mãos para cima e encolhendo os ombros.
Hanui apenas repetiu o gesto do outro sem saber o que responder.
— Tudo bem. — Taeoh falou — Vou deixar você sozinha para resolver da melhor forma, ok?
Hanui meneou a cabeça em concordância com o Kim. Aquela pressão a estava deixando maluca e começou a transpirar de nervoso. Seu coração só faltava sair pela boca. Queria aceitar, mas algo a impedia. Tinha receio do desconhecido e de tudo em que não pudesse prever ou ter o mínimo controle.
Talvez por isto dirigia tão bem o setor de marketing de onde trabalhava e tão mal as nuances do próprio coração. Neste setor se era impossível as previsões e cálculos exatos. As únicas surpresas que aceitava bem eram os comebacks do Super Júnior e os conceitos geniais que eles apresentavam.
Taeoh abriu a porta, fechando-a rapidamente atrás de si e Hanui pôde ouvir a voz do amigo:
— E aí, cara, tudo bem? Vim trazer umas papeladas do trabalho, mas ela falou que vai, sim. Só precisa organizar umas coisas antes.
— O quê?! Eu vou?! — Hanui entrou em pânico com o que ouvira do amigo do lado de fora.
— Ela aceitou? — Jimin pareceu surpreso pelo seu tom de voz — Tudo bem. Estarei esperando, então.
— Eu estou morta, Donghae. — Ela falou para a almofada com o rosto do seu idol e por um segundo teve a impressão de que até ele estava rindo da própria Hanui — Melhor: vou matar o Taeoh!
A porta, então, voltou a abri e Taeoh pôs apenas a cabeça para dentro:
— Você vai! Agora se arruma e sai desse quarto.
— Ei, você me pag-
Mas a porta bateu antes que ela concluísse a frase e se viu sozinha novamente depois daquele vendaval de acontecimentos em cascata.
— Droga! — Exasperou-se jogando-se no colchão abafando um grito — Donghae, eu sequer tirei o pijama, meu dia já virou um caos! — Choramingou — Só posso estar num pesadelo.
O caminho até a piscina naquela manhã pareceu o mais longo de toda a vida da jovem Hanui e ela seguia pensando o que estava fazendo. Suas pernas a levavam até lá no automático enquanto devaneava se o Park estaria também tão nervoso quanto ela ou se apenas estava se divertindo de tudo e tratando-a apenas como mais um casinho banal.
Tentava ficar pronta para lidar com aquilo e deixar tudo claro. Pôr um ponto final em toda esta baboseira e seguir sua vida de sempre, se ocupando do trabalho e de sua quase dupla identidade de fangirl, tiete do Donghae.
Simples.
Depois de tudo isto, se esbaldaria em músicas do Super Júnior com muito frango apimentado e soju.
— Ei, Hanui! Aqui. — Jimin sinalizou e acenou ao longe.
Hanui, em meio à sua névoa de pensamentos, teria passado sem ver o Park se ele mesmo não tivesse gritado. Ao avistá-lo fechou as mãos em punho e foi até ele pisando firme, marcando bem os passos na grama aparada com seu scarpin nude de amarração. Usava um dos vestidos formais que havia comprado antes de recuperar a própria mala. De corte simples e tecido leve, batia acima do joelho, em conjunto com um de seus terninhos bem passados.
— Park Jimin! — Exclamou aproximando-se, mas sua expressão não estava nada agradável o que fez o Park voltar ao pensamento se aquela teria sido uma boa ideia — Acho que você está muito enganado sobre minha pessoa. — Ela começou em seu corriqueiro ar ansioso e aquilo fez o outro tencionar.
— O-o quê?! — Deu um passo para trás.
— É um pedido de desculpas que você quer? — Ela tocou o peitoral de Jimin com o indicador de forma rápida e ele afastou-se mais um passo instintivamente. Hanui extravasava toda a aflição, raiva e pensamentos indesejados, de bônus — Tudo bem, você venceu!
Jimin levantou as mãos em sinal de rendição e desatou a rir.
— Desculpas? Agora? — Continuou rindo com seu jeito despreocupado.
— Ora, mas que- — A jovem diretora procurou as palavras, sem sucesso — Está rindo do quê, Jimin?! — Ela, apesar de mais baixa, acuava-o à medida que avança alguns passos cheia de coragem, mas Jimin estava longe de se deixar intimidar.
Ele olhou para trás percebendo que chegara à beira da piscina e mais um passo cairia, na certa.
— Calminha, aí, Hanui. — Ele voltou-se para ela rapidamente — Você está me pedindo desculpas por ter babado todo o meu ombro no avião ou por ter batido a porta na minha cara? — Ele voltou a provocá-la, só para vê-la mais vermelha com aqueles olhos brilhantes que já visitava-o em sonhos.
Mas o que aconteceu no segundo seguinte não estava previsto em nenhum sonho do Park, nem mesmo em seus pesadelos.
— Aigo, eu não fiz isso! — Hanui respondeu focando na primeira provocação em forma de pergunta e, num ímpeto, empurrou Jimin o passo que faltava para que caísse na piscina.
Porém, Lee Hanui falhou em seus métodos e não imaginou que ela mesma pudesse cair na própria armadilha.
Desta vez, couberam ao Park os cálculos milimetricamente calculados.
No ato, Jimin puxou a ponta do terno desabotoado de Hanui levando-a consigo para aquele aguaceiro.
A esta altura, telespectadores curiosos assistiam ao longe àquele dorama ao vivo e divertiam-se com aquela "briga de casal", como assim comentavam.
Ambos tombaram na água com todo o peso de seus corpos espalhando-a por todos os lados, escandalosamente. Hanui gritou, mas logo respirou fundo tapando o nariz à medida que afundava naquela água límpida. Emergiu chocada com o que acabara de acontecer e logo procurou por Jimin.
Ele sacudia os fios loiros afastando as gotículas dos seus olhos e logo passou os dedos em seu cabelo jogando-os para trás. Hanui tomou impulso na água indo até ele e tentou acertá-lo, revoltada.
— Olha só o que você fez! — Hanui desferia socos sem mira no outro que permitiu-se gargalhar daquela cena em que se encontravam. Todo aquele encontro que Jimin propusera saiu definitivamente pela culatra.
— Eu?! Quem me empurrou na água?! — Olhou-a cerrando os olhos com um sorriso ladino.
— Você não deveria ter me puxado!
— Foi você quem começou, Hanui!
Ela voltou a desferir socos em Jimin, mas ele logo segurou os pulsos da mulher à sua frente fazendo-a parar e ambos se encararam em silêncio. Hanui ofegava.
E lá estavam os dois, conectados pelo olhar alheio que devolvia seus reflexos.
Jimin sentiu seu coração dar saltos com palpitações nada comuns e Hanui ainda ofegava, mas já não era pelo susto e esforço de minutos antes.
"Então isto é que é estar apaixonada e ser a protagonista da própria vida? É assim que é viver quando se perde o controle e se depara com estes sentimentos inusitados?" — Hanui devaneou e deixou que a névoa de antes se dissipasse com toda aquela água.
As pessoas antes ocupadas em assisti-los, já desistiam voltando aos seus afazeres e ritmo normal.
— Eu pouco estou me importando com seu pedido de desculpas. — Jimin falou baixo e sua voz saiu mais grave, naturalmente. Seu olhar transitava entre calmo e ansioso e, pela primeira vez, Hanui o viu tão imerso. Ali ele estava despido de qualquer provocação ou brincadeira. Seu sorriso não estava presente e ela pôde ver os traços maduros em seu rosto bonito.
Ela franziu os cenhos de forma interrogativa pela frase dita e sentiu Jimin deslizar os próprios dedos, do pulso que ainda segurava para as mãos de Hanui e entrelaçou-as às suas sob a água.
— Eu só queria te ver mais uma vez.
Jimin falou levemente e tão suave quanto suas palavras, beijou a Hanui.
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