boa leitura!

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        Oi, Loloty.

    Já faz um tempo desde a última vez, não é?

    Duas décadas... 7301 dias para ser exato. Muito tempo, muito tempo mesmo e ainda assim, você esteve em meus pensamentos todos os dias.

    Não foi fácil conviver com sua ausência. Sua ausência foi como se parte de mim estivesse faltando todo o tempo e o tempo todo.

     Você vai gostar de saber que o forte ainda está lá e que sua irmã o manteve em bom estado, também vai sorrir ao saber que a campina está infestada de lavanda. Seus pais estão bem e seus avós agora fazem companhia pra você.

    Meus pais tiveram mais um filho, três anos depois que você nos deixou e nossa, você teria adorado ele, talvez mais do que a mim e confesso, a ideia me deixa enciumado.

    Eu estou bem também. Vou me casar amanhã e descobri hoje o sexo do bebê que estou esperando. Menina. Ela irá se chamar Charlotte como deveria ser. Espero que ela seja tão estabanada quanto você, mas que me dê menos problemas, por favor. Deus sabe que eu não poderia lidar com tantas aventuras assim. Acho que é por isso que estou nostálgico e quase não pude conter a necessidade de te escrever uma última vez, então aqui estou.

     Elena, a mulher com quem casarei amanhã, me espera na casa dos meus pais, ciente do que estou fazendo e do quão importante você foi e ainda é em minha vida, afinal, você permanece em tudo, na brisa com cheiro de lavanda, nos cavalos que vejo por aí, nas bolinhas de gude e por toda parte pra sempre.

    Eu só queria agradecer por todos os momentos que tivemos juntos, você participou dos melhores anos da minha vida, Loloty e estará para sempre gravada em mim e por isso sou grato.

    Eu te amo, Charlotte.

Num Último Adeus, Charlie.