Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

22. Convite

Aquele dia em especial prometia ser movimentado.

Gaia andava rapidamente por entre a correnteza de criados na fortaleza real que os reis podiam chamar de casa.

Ela atravessou a extensa ponte que, por entre grandiosos e glamourosos arcos ogivais, dava uma vista esplendorosa da magnífica Cidade de Crisântemo.

O dia já correra pela metade. Aquele era seu único descanso, quando deveria estar enfurnada na cozinha comendo uma rápida refeição antes de ter que lidar com a rainha novamente. Entretanto, seu coração ameaçava saltar pela boca. Estava prestes a fazer algo que podia lhe custar tudo.

Se acalme, Gaia, ela vociferava para si mesma. É o primeiro passo de grandes mudanças.

Ela sabia o que tinha que fazer. Era simples.

Seus passos ágeis eram tão rápidos que parecia correr. Obrigou-se a desacelerar.

A jovem mulher atravessou o extenso pátio da fortaleza real e rumou para os portões daquele terreno. Olhava para trás periodicamente para certificar-se de que não havia sido seguida ou estivesse sendo observada. Percebeu estar agindo de modo suspeito.

Ao passar pelos portões principais, inclinou a cabeça para um dos guardas, que lhe deu passagem.

Ela desembocou na praça central, onde tudo em Crisântemo acontecia.

Durante dias comuns como aquele, era apenas um centro comercial movimentado.

Gaia o atravessou, desviando das pessoas e dando pequenos saltitos para desviar de alguns cavalos que atravessavam.

A garota o viu parado ali, assim como estivera próximo à sua casa, horas atrás.

Ela fingiu espiar as vitrines de uma loja de doces antes que Isaac puxasse seu cotovelo para uma viela escura.

Gaia soltou o ar pesadamente.

- Conseguiu? - O homem perguntou.

- Não estaria aqui se não tivesse conseguido.

A jovem tirou uma chave do bolso. Não fora difícil conseguir. O molho de chaves ficava guardado em uma gaveta ali mesmo na cozinha onde ela passava considerável parte do dia.

Isaac pegou o objeto prateado em mãos e sorriu.

O homem tirou uma alicate do bolso, Gaia observou, e usou-o para pegar na ponta da chave. Com a outra mão, alcançou um isqueiro.

- O que vai fazer?

Isaac não respondeu. O homem acendeu as chamas do isqueiro e deixou que queimassem um lado da chave até que estivesse completamente carbonizado, escuro.

- Cacete, Isaac. Isso vai sair?

- Fica tranquila, garota.

Ele apagou o isqueiro e o guardou no lugar, tirando daquele mesmo bolso um rolo de fita adesiva. Isaac arrancou um pedaço da fita com os dentes e o colocou sobre o lado escurecido da chave. Pressionou de leve com os dedos e, quando tirou, o desenho da chave estava perfeitamente desenhado ali, na fita.

Isaac sorriu olhando para a chave. Limpou-a na camisa antes de devolvê-la, intacta, à Gaia. O homem guardou delicadamente o pedaço de fita em um papel, escondendo-o no bolso interno do agasalho.

- Certeza que é a chave da cozinha? - Indagou.

- Claro, não sou estúpida. - Gaia cruzou os braços. - O que você e seus amigos vão fazer, Isaac?

A garota o conhecia há pouco tempo, mas frequentemente se reunia com ele e rostos sempre diferentes nos fundos da casa de Dona Lore.

Conhecia-o o suficiente para se importar.

- Vamos só plantar uma faísca, Gaia.

- Hoje é o baile...

- Sim, é exatamente por isso. Vão todos estar distraídos competindo pra ganhar pontos com a realeza e nós vamos fazer uma pequena arruaça.

Gaia coçou a cabeça. Sentia-se impaciente.

- O povo está quieto, Gaia. Morrendo de fome. Esses aí têm que saber que estamos aqui e não concordamos com isso. Temos direitos.

A garota concordou com a cabeça.

- Só não machuquem ninguém.

- Eu prometo.

Gaia mordeu os lábios antes de deixá-lo ali, voltando-se para trás ao pensar nas palavras não ditas.

- E... não seja pego.

- Você se importa? - Ele debochou, tirando mais um dos cigarros diários do bolso do agasalho.

Ela não sabia responder.

Deixou-o ali com um alívio grande deixando suas costas. Sua parte estava feita.


Azriel acordou sobressaltado.

Seus pacíficos sonhos transformaram-se rapidamente em agitações causadas pela gritaria do lado de fora de sua janela.

Seus olhos se abriram para o escuro, mas seus ouvidos se apuraram para o lado de fora.

Uma desenfreada gritaria passava-se por sua rua.

O garoto levantou-se de um salto do colchão em que dormia no chão e abriu a janela. A luz da lua invadiu o ambiente juntamente com urros vertiginosos dos arandianos.

Azriel rapidamente pulou a janela e saltou para a rua, mesmo com o pijama e os cabelos bagunçados.

- Eles estão vindo! - Ouviu uma voz o alertar.

Um homem atravessava a rua e batia nas portas das casas de lado a lado com as mãos espalmadas. Tinha sua meia idade e seus cabelos e barba ruivos mesclavam-se à pelagem branca que lhe nascia.

Azriel o parou pelos ombros quando ele passou por sua frente.

O agitado homem o olhou com olhos saltando das órbitas.

- Quem está vindo? - Azriel indagou por entre o caos que o homem criara.

- Os soldados, meu filho. Os soldados imperiais.

O rosto de Azriel empalideceu. A cama de Alaric estava vazia.

Aqueles homens ali nunca significavam cena boa. Nunca terminavam sua ronda em paz.

O homem se soltou de Azriel e o garoto pulou de volta para seu quarto. O irmão ainda dormia como uma criança.

- Kohan! - Azriel gritou. - Acorde, cacete!

Kohan murmurou e xingou, sentando-se em seguida.

Azriel saiu pelos corredores de sua casa batendo de porta em porta antes de rumar para a sala de estar e acender uma vela.

- O que caralhos é isso, moleque? - Kohan foi o primeiro a alcançá-lo.

Honda e Tron estavam ali logo depois.

Ginevra embrulhou-se em um cobertor para andar pela casa gelada na madrugada e Azura timidamente prostrou-se atrás da família, procurando por respostas.

- Eles estão vindo. - Sem fôlego, o garoto repetiu o que lhe fora informado.

- O quê? - Honda colocou a mão no peito.

- Espera, quem? Os... - Tron indagou.

- Os soldados do rei, pai!

Um por um, aquela família arandiana se encarou.

Ginevra foi a primeira a dar um passo em direção ao que planejaram para emergências como aquela.

Ela correu com os livros sobre bruxaria da sala para seu quarto e os escondeu embaixo das estantes, chutando-os para os cantos empoeirados.

- O que eles querem aqui dessa vez? - Tron, o pai da família, levou as mãos à cabeça. O homem fitou Azura, estática como uma estátua. - O que vamos falar da garota?

Azura estremeceu.

- É óbvio que ela não é daqui. - Kohan respirou profundamente, caminhando de lado a lado pela sala.

- Invente uma mentira, Azura. - Honda ordenou. - Ou faça o favor de fugir e se esconder. Não vamos afundar por sua causa.

Enquanto Honda olhava de um a um, percebeu uma figura faltando na reunião.

- Onde está Alaric?

Kohan empalideceu. Se esquecera completamente.

- Na Viorica. - Azriel respondeu, lembrando da resposta de Kohan à mesma pergunta.

- Ele precisa voltar já. - Ginevra apontou.

- Não. - Kohan levou as mãos à nuca.

Todos os olhares voltaram-se para ele.

- Kohan? - Honda o chamou, impacientemente. - O que está escondendo?

Kohan engoliu em seco. Sentiu vontade de golfar.

- Estão na gruta.

Tron socou a mesa de madeira ao seu lado, furioso.

- Mas que merda! Como pôde deixá-los ir, Kohan?

Kohan abriu a boca para defender-se, mas preferiu nada dizer. Estavam sem tempo.

Azura puxou Ginevra de canto.

- Se não acharem Alaric aqui, ele vai ficar bem, certo? - A petrichoriana indagou.

- Não. - Ginevra estava tão pálida quanto os outros. - Eles têm os registros de todo mundo. De quem vive, de quem morre, de onde mora. Você não devia estar aqui e Alaric não devia estar lá. Mesmo que disséssemos que ele está na namorada, confeririam a mentira em minutos. Estamos fodidos, Azura.

Azura absorveu o próprio ar tenso que aquela casa exalava.

- Certo, então vou dar o fora daqui. - A garota decidiu.

- Pra onde, porra? - Ginevra achou a ideia estúpida.

- Não sei. Onde é essa gruta?

- Azura, não...

- Onde é, Gine? - Azura insistiu, incisivamente.

Ginevra lhe deu as coordenadas.

Antes que qualquer um deles pudesse protestar, Azura sumiu pela porta da frente.


O coração da petrichoriana ameaçava saltar pela boca.

A sensação ruim - e familiar - que emergia de seu peito parecia sufocar-lhe, mas ela não deixava que a angústia a atrasasse o passo.

As ruas de Arande estavam com o ar carregado, a poeira levantada inebriava as ruas desertas. Poucos eram os que rumavam desalentos como baratas tontas à procura de abrigo. Alguns gritos eram ouvidos ao longe.

Azura queria apenas preocupar-se com livrar a própria pele, mas Alaric lhe complicara os planos. Ela devia sua vida àquele homem com quem mal trocara palavras.

Com os pés descalços, Azura escorregou pela areia até esconder-se nas sombras dos baixos muros do calçadão. Seu rumo era exato. Sabia para onde devia seguir. Precisava que tanto Alaric quanto Viorica estivessem em suas casas o quanto antes. E ela precisava desaparecer.

Noites passadas e com feridas recentes atacaram-lhe a memória. Aqueles mesmos homens destruíram tudo o que ela um dia amou. Sentiu uma fisgada no peito com a lembrança.

Vendo-se segura, Azura correu pela praia com toda a velocidade que suas pernas permitiram. Seu alívio foi tamanho quando viu duas inconfundíveis figuras passeando à luz da lua como se nada os afligisse.


Tanto Alaric quanto Viorica cravaram os pés no lugar ao verem Azura no estado em que se encontrava.

O casal desconhecia o que esperava por eles ali.

Assim que a petrichoriana conseguiu cessar os passos, os pés afundados nas areias da orla, Alaric tomou-lhe os cotovelos enquanto a observava, pasmo, recuperar o ar.

- O que foi, Azura? - O homem perguntou, calmamente. - Minha mãe descobriu?

- Sua mãe é o menor dos problemas de vocês agora. - Por entre arfares, a garota respondeu.

Viorica abriu a boca para perguntar sobre o que se tratava tamanho alvoroço, quando ouviu os anormais ruídos da cidade que conhecia bem.

Tirou certeiras conclusões.

- Eles estão aqui.

A noite inevitavelmente os alcançara.

Caiden apenas conseguira ceder ao sono quando aconchegou-se ao lado das pernas de Gisèle, sentindo o calor da segurança.

A loira segurava Cöda nos braços, que já dormia há tempos. O sono do pequeno estava desregulado.

Aconchegada nas raízes próximas de uma árvore, Gisèle observou Tereza à sua frente. Poucos metros as separavam e, mesmo no escuro, Gisèle viu o olhar penetrante que a ruiva lançava para Caiden. A loira riu, chamando sua atenção.

- O que foi? - Tereza indagou.

- Nada. - Gisèle desmentiu.

- Qual é, do que está rindo? - A ruiva insistiu.

- De você.

Tereza ergueu uma das sobrancelhas travessamente.

- Que bom que a minha cara te diverte, Gisèle.

Gisèle abriu um sorriso caloroso, convidando Tereza a aproximar-se. A ruiva, sem sono algum, arrastou-se para mais perto da nova amiga. Assim conseguiam conversar sem acordar os dois homens do grupo.

- Não é isso. - Gisèle explicou-se então.

- O que é então?

- É que... você é uma pessoa intrigante.

- Até onde eu sei, isso não é algo ruim.

Gisele balançou a cabeça, fitando o céu. A luz da lua refletia em seus olhos azuis.

- Não disse que era.

Tereza levantou os ombros, tentando desvendar aquela mulher.

- É que... - Gisèle prosseguiu. - você é estranha.

Tereza gargalhou, mesmo que baixo, levando junto algumas risadas da loira.

- Aí está.

- Não de um jeito ruim. - Gisèle deu de ombros. - Só não entendo como... Por que esperou esse tempo todo pra fugir se...

- Se eu queria tanto ir embora daquele lugar?

- É.

Tereza procurou a resposta que estava na ponta da língua, mesmo que não quisesse admitir.

- Não queria ficar sozinha.

- E ficar sozinha não é melhor que se aliar a dois fugitivos?

- Não é a primeira vez que querem cortar minha cabeça fora. - A ruiva riu, curvando as costas para acomodar-se com as pernas cruzadas.

Gisèle começava a entender aquela figura que pouco se revelara até então. Ela queria dizer algo, mas não encontrava as palavras. Deixou que Tereza prosseguisse.

- Eu nunca tive ninguém, sabe? - A ruiva deu de ombros. - Eu sempre fui muito... independente.

- É bom ter com quem contar. - Gisèle pegou-se fitando Caiden.

- É. Acho que aprendi a ter medo da solidão. - Tereza fitava as palmas das próprias mãos. - Antes disso tudo... quer dizer, antes de eu seguir dois fugitivos aleatórios pra um lugar completamente desconhecido... eu tinha me acostumado a ficar sozinha.

Gisèle via os olhos brilhantes de Tereza mesmo na escuridão.

- Depois de poucos dias, por mais que ainda não fossem com a minha cara, eu me peguei com medo de dormir e acordar sem vocês do lado.

A loira mordeu o lábio.

- Desculpe. - Tereza prosseguiu. - Ficou tudo bastante... triste, de repente.

A ruiva riu, quebrando o clima. Gisèle, entretanto, não a seguiu.

- Tem a gente agora.

Tereza sorriu. Aquelas poucas palavras lhe causaram um grande impacto. Sentiu que algo que lhe fora negado por tanto tempo caiu-lhe bem. Aquele pouco afeto de dois - e meio - davilianos como ela foi o suficiente para que ela se sentisse segura para dormir pela primeira vez, deixando Gisèle em um turno que prometia ser pelo menos gelado.

Um vento arredio prenunciava uma noite fria.

Gaia observou as luzes da cidade ao escurecer antes de fechar a janela de um dos mirantes mais deslumbrantes de Crisântemo - o quarto dos reis. Ela era a única que tinha permissão para botar os pés ali.

Odile sacolejava Kaha nos braços, que chorava a abertos pulmões.

- Talvez já seja hora de trocá-lo, minha rainha. - Gaia arriscou o palpite.

Odile tinha uma longa noite pela frente. Não queria se estressar, mesmo que o estresse fosse pelo pequeno que tanto amava em seus braços. A rainha o entregou à criada.

- Meu banho está pronto?

- Vou conferir se a água está como gosta. - Gaia acomodou Kaha nos braços com jeito e rumou para o banheiro. O pequeno berrava em seus ouvidos.

Quando indicou à Odile que a água estava em boa temperatura, a rainha despiu-se e mergulhou-se em sua banheira. A água quente relaxou seu corpo.

Gaia trocou o pequeno príncipe e não teve coragem de deixá-lo no berço. Kaha tinha a pele morena como a do rei e os olhos começavam a exibir as mesmas cores majestosas dos da rainha. Seu sorriso simpático e singelo que ousava desenhar-se no rosto para qualquer um era sem um sinal de malícia. Gaia desejou que ele continuasse assim, puro, e que um dia pudesse governar aquelas terras melhor que seus antecessores.


Odile não demorou-se no banho, como era de seu costume. Gaia surpreendeu-se ao ver que ela já estava com o robe arroxeado a observando do centro do extenso quarto.

- Perdão, minha rainha, não vi que já estava à minha espera. - Gaia apressou-se a colocar Kaha no berço.

- Não se desculpe.

As palavras que saíram da boca de Odile intrigaram a garota. A rainha andou em direção à sua criada, medindo-a dos pés à cabeça. A mulher aproximou-se o suficiente para sentir a respiração entrecortada da jovem.

- Meu marido acha que não confio o suficiente nas pessoas. - Ela pronunciou.

Gaia não soube o que responder. Sentiu o estômago embrulhar.

- Não está errada, minha senhora.

- Eu sei que não. - Odile sorriu para a garota. - Eu posso confiar em você, não é, Gaia?

A jovem escondeu seu nervosismo. Tinha certeza de que aquele interrogatório se dava pela fuga em meio ao expediente para encontrar Isaac.

- É claro que pode, minha rainha. - Gaia a reverenciou.

- Ótimo. - Odile afastou-se, deixando Gaia com o coração palpitante. A rainha aproximou-se de seu armário.

Ela tomou um vestido em mãos e o alisou. Era deslumbrante. O tecido índigo cintilava mesmo à pouca luz do quarto. O corpo era justo e crescia até o meio do pescoço, deixando os braços de quem o usasse à mostra. A saia comprida era esvoaçante e terminava em um degradê claro de um azul bebê quase branco.

- O que acha? - A rainha questionou, aproximando-se de Gaia.

- É estonteante, minha rainha.

Odile sorriu de lado.

- Então prove. - Ela o estendeu à criada.

Gaia arregalou as sobrancelhas, surpresa.

- Perdão, minha senhora...?

- Nunca tive porquê desconfiar de você, Gaia. - Odile admitiu. - E não tenho quem chamar de amiga.

Gaia sentiu como se uma mão se fechasse por todos os seus órgãos.

- Ande, se vista. - A rainha ordenou. - Vai comigo ao baile.



Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro