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56. Elo Inquebrável

Depois de tanto andarem, os Kinos estavam calejados. Andar não era difícil, o difícil era manter o passo e a cabeça erguida. Os estômagos já roncavam quando adentraram a tarde e assim permaneceram, seguindo cegamente a líder, filha do xamã.

Aurèlia, tão apreensiva, pareceu não cansar-se, com foco em chegar em algum lugar o quanto antes. Tudo ali lhe parecia um labirinto, mesmo que pudesse dizer que era habituada àqueles cantos. Estava longe de casa.

- Aurèlia - a voz de Dante a chamou em dado momento. A mulher olhou para trás. - Vamos descansar. O povo está faminto.

Os gigantes olhos de Aurèlia focaram nos dele.

- Sim, está certo. Mas vamos comer o que, Dan?

O grupo aos poucos parou, desaparecendo pela floresta adentro, sumindo de seu campo de visão.

Dante viu o estresse exibido no rosto da mulher. Ele aproximou-se e deu-lhe um beijo na bochecha.

- Descanse, certo? Deixe que cuidemos disso um pouco - com aquelas palavras e um sorriso caloroso, Dante afastou-se. Aurèlia imediatamente recostou-se no tronco da árvore mais próxima e respirou profundamente. Ela ouviu as ordens de Dante. - Povo, vocês sabem andar por essas terras. Sabem do perigo. Sabem do que os cantos escondem e, acima de tudo, sabem o que podem ou não comer.

Os olhares aos poucos recaíram sobre ele. Sua notícia era passada aos demais como um telefone sem fio. Dante prosseguiu:

- Duas horas, é o que temos de descanso. Achem algo para comerem, partilhem com os outros, sejam discretos e vamos nos encontrar aqui - o homem desembainhou uma faca e marcou o tronco de uma árvore com um X - em duas horas. Vamos seguir viagem.

- Aonde vamos, Dante? - a mulher o chamou. Dante procurou por ela em meio ao seu povo, reconhecendo-a por Bianca, mãe de dois pequeninos que não desgrudavam dela.

Com olhar esperançoso, Dante lhe respondeu:

- Achar um lugar seguro, querida. Não se preocupem com isso.

O magnífico dia que lhes raiou sobre as cabeças pareceu-lhes tão distante quando as nuvens carregadas tomaram todo o céu.

Ginevra ainda não dissera uma palavra desde que acordara, como se tivesse se esquecido como usar sua voz. Sentiu-se exausta, para dizer o mínimo, por mais que tivesse dormido surpreendentemente bem durante aquela noite. De braços cruzados e revezando o peso de pé para pé, não soube o que fazer quando pararam. Seu irmão foi o primeiro a aproximar-se dela.

- O que tem hoje, Gine? - Kohan tentou soar bem humorado, mas não conseguiu arrancar o sorriso que esperava dela.

- Não sei - a mulher deu de ombros. - Estou sempre com essa sensação ruim no peito e já não sei dizer se é pura paranóia ou um presságio.

Kohan mordeu o lábio inferior. Não queria chegar a nenhuma conclusão. O arandiano olhou em volta, vendo que Viorica, Alaric e Azriel conversavam com certo ânimo. Procurou por Azura, mas não a encontrou. Decidiu por voltar a atenção à irmã.

- Lutou bem ontem - suas palavras despertaram Ginevra, que ergueu as sobrancelhas ao olhá-lo nos olhos. - Vi aquilo que fez com as raízes.

Ginevra riu e coçou a nuca, sem graça.

- Acho que nem sei o que eu fiz!

- Não importa. Os merdas que sobreviveram vão pensar duas vezes antes de virem atrás de nós de novo.

- Acha mesmo?

- Claro - Kohan comentou, como se fosse óbvio. - Sabe, papai estaria orgulhoso.

A bruxa arrepiou-se com o comentário. Tron passava-lhe pela cabeça com certa recorrência. Tudo o que ela queria era que ele se orgulhasse, que soubesse que seu sacrifício não foi em vão.

Kohan percebeu o impacto positivo de suas palavras e a deixou ali com um sorriso, tomando o facão em mãos e o girando entre os dedos. Aproximou-se do restante de seu grupo, sua tão persistente família.

Ginevra pegou-se observando-os e não conseguiu deixar de pensar em tudo o que passaram para chegarem até ali. Apesar de qualquer pesar, seu coração era a fonte de seus instintos e eles nunca a enganavam - Tron estaria orgulhoso.

Mesmo que quisessem, aquela não era uma tarefa coletiva. Ninguém conseguiria alimentar uma centena de bocas mesmo que conseguisse caçar um boi, o que seria impossível de encontrar naquela mata.

Separaram-se, os que se dispuseram a procurar comida.

Azura seguiu Alaric, que prometeu ajudá-la a usar o arco e flechas. Deixaram os outros para trás, descansando, com a promessa de voltarem pelo menos com algumas frutas.

Aurèlia sentiu a exaustão mental bater mais forte que a física e dormiu assim que permitiu a seu corpo relaxar. Dante ficou para olhá-la, sabendo que suas habilidades com a caça eram completamente desprezíveis.

Quem mergulhou em uma caçada foi Lírio e a mulher que não desgrudava dele, seja por amor ou segurança. Frey aceitou o convite para segui-los, ainda tentando entender o que sentia em relação à rainha - se não repulsa.

Azura não era uma pessoa de reconhecer as próprias qualidades, mas tinha certeza de uma delas, a qual se gabava - era boa em aprender rápido. Afundou-se na mata com Alaric e dois arcos e flechas, cedidos pelos Kinos que conseguiram carregá-los antes da campina perecer. A arma era feita de madeira bem esculpida nos míseros detalhes, do arco às flechas com pontas de pedras talhadas.

Alaric deu-se a liberdade de desfrutar do tempo. Usando do mesmo método que Dante, traçou com a ponta de seu facão um alvo no entroncamento de uma árvore resistente. Tomou distância.

Sem nada dizer, Alaric armou a arma e apontou-a para o alvo. Respirou fundo duas vezes e mirou. Quando soltou a flecha, esta acertou em cheio o alvo.

Azura ergueu as sobrancelhas.

- Não é que você é bom mesmo?

Alaric debochou com uma risada.

- Parado e concentrado. Tenho muito a praticar ainda - o homem deu um passo para trás e, com um gesto de mãos, convidou Azura a tomar seu lugar. - Sua vez.

A petrichoriana sorriu com um misto de vergonha e nervosismo, mas o fez, ansiosa, acima de tudo. Ela segurou o arco com uma das mãos e a flecha em outra.

- Certo. E agora?

Alaric riu e aproximou-se. Como um bom professor, ajudou-a a posicionar-se.

- Segure o arco assim, paralelo ao corpo. Aponte seu ombro para o alvo - o homem observou-a fazê-lo. Ele deu a volta na garota e parou em suas costas. Com a ponta dos dedos, colocou-lhe a postura no tronco. - Afaste as pernas, lhe dá mais equilíbrio. Infle o peito, suba as costas.

Azura respirou fundo e o obedeceu, não sabendo se o que fazia era certo. Ela posicionou a flecha no arco e a puxou para trás com as falanges de três dedos, como o observara fazer. Ouviu o concentrado sussurro em seu pescoço.

- Agora, atire.

Simples. Foi o que ela fez. Azura mirou, respirou fundo, estufou o peito, afastou as pernas e, com toda a sua concentração, disparou a flecha. Ela viu o pequeno objeto traçar uma parábola e render-se à gravidade ainda muito distante de seu alvo.

A gargalhada de Alaric a fez revirar os olhos.

- Cale a boca! - brincou, empurrando-o. - Não pode rir de quem está aprendendo.

- Desculpe, desculpe, eu sei! - o homem retornou a ela. - É que você é sempre toda sabida das lutas e acho que criei muita expectativa nessa flechada.

- Não crie expectativas, então, imbecil! - Azura retrucou, bem humorada. - Ande, me ajude. A próxima será melhor.

Ok, eu tenho uma proposta, Azura - a garota voltou-se para ele. - Apesar de ainda achar que isso foi péssimo, tenho certeza de que vai pegar o jeito rápido e de que não precisa de minha supervisão para não se matar.

- Prometo - com ar pueril, a garota sorriu. - Vai fazer o quê?

- Trazer comida para a gente. Tenho uma esfomeada carregando meu filho para alimentar.

Azura riu ao vê-lo se afastar. Ela estalou as juntas do pescoço e suspirou, vendo-se sozinha com o alvo e a flecha fincada na grama, ainda tão distante.

Certo, pensou consigo mesma. Agora é para valer.

Me surpreende que não se importe em sujar as mãos - Frey provocou Odile, brincando com o fogo mais do que deveria.

Odile segurou um sorriso debochado ao tomar o arco e flecha em mãos. Realmente, há muito não o utilizava, mas lembra-se do prazer de tempos passados em que conseguia tirar a vida de um animal. Se o fazia por puro prazer, agora, por necessidade, seria mais fácil.

A rainha olhou de soslaio para a Kino, deixando Lírio afastar-se na frente. Frey, ao lado dela, era apenas uma garota. Mais nova, mais baixa, mais imatura e com menos vivência. Porém, teve uma vida pujante, o que a fazia acreditar que podia bater de frente com aquela mulher que poderia apenas estalar os dedos e ter sua cabeça em uma bandeja - em outros tempos.

- Me subestima um tanto, garota.

- Pare de me chamar assim - Frey esbravejou.

- Não me disse seu nome.

- Você não perguntou - Frey percebeu o quanto parecia uma criança. - Sou Frey.

Ok, Frey - Odile sorriu para si mesma -, talvez eu não ligue de sujar as mãos.

Frey revirou os olhos. Tinha convicção de que aquela mulher só estava ali pelo justificável medo de ficar sozinha com o povo que desgraçou.

- Veremos.

- Ei, vocês duas - Lírio voltou-se para trás, a alguns passos de distância. - Calem a boca, vão espantar qualquer animal assim.

As duas ergueram as sobrancelhas, não esperando pela bronca.

Lírio estava certo. Ele era um homem focado, vivido, que sabia o que fazer para sobreviver nas frígidas terras do Bosque. Entretanto, era um lobo solitário, diferente do Nikki que um dia foi.

- Eu não vou conseguir fazer isso - ergueu os ombros. - Não com vocês duas.

- Vá, Lírio - Frey o compreendeu. - Cace em paz.

Lírio olhou para Odile, que sorriu brandamente.

- Vou ficar bem - murmurou.

- Vamos ver - Frey brincou, com um fundo de verdade.

O homem sorriu e as deixou ali. Sabia que Odile tinha total condição de defender-se e que Frey não ousaria fazer nada contra a mulher que ele amava.


Demorou, mas Odile desenferrujou-se. Era nítido como seu corpo se lembrava daquelas memórias boas, de caçar na adolescência quando conheceu Nikki e este insistiu em ensiná-la. Em pouco tempo, superou o mestre. Nunca mais tocara em uma flecha desde que viu o amor de sua vida com uma atravessando-lhe o peito.

Agora, com as lembranças desbloqueadas, o que lhe restava era tentar.

Ela e Frey deixaram de discutir em dado momento, percebendo uma pitada de infantilidade desnecessária nos argumentos.

Lírio desapareceu pelo Bosque e, por mais que não a visse por entre a espessa flora da floresta, sabia que Frey estava por perto. Ambas moviam-se em conjunto como plumas de pássaros caindo sobre o solo e as folhas secas.

O estômago da rainha roncou tão forte que ela mesma assustou-se, afrouxando o arco armado em suas mãos. Ela desfez a postura e respirou profundamente, levando uma das mãos à cabeça. Seus olhos se fecharam. Não estava acostumada a sentir a fome que seu povo sentia. Com os ouvidos apurados de uma boa caçadora, a rainha ouviu um farfalhar distante de folhas.

Seus olhos cor de esmeralda se abriram e ela rapidamente abaixou-se atrás do arbusto em que se escondera outrora. Seu raciocínio lampeiro lhe disse que não podia ser Frey, que a Kino era discreta demais para fazer qualquer ruído. De qualquer modo, esconder-se e armar-se pareceu o gesto certo a se fazer. De trás do arbusto, Odile retornou a ouvir à movimentação próxima a ela.

A rainha torceu para que fosse um animal. Um suculento, que lhe alimentasse o suficiente até chegar à Pedreira.

Contornando o arbusto e fazendo o mínimo de rumor possível, a rainha rodeou sua possível presa como se um próprio leão pronto para o abate. Foi quando ouviu vozes.

Tio Cai! Tio Cai! Olha o que eu sei fazer! - a voz da criança gritou.

Odile rapidamente ergueu as sobrancelhas e espiou. Viu quando o pequeno garotinho deu uma estrelinha de joelhos dobrados e caiu de quatro apoios, levantando como se tivesse acabado de mostrar um mortal. Para quem?

A rainha esperou-o entrar em seu campo de visão. Um homem moreno e forte, de cabelos compridos e presos e uma barba rala apareceu de trás de uma das árvores, seguindo o pequeno. Ele sorria.

- Muito bem, Coli! Quem te ensinou? - indagou.

- Foi a minha mãe, ué! - o garoto respondeu, como se fosse óbvio. - Mas eu não sou tão bom ainda. Devia ver a tia Gaia.

O nome fez o coração de Odile disparar, tão forte que a arma caiu de suas mãos e o som quebradiço do arco encontrando as folhas denotou sua posição.

Caiden alarmou-se. Sem ao menos perceber como, já estava em frente à Coli e o protegia do mísero ruído que destoou da cena ao redor deles, o craquelar de folhas sendo pisadas. O homem sentiu as mãos de seu sobrinho envolverem sua perna quando tomou uma posição protetora. Ambos olharam para o distante arbusto.

Caiden pensou em aproximar-se para ver do que se tratava, mas não foi necessário. Vagarosamente, uma bela mulher apareceu sobre as folhas, tão linda quanto a própria Deusa Aurora. Seus cabelos negros esvoaçavam com o vento, mas o verde de seus olhos penetrantes hipnotizaram o daviliano. Ele abriu a boca para questionar quem seria aquela figura desconhecida que o observava, quando a ouviu:

Caiden?

A inconfundível voz veio de trás dele. O coração do homem disparou, ao mesmo tempo que aliviou-se. Ele rapidamente virou-se para a direção da voz e a viu ali, a poucos metros de distância. Frey sorriu para ele.

A Kino soltou o arco e flechas na terra. Findou a distância entre eles em um segundo de desespero e jogou-se nos braços de Caiden, deixando um soluço de desafogo escapar, abafado pelo cangote do homem.

Caiden a abraçou tão forte que tirou-a do chão.

- Merda, Frey... achei que...

- Estou bem - a garota respondeu. Não se importava mais com a rainha, parada como uma estátua, os observando.


Odile tinha uma das mãos a cobrir o coração.

Seria o nome de Gaia, que o pequenino pronunciou, apenas uma coincidência?

Um estampido veio para guiá-la, a sudeste de onde estavam. Frey e aquele homem que ela não conhecia estavam em um momento delicado de reencontro. Ela não esperou que terminasse logo. Antes mesmo que pudesse ditar aos seus pés, estes a guiaram para onde os murmúrios distantes se originavam.

- Sem chance - Nafré brincou, bem humorada e alimentada depois de muito tempo. Estava com roupas secas e ainda com o gosto dos amendoins que comeu na ponta da língua. Segura, acima de tudo, e feliz por ver Carú com seu irmão.

- É sério! - Isaac debateu com a loira, indignado.

- Prove! - Nafré cruzou os braços.

- Eu não vou fazer isso aqui - Isaac pareceu constrangido.

Gaia riu com o pequeno Kaha nos braços, observando a conversa descontraída dos dois que não saberiam dizer como chegaram naquele assunto.

- Então é mentira! - a loira exclamou.

- É fisicamente impossível - Gaia apoiou a irmã, erguendo uma das sobrancelhas.

Isaac sabia estar sendo manipulado. Mesmo assim, quis provar às duas que era capaz de um feito tão bobo e que elas duvidavam tão intensamente. Ele olhou para os lados e, com certa discrição, trouxe o cotovelo para perto do rosto, provando que conseguia alcançá-lo com a língua.

- Impossível! - Nafré riu, boquiaberta.

Gaia gargalhou, pela primeira vez em algum tempo. Não tinha duvidado de Isaac, mas provocou-o mesmo assim.

Ela rodopiou em volta deles com Kaha, como de costume, entretendo o pequeno enquanto ouvia a animada discussão.

Estavam pouco distantes do grupo maior, mas próximos como sempre, como aquele elo inquebrável.

Era o que ela pensava. 

Sua visão periférica viu quando alguém aproximou-se por entre as árvores, esbaforida. Seus olhos rapidamente se viraram naquela direção e seu ar escapou de seu peito por completo. As pontas de seus dedos agarraram Kaha com mais força quando viu ali, surgindo das sombras, tão estupefata quanto ela, a legítima mãe da criança em seus braços.

- Minha rainha?

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