Capítulo 4- Fuga
Suas pernas pareciam dois gravetos trêmulos enquanto a figura enorme se aproxima dela com sua arma intimidadora. "corre, ele não possui medo da luz" repetiu o menino bem baixinho ao seu ouvido.
Girando seu corpo completamente ela dispara rapidamente a primeira porta que estava perto dela. O cheiro era insuportável, era difícil dizer se era por causa da história do garoto ou da monstruosidade ao que a perseguia.
Sua atenção estava dividida, uma hora para frente e outra para trás. Sua lanterna oscilava o seu brilho, estava mais assustada que o normal e sabia. Os passos dele ainda eram escudados.
O refeitório estava em sua frente, procurou algum lugar para esconder e nada encontrou. Sentido uma terrível presença só deu tempo dela se atirar no chão e sentir o vento da lâmina passando por sua cabeça.
A luz focava o rosto da criatura, mas nada impedia seu avanço e mesmo esticando o seu braço para tentar o atormentar, nada adiantou. O monstro se abaixou e jogou a lanterna para o lado.
Ofegante a moça via ele erguer sua poderosa arma sobre sua cabeça, enquanto encarava os olhos sem expressões dele. E igual um executor desceu rapidamente ela para dar seu golpe fatal.
"Boom" o barulho da lâmina contra o chão ecoo por todos os lados, logo após a moça rolar para o lado e pegar novamente a sua lanterna. A escuridão que preste a pegar ela recusou no instante que sua mão tocou na sua fonte de proteção.
Percebeu o chão fazer uma pequena rachadura no chão com o poderoso o impacto num raciocínio rápido deve uma ideia para o afastar. Correu para trás dele e começou o encarar com seus pês firmes enquanto a lanterna brilhava com mais intensidade.
Fazendo força para retirar o objeto preso no chão se vira para a mulher corajosa que não se movia diante ele. Novamente fez o mesmo movimento e desde vez ficou olhando até o último segundo.
Quando desceu em direção a ela novamente, a moça deu pulo para esquerda e viu seus cabelos loiros serem cortados quando a arma cravou novamente no chão emitindo um barulho mais forte que antes. O chão rachou novamente em sua volta até que...
"Boom" um buraco se abriu no chão a fazendo cair 5 andares, a cada andar que caia o som do desabamento era ouvido em todo o canto. Finalmente pode ficar calma, até que uma mão gelada se pôs em seu ombro.
"Meu deus" falou o mais baixo possível ao mesmo tempo que seu coração disparava com a figura em suas costas.
"Se acalma, sou" falou o garoto que reapareceu.
"Em que momento você ia falar daquilo?" Se ela pudesse gostaria de gritar tudo que tinha vontade.
"Nunca pensei que alguém ficaria gritando por aí num local como esse, as vezes o silencio pode ser libertador" falou o garoto de forma sarcástica revelando seu sorriso, a única coisa que sobrou em seu rosto.
"Isso é o tipo de coisa que você fala de primeira, meu deus. O que era aquilo? Eu só quero meus filhos" desabafou a mulher a beira de um ataque.
"É o Caçador, ele mata os vivos que veem incomodar os mortos. Assim como qualquer pessoa protegeria sua casa de invasores"
"Eu não quero fazer mal a ninguém, uma ligação me chamou para cá. Era meu filho, tenho certeza disso" suas lagrimas quase saiam, mas mantinha sua postura.
"Tem certeza de que quer trazer eles de volta?" A perguntar vez a mulher soltar um olhar de raiva sobre o pobre garoto.
"Claro que tenho" estava firme em sua decisão.
"Tudo bem, mas acho você precisa saber de algo. Talvez a faça mudar de ideia."
"Nada irá me fazer mudar de opinião."
O garoto deu apenas mais uma risada. "Então me siga, vou lhe mostrar uma coisa"
A mulher apenas concordou e começou a seguir o garoto em meio a escuridão que os envolvia e que não saia de perto dele. Os sussurros novamente começavam, a essa altura ela nem ligava mais para eles.
"Antes que você faça mais uma besteira um pequeno aviso, jamais entrem nos quartos 306, 308 e 315. Nem a escuridão ou o caçador conseguem entrar lá" nesse momento a mulher lembrou do já tinha escudado.
"A velha senhora já tinha me falado do quarto 306, mas nada sobre esses dois. Por que eu não posso?" a mulher estava curiosa sobres os mistérios do local.
"Não sei, só sei que quando chego perto começo a passar mal e vejo uma forte luz, em qualquer um dos três quartos. De qualquer modo é melhor ficar longe."
Os passos dos dois eram calmos e tranquilos, não queriam chamar a atenção desnecessária. Porém uma forte rajada de vento gelado entrou no ambiente trazendo consigo o frio da rua.
"O que está fazendo?" perguntou o menino curioso ao ver e mulher o envolver com o seu casaco.
"Eu não sei, foi mais forte do que eu" É claro, os mortos não sentem frio, naquele momento ela se sentiu muita idiota pelo que fez.
"Obrigado, mas acho que agora não faça mais alguma diferença para mim" fazia tempo que mais nada o incomodava, exceto suas memorias.
"Como você..." Curiosa queria saber mais sobre ele, mas não conseguia completar a frase.
"Morreu..." interrompeu o menino. "Eu fiquei mais tarde na casa de um amigo jogando a tarde toda como qualquer outra criança, quando eu estava voltando houve uma briga de trânsito. Eu fui curioso e quando fui perceber tinha um buraco no meu peito e tudo se escureceu e se silenciou-se. Minha última visão foi no hospital com meus pais chorando" Sua voz estava mais triste e seu rosto virado para baixo, um claro sinal de decepção.
"Escuda" falou a jovem erguendo o queixo dele e encarando o lugar que deveria ser os olhos deles. "Você não deve culpa, eles sentem sua falta, mas vão se sentir pior se puderem se reencontrar com eles novamente. Eles só querem estar ao seu lado, eles vão ajudar você superar isso, só precisa confiar neles"
Porém o menino apenas seguiu em frente a ignorando, a moça não sabia mais o que falar e apenas aceitou ele seguir em frente. "Aqui, o início do incêndio" apontou o garoto num antigo escritório.
"O que você quer me mostrar?" a moça olha cada canto sem entender nada. "vi que ele tentou apagar provas e acabou morrendo acidentalmente, foi isso né?"
"Acidentalmente, ele morreu de proposito" a frase do garoto só fez a mulher fazer a pergunta famosa por curiosos. "porque?"
"Eu li alguns papeis deles, tentou encontrar uma maneira de viver para sempre. O corpo prende a alma no plano terrestre, só que acidentes a fazem vir para esse lado de solidão e vazio"
"Então ele queria o que? Possuir um corpo?"
"Não tem como, só pode existir uma alma por corpo e ninguém pode expulsar uma alma de corpo. Ele teria que achar um corpo vazio, mas ainda vivo. Um corpo danificado não funcionaria, é tipo controlar uma marionete com as cordas cortadas" a metida que explicava a mulher parecia compreender mais o que ele falava.
"É como pegar um corpo vazio, isso é possível?" o menino parecia voltar a sorrir com a dúvida dela.
"Morte Cerebral e Coma, só que ninguém pode chegar perto de um corpo em coma sem a permissão da alma dele, então só sobra a outra opção. Foi aí que ele tentou causar morte cerebral em seus pacientes e foi descoberto." O clima foi ficando mais tenso e sombrio.
"Então o único jeito de voltar a vida e ser imortal é..."
"Morrendo" completou o menino. "não é engraçado como temos que fazer o contrário do que queremos para alcançar nosso objetivo? E então me diga, depois disso, ainda quer trazer seus filhos de volta a vida?" instigou o menino.
"Não é possível que seja só isso. Colocar fogo aqui também mataria corpos nesse estado, seria estupido, ele deve ter encontrado outro meio"
"Se encontrou teria que ser rápido, em 5 anos a escuridão o absolveria por completo. Tenho três anos desde que eu morri e nunca vi ele por aqui. Olha tudo que ele fez para voltar, você teria a mesma coragem?" a pergunta a deixava aflita, não queria dizer que não, mas também um sim não seria opção.
"Você leu os documentos deles, como? Não foram queimados?"
"Aqui eles estão inteiros, mas caso queira ler, posso lhe mostrar a sala"
Com apenas um aceno demonstrou confiança para seguir em frente, se recusava a aceitar aquilo. Depois de um ano de sofrimento queria encontrar respostas para o fim de sua dor.
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