Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

Sem impulsos

"Não posso ir contra o tempo
Então deixo fluir silenciosamente
Mesmo quando eu deixo ir
As pessoas que eu amo"
Be Calm - Hwasa

Jimin's POV

— Epa, pensei que só o Jimin-ssi estaria aqui. — A esposa de Moonbyul disse, parada na porta, ainda nos olhando num misto de surpresa e... Malícia? Eu não soube identificar bem.

— Eu estava, é que... — Tentei responder algo, meio gaguejando e perdido nas palavras, enquanto me afastava de Jungkook, que tinha o rosto pálido naquele instante.

— Não precisa explicar nada, apenas vim chamá-lo a pedido do Taehyung. — A ômega de cabelos rosados respondeu.

— Eu já estou indo. — Falei, um tanto sem graça por termos sido pegos, mesmo que a gente não estivesse fazendo nada demais, só dançando.

Ok, eu sei que a gente estava quase beijando, mas eu iria ignorar aquela informação por enquanto e lidar com o ataque de pelanca depois.

— Nunca se esqueçam de fechar a porta antes, rapazes. — Yongsun disse, sorrindo de lado e dando uma piscadela, antes de dar dois passos para trás e fechar a porta, deixando Jungkook e eu ainda com cara de surpresa para trás.

Um silêncio desconfortável se fez presente após a saída da ômega, eu não sabia o que falar e Jungkook muito menos, afinal não era como se não soubéssemos o caminho que quase tomamos minutos atrás, e sinto que o clima estaria bem menos constrangedor se o beijo realmente tivesse acontecido antes de Yongsun entrar.

Porém acho que o que estava me deixando realmente nervoso não era nem a situação ou a possível ficada que teríamos, e sim o fato de que eu não sentia que seria um simples beijo, porque não conseguia o ver como somente um participante do reality, ou apenas um alfa qualquer com o cheiro bom, ou alguém aleatório que me deixou a fim dele, isso poderia bagunçar as coisas.

— Eu tenho que ir me reunir aos outros. — Jungkook foi o primeiro a quebrar aquele silêncio, se afastando de mim a passos rápidos.

— Não erre a porta de novo, hein? — Brinquei, rindo soprado, tentando disfarçar a timidez.

— Pode deixar. — Ele expressou, sorrindo levemente.

Suspirei, o assistindo se retirar do cômodo, e esperei alguns minutos para sair, dando uma rápida vigiada no corredor para saber se havia mais alguém por perto antes de me retirar dali e seguir até o salão, onde as coisas continuavam a todo vapor, fazendo eu sentir que tinha me teletransportado para um ambiente completamente novo, já que enquanto estive naquele escritório com Jungkook, até me esqueci do quão cheia a casa estava.

— Jimin! — Taehyung gritou meu nome, surgindo em meio a multidão. — Onde você se meteu? Estava te procurando há séculos.

— O barulho daqui estava me dando dor de cabeça, fui descansar um pouco. — Dei a primeira desculpa que veio em minha mente, mesmo sabendo que não precisava fingir para Tae.

— Você parece tenso, está tudo bem? — Ele notou rapidamente, como de praxe.

— Estou sim. — Assenti, antes de continuar. — O que queria falar comigo?

— Vamos sair daqui antes. — O alfa respondeu em seguida, olhando para os lados, onde muitos nos observavam, uns disfarçadamente e outros nem tanto.

Taehyung me pegou pela mão e saiu caminhando em direção as escadas, subindo todos os degraus até chegar no corredor dos quartos, entrando na primeira porta que surgiu, sendo essa a de um dos quartos de hóspede.

— Você viu que o Bonwan está aqui? — Foi a primeira coisa que Taehyung disse assim que fechou a porta.

— Eu quase beijei ele! — Exclamei no mesmo instante, fazendo nossas vozes se mesclarem.

— O quê? Você quase beijou aquele desgraçado? — O Kim exclamou alarmado, e eu franzi o cenho, demorando um pouco para compreender o que ele tinha dito de início.

— O quê? — Retruquei, franzindo a testa. — Não, estou falando do Jungkook.

— Espera, vamos com calma... — Disse, fazendo um sinal de "pare" com ambas as mãos. — Em que momento isso aconteceu e o que tem a ver com o Bonwan?

— Não tem nada a ver com ele. — Respondi, rindo da expressão confusa do meu amigo. — Quer dizer, foi por causa da minha frustração de saber que ele estava aqui que pedi para o Jungkook ficar mais um pouquinho comigo no escritório.

— Estou tentando não fazer nenhuma piadinha maliciosa sobre vocês dois sozinhos no escritório, então prossiga. — Taehyung falou, cruzando os braços em frente ao peito e tentando manter sua cara séria.

— Eu precisava pensar em outra coisa e o Jungkook é uma boa companhia, ok? — Indaguei, o vendo apenas arquear uma das sobrancelhas ao me encarar. — Não sei bem como as coisas foram da água para o vinho assim, a gente estava dançando e falamos umas coisas, ai quase nos beijamos.

— Quase? — Repetiu antes que eu prosseguisse.

— É, a Yongsun apareceu na porta me chamando, e interrompeu o momento. — Contei, rindo soprado.

— E você queria que o beijo tivesse acontecido? — Fez a pergunta que eu não sabia se queria responder em voz alta ainda.

— Sim... Quero dizer, não! — Dei uma pausa, tendo seu olhar preso no meu por alguns segundos, como se dissesse que sabia que eu estava mentindo. — Talvez.

— Por que está tão nervoso com isso? Só por ele ser um participante do reality? — Perguntou em seguida, andando até a cama do quarto e sentando-se sobre o colchão.

— Também... — Respondi, também me sentando na cama. — Mas não era atrás de algo assim que eu estava, Tae, tenho o pressentimento de que me sentir assim por ele só vai complicar tudo.

— Pelo que você me contou, isso também não era o ele estava atrás quando se inscreveu neste programa. — Proferiu, já que eu tinha lhe falado sobre todas as conversas que tive com Jungkook. — Mas aconteceu, e agora não acha que ele se tornou o participante confiável para quem você poderia contar a verdade no final?

— Sim, tenho pensado bastante nisso. — Afirmei em seguida.

— Então sem pessimismo, eu sei que você já caiu em muitas armadilhas, mas agora não tem apenas várias câmeras para te ajudar, como também toda uma equipe de pessoas que dirão se esse alfa é mesmo alguém digno de sua confiança. — Taehyung afirmou, com seu jeito otimista de sempre.

— E se tudo ainda não for suficiente? — Indaguei pensativo, sentindo sua mão segurar a minha.

— Você está tomando todos os cuidados para verificar cada participante, Jimin, o que é o mais seguro a se fazer, mas também não fique se prendendo ao "e se" toda hora, e deixando de viver algo muito legal, sabe? — Expressou, apertando nossas mãos juntas.

— É difícil se desprender das desconfianças. — Respondi, o vendo assentir, compreendendo meu ponto de vista também. — Mas vamos falar de outra coisa agora, senhor noivo.

— Ah, isso. — Falou, sorrindo, coçando a nuca com sua mão livre, num ato de timidez. — Eu tinha te dito que estava planejando pedir o Jin em casamento.

— É, mas não que iria fazer isso hoje. — Afirmei, o dando um tapinha leve no ombro. — Poxa, queria ter te ajudado a planejar.

— Você ajudou indiretamente, Jiminie, essa festa é na sua casa e por causa do seu reality afinal. — Respondeu, me fazendo rir da desculpa esfarrapada do Kim. — Eu não contei para ninguém na verdade, só para o cara do som e o das luzes porque precisava de auxílio nisso, mas preferi que fosse surpresa para todos, você sabe que eu adoro coisas assim.

— Sim, eu sei. — Assenti ao dizer, antes de o puxar para um abraço lateral. — Estou muito feliz por vocês, Tae.

— Eu também, nossa! — Exclamou animado, retribuindo o contato ao passar seu braço por cima dos meus ombros. — Mas acho que ainda estou meio anestesiado, minhas pernas até tremiam enquanto eu andava por aquele palco.

— Nem reparei, você parecia super relaxado naquele momento. — Afirmei, porque Tae não era muito de demonstrar nervosismo.

— Só parecia mesmo. — Comentou rindo, no mesmo instante em que batidas foram ouvidas na porta.

— Pode entrar. — Eu respondi, vendo a porta se abrir e um dos rapazes que trabalhava na produção do reality aparecer.

— Senhor Park, estão lhe chamando para decidir quem foi o ganhador da prova de hoje. — Ele disse rapidamente.

— Estou indo. — Falei, me levantando prontamente, enquanto o rapaz já se retirava do quarto.

— Então, voltando sobre aquilo que conversamos antes, tenta tirar seus pensamentos do negativismo um pouquinho, ok? — Taehyung expressou antes que eu saísse do quarto. — Não estou pedindo para parar de tomar cuidado, apenas não construa um muro em sua volta.

— Tudo bem. — Afirmei, mesmo não tendo certeza se conseguiria seguir seu conselho de ser mais positivo.

— E agora eu vou tirar o Bonwan daqui de dentro, nem que seja puxando pela orelha. — Taehyung disse, também se colocando de pé.

— Tae, não precisa. — Retruquei, espalmando minhas mãos sobre seus ombros. — Não quero fazer escândalo e tirar a atenção que deveria ser toda para o Jin essa noite.

— Não vou fazer escândalo, apenas vou educadamente o pedir para me seguir até a saída, e se ele se negar, os seguranças vão tratar disso quando eu falar para retirarem o penetra da festa. — O alfa me respondeu. — Ninguém vai ficar dando atenção para a invasão de um penetra qualquer, isso acontece muito nesses tipos de evento.

— Tudo bem, mas sem alardes, ok? — Pedi, e ele afirmou num aceno.

— Não se preocupe, Jiminie, sei o que fazer. — Proferiu, e no mesmo instante eu já me sentia preocupado, mas confiaria nele.

Lhe abracei mais uma vez antes de sair do quarto, vendo o rapaz que tinha ido me chamar esperando na beira da escada, para que descermos juntos até uma das salas do andar de baixo, onde o pessoal que foi convidado para serem os julgadores daquela prova estariam.

Se tratavam de cinco pessoas da equipe de marketing e publicidade da empresa que participaram do teste com os dez candidatos, e todos foram me falando sobre a desenvoltura de cada participante ao tentar os vender o produto fictício que lhes foi dado como objeto para completar a prova.

Alguns se saíram muito bem, tinha um bom papo e até facilidade para vendas, passando tanta confiança no produto que estava sendo oferecido que até mesmo pareciam estar tratando de algo real, o que surpreendeu o júri. Já outros não tiveram tanta sorte, estavam nervosos e pareciam não ter experiência alguma com aquele tipo de situação, o que comprometeu seus resultados na prova.

Todos os dez participantes receberam notas, e no final somamos para ver as colocações de cada um, fazendo o primeiro e o segundo lugar terem uma diferença de apenas um ponto, fazendo mais uma alfa ser a vendedora da prova pessoal, porém me deixando um pouquinho decepcionado, pois Jungkook era quem estava em segundo colocado.

— Vamos avisar a ela e os demais participantes agora. — Um dos jurados disse, olhando para a câmera presente na sala, afinal toda a nossa reunião para decidir o vencedor estava sendo gravada para o programa.

— E eu vou curtir um pouco mais da festa. — Afirmei, me levantando da mesa em que estávamos sentados.

— E, corta! — Moon exclamou no momento seguinte. — Você não tem mais filmagens hoje, Jimin-ssi. — Ela disse, me fazendo suspirar aliviado. — Agora o resto de vocês venham comigo até a sala ao lado, vamos falar com os concorrentes.

Os funcionários da empresa se despediram de mim enquanto iam saindo do cômodo, assim como a equipe de filmagem também se retirou no momento seguinte, me deixando sozinho mais uma vez, pensando na longa semana que viria pela frente, agora comigo morando juntamente dos demais participantes do reality.

O que me mantinha num misto de ansiedade e apreensão, mas ainda sim alegre por saber que o final estava tão próximo.

{~>x<~}

— Bem vindos a minha casa! — Exclamei aos trinta candidatos restantes, que aplaudiram em seguida, estando todos dispersos pelo a jardim frontal da casa, enquanto eu ficava na varanda na residência.

Eu tinha chegado cedo na casa do campo naquela segunda-feira, sabendo que o local estaria cheio de empregados da emissora para arrumar tudo antes dos participantes chegarem, enquanto eu teria a missão de os recepcionar, dizer as regras e apresentar o lugar. Não estava muito animado com isso, mas atuar estava se tornando um dos meus talentos.

Dessa vez acabei indo sozinho, Taehyung estava ocupado com um novo projeto para a galeria em que ele expunha suas obras, Seokjin tinha as promoções de seu álbum para fazer, Hyejin também não pode me acompanhar, e minha mãe ômega precisava ajeitar as coisas de sua loja, já que a mesma tinha ficado fechada desde o falecimento de Jiyeon

Acho que nunca cheguei a comentar, mas Sojin tinha uma floricultura há algum tempo, porém não por precisar de dinheiro extra, ela apenas amava jardinagem e desejava ter algo para ocupar seu tempo, principalmente se fosse um coisa que pudesse gerenciar sozinha, um hobby lucrativo como a mesma costumava chamar.

Minha mãe ômega era formada em Letras, porém tinha deixado de lecionar fazia anos, agora preferia mesmo cuidar de sua lojinha, segundo ela era algo bem mais tranquilo para si, pois afirmava que já não tinha mais a mesma calma e a vontade para estar à frente de uma grande turma, preferia cuidar de suas flores.

E eu gostaria de ter ido com ela até a mansão naquele dia, mesmo que não tivesse exposto essa minha necessidade, pois não queria a deixar preocupada, o que sabia que aconteceria caso em começasse a falar sobre.

Fazia um certo tempo que eu não visitava a mansão, a qual sonhei em ver pronta por tanto tempo, tendo cada cantinho planejado por mim, e não era apenas por falta de tempo, mas também porque eu estava mais empolgado com tudo aquilo enquanto tinha minha mãe alfa aqui comigo, planejando os fins de semana que poderíamos passar aqui, com minha omma ômega e nossos amigos mais próximos.

Agora parecia apenas um monte de corredores e cômodos frios e vazios, mesmo com toda aquela mobília cara os recheando.

Haviam câmeras em praticamente todo canto também, o que tirava a ideia de recanto para relaxamento e privacidade que eu idealizava quando comecei a pensar na construção, porém não para filmar em tempo real ou algo assim, o programa continuava a não ser um reality de confinamento, gravado vinte e quatro horas por dia, mas segurança era necessária, e por isso a maioria dos lugares receberam sua câmera.

— Antes de tudo vou explicar algumas coisinhas para vocês. — Continuei o meu discurso aos participantes. — Todos irão receber uma plaquinha com o nome de vocês, para ser fácil da produção identificar cada um, afinal são trinta pessoas, gravar o nome de todo mundo não é algo rápido de acontecer.

Enquanto eu falava, os staffs distribuíam os crachás metálicos, contendo o nome de cada participante, o que não serviria apenas para ajudar a galera que trabalhava no reality, serviria para mim também, pois não me recordava o nome da grande maioria.

— A casa tem atualmente doze quartos, e dez deles será divididos entre vocês, e que dará três pessoas para cada dormitório. — Afirmei também, vendo alguns já formando seus trios no mesmo instante. — Estão livres para percorrer o térreo e o primeiro andar da casa, porém o segundo andar é privado a minha família e a mim mesmo, a menos que eu mesmo os chame para ir até lá.

Falei começando a andar pela varanda da casa, entrando pela porta dupla da fachada, seguindo pelo hall de entrada que dava acesso a sala, sendo acompanhado pelos demais.

— As refeições terão seus horários marcados, e tudo está naquele painel ali. — Expliquei, apontando para o painel digital que tinha sido colocado em uma das paredes. — Não tem toque de recolher ou algo assim, porém se forem chegar tarde ou passar a noite fora, avisem antes.

E assim me virei para começar a subir as escadas, parando no quinto degrau, para ter uma visão melhor de todos que se acomodavam no grande cômodo, olhando para toda a decoração com curiosidade e admiração.

— Subindo essa primeira escada vocês terão acesso aos quartos, podem escolher o qual preferirem. — Falei em alto tom. — Daqui a duas horas teremos um almoço todos juntos nos jardins, então terão esse tempinho para se acomodarem. — Conclui por fim. — Podem ir.

Desci a escada enquanto todos subiam, passando por mim com sorrisos em seus rostos, porém me faziam pensar se todo mundo realmente estava muito bem humorado ou se era somente um sorriso de simpatia forçada. Mas não importava de qualquer maneira, porque eu estava do mesmo jeito.

Namjoon foi um dos primeiros a passar por mim, me cumprimentando antes de continuar a subir, recordando-me do que Taehyung tinha me perguntando dias atrás, sobre o motivo que me fazia continuar mantendo o Kim no programa, sendo que quando tive chance de poder iniciar algum tipo de relação com ele no passado, eu me afastei completamente.

E no início eu realmente fiquei tenso com sua presença, sabendo que sua família poderia estar planejando coisas juntamente da minha, para enfim conseguirem realizar o plano de casar os herdeiros, porém com o passar das semanas, fui percebendo que Namjoon não parecia realmente interessado em chegar até mim.

Acabei descobrindo o motivo, dias depois, quando o mesmo veio até mim e contou sobre o relacionamento que estava mantendo, e sobre como não queria simplesmente sair do programa, e sim continuar até quando pudesse, mas que não desejava ser vencedor. Namjoon não explicou seus motivos, mas sabendo quem era a pessoa com quem ele estava, eu realmente esperava que o Kim não a magoasse e que estivesse sendo sincero com seus sentimentos.

A alfa com quem eu tinha me encontrado no dia anterior foi a pessoa a vir depois de Namjoon, ela flertava com o olhar, num andar sedutor e lento em minha direção, porém apenas sorri de volta e logo desviei a atenção para outro ponto da sala, percebendo que pelo visto a gente tinha tido opiniões diferentes sobre o encontro, porque enquanto ela agia como se tivesse sido um sucesso, eu tinha achado tudo desinteressante.

Não era culpa da moça em si ou do lugar em que fomos, eu apenas não estava com a menor vontade e não consegui aproveitar bem, talvez o jeito com que ela me jogava cantadas o tempo inteiro também não tivesse agradado, mesmo que eu adorasse manter um clima de flerte, eu só não estava no clima e ela não percebeu isso.

Logo atrás dela, veio Choi Daeshin, sorrindo para mim com suas feições simpáticas de sempre, porém alguma coisa me incomodava nele, eu ainda não sabia bem o que era, mas existiu um momento durante o café da manhã que tivemos sozinhos, aquele que o programa disponibilizou a ele por ter tido que sair do encontro do dia anterior por conta de um ataque alérgico, em que comecei a me sentir realmente desconfiado.

Talvez fosse a forma como ele parecia saber tanto sobre mim e sobre a minha família sem eu ao menos ter dito algo sobre, ou pela forma como seus sorrisos nunca chegavam aos olhos, e seu corpo sempre se mostrava inquieto, por vezes nervoso, mas nunca distraído, como se soubesse exatamente o que dizer a cada momento, com seus olhos fixados em mim, tão intensos que até parecia que queria ler todos os meus pensamentos, enquanto sua boca proferia um texto decorado.

Podia ser uma simples paranoia da minha cabeça, e ele tão pouco tinha dito algo desagradável ou entrado em meio espaço pessoal, mas meus sinais de alerta estavam acesos, e continuariam assim até que eu confirmasse minhas desconfiasse ou as apaziguasse.

Rapidamente todos já tinham passado por mim, e a equipe de filmagem foi os seguindo, enquanto cada um escolhia o lugar em que dormiria pelas próximas semanas. Não tendo mais o que fazer ali, me virei de volta para a sala, pensando estar sozinho, mas me surpreendi ao ver Jungkook ainda lá, parado, observando um dos quadros que decoravam uma das paredes, como se fosse a coisa mais interessante que já tivesse visto, o que me fez pensar que talvez ele estivesse apenas ganhando tempo.

— Não vai ir conhecer os quartos? — Perguntei a Jungkook, quando percebi que ele tinha sido o último a restar no cômodo.

— Vou pegar minhas malas primeiro, meu amigo Yoongi já vai escolher um quarto para nós dois. — Ele respondeu, desviando o olhar para o chão, não chegando a me encarar nenhuma vez enquanto falava.

— Está fugindo de mim? — Indaguei rapidamente, o que o fez arregalar os olhos, agora sim me olhando cara a cara.

— O quê? — Jungkook questionou confuso.

— Você mal me olhou desde que chegou aqui. — Expliquei, andando alguns passos em sua direção.

— Não foi de propósito, eu apenas ando meio distraído. — Respondeu, com seus olhos correndo por todo o cômodo, evitando focar-se em meu rosto.

— Sua distração tem a ver com o que aconteceu na festa? — Retruquei, sem tempo para me fazer de desentendido.

— Mas não aconteceu nada na festa. — Sua resposta me pegou um pouco de surpresa, pois seu rosto se elevou para me fitar, e seu tom de voz mudou, ele agora soava irônico.

— Você queria que tivesse acontecido? — Joguei de volta, arqueando as sobrancelhas.

— Se você também quisesse, sim. — Novamente eu via Jungkook em um dos seus impulsos de coragem, e eu não iria perder isso.

— E se complicasse as coisas? — Perguntei, dando mais um passo em sua direção.

— Minha vida já anda bem complicada mesmo. — Disse dando de ombros, andando um pouco para frente também.

— Então é assim que vamos jogar, Jungkookie? — Questionei sarcasticamente, sorrindo de lado. — Com você não se importando com qualquer consequência?

— Eu pensei demais a minha vida toda, e mesmo assim coisas ruins aconteceram, vou começar a me arriscar também. — Respondeu, também mostrando um sorriso, porém leve.

— Eu já sou muito impulsivo mesmo, não seria novidade me ver fazendo algo assim de novo. — Afirmei, chegando mais perto dele, brincando com meus dedos na barra de sua jaqueta.

— Onde essa conversa vai nos levar? — Perguntou, levantando uma das sobrancelhas.

— Onde você quer que ela nos leve? — Indaguei, me arriscando um pouco mais ao inclinar o tronco em sua direção.

— Ao xeque mate para o tal jogo que você mencionou. — Respondeu firme, aumentando o meu sorriso.

— Gosto de sua maneira de pensar... — Sussurrei, o vendo chegar ainda mais perto também.

— Senhor Park? — Porém antes que algo acontecesse, uma voz veio me chamar e nos importunar.

— Ai, o que foi agora? — Perguntei irritado, me virando para ver quem me chamava, e mais uma vez era alguém da produção.

— É... Temos cenas para gravar no jardim e... — O rapaz respondeu nervoso, com seus olhos fazendo um caminho de Jungkook até mim diversas vezes.

— Tudo bem, já estou indo. — Falei, suspirando frustrado.

— Mais tarde a gente se fala, Jimin-ssi. — Foi o que Jungkook disse quando me virei de volta para ele, já o vendo prestes a se retirar da sala.

E eu fiquei mais alguns segundo estático ali, vendo suas costas se afastando, enquanto eu me perguntava quando poderíamos ter um tempinho realmente sozinhos e sem intromissões.

{~>x<~}

— Como assim ele sumiu? — Indaguei, quase gritando para Taehyung, que não estava conseguindo ouvir minha voz direito por conta de todo aquele barulho que a plateia fazia.

Estávamos numa casa de show, na primeira apresentação que iniciaria a turnê nacional de Seokjin, e era quase oito horas da noite uma sexta-feira, sendo que o Kim deveria estar pronto para subir no palco naquele exato momento, entretanto o alfa havia desaparecido, não atendia as ligações de Taehyung e nem tinha avisado para alguém que iria sair.

— Ele não pode chegar atrasado ou se ausentar logo do primeiro show, vai ser péssimo para a imagem dele, todo mundo veio aqui para vê-lo. — Tae disse, estressado e olhando para todos os lados, na esperança de ver Jin chegando.

— Vamos tentar encontrá-lo, não tem como ele ter saído daqui sem ninguém perceber, estamos num lugar lotado. — Afirmei, porém o Kim não parecia muito confiante naquele momento.

— Eu não posso sair daqui, estou praticamente liderando a equipe toda, se eu sumir também, vai ficar difícil. — Respondeu, coçando a cabeça num ato de nervosismo.

— Eu vou então. — Falei prontamente. — Você tem ideia de algum lugar que ele possa ter ido ou o motivo de não avisar ninguém?

— O Jin estava muito nervoso hoje cedo, talvez chegar aqui possa ter o feito ter um pânico de palco, não sei. — Disse, sem saber muito o que supor.

— Ei, gente. — Uma moça que trabalhava com Seokjin apareceu ao nosso lado. — Falaram que viram o Jin saindo pelos fundos, ele estava sozinho.

— Tem um lugar para onde ele sempre vai quando está muito estressado. — Taehyung afirmou, pegando um papel qualquer em cima da mesa do camarim e anotando algo. — Eu nunca fui com ele, não sei exatamente como é a fachada do lugar ou algo do tipo, mas ele sempre me avisa antes de ir, então só sei o nome.

— Já serve, estou indo. — Falei, pegando o pedaço de papel onde ele tinha escrito o nome do lugar que Jin costumava frequentar.

Saí dos bastidores correndo, passando por diversas pessoas pelo caminho, esbarrando em algumas por estar realmente muito lotado, mas enfim consegui respirar ar puro quando me vi fora da casa de show. Entretanto assim que pisei meus pés na calçada me lembrei de que não tinha ido de carro, precisava chamar um Uber.

Mas esse foi mais um daqueles momentos em que me questionei se não existia alguém fazendo o roteiro da minha vida e me colocando em situações complicadas de propósito, apenas para deixar tudo mais sadicamente cômico para o escritor, já que meu celular estava sem sinal, o que me impediu de chamar o bendito carro para me buscar.

Fiquei andando de um lado para o outro, esperando que algum sinal da operadora aparecesse ou uma luz no fim do túnel surgisse, porém a minha luz não veio por meio de um automóvel aleatória com a plaquinha de "táxi" em cima dele, mas sim com cabelos rosas e um cheiro delicioso de jasmim.

— Yongsun? — Chamei surpreso, ao ver a esposa de Moonbyul ali em frente a boate, com seu cigarro entre os dedos.

Porém não deveria estar tão surpreso assim, a própria Moon já tinha dito que sua ômega era fã do trabalho de Taehyung, sendo assim era de se esperar que ela acabasse por conhecer a carreira do noivo de seu ídolo também.

— Ah, oi Jimin-ssi. — Ela respondeu, apagando a bituca e jogando numa lixeira que havia próxima a entrada da casa de show, vindo em minha direção em seguida. — Tudo bem? Você parece nervoso.

— Estou precisando urgentemente de um carro agora. — Respondi exasperado.

— Eu vim de carro, quer uma carona para algum lugar? — Perguntou, e eu quase a abracei de empolgação após isso.

— Sim, o Jin saiu sem falar com ninguém, o Tae desconfia que ele tenha ido para um tal lugar que eu também não conheço bem, mas o Jin precisa estar em cima daquele palco em meia hora, então... — Comecei a explicar, quase atropelando as palavras pela rapidez com que minha voz saia.

— Entendi, vamos logo buscá-lo antes que a plateia lá dentro perceba o atraso. — Yongsun disse, entendendo rapidamente o porquê do meu nervosismo.

— Muito obrigado. — Agradeci, já a seguindo em busca de seu carro.

O mesmo estava estacionado em algum lugar da longa rua onde aquela boate ficava, felizmente não foi difícil localizar, já que Yongsun, diferentemente de mim, não esquece do local onde estaciona seu carro. Talvez eu devesse aprender um pouco mais com a técnica dela de sempre olhar bem o cenário em volta para não se esquecer.

Não levamos nem oito minutos completos para estar em frente ao tal lugar que Taehyung tinha me passado, conseguindo chegar lá graças ao GPS de Yongsun, porém um novo problema decidiu surgir logo aí, pois o tal local que Seokjin frequentava quando queria espairecer era um bar frequentado exclusivamente por alfas, eu não poderia entrar.

— Ele não atende. — Eu falei, após ligar mais de uma vez para o celular de Seokjin.

— Você vai chamar o Taehyung? — A ômega indagou após assistir minhas tentativas fracassadas de entrar em contato com Jin.

— Até ele chegar aqui o Seokjin já vai estar muito atrasado para se apresentar. — Respondi, não vendo mais alternativas naquele instante. — Nós vamos entrar.

— Jimin! — Ela exclamou, me segurando pelo braço antes que eu atravessasse a rua em direção ao bar. — Isso daqui não é um filme, o cara não vai deixar a gente entrar se simplesmente jogarmos charme para ele.

— Só sorria e segue a minha. — Expressei, após observar um grupo de pessoas adentrarem o bar, carregando bolsas grandes e cases de violão.

Escutei a ômega resmungar atrás de mim mais algumas vezes, mas continuar me seguindo pela rua, até chegarmos na porta de entrada do estabelecimento, onde um segurança estava parado, com cara de poucos amigos, mas tentei mostrar a minha expressão mais simpática possível.

— Boa noite. — O cumprimentei casualmente, tentando passar diretor por ele, como se fosse um costume meu frequentar aquele lugar.

— Ei, ei. — O segurança me barrou, se colocando em nossa frente antes que passássemos pela entrada. — Desculpem, mas só são permitidos alfas.

— É, a gente sabe, fomos contratamos como atração da noite, vamos cantar. — Respondi rápido, apontando para um dos cartazes colados na fachada do local, que indicavam apresentações musicais ao vivo.

— E onde estão suas credenciais? — O homem alto questionou desconfiado. — Todo artista que se apresenta aqui recebe uma para ter acesso aos bastidores.

— Estão com os membros da nossa banda, e eles acabaram de entrar. — Menti, me referindo àquele grupo de pessoas que eu tinha visto chegar minutos antes.

— A galera que acabou de entrar são cliente frequentes, não são uma banda. — O segurança retrucou, acabando com a minha farsa no mesmo instante.

— Ah... — Expressei, vendo que não teria jeito, era melhor falar a verdade logo: — Olha, a gente só quer entrar porque estamos procurando um amigo nosso que está faltando a um compromisso muito importante para a carreira dele, achamos que ele veio pra cá, você pode até escoltar a gente lá dentro.

— Nós não vamos ficar, só precisamos muito falar com esse nosso amigo, ele não atende as nossas ligações e nem as do noivo dele, que agora mesmo está tentando segurar as pontas no lugar onde nosso amigo deveria estar. — Yongsun completou logo após, e o segurança ficou nos observando por alguns instantes, pensativo.

— Eu vou confiar, mas também vou deixar meus colegas avisados da presença de vocês atrás desse tal amigo. — Ele disse, nos fazendo suspirar em alívio. — Se estiverem mentindo, irão ser expulsos, entenderam?

— Sim. — Afirmamos em uníssono.

O segurança então pediu nossas identidades e nos revistou com um detector de metais para ter certeza de que não estávamos tentando aprontar alguma coisa, e por fim adentramos o bar com os olhos atentos, buscando por Seokjin em algum canto do vasto lugar, porém estava cheio, o que dificultou bastante.

Muitos olhares vieram em nossa direção assim que entramos no salão principal, havia várias mesas redondas com grupos de alfas sentados, papeando enquanto comiam e bebiam, e na lateral do estabelecimento tinha um longo balcão de vidro, onde os barmans trabalhavam, a frente de uma enorme parede com uma exposição diversa de bebidas de todos os tipos e preços.

— Não estou vendo ele. — Murmurei para Yongsun.

— Também não. — Ela respondeu, apontando para um lugar aos fundos do bar em seguida: — Vamos até o salão de jogos ali.

E andamos até os fundos do salão, entrando na porta que indicava a sala dos jogos, onde também tinha muita gente ocupando as várias mesas de bilhar, pebolim, dardos e algumas mesas livres onde jogavam cartas, dominó e jenga. Mais uma vez nos deparamos com um local lotado de gente, sendo difícil identificar Jin no meio de toda aquela galera.

— Aquele ali não é o Jungkook? — Escutei Yongsun me perguntar, cutucando meu ombro para que eu também olhasse na direção que ela estava olhando.

— O quê? — Questionou franzindo o cenho.

Me virei para o lado que Yongsun indicava, e minha nossa...

Ainda bem que fiz isso, ou teria perdido um Jungkook vindo em minha direção, com uns três botões de sua camisa abertos, expondo as tatuagens que haviam ali, assim como também sua pele suadinha pelo calor do local, molhando os cabelos de sua testa também, o que apenas o davam um ar mais sensual, ou talvez fosse somente o fato de que eu estava tão a fim dele que até as pequenas coisas feitas por ele chamavam a minha atenção.

Meus "divertidamente" deveriam estar em pane, correndo para todos os lados enquanto as alarmes avisavam sobre o "alerta de macho gostoso se aproximando" neste exato momento.

— Boa noite, gente. — Jungkook se aproximou dizendo, com uma feição confusa na face. — O que estão fazendo aqui?

— Procurando o Seokjin. — Sun respondeu por mim, enquanto eu estava entretido babando naquele peitoral...

— Ele está na área vip. — Jeon afirmou, me despertando novamente para a realidade ao ouvir que Seokjin realmente estava ali. — Eu levo vocês até lá.

Apenas o segui um pouco abobalhado pela beleza daquele alfa, que estava em seu auge naquela noite, mas tentei não ficar muito distraído com isso e prestar atenção no que Jungkook nos falava, que se tratava de Jin, pois segundo o moreno, Seokjin tinha chegado lá há pouco tempo e se isolado nos fundos do estabelecimento, sem falar com ninguém.

Jungkook nos levou até o andar de cima, onde explicou que haviam as salas vip, onde o pessoal tinha mais privacidade com seus amigos, pois eram cômodos fechados e com bares e jogos próprios, sendo assim quem era vip não precisava enfrentar aquela muvuca do andar debaixo ou demora para ser atendido.

Jeon contou também que ele só era vip porque era amigo do dono do local, ambos se conheceram na faculdade e assim que o cara conseguiu abrir aquele negócio, deu a Jungkook e outros colegas o passe vip, tanto que o moreno costumava frequentar bastante o local quando queria espairecer um pouco.

Como naquela noite, em que decidiu vir sozinho mesmo, já que mesmo tendo chamado seus amigos e irmão, todos falaram que tinham outros compromissos, e Jeon não queria ficar na mansão sem fazer nada, por isso decidiu ir curtir na cidade somente com sua própria companhia mesmo.

— Ele estava por aqui da última vez que o vi. — Jungkook disse assim que entramos em uma das salas da área vip, e realmente fazia jus ao nome "vip", porque além de ser bem mais chique, organizado e limpinho, porém estava quase vazio.

— Ele ainda está aqui. — Yongsun afirmou, apontando para uma mesa mais distante, onde Seokjin estava sozinho.

— Vou lá falar com ele. — Avisei, me distanciando dos dois, chegando na mesa no instante seguinte. — Ei, Jin...

— Jimin? — O alfa indagou surpreso, levantando o rosto para me olhar.

— O que está falando aqui? Você deveria estar prestar a subir no palco daqui a pouco. — Perguntei, enquanto puxava uma cadeira e me sentava ao seu lado.

— Eu não sei o que houve comigo, quando vi aquele tanto de gente na platéia, me bateu um desespero, eu agi por impulso, quando fui perceber o que estava fazendo, já tinha entrado aqui. — Jin respondeu, suspirando frustrado. — Eu já estava voltando, só precisava tentar me acalmar.

— Você teve uma crise de ansiedade? — Indaguei preocupado.

— Também. — Ele assentiu. — Eu fiquei muito tempo sem subir num palco, Jiminie, me sinto enferrujado, comecei a sentir medo que o público detestasse a apresentação ou as músicas que escrevi, ou de voltar a sofrer todo aquele preconceito por ser um alfa que agora é noivo de outro alfa, e além do mais, já sou um cara de trinta anos, você sabe como a indústria da música prioriza os mais jovens, comecei a pensar em tudo isso e entrei em pane.

— Eu entendo o seu medo e também o surto de sair correndo, mas por que não atendeu as ligações do Tae? Ele poderia vir aqui ficar contigo, te ajudar a se acalmar, não sei. — Perguntei, já que não era um costume de Jin estar sem seu celular.

— Eu saí tão transtornado que nem peguei o celular, deve estar na minha mochila lá no camarim. — Explicou, dando de ombros.

— Jinnie, você é um dos artistas mais talentosos que eu já conheci, sua voz é incrível e suas letras transmitem mensagens lindas, sei que não sou o único que vê o quanto você se esforça e o quão talentoso é, as pessoas que estão te esperando naquela plateia foram tocado pelas suas músicas da mesma forma que eu fui. — Falei sincero, levando minha mão até a sua disposta sobre a mesa. — Se quiser cancelar o show, me fala que eu ligo pro Tae agora e aviso, mas não pense que aquela galera lá não iria apreciar todo o seu trabalho, eles estão lá exatamente porque querem te ver.

— Eu não quero cancelar, eu preciso subir naquele palco, preciso superar os meus receios. — Disse com confiança. — E você tem razão, meu amigo barman estava me dizendo as mesmas coisas antes de você chegar. — Riu soprado, me encarando logo após. — Obrigado por vir até aqui, Jiminie.

— Não precisa agradecer. — Sorri abertamente. — E vamos logo antes que o Tae comece a arrancar os cabelos verdes dele.

— Só vou pagar a conta e já estou indo. — Avisou enquanto se levantava, caminhando até o bar. E eu fiz o mesmo, porém fui na direção de Yongsun e Jungkook.

— Está tudo bem? — A ômega perguntou assim que me aproximei.

— Sim, crise resolvida, eu acho. — Comentei, rindo soprado.

— E você já vai embora? — Jeon perguntou, me pegando de surpresa mais uma vez, e ele notou isso, tanto que ficou todo sem graça no mesmo segundo.

— Ah, sim... — Respondi meio inseguro, porque talvez eu não quisesse ir embora. — Eu nem posso ficar muito de qualquer maneira, é um lugar apenas para alfas.

— Não na área vip, podemos chamar quem quisermos pra cá. — Jungkook tratou de afirmar rapidamente.

— Mesmo? — Perguntei retoricamente, mas ele assentiu afirmando.

— Por que você não fica, Jimin-ssi? — Yongsun indagou, com um sorriso ladino nos lábios.

— Mas eu preciso... — Tentei argumentar, pensando que talvez Jin fosse querer minha presença na platéia de seu primeiro show.

— É Jiminie, por que não fica um pouco mais? — Porém foi o próprio Seokjin que me interrompeu ao dizer, assim que se colocou ao nosso lado também. — Eu mesmo explico para o Tae tudo que rolou.

— Ah, sendo assim, então eu aceito ficar um pouco mais. — Respondi fazendo um pouco de charme.

— Então vamos, Seokjin-ssi? — Yongsun indagou ao alfa, soltando uma piscadela em minha direção antes de seguir até a saída.

— Claro. — Jin respondeu, também me lançado um olhar insinuativo antes de sair.

Meus olhos seguiram os dois até eles passarem pela porta de saída, sobrando Jungkook e eu, sendo essa a primeira vez que estávamos num local fora de casa sem câmeras nos cercando, tecnicamente transformando aquilo no nosso primeiro "encontro" verdadeiro, mesmo que não tivesse sido nada combinado.

E eu estava ansioso para saber onde isso iria nos levar.

{~>x<~}

"Eu preciso disso todos os dias
Desta cidade agitada e da realidade solitária
Por favor me leve a algum lugar distante"
No one - Lee Hi feat. B.I

Jungkook's POV

Não havia acontecido muitas coisas naquela primeira semana como finalista, a mansão de Jimin com certeza era um cenário intimidante de se estar, me trazia ansiedade saber que eu poderia esbarrar com ele a qualquer hora do dia, sendo enquanto andava pelos corredores ou simplesmente quando na cozinha beber água, mas isso sequer aconteceu.

O Park não passava muito tempo em casa durante o dia, e pela noite se mantinha no segundo andar, sendo esse o proibido para os participantes do reality. Eu entendia que ele era alguém bastante ocupado, mas não iria negar que estava alimentando expectativas altas mais uma vez.

A presença de Jimin só era solicitada mesmo quando as câmeras começavam a gravar, como na hora das provas, que tinham mudado um pouco de funcionamento, já que com menos participantes para competir, não havia mais a necessidade de nos dividir em vários grupos, todo mundo fazia o teste junto e no mesmo dia da semana.

Que no caso foi escolhido a terça-feira para a prova profissional e a quinta-feita para a pessoal, e agora o encontro semanal acontecia aos sábados, e não mais aos domingos. Somente o sistema de pontuação que continuava ao mesmo, porém eu não me mantive nas primeiras colocações do ranking.

Fiquei até um tanto surpreso ao perceber que tinha recebido pontos tão baixos na prova profissional, mesmo tendo sido um dos primeiros a terminar e respondendo tudo com tanta certeza, mas não havia como discutir, se aquela tinha sido minha nota, o que me restava era aceitar.

Pela primeira vez desde que entrei no programa eu não estava indo para a prova de âmbito pessoal, e isso me deixou bem decepcionado comigo mesmo, afinal eu vinha vindo de uma sequência de pontuações altíssimas, ter uma baixa assim era desconcertante.

Isso me deixou estressado e com medo, pois isso poderia significar que eu não conseguiria me manter até a final, e mesmo sabendo que eu não estava relaxando, senti que não tinha me empenhado o suficiente, mas ficar alimentando essas neuras não iria me ajudar em nada, por isso quando a sexta chegou, decidi sair para espairecer um pouco.

Acabei escolhendo o bar de um antigo amigo meu, que era um daqueles points exclusivos para alfas, e estavam ganhando fama pela cidade. Lugares assim eram populares, existiam também os que eram voltados somente para ômegas, ou betas, ou apenas para a galera que curtia um gênero específico de música, de quadrinhos, de animes e por aí vai, as possibilidades de temática para esses bares eram infinitas.

Eu só não esperava encontrar Park Jimin no meio daquele bar, não apenas por ser um lugar exclusivo para alfas, mas também porque imaginava que ele só frequenta a área classe média alta da cidade, onde os ricos e badalados iam, mas talvez tenha sido preconceito meu pensar que um cara com grana como ele não curtisse lugares mais populares como aquele.

Mas agora me sentia meio idiota por ter convidado ele para ficar, pois Jimin obviamente estava fazendo algo com seus amigos, e eu sendo impulsivo em notar isso e mesmo assim o chamar para permanecer mais um pouquinho ali comigo. Porém também sabia que o Park não era alguém que aceitava algo apenas por educação, se ele não quisesse ficar teria dito, mas mesmo assim eu me via cheio de inseguranças.

Sem contar que eu não estava me achando nada apresentável naquele momento, além de mal ter me arrumado antes de sair da casa, enquanto Jimin parecia impecável como sempre. Tanto que me distanciei um pouquinho para alcançar a minha bolsa que estava jogada em um dos sofás dispostos no salão, pegando lá dentro um gorro, para dar uma escondida nos meus fios de cabelo rebeldes.

— E então, quer jogar, hyung? — Indaguei assim que retornei até ele, indicando a mesa de sinuca ao nosso lado.

— Caramba, acho que não jogo sinuca desde a faculdade. — Jimin comentou sorrindo. — Mas vamos ver se ainda lembro como se faz.

— Se você era bom, não deve ter perdido a manha. — Afirmei, pegando um taco para mim e entregando outro para ele.

— Ah, eu era muito bom sim, você verá. — Expressou, piscando um de seus olhos antes de se posicionar ao lado da mesa para iniciar com a primeira tacada.

Como sempre ele se mostrava competitivo e esforçado, não era o melhor jogador de sinuca que eu já tinha visto, mas tinha suas habilidades. Poucos minutos depois a nossa diferença de pontuação não era grande, eu estava alguns na frente, mas nada que fosse impossível para ele alcançar e até mesmo passar.

Porém antes que o ômega fizesse a jogada que decidiria se ele iria manter seus pontos subindo ou não, um dos garçons veio até nós, trazendo a Jimin uma taça com um líquido colorido dentro, algum coquetel de nome difícil de pronunciar e com um preço difícil para alguém falido como eu pagar também.

Jimin segurou o seu drinque e depositou o taco sobre a mesa, se sentando sobre a mesma em seguida, balançando suas pernas no ar enquanto sugava a bebida pelo canudinho colorido. E percebendo que ele iria dar uma pausa, também deixei meu taco de de lado, e fui ficar ao lado de Jimin, encostando minha bunda contra a lateral da mesa e apoiando as mãos na mesma.

Senti o ômega deixar sua mão ao lado da minha, despretensiosamente, enquanto ainda bebia o seu drinque com o olhar perdido no videoclipe que passava na grande tela da televisão disposta naquela sala. Porém isso fez meu olhar descer até nossas mãos que estavam lado a lado, notando as diferenças entre as mesmas.

E nem estou me referindo ao tamanho, já que a dele era menor, e sim sobre todo o resto, como o fato de que enquanto minhas unhas estavam pintadas de preto e pequenas tatuagens cobriam algumas áreas de meus dedos, as unhas de Jimin estavam esmaltadas com francesinhas brancas por cima da base incolor, e os vários anéis brilhantes e provavelmente caríssimos enfeitavam seus dedos.

Em nossos estilos de vestimenta essa divergência também se fazia presente, enquanto ele trajava uma camiseta branca lisa com uma camisa colorida em tons pastéis, vindos do rosa para o azul e lilás, com uma calça jeans de lavagem clara e um cinto branco, eu vestia preto da cabeça aos pés, sendo a minha calça um moletom qualquer, e um gorro em minha cabeça para fechar esse look chamado "peguei qualquer coisa e fui".

O que me fazia ter a certeza de que Jimin aparentava ser um idol de algum grupo de conceito boy crush, enquanto eu parecia o membro de uma banda emo dos anos 2000.

— Ainda sim parece tão certo... — Murmurei sozinho com meus próprios pensamentos, porém por conta de nossa proximidade, Jimin escutou.

— O que disse? — Ele indagou, me olhando de soslaio.

— Nada não. — Desconversei, rindo sem graça.

E novamente um clima estranho se fazia presente, não era de propósito, mas acontecia com reconhecia quando aparentemente nós dois começávamos a pensar demais. Eu havia sido bem explícito quanto as minhas vontades dias atrás, e agora isso voltava para mim em forma de constrangimento, não de arrependimento, mas de timidez por não ter acontecido o que pensei que aconteceria.

Talvez ele nem estivesse mais pensando nisso, enquanto eu me mantinha ali, queimando meus neurônios para criar cenários fictícios em minha mente, tentando imaginar como estaríamos agora se o beijo que nos foi antecipado duas vezes tivesse realmente acontecido.

Porque existe uma diferença clara entre sentir atração por alguém, sentir apenas uma tesão momentânea ou verdadeiramente gostar da pessoa, e eu percebia que estava entre a atração e o começando a gostar, mas não sabia em qual dessas opções Jimin se encaixava, e talvez estivesse me martirizando com aqueles pensamentos atoa.

— Seria muito favoritismo meu dizer que queria que você tivesse ganhado a prova pessoal nessa semana? — A voz de Jimin cortou o breve silêncio que existiu entre nós momentos antes. — Fazia um tempo que não nos encontrávamos assim.

— Eu também queria muito vencer essa, mas não tive pontos o suficiente. — Suspirei, voltando a lembrar do quão baixo tinha sido a minha pontuação final naquela semana.

— Você parece realmente frustrado com esse fato. — Jimin comentou, depositando sua taça sobre a mesa e se virando para mim. — Relaxe, Kookie, você é um competidor que se mantém no alto desde o início, sem contar que tem uma postura excelente dentro do jogo também, com seus adversário e com o jurado aqui que vos fala. — Se inclinou um pouquinho em minha direção, começando a sussurrar. — E eu acho que o anfitrião tem uma queda por você.

— Mesmo? — Indaguei retoricamente, quase sentindo o peso das minhas inseguranças quanto ao que ele realmente sentia por mim saindo de cima das minhas costas lentamente.

— Claro, não sou de ficar iludindo, não há vantagens nisso, é apenas uma atitude idiota. — Falou, parecendo bem sincero. — Gosto de ser sincero, Kookie.

— Gosto quando me chama de Kookie... — Declarei, desviando o olhar para algum ponto fixo no piso da sala.

— Gosto quando me chamam de sua alteza real, mas não acontece com muita frequência. — Jimin brincou, e eu ri automaticamente.

— Não vou te chamar assim, hyung. — Retruquei, o vendo fingir uma expressão ofendida.

— Quer apostar? — Perguntou se levantando de cima da mesa num pulo, caminhando até o outro lado do cômodo. — Vamos jogar dados, se eu ganhar, você vai ter que me chamar assim até o fim da noite.

— Você nem sabe o quão bom eu sou nisso. — Respondi arqueando as sobrancelhas.

— Quero descobrir então. — Expressou, enquanto pegava dois dardos e me estendia um.

Sorri ladino, me afastando da mesa de sinuca e indo até ele, pegando o dardo que Jimin segurava e arremessando contra o alvo no mesmo instante, acertando no centro, fazendo uma expressão de surpresa surgir no rosto do ômega, mas um sorriso aparecer no instante seguinte também.

— Muito bom. — Elogiou, antes de também jogar o dardo que ainda estava em sua mão, acertando ao lado do meu, com uma distância mínima. Ele também era bom naquilo. — Vai ser uma disputa acirrada então.

— Se eu vencer, vou ganhar o quê? — Perguntei, mesmo que não quisesse apostar nada.

— A minha companhia até o fim da noite, não está bom para você? — Jimin questionou, sorrindo de lado e me olhando com os olhos semicerrados.

— Não importaria se eu ganhasse ou não, você continuaria aqui. — Afirmei com uma falsa convicção, talvez só queria que ele pensasse que eu era mais confiante do que aparentava.

— Você não está errado. — Jimin completou, ainda sorrindo docemente. — Vamos começar então?

— Sim. — Concordei em seguida.

Jimin andou até o alvo no momento seguinte, retirando o primeiro dardo que se fixou contra a madeira, porém o segundo dardo não foi tão fácil de arrancar. O azulado puxou e puxou várias vezes, porém o negócio tinha ficado preso, o que nos fez rir juntos enquanto o Park usava sua força para tentar tirar o dardo fincado na superfície do alvo.

— Deixa eu tentar. — Pedi, temendo que ele acabasse acertando o próprio rosto ao puxar o objeto com muita força.

Me coloquei atrás de Jimin, passando meus braços por cima de seus ombros para alcançar o dardo, entretanto só me dei conta da posição em que tinha nos colocado quando escutei uma risadinha escapar pelos lábios do ômega, porém ele não esperou que eu me afastasse para virar de frente para mim, nos colocando face a face.

— Você está me fazendo querer fazer uma coisa que vai causar uma enorme bagunça depois. — Sussurrou, levando sua mão até a lateral do meu rosto.

— Nessa altura, acho que não me importo mais em causar uma bagunça. — Respondi no mesmo tom ameno, tomando permissão de circular sua cintura com minhas mãos.

— Que palavras perigosas, Kookie. — Ele riu soprado, segurando meu rosto com ambas as mãos agora. — Mas eu digo o mesmo.

E seu lábios fartos se juntaram aos meus, num choque que meu causou um suspiro, automaticamente aumentando a pressão do meu aperto em sua cintura, Jimin sorriu contra minha boa nesse segundo, intensificando o beijo ao movimentar seus lábios sobre os meus, dando início a um contato que estava me causando muito mais do que apenas calor.

Fui sentindo seus dedos se moverem, descendo pelo meu pescoço até os dígitos da sua destra alcançarem os cabelos da minha nuca, e sua outra mão agarrar meu ombro, me puxando mais para perto enquanto sua língua entrava em contato com a minha, causando estalos molhados.

Unidas as nossas línguas brincavam juntas, conhecendo o sabor novo que o beijo alheio nos proporciona, lentamente fui entendendo seus movimentos e lhe acompanhando no mesmo ritmo, tendo a temperatura do meu corpo aumentando na medida em que sentia o seu cheiro doce ficando mais forte também.

Ofegante e ansioso, eu levei seu corpo mais para trás, colidindo suas costas contra a parede atrás de nós, não parando o beijo que começava a ganhar mais fome e calidez. Jimin me beijava com desejo e empolgação, me causando arrepios e gemidos abafados de deleite, quase me fazendo perder o compasso que aquele ósculo mantinha.

A maneira como seus dedos buscavam conhecer meu tronco, puxando minha roupa e dançando seus dígitos por pontos sensíveis também somava para que eu me visse excitado e ansiando por mais, e eu já nem me importava se restava alguém naquela sala nos observando tão fervorosos daquela maneira, num beijo nada casto.

Seu corpo, sua respiração, seu calor, seus toques, tudo parecia ser feito na medida certa para me deixar fascinado, e eu queria embarcar naquilo, deixar Jimin me guiar, porque eu queria estar com ele assim, perdido e desejoso, necessitando de mais, sem pensar no amanhã e sem pensamentos pessimistas quanto a nós dois juntos.

Ainda teríamos uma madrugada inteira pela frente afinal. 

~♥~

como estão depois desses mais de 9k de palavras? ahusuashasu me empolguei um pouco :'')

Até o próximo com a continuação da noite agitada de jikook hehe ^u^

Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro