[f(39) = 3x - 78] Somos nós
Estamos em contagem regressiva ):
🔮
Eu amo Park Jimin.
Eu o amo tanto que não consigo acreditar.
Agora, meus sentimentos englobam tudo o que aconteceu desde o nosso vinte e um de outubro até tudo que aconteceu depois que acordei naquele hospital. E eu o amo como nunca.
— Eu te amo, Ji.
Desde que cheguei a Seul, deve ser a sexta vez que repito. E eu não quero parar de repetir nunca mais.
Ele merece ouvir. Depois de tudo, de não ter desistido de mim sequer por um segundo, Jimin merece saber que cada sentimento dele é recíproco.
— Eu te amo. Eu te amo e não acredito que você veio até Seul por minha causa. Eu te amo e não acredito que você lembrou de tudo, amor...
Eu o envolvo com mais força, ainda abraçando-o na calçada do prédio no qual alugou um apartamento. Como nossa plateia, temos a agitação de Seul, tarde da noite, enquanto o frio nos envolve em um abraço tão forte quanto o que trocamos desde que desci daquele táxi.
— Isso não é nada perto do que eu sou capaz de fazer por você, Jimin — Confesso, deslizando a ponta de meu nariz em sua pele até beijar sua testa sob os cabelos agora escorridos. — Meu deus... que saudade...
Ele fica na ponta dos pés. É claro que fica. Assim, abraça meu pescoço, quase sem perceber que está tremendo, e seu choro parece nunca cessar.
— Que alívio, meu amor... que alívio por você lembrar de todas as coisas boas...
Eu sorrio em um trejeito preguiçoso e desacreditado, deslizando a mão sobre a minha jaqueta de couro que, agora, protege o seu corpo.
— Esse é seu maior alívio? Eu lembrar das coisas boas?
— Você merece cada uma daquelas memórias lindas, Jungkook-ssi. Cada uma delas. E agora elas voltaram para o lugar que nunca deveriam ter deixado.
É... ainda que eu saiba exatamente por que amo Jimin, mesmo que vários motivos pareçam abstratos demais para explicar, eu não canso de me surpreender com lembretes de tais razões.
E esse é seu primeiro alívio. Saber que eu agora tenho de volta as memórias felizes que mudaram minha vida. É isso que ele comemora em primeiro lugar.
Park Jimin é bom demais para este mundo.
E eu o amo. Cacete, eu não consigo parar de pensar que o amo com minha vida inteira.
— Ji... — De tanto amá-lo, é claro que me preocupo. Então mesmo com toda a euforia do reencontro, percebo: — Você está tremendo de frio...
Ele balança a cabeça para os lados, como se negasse o óbvio, e diz:
— Não importa — E me abraça com mais força, deitando sua testa contra a minha. — Eu juro que agora nada mais importa.
— Fale por você, maluco. Não vou deixar meu namorado congelar, não.
Ele ri genuinamente, deslizando a ponta do nariz contra o meu antes de tentar beijar minha boca, mas falha ao se engasgar com um gemido surpreso quando eu ergo seu corpo, afastando seus pés do chão para carregá-lo comigo.
Antes de seguir prédio adentro, apenas me abaixo para pegar minha mochila e pendurá-la no ombro. Assim que passamos para o lobby, eu devolvo Jimin ao chão e, com uma risada dele e ainda abraçando-o e enchendo-o de beijos por todo o rosto enquanto faço ele caminhar de costas em direção ao elevador, digo:
— Você é um doido por não ter pensado em me deixar nem por um instante, Jimin.
— Doido é quem pensa em deixar você, Jungkook.
Eu sorrio junto ao som das portas do elevador se abrindo no térreo, e acompanho Jimin para dentro quando ele puxa minha mão e logo depois aperta o botão do andar no qual está hospedado.
— Tudo bem se eu ficar aqui? — Pergunto, sentindo suas mãos pequenas, mas firmes, me puxarem pela cintura até que ele esteja apoiado com as costas contra o espelho e meu corpo em sua frente.
— Que pergunta...
— Eu não pensei nisso — Confesso, precisando me concentrar para não gaguejar quando sinto os dedos frios alcançarem minha pele sob o moletom, puxando-me ainda mais para perto. — Só precisava ver você... então eu vim sem planejar mais nada...
— É claro que você pode ficar aqui. — Jimin diz, inclinando o rosto suavemente para poder me olhar nos olhos. — Ter você comigo é o que eu mais quero o tempo todo, amor.
Eu sorrio, meio atordoado com o toque de seus dedos diretamente em minha pele, e acaricio sua nuca com uma mão, permitindo que minha boca paire sobre a sua, quando peço:
— Me diz que não tem câmeras no elevador. Eu preciso beijar você.
— Pro inferno se tiver. Eu não ligo. Me beija.
Jimin não se importa. Eu, menos ainda.
Sem dar a mínima para a possibilidade de sermos gravados, eu seguro seu pescoço com um pouco mais de força, puxando seu rosto ao meu para beijar a boca que amo tanto quanto amo qualquer outro pedaço de sua existência.
Eu empurro meu corpo contra o seu, prendendo-o ainda mais contra o espelho e percebendo que ele imediatamente fica nas pontas dos pés para mim.
Até mesmo isso eu amo nele.
Com minha boca tocando a sua em um encaixe de lábios demorado e intenso, eu sinto Jimin imediatamente ganhar espaço com sua língua juntando-se ao beijo e atraindo a minha enquanto se acariciam no espaço íntimo da união da minha boca sempre tão ansiosa pela sua.
Antes que o beijo traga acalento o suficiente para matar a saudade que existe desde a última vez em que fui inteiramente eu, de corpo, alma e memórias, ao seu lado, as portas voltam a emitir um suave aviso sonoro antes de se abrirem no andar de Jimin.
— É aqui — Ele anuncia o óbvio e, desta vez, é ele quem me faz andar com passadas de ré, o que me faz rir quando sou guiado elevador afora e, dali, a uma das portas distribuídas no hall.
— Você saiu e deixou a porta aberta? — Questiono ao perceber que ele apenas gira a maçaneta para abri-la.
— Nem te conto. — Ele responde, voltando a me abraçar sob as camadas de roupa para me puxar para dentro e usando o pé para fechar a porta depois. — Meu namorado me ligou do nada, dizendo que eu deveria descer imediatamente. Eu nem tive tempo de pensar. Só vesti a jaqueta que ele me emprestou e saí correndo.
Nós chutamos os sapatos para fora de nossos pés. Com um suave mal humor provocado por uma lembrança recente, eu digo:
— Seu namorado parece inconveniente. É aquele que te fez chorar?
Que inferno.
Eu odeio lembrar que, enquanto não lembrava de tantas coisas, fiz Jimin chorar.
Eu mandei ele sair da minha casa?!
Pelo amor de deus. Eu queria me dividir em dois para socar a minha outra metade até vingar cada lágrima do meu Jimin.
O Jungkook desmemoriado é um cuzão.
Mas, apesar de toda a mágoa e ressentimento que eu sinto, Jimin nega. E diz:
— Não. Meu namorado é aquele que colapsou o universo inteiro e desafiou o conceito de tempo para salvar a minha vida.
Eu sorrio, apesar da culpa que ainda sinto, e respondo:
— Namorado show de bola esse que você tem.
— Você não imagina o quanto. Ele é o meu pão com carne. O amor da minha vida.
Cacete...
Que saudade de entender a estranheza das declarações que fazem sentido somente para nós e para ninguém mais.
Que saudade de ser, com ele, nós. Com cada lembrança, feliz ou dolorosa, que fez de nós o que somos hoje.
No apartamento escuro, eu sinto Jimin me tocar gentil e carinhosamente sob minhas roupas, deslizando a ponta de seu nariz por minha mandíbula antes de esconder o rosto em meu pescoço e, assim, me abraçar forte.
— Eu te amo, Jungkook.
Ainda que não tenha parado de dizer sequer por um dia que me ama, ouvir desta vez é diferente. É diferente porque eu enfim tenho a certeza inabalável de que o amo também.
Mas, ao invés de reafirmar meu amor sabe-se lá por qual vez, eu o toco na nuca, movendo meu rosto até tocá-lo na bochecha com meu nariz em um chamado suave para que ele me olhe. E ele olha. Apenas por um instante. Porque, no seguinte, eu fecho meus olhos para beijar sua boca.
O silêncio é quebrado somente pelos sons da cidade abaixo; a escuridão, colorida somente por feixes de luz que vem da rua e da lua. É o momento perfeito para que nada mais seja dito, então nada digo.
Eu apenas beijo o homem que um dia jurei odiar, mas amo com todo o meu coração, com toda a minha vida, em todas as minhas existências.
Somos apenas nós, agora, em um merecido momento de paz e intimidade depois de tantas incertezas e de tanto medo.
Eu e ele, os sons do encaixe de nossos lábios úmidos, os suspiros entre carícias de línguas e mordidas carinhosas; eu e ele, os braços de Jimin me enlaçando o pescoço mais uma vez e minhas mãos tocando-o na parte posterior das coxas para erguê-lo no ar até que suas pernas me abracem na altura do quadril.
Segurando-o com todo o meu cuidado, eu abraço seu corpo, seguindo às cegas ao sofá único do apartamento. Nele, deito o corpo de Jimin cuidadosamente, sem me afastar sequer por um segundo, logo me deitando sobre ele, entre suas pernas, sentindo seus dedos se enterrarem em meu cabelo enquanto me beija com vontade.
A alça da mochila escorrega por meu braço até que ela caia no chão. Eu não me importo. Apenas deixo que ela ali fique enquanto eu fico sobre meu Jimin, sentindo todo o seu corpo me puxar ainda mais para perto, como se toda a proximidade do mundo fosse insuficiente.
Quando eu começo a afastar minha boca da sua, Jimin captura meu lábio com seus dentes, puxando-o até que me afaste completamente e mude o rumo de meus beijos, deixando-os sobre toda a linha angulosa da mandíbula até capturar o lóbulo de sua orelha e mordiscá-la antes de deslizar minha língua sobre a pele sensível, sentindo também o contraste gelado de seu brinco quando nele toco.
— Jungkook... — Ele chama, aos suspiros. — Jungkook... gracinha...
Eu nada respondo; no lugar, apenas desço meus lábios, deixando um rastro de saliva até ancorar meus beijos em seu pescoço, sugando suavemente a pele quente e de cheiro tão aconchegante e familiar.
— Amor... — Ele ainda tenta mais uma vez, mas sei que não quer que eu pare porque eu sinto sua mão puxando minha cabeça mais contra seu pescoço, a outra novamente se infiltrando sob minhas roupas até me tocar diretamente nas costas e suas pernas puxando meu quadril contra o seu.
Cada sinal de seu corpo é claro para que eu continue, então é o que faço.
— Amor, sério — Jimin insiste, no entanto, sempre suspirando. — Se você quiser conversar antes de foder, é melhor parar com isso agora... eu já estou ficando com muito tesão...
Eu mantenho minha boca suficientemente próxima, respirando contra a mancha de saliva que deixei em sua pele enquanto faço meus olhos encontrarem os seus, que parecem preguiçosos, rendidos à excitação que também nasce em mim.
Assim, relembro:
— Nosso tempo não está mais acabando, Jimin. Nós podemos foder, podemos conversar e depois voltar caminhando até Busan. Nós temos tempo para tudo...
— Isso só me deixou com mais tesão, gracinha...
Eu sorrio, lentamente voltando a enterrar minha boca em seu pescoço. Um novo beijo depois, anuncio:
— Nós finalmente temos tempo, Ji... e o que eu quero agora é usar esse tempo para foder meu namorado.
Jimin finca as unhas em minhas costas; eu puxo o ar entre os dentes, em uma deliciosa reação de dor, e devolvo o gesto ao afastar a jaqueta, puxar sua blusa para baixo e, com sua clavícula exposta, mordiscar a pele que a recobre antes de deslizar minha língua dali até o exato ponto de união entre seu pescoço e seu ombro.
— Com força — Ele diz baixo, suspirando em mim. — Então fode com força como você sabe que eu gosto, amor...
Eu sorrio contra sua pele, incapaz de voltar a beijá-la quando preciso pressionar meu lábio inferior com os dentes para conter as lembranças que se tornam mais vívidas.
Para nós, amor não é sinônimo de mansidão; quando amo seu corpo, eu amo com força, fundo, com gemidos no lugar de declarações.
É delicioso lembrar dos detalhes; é delicioso saber que poderemos revivê-los agora.
Ainda com o sorriso das lembranças, eu me ergo entre suas pernas, me sustentando sobre meus joelhos para deixar as mãos livres para tirar meu moletom e a blusa que visto por baixo dele de uma só vez.
Eu jogo as roupas contra o encosto do sofá, de qualquer jeito, muito mais preocupado em olhar para Jimin quando ele desliza os olhos bonitos por todo o meu abdômen e peitoral até pousar sua atenção em minha boca.
— Com esse corpo... sorrindo assim... eu juro que você é o homem mais gostoso que existe, gracinha...
— Sou? — Questiono, baixo, agora usando as minhas mãos para começar a tirar a jaqueta de seu corpo.
Jimin me ajuda a tirar a primeira peça; depois, me ajuda a tirar a blusa. Por fim, novamente deita as costas no sofá, me puxando pelos braços para que volte a me deitar sobre ele.
Quando o faço, ele desenha um caminho longo sobre minhas tatuagens, arranhando-as suavemente até me arranhar no pescoço, onde descansa as mãos para dizer, com a boca roçando a minha:
— Você é. E é meu. — Com uma pausa, sorri. E usa o que parecem ser minhas próprias palavras: — Não de um jeito possessivo.
— Eu sei. — Respondo, incapaz de conter um sorriso que nasce em resposta ao dele. — Você não é maluco.
Jimin balança a cabeça para cima e para baixo, puxando a minha para mais perto a cada movimento até que nossas bocas se tocam, seus dentes puxam meu lábio até o limite e logo depois o acaricia com a língua e uma sucção suave.
Aproveitando a brecha, eu deslizo minha língua para dentro de sua boca antes de unir nossos lábios por completo.
Eu amo beijar a boca de Jimin. É a boca mais gostosa que já tive a sorte de provar; definitivamente, a única que quero sentir daqui para a frente.
Mas eu também amo todo o resto; cada mínima parte de seu corpo e de sua existência tem valor imensurável para mim, então quero entregar amor a cada uma delas e é isso o que faço quando interrompo nosso beijo intenso e lento para beijar seu queixo, seu pescoço, descendo até seu peito.
Como se estivesse ansioso pela próxima parada de meus beijos, Jimin guia minha cabeça até que minha boca alcance seu mamilo; e, como sei que ele gosta, eu o mordo enquanto encubro os dentes com meus próprios lábios para não machucá-lo, antes de passar minha língua com vontade sobre a elevação rígida que succiono, facilmente arrancando um gemido baixo, arrastado e delicioso.
Com meu polegar, eu estimulo o outro mamilo; e, com a mão livre, desenho o contorno surreal de sua cintura, sentindo a pele tatuada sob minha palma enquanto cada novo centímetro de derme explorada parece organizar ainda mais as memórias embaralhadas em minha mente.
A satisfação que sinto é mais que física, neste momento.
Minha mente e meu corpo parecem se alinhar em um caminho de prazer que se aprofunda na alma enquanto me aprofundo nos toques que deixo no corpo de meu namorado.
Quando minha boca volta a descer em direção ao seu abdômen, minhas mãos acompanham, delineando sua cintura, e as palmas dele se perdem em meus cabelos, guiando minha cabeça, que voluntariamente desce cada vez mais.
Quando eu deixo vários beijos por sua barriga, ela se contrai; suaves espasmos são sentidos sob minha boca e eu escuto seus suspiros incontidos quando deslizo minha língua sobre a pele marcada por tinta e, agora, saliva.
— Que saudade, amor... — Ele diz, sôfrego, mas satisfeito.
Eu deslizo também meu nariz por sua pele quente, beijando-a com mais suavidade quando deito minha testa em sua barriga; em resposta, ele me acaricia com gentileza, mas desejo.
No espaço limitado do sofá, Jimin dobra as pernas quando minha cabeça se posiciona entre elas e minha boca traça o contorno do volume abaixo de sua calça.
Com tanta vontade quanto ele, eu desabotoo sua calça e ele logo ergue levemente o quadril, me dando permissão e auxílio para retirá-la de seu corpo. E eu o faço, deslizando o tecido por suas pernas, que sinto com meus dedos a cada centímetro revelado.
Quando deixo sua calça de lado, eu o beijo na parte interna da coxa e sinto as reações suaves de seu corpo quando ele se remexe a cada novo beijo que dou em direção à sua virilha.
Contra a pele macia, eu deito minha bochecha por um longo instante antes de levar minha boca até sua outra perna, beijando-a com tanta devoção quanto a primeira enquanto ele suspira e se agita, secretamente pedindo por mais.
Daqui, eu o olho; minhas mãos deslizam por toda a lateral externa de suas pernas, sentindo-as, devotando-se a elas enquanto meu olhar se devota ao dele.
— Eu te amo inteiro, Ji — Confesso, sem vergonha de fazê-lo.
Jimin mordisca o lábio irresistível, me fazendo recuar suavemente quando ele ergue o próprio corpo e fica sentado antes de ficar de joelhos, me guiando pelos ombros para que eu sente e, com minhas costas apoiadas no encosto, monta em meu colo.
Com os braços mais uma vez me envolvendo, sua testa contra a minha e o polegar tocando minha boca, ele diz:
— Eu te amo, amor...
Eu sorrio suavemente, deslizando minhas mãos por suas costas nuas enquanto ele me beija no canto dos lábios, nas bochechas e no pescoço, sempre repetindo o quanto me ama.
Com sua boca, a mais gostosa do mundo, ele diz que me ama e se cala para me amar.
Sua mão vem ao meu pescoço; de um lado, ele me arranha com o pouco cuidado de que gostamos; do outro, ele me beija, criando uma contradição deliciosa de sensações que me faz deitar a cabeça para trás, de olhos fechados.
Ainda sentindo-o em meu colo, eu deslizo minhas mãos para dentro de sua boxer até apertar cada lado de sua bunda, massageando-a do jeito que sei ser certo porque não demoro para sentir seu sorriso contra meu pescoço.
— Você gosta... — Percebo em um sussurro, apertando-o com ainda mais vontade, até ouvir seu suspiro contra minha pele. — Mas prefere assim, não é?
Ele balança a cabeça lentamente em uma concordância que sinto também contra meu pescoço entregue à sua boca.
Tendo-o completamente vulnerável a seus beijos, no entanto, Jimin parece ansioso por explorar e redescobrir também outras partes de meu corpo.
Então ele desce, com beijos e suaves arranhões, até sair de meu colo e se ajoelhar no chão, entre as minhas pernas, empurrando-as com as mãos para se abram mais. Depois, seus dedos sobem por minhas coxas até alcançarem o elástico de minha calça. Sem pressa, ele começa a puxá-la para baixo até tirá-la de mim. Na mesma vagareza, ele toca a última peça de roupa íntima que ainda cobre meu corpo e não demora para, ainda mais lentamente, começar a tirá-la também.
Com um resfolegar suave, eu sinto minha ereção completamente exposta à medida que o tecido da boxer desliza por minhas pernas, e não contenho o impulso de me tocar, sentindo quão duro já estou ficando por Jimin.
As mãos dele apertam minhas coxas com força, enterrando as unhas nelas antes de arranhar toda a minha perna esquerda até que seus dedos segurem meu pulso, afastando minha mão para me impedir de continuar me estimulando.
Dali de baixo, ele me olha, muito seguro do que está fazendo, e sorri safado, desse jeito que me faz querer chorar de tesão.
No entanto, é quando sua cabeça mergulha em mim e ele segura meu pau antes de lamber toda a cabeça com vontade, que eu me desfaço em um gemido mal incontido.
Ele desliza a língua mais uma vez, lentamente, enquanto seus olhos continuam fixos aos meus, e diz, depois de arrastar também os lábios por toda a glande sensível:
— Eu também sei como você gosta, gracinha...
Ao invés de tentar voltar a me estimular, eu permito que Jimin seja o único a fazê-lo, com sua boca gostosa, enquanto meus dedos deslizam por sua cabeça, entrelaçand0-se aos fios escuros e apertando-os com mais força quando seus lábios tocam somente a glande, chupando lento e gostoso antes de abrir mais a boca para me tocar também com sua língua.
Eu uso minha mão livre para afastar os cabelos de meu rosto, jogando-os para trás assim como jogo minha cabeça novamente contra o encosto.
O teto da sala escura é a última coisa que vejo antes de fechar os olhos, rendido à sensação da boca de Jimin me tomando inteiro.
Eu suspiro, expulsando todo o ar antes de expulsar também um gemido quando sinto ir fundo. Depois do que parece o suficiente para deixá-lo sem ar, a língua de Jimin desliza inteira por meu pau até me tirar de sua boca, voltando a me estimular somente com a mão, que desliza facilmente com toda a saliva deixada em mim.
E Jimin sabe o que faz com as mãos. Ele sabe me estimular com elas, mas também sabe o ritmo certo para me torturar, masturbando gostoso o suficiente para que eu sinta prazer, mas devagar demais para que eu chegue a algum lugar.
Quando abro meus olhos com as pálpebras pesadas e volto a olhar para ele, confirmo que é absolutamente proposital.
Ao menos, é o que fica óbvio com sua expressão oblíqua, com esse sorriso devasso e os olhos ferinos.
Agoniado por mais, eu movo meu quadril, rebolando contra a mão dele antes de pedir:
— Me chupa, Ji...
Ele gosta de me ver pedir por ele; sei que é isso, porque basta ouvir o pedido que quase parece uma súplica para que ele mantenha os olhos presos aos meus e circunde toda a glande com a língua antes de chupá-la.
Quando o faz, até fecha os olhos. Ele chupa como se delirasse de prazer somente em fazê-lo, o que me faz delirar de prazer.
Meus dedos agarram seus cabelos com ainda mais força, segurando-os diretamente pela raiz quando me entrego ao impulso e rebolo devagar contra a sua boca.
— Caralho... — Praguejo, nas nuvens.
Em seguida, fecho os olhos com força, contendo os gemidos que nascem em resposta à sensação da língua de Jimin travando em meu pau, prendendo a glande contra o céu de sua boca com uma pressão deliciosa antes de começar a mover sua cabeça para a frente e para trás.
Enquanto ele avança e recua com sua boca, eu faço o mesmo com meu quadril, usando toda a minha força para não ir fundo ou brusco demais enquanto sua mão, me masturbando no que sua boca não estimula, dificulta ainda mais minhas tentativas desesperadas para manter o controle.
Ainda assim, mantenho, sem me forçar contra Jimin; no entanto, meu autocontrole falha quando é para conter meus gemidos.
Não demora para que o som seguinte a arranhar minha garganta seja um de breve insatisfação, quando sinto o calor e umidade da boca de Jimin deixando meu pau. No entanto, ele o segura para deslizar a língua da base à ponta cheia de saliva e pré-gozo. Ao alcançá-la, ele usa minha glande para empurrar o próprio lábio para baixo. Lambe novamente, antes de sorrir com a boca tão perto enquanto me masturba.
— Que caralho gostoso, gracinha...
Eu sei que Jimin é verbal quando está com tesão; de mesma maneira, sei que sua última declaração é um agrado para amaciar meu ego e me provocar tanto prazer quanto seus toques. Ainda assim, ainda que saiba exatamente seu intuito, eu caio como um tonto em seu jogo de palavras e permito o primeiro gemido mais alto da noite.
A risada suave e convencida que escuto em resposta é a prova que sequer era necessária: Jimin sabe os efeitos que provoca em mim e sabe exatamente quando provocá-los.
Agora, eu já estou rendido. Completamente entregue, mas com tesão o suficiente para pedir:
— Se é tão gostoso... senta nele...
Continuamente me masturbando e usando a língua para limpar a bagunça de saliva e pré-gozo em seus lábios, Jimin questiona.
— Você trouxe camisinha e lubrificante, certo, gracinha?
Cacete.
É claro que eu não trouxe.
Ele parece perceber minha expressão e logo entende o que significa, o que faz sua própria feição murchar.
Mas o que posso fazer? A única coisa na qual pensei ao vir para Seul foi em dizer que o amo. Que eu lembro. Que nós conseguimos.
Eu não pensei no que viria depois de dizer todas essas coisas. Não pensei que certamente mataríamos toda a saudade assim, com nossos corpos.
Não pensei que...
— Minha mochila. — Digo de repente, ao lembrar. — Eu não tirei as coisas que já estavam nela... eu acho que tem.
Ele me solta para engatinhar até a mochila, questionando:
— Da vez que a gente fodeu na biblioteca?
— É.
— Credo, mas ainda bem que você nunca arruma essa mochila encardida.
— Tá tentando matar meu tesão com a sua necessidade insaciável de limpeza e organização, é?
Jimin me olha por cima do ombro apenas por um instante para exibir seu sorriso, logo voltando a atenção à mochila enquanto faz a busca pelos itens que há tanto tempo estão ali.
— Jimin, pelo amor de deus! — Eu peço, impaciente, enquanto ele vai tirando as roupas bagunçadas e dobrando cada uma delas, ao invés de simplesmente jogar tudo para fora e encontrar o lubrificante e a camisinha de uma vez.
— Depois você vai me agradecer.
Eu deito a cabeça para trás, meio impaciente, mas majoritariamente risonho, antes de respirar fundo e confessar:
— Dá muito tesão quando você demora para me provocar, mas o que você está fazendo agora não dá tesão, não. Pega logo esse cacete, Ji.
— Que pegar o que? Eu vou é sentar nele.
Esse certamente é o momento mais inapropriado para isso, mas eu explodo em uma gargalhada assim que ele faz sua declaração propositalmente deturpada, virando para mim para exibir orgulhosamente uma embalagem de camisinhas e o lubrificante.
— Você faz de propósito — Digo, reduzindo o riso em sorriso quando ele vem em minha direção mais uma vez. — Só pode...
— Desculpe se eu te acho a coisa mais linda do mundo quando fica impaciente assim.
Eu reviro os olhos enquanto ele esvazia as mãos ao deixar as coisas ao meu lado e, com ele parado em minha frente, é claro que apoio as mãos na parte posterior de suas coxas, puxando-o até encaixar seu corpo entre as minhas pernas.
Como em repreensão, eu beijo sua barriga antes de morder suavemente e, daqui, lançar meu olhar na direção do seu, tão acima do meu.
Quando o faço, eu encontro o sorriso que ele ainda tem nos lábios surreais, e é minha vez de sorrir novamente, satisfeito, quando Jimin leva minhas mãos à boxer que ainda veste e diz:
— Tira, gracinha.
Eu o beijo mais uma vez, na barriga, deslizando meu nariz por sua pele enquanto começo a tirar sua última peça de roupa, puxando-a para baixo tão lentamente quanto também desço meus beijos.
Quando a boxer está já abaixo de seus joelhos, é Jimin quem termina de tirá-la, enquanto minha mão segura sua ereção para que minha boca possa chupá-lo lentamente na glande.
Sua mão desliza de minha testa para trás, sobre meus cabelos, até que sua mão desenhe o contorno de minha cabeça para enfim se apoiar em minha nuca, onde segura com força antes de montar em meu colo mais uma vez até que seu rosto volte à altura do meu.
Por breves instantes, enquanto ele continua segurando minha nuca e com a outra mão toca e arranha suavemente o meu peito exposto, nós apenas nos olhamos demoradamente, com sorrisos contidos até mesmo em nossos olhares.
De repente e lentamente, ele começa a aproximar sua boca; meus olhos continuam preguiçosamente abertos até o limite, quando então se fecham para sentir sua mão subindo de meu peito até me segurar pela mandíbula antes que ele mordisque e puxe meu lábio inferior. Depois, ele desliza a língua de baixo para cima em meu lábio superior, chupando-o demoradamente ao fim.
Com a testa contra a minha, eu percebo que ele sorri silenciosamente, afastando nossas bocas para dar espaço para que seu indicador e médio subam por meu queixo até deslizarem por entre meus lábios e se arrastarem sobre a minha língua em movimentos suaves que oscilam para dentro e para fora de minha boca.
De olhos fechados, eu seguro seu pulso e chupo seus dedos, enchendo-os de saliva enquanto ele suspira de satisfação e aperta minha nuca com mais força.
— É tão gostoso quando você faz assim, gracinha...
Sempre estimulado por seus elogios safados, eu deslizo minha língua entre seus dedos antes de voltar a juntá-los para circular as digitais com uma lambida demorada.
Continuamente segurando-o pelo pulso e continuamente de olhos fechados, eu uso minha mão livre para tatear o espaço ao meu lado, em busca da embalagem de camisinhas.
Quando ouve o som pouco discreto, Jimin move o rosto sutilmente para que seus olhos acompanhem minha mão e se afasta para sorrir para mim, puxando seus dedos completamente para fora de minha boca.
Com muito mais elegância, Jimin captura o item que resta ao meu lado e, com o frasco na mão, derrama lubrificante nos dedos já lubrificados com saliva.
E então, me enchendo ainda mais de tesão, como se eu já não estivesse prestes a explodir, ele desliza o indicador e o médio pela linha central do próprio corpo, circundando a própria glande inchada antes de erguer o quadril para abrir espaço para que seus dedos alcancem o destino desejado e eu logo veja Jimin fechar os olhos e morder o próprio lábio com satisfação ao se penetrar.
Em seguida, ele senta nos próprios dedos, rebolando suavemente, erguendo o quadril mais um pouco e voltando a sentar.
Hipnotizado, vendo Jimin sentar devagar, eu preciso sentir suas unhas cravando minha pele na altura da nuca para despertar do transe e olhar em seus olhos.
— Camisinha — Ele lembra, mostrando que está se preparando para mim.
Com um acenar completamente abobalhado, eu me pergunto como ele não perde o tesão em me ver com essa expressão quase devota.
Mas ainda bem que não perde, porque eu logo tiro uma das embalagens individuais de camisinha de dentro do pacote de três e rasgo a proteção do preservativo lubrificado.
Enquanto Jimin continua sentando nos próprios dedos, preparando-se para mim, eu também me preparo para ele e encaixo a camisinha em meu pau antes de rolar o látex para baixo.
Minha palma fica com a sensação viscosa do lubrificante que já vem no preservativo; mas, ainda assim, capturo o frasco antes usado por Jimin e lubrifico ainda mais, aproveitando para me masturbar lentamente enquanto o faço.
Com a outra mão, eu deslizo meu toque sobre a coxa torneada e tatuada de Jimin, até apertá-la no limite da virilha, o que o faz sorrir e me desafiar com os olhos ferinos.
— Você me quer agora, amor?
Eu lentamente balanço a cabeça, primeiro, antes de alcançar seu quadril e puxá-lo suavemente para mim.
— Vem... senta.
Com o mesmo sorriso safado, ele afasta os próprios dedos até trazer sua mão ao meu ombro e seu quadril ao meu, o que faz nossas ereções se tocarem.
Meu corpo deitado contra o encosto sustenta o corpo de Jimin, que cola o peitoral ao meu enquanto movimenta o quadril para estimular meu pau com o seu.
Eu quero desesperadamente foder Jimin, mas sequer encontro a força necessária para choramingar porque isso também é gostoso feito o cacete e me faz delirar enquanto minhas mãos apertam sua bunda com força.
De repente, a demora deliciosa parece encontrar um fim. Jimin impulsiona o quadril contra o meu, rebola para fazer nossas ereções derraparem uma sobre a outra e logo depois começa a elevar o corpo, sustentando-se sobre os joelhos, um de cada lado do meu corpo.
Com uma mão, Jimin posiciona meu caralho duro por ele, levando-o até encaixar entre as nádegas fartas. E ele suspira arrastado desde esse momento, quando então começa a sentar em meu pau.
Meus olhos, indecisos entre acompanhar cada centímetro que ele desliza lentamente para baixo ou olhá-lo no rosto, acabam decidindo subir por um instante, o que me faz liberar uma risada silenciosa, incrédula e afetada ao ver Jimin de olhos fechados, sobrancelhas levemente contraídas e um sorriso quase imperceptível, mas que é facilmente capturado por meu olhar já tão familiarizado com seus trejeitos mais sutis.
E, rendido como sei que sou por ele, digo:
— Você fica lindo quando senta pra mim, Ji...
Eu percebo o sorriso que se alarga discretamente quando ele ouve minha declaração sincera. No instante imediatamente seguinte, os dois braços de Jimin envolvem meu pescoço, sua testa toca a minha e seu hálito acerta meu rosto quando ele resfolega ao empurrar todo o quadril para baixo até me engolir completamente entre suas nádegas.
Ele respira lentamente pelos instantes seguintes, adaptando-se ao meu pau, que me faz conter uma sequência de gemidos enquanto sinto Jimin contrair involuntariamente ao meu redor.
Respeitando seu tempo, eu enterro minhas unhas em seu quadril para aliviar o tesão que me faz querer implorar para que ele comece a quicar em mim.
Eu respiro ainda mais devagar que ele, arqueando brevemente meu corpo atiçado, e sou pego de surpresa quando Jimin rebola devagar, completando um círculo inteiro antes de ir para e frente e para trás, ondulando em meu caralho.
Jimin é insano. As coisas que ele me faz sentir... cacete.
Ao mesmo tempo, eu tenho plena consciência de que qualquer outra pessoa poderia rebolar exatamente como ele rebola em mim e o efeito jamais seria o mesmo, porque isso aqui é mais que físico. Eu sinto um prazer inigualável simplesmente por ser ele.
De mesma maneira é sustentada a razão por trás do meu gemido desesperado quando ele ergue o quadril lentamente, mas volta a sentar com força, bruscamente, até ofegar de dor e prazer.
Sua boca continua sobre a minha, mas sem me beijar; tudo que sinto contra meus lábios são seus suspiros violentos enquanto ele senta devagar, mas forte.
Quando ele volta a erguer o quadril, eu sou mais rápido e abraço suas costas, segurando-o assim para que seja eu a meter fundo, como ele gosta.
— Assim, gracinha... — Entre suspiros, ele mostra a satisfação que já tinha ficado óbvia com seu gemido alto.
Com vontade, eu continuo abraçando seu corpo colado ao meu e deito meu rosto em seu pescoço, alternando beijos e suspiros contra ele enquanto movo meu quadril, fodendo a bunda gostosa do meu namorado.
Ele se move em reflexo, me abraçando mais forte enquanto eu meto mais rápido até emendar seus gemidos uns aos outros.
— Mais forte — Ele pede, ofegante, jogando o quadril para baixo para engolir meu pau inteiro.
Sem apoio o suficiente, mas decidido demais a atender cada pedido de Jimin, eu seguro seu corpo contra o meu, abraçando-o forte até levantá-lo comigo, quando então, com a pouca delicadeza que ele aprova, deito seu corpo no sofá, deixando-o de bruços antes de me encaixar entre suas pernas, puxando seu quadril para que sua bunda fique empinada no ar para mim.
Eu mantenho um joelho entre suas pernas e um pé no chão para ter o máximo de apoio; assim, seguro cada banda dessa bunda, afastando-as para exibir a entrada que vejo se contrair e me faz salivar antes de guiar meu pau para voltar a penetrá-la com força o suficiente para fazer Jimin alavancar o corpo para a frente enquanto geme rouco e alto.
Dentro dele, sem fazer qualquer outro movimento, eu deslizo minhas mãos até segurar seu quadril, com meus polegares pousando próximos às covinhas em suas costas.
E, antes de ir em frente e começar a foder, pergunto:
— Tudo bem, Ji?
Ele balança a cabeça freneticamente, empurrando o quadril para trás, desesperado.
— Me come assim. Exatamente assim, amor.
Eu umedeço meus lábios secos. Recuo somente com o quadril. Meto forte, de novo.
É minha vez de rebolar, fazendo Jimin sorrir completamente devasso, com a lateral do rosto apoiada contra o estofado e os olhos fechados.
Minhas mãos correm por suas costas; meu corpo se inclina um pouco mais sobre o dele; uma palma faz pressão suave em sua nuca; a outra, o segura pelo queixo, com meu polegar deslizando por sua bochecha antes de pousar em seu lábio, quando então Jimin chupa meu dedo e joga o quadril para trás mais uma vez.
Toda vez que me movo bruscamente contra Jimin, a expressão dele se contrai suavemente antes de se desfazer em satisfação pura, e não demora para que ele use a própria mão para começar a estimular sua ereção, gemendo mais alto desde o primeiro toque de sua mão contra a rigidez de seu pau.
Minha respiração se torna bagunçada, assim como os cabelos de Jimin caídos sobre seu rosto e sobre o sofá enquanto ele continua com essa bunda surreal empinada para mim.
Meus próprios cabelos começam a cair sobre meus olhos, o calor se acumula sob minha pele e o esforço contínuo me faz ofegar em inspirações curtas e rápidas.
É tão bom que chega a ser desesperador, e a visão do corpo de Jimin entregue aos meus toques é indescritível. Os sons de seus gemidos e do choque entre nossas peles me faz delirar a cada vez que impulsiono meu quadril, indo e voltando em um ritmo um pouco mais rápido e bruto.
No entanto... eu quero mais. Eu quero tocá-lo inteiro. Quero sentir também o cheiro suave e familiar de sua pele e sentir o gosto de seu beijo atrapalhado enquanto ele geme contra a minha boca.
Completamente necessitado, eu olho ao redor do apartamento ainda não explorado até encontrar o que identifico como a porta do quarto. Depois, eu apoio meu braço no sofá, ao lado da cabeça de Jimin, e ouço suas reclamações desconexas quando percebe que eu paro de meter para deitar sobre ele.
Minha boca toca seu pescoço e logo encontra uma camada fina de suor, mas ela não me faz desistir de beijá-lo preguiçosamente.
Depois, subo meus beijos ao seu queixo e termino em seu pescoço, enquanto ele continua empurrando a bunda para trás, pedindo por mais.
— Eu quero ir para o quarto, Ji — Confesso, ofegando e ondulando meu quadril devagar, mas indo fundo o suficiente para ouvir o gemido rouco que ele libera.
— Então me leva para o quarto — Ele pede, com pausas inconstantes na fala atrapalhada. — Me leva para onde quiser, amor...
Eu sorrio contra a pele de sua bochecha, sentindo o ar entrar e sair dificultosamente enquanto eu junto força o suficiente para me retirar inteiro de seu corpo e ficar de pé. Bambo o suficiente para ter dificuldade nos movimentos, Jimin consegue se por sentado no sofá, rindo comigo quando eu me aproximo para que ele encaixe o corpo no meu, agarrado em mim com os braços e pernas enquanto eu apoio minhas mãos abaixo de suas coxas e toco sua boca com a minha.
Carregando-o assim, eu sinto seus dedos perdidos em meus cabelos, seu beijo gostoso e sua ereção pressionada contra a minha barriga até o momento em que entro no quarto do apartamento alugado e deito Jimin na cama de casal, encaixando meu corpo entre suas pernas mais uma vez.
Deitado sobre ele, eu sinto suas mãos e unhas deixando rastros em minhas costas enquanto nossas bocas se beijam com a mesma vontade de sempre, incansavelmente, do jeito bruto e intenso que nós dois gostamos.
Entre nossos corpos, eu sinto as ereções deslizarem uma sobre a outra, mas ainda não é o suficiente.
— Fode, amor — Alinhado aos meus pensamentos, Jimin pede, ou ordena.
Levando uma mão para baixo, eu seguro uma nádega, afastando-a para guiar meu caralho duro à entrada que logo me recebe inteiro, de uma só vez, fazendo Jimin arquear as costas, gemer e rir ao mesmo tempo.
— Eu amo seu pau — Ele diz, enlaçando minha cintura com as pernas e enfiando as unhas em minhas costas. — Eu amo tanto, gracinha...
Quando elevo meu rosto suavemente, vejo Jimin simultaneamente rindo e mordiscando o próprio lábio, continuamente arranhando minhas costas e deixando nelas as marcas que parecem sempre suceder nossos momentos mais íntimos.
Sem ficar para trás, eu volto a foder no ritmo que nos faz delirar, e masturbo Jimin enquanto também deixo marcas em seu corpo, mordendo e chupando seu pescoço.
— A audição — Ele diz, gaguejando, ofegando e gemendo entre os sons obscenos de meu corpo penetrando o seu. — No pescoço não, amor... a audição para a academia...
— Merda — Praguejo, afastando minha boca a tempo de não deixar nenhuma marca forte. — Foi mal, Ji.
Ele balança a cabeça para o lado, puxando a minha até juntar nossas bocas novamente, retomando o beijo que silencia os suspiros e gemidos incontidos enquanto amo e me devoto ao seu corpo.
Cada estímulo meu busca muito mais que minha própria satisfação. Eu quero ver Jimin sorrir desse jeito safado e satisfeito quando geme alto demais para mim.
É o seu prazer que busco incansavelmente, fazendo do jeito que ele gosta e que me faz delirar também. Por isso, meu tesão cresce desesperadamente quando eu finalmente faço Jimin gritar, me abraçar mais forte e enfiar as unhas ainda mais em mim.
Dessa vez, sou eu que sorrio contra sua boca, inegavelmente orgulhoso ao fazer meu namorado gemer tão alto e tão genuinamente assim.
— Não para — Ele pede como se eu sequer pudesse pensar na possibilidade. — Meu deus, amor...
E eu não paro. Constantemente movendo meu quadril e minha mão estimulando-o na ereção, com meu peito pressionado contra o seu, eu não me canso de fazer Jimin delirar de prazer, o que me faz delirar também.
Quando os suspiros se perdem no quarto escuro, nossos beijos se atrapalham completamente e nossos corpos se movem como um só, Jimin me abraça com força e eu escondo meu rosto em seu pescoço, já completamente ofegante.
— Eu te amo — Ele diz, continuamente sendo amado e fodido por mim. Jimin geme manhoso. Ofegante, completa: — Tanto... eu te amo tanto...
Eu sinto um som rouco arranhar minha garganta, com a respiração descompensada demais para conseguir dizer uma palavra completa e declarar, em resposta, meu amor sincero.
Assim, nada digo. Apenas faço.
Eu beijo Jimin.
Mesmo sem ar, eu beijo sua boca. Eu uno nossas línguas para que elas se entendam sem a necessidade de palavras; ele, me abraça ainda mais forte.
Minhas estocadas contra seu corpo encontram um ritmo único, tão intenso quanto cuidadoso, e os suspiros de Jimin, a despeito do que imaginei, tornam-se ainda mais vivos.
Eu o amo com todo o meu coração e dou amor a seu corpo, permitindo que a força e brusquidão do ritmo que ele sempre pede seja trocado por isso que nasceu entre nós. É trocado por amor.
E é intenso. Mais que ir fundo, mais que ir forte... ter Jimin assim é ainda mais intenso.
Minha testa toca a sua; nós dois continuamos de olhos fechados. Ele parece choramingar de tanto prazer, com gemidos mais manhosos, abraços mais fortes e palavras que se repetem incansavelmente:
— Eu te amo.
Amor acima da dor, dissemos tantas vezes.
Neste momento, provamos a veracidade em nossas próprias palavras. Porque acima da dor prazerosa de foder do nosso jeito bruto, está o que fazemos aqui pela primeira vez.
Nós fazemos amor.
Eu sempre achei exagero, uma cafonice sem fim. Me perguntava o que poderia haver de tão diferente, acreditando que, afinal, tudo era sexo.
Mas é diferente. É diferente feito o cacete.
É a união mais sincera que já provei, sem precisar de malabarismos e posições obscenas na cama para que o prazer irradie de meu corpo para a alma, alcançando um ápice inimaginável.
Por isso, meus gemidos se tornam surpresos; porque eu não acredito em quão bem me sinto.
— Amor... — Ele chama, aos suspiros. — Eu estou quase, amor... Me faz gozar com você...
Sua voz me atiça; minha mão acelera, estimulando-o demoradamente, e a outra sobe até se posicionar sob sua cabeça, segurando-a assim para dar início a um novo beijo necessário.
Nele, derramamos todas as palavras não ditas, todos os eu te amo que poderiam incansavelmente ser ditos e repetidos. Nós nos beijamos com desejo, com amor.
Esse é, de longe, o momento de maior entrega de todos os meus dezenove anos.
E eu me entrego completamente. Sem refrear o que se torna cada vez mais próximo, eu apenas me devoto ao corpo de Jimin, percebendo as reações pelas quais sou responsável e identificando cada uma delas como um passo em direção ao seu orgasmo.
Os gemidos dele se tornam mais acelerados, quase unindo-se em um só, afogados em minha boca.
— Jungkook — Ele chama, depois do primeiro tremor de seu corpo. Geme alto, e repete: — Jungkook... amor...
Eu sei que ele está apenas a alguns segundos de distância de se derramae. Eu conheço o meu namorado, e me provo certo quando ele geme meu nome repetidamente, até choramingar de tesão, tremendo inteiro, ao começar a jorrar por mim.
Até o último instante, eu o masturbo, tão concentrado quanto consigo me sentir enquanto seu orgasmo funciona como catalisador do meu.
Meu corpo chega ao limite em um pico abrupto que me faz praguejar de tanto tesão, sentindo meu corpo ser irradiado por uma sensação deliciosa que permanece no topo por longos segundos durante os quais fazer amor com Jimin me leva a gozar em jatos quentes de porra que se acumulam no interior do preservativo.
Até o último instante, eu me mantenho dentro de Jimin, me movendo devagar, apenas sentindo as contrações involuntárias de seu corpo enquanto o meu estremece, afetado pela descarga surreal de satisfação.
Sem força, eu deito completamente em cima dele, passando meus braços por baixo de seu corpo para abraçá-lo enquanto nossos peitos se expandem um contra o outro e ele me abraça de volta.
Com a respiração prolongada no próprio desajuste, eu sinto um sopro de equilíbrio e calmaria quando a mão de Jimin toca minha cabeça, acariciando-a entre os fios desalinhados, sem parecer sentir pressa para que eu me retire de seu corpo sensível.
— Foi minha primeira vez — Ele confessa, baixo, já não sei quanto tempo depois. — Foi minha primeira vez fazendo amor, gracinha...
Eu sorrio, balançando minha cabeça deitada contra a sua.
—Foi a minha primeira vez também, Ji... e é claro que foi com você. Não poderia ser com ninguém mais.
Jimin deixa um beijo em meu rosto, continuamente fazendo um carinho manso em mim. E, sonso o suficiente, pergunta:
— Você me ama, Jungkook-ssi?
— Você não prestou atenção em todas as dezenove vezes que eu disse só hoje que te amo? Sério?
— Cavalo.
— Você que faz pergunta besta...
Jimin me dá um cascudo de repreensão, mas não demora para cair na risada, deixando vários outros beijos sobre minha pele.
— Então você me ama. — Desta vez, ele afirma.
— Amo feito o cacete.
— Sendo assim... vá pegar água para mim...
Eu finalmente ergo meu rosto, pairando acima do rosto lindo dele para lançar uma olhadela falsamente incrédula.
— Por que sempre sou eu que tenho que ir pegar?
— Porque na maioria das vezes é você quem me come, amor. E eu amo seu pau me deixando todo bambo, mas eu fico bambo de verdade, então...
— Não sei, não. Parece folga de sua parte.
Jimin me olha silenciosamente com um gesto negativo.
— Então é assim? No começo você fazia o universo colapsar por mim, mas agora não pode pegar um copo de água?
— Meu deus... eu estabeleci um parâmetro muito alto...
Ele ainda tenta fingir seriedade, mas acaba por estalar um tapa em meu peito e um beijo em minha boca.
— Vá logo, gracinha... e sem fazer cara feia.
Eu reviro os olhos de brincadeira, mergulhando minha cabeça na direção da sua somente para roubar um último beijo antes de recuar sobre seu corpo.
Assim que eu me retiro de sua bunda, Jimin solta um gemido surpreso e satisfeito, mas que logo é encoberto por uma risada.
— Isso foi... interessante.
Eu gargalho mais uma vez, meio bobo, roubando outro beijo de sua bochecha para enfim me livrar da camisinha e ficar de pé do jeito que vim ao mundo, todo pelado.
Sem me preocupar em me cobrir, eu bagunço meus cabelos, sorrindo ainda mais quando ouço Jimin dizer:
— Gostoso do caralho.
Pelo apartamento silencioso, eu sigo. Meus pés abrem passadas despreocupadas sobre o piso de madeira e, no pequeno espaço reservado para alimentação, procuro um copo antes de servir água para mim; depois de matar a minha sede, encho o copo novamente, desta vez para Jimin.
No caminho de volta, eu paro na sala para pegar todas as coisas esquecidas no sofá ou no chão e paro por um instante para observar a cidade que se expande além das grandes janelas da sala.
Ver todas as luzes lá fora, a imensidão de possibilidades guardadas aqui, percebo.
— O destino não conseguiu tirar Jimin da minha vida, mas você vai, não é? — Questiono, para Seul, com a força de um sussurro.
Eu suspiro, ciente de que não devo deixar nada disso me abalar. Nós já concordamos que tentaremos dar um jeito e, depois de tudo que passamos, acredito que a distância não será o suficiente para nos separar.
Ainda assim, é impossível negar que a ideia me provoca angústia em antecipação.
— Agora não, Jungkook. — Decido, balançando minha cabeça para os lados antes de respirar fundo e enfim voltar ao quarto.
— Obrigado, gracinha — Jimin diz, sentado com as costas contra os travesseiros, quando eu entrego o copo de água para ele.
— Folgado. — É o que digo, mas sem impor coerência entre minha reclamação e meu gesto seguinte, que é o de deixar um beijo em sua testa.
Logo em seguida, viro as costas para ele, para deixar minhas coisas sobre a mesa de cabeceira, e tenho um sobressalto ao sentir um baita de um beliscão na minha bunda.
— Ei, cacete! — Digo, virando em um gesto automático que se torna ridículo por eu estar completamente pelado, com tudo balançando.
Em minha frente, segurando o copo com as duas mãos e sustentando um sorriso devasso no rosto bonito, Jimin diz:
— Sua bundinha é linda. Acende a luz para eu poder ver melhor...
— Sai dessa, Jimin.
— Acende. Quero ver também seu rosto todo vermelho como fica depois de gozar. É a minha visão favorita.
— Levanta e acende.
— Cavalo. — Repete, sem conter a risada.
Eu, por outro lado, falho em conter a minha, mas deliberadamente ignoro o seu pedido e apenas visto minha calça antes de subir na cama, engatinhando para cima dele para beijar o pescoço lindo antes de deitar minhas costas contra seu peito.
Rapidamente, Jimin termina de beber a água e, com as mãos livres, abraça meu corpo, simultaneamente deixando uma sequência de beijos em meu ombro.
— Já estava com saudade, gracinha... — Ele diz enquanto relaxo contra o seu corpo, que tão bem envolve o meu.
Eu fecho os olhos, apreciando o toque entre as peles, sua respiração próxima ao meu rosto, os dedos me acariciando o abdômen.
— Eu também, Ji — Confesso sinceramente. — Mas, ei... diz aqui pra mim... você não foi no barbeiro, não, né?
— Se você falar dos meus pentelhos, Jungkook, eu juro...
— O que?! Eles não estão tão simétricos! Não que faça diferença, é só uma observação.
Eu não preciso ver para saber que Jimin revira os olhos violentamente, coisa que me faz rir de maneira exagerada enquanto ele me repreende com um beliscão na barriga.
— Seu apreço por comentar sobre meus pentelhos é algo que não precisava lembrar. Sinceramente...
Eu rio novamente, deitando minha cabeça em seu peito. Ao longo dos segundos que se seguem, permito que o silêncio retorne. E, apesar do tom de repreensão nas últimas palavras, tudo que Jimin faz em mim é carinho.
— Você lembrou mesmo de tudo? — Ele pergunta, de repente, como se buscasse palavras exatas. — Assim... tão de repente?
Eu busco a melhor resposta para a sua pergunta, encontrando-a quando confesso:
— Ji... você sabe que todas as memórias de todas as chances voltaram quando o tempo acabou, não sabe? Você sabe que naquela hora eu lembrei com detalhes de todas as vezes nas quais falhamos, de todas as vezes... que perdi você.
— Sim... — Ele responde, com pesar, e me abraça como se tentasse me proteger. — Eu sei, amor.
Acariciando seu braço esguio e protetor, eu sorrio suavemente antes de dizer:
— Eu não lembro mais. Essas memórias não voltaram. Quer dizer, eu sei que aconteceu, mas as lembranças vivas... eu não tenho mais.
— Isso... isso é bom, não é? Você não lembrar de toda aquela dor... é bom, amor.
— É muito bom, Ji.
Ele respira fundo, como se sentisse alívio, e me abraça com ainda mais força.
— Eu ainda não acredito... que nós buscamos respostas de filósofos a teorias astrofísicas, e no fim sempre foi você...
— Não que eu soubesse o que estava fazendo. Até agora eu ainda não entendo algumas coisas.
— Não é melhor assim? Acabou, amor. Nós podemos finalmente parar de queimar nossos neurônios tentando entender coisas que talvez sequer possam ser entendidas e... viver. Nós podemos viver, juntos.
Eu entendo o que Jimin quer dizer. Apesar de toda a sua genialidade e das linhas de raciocínio insanas que desenvolvemos juntos, eu sei tanto quanto ele que tentar entender o que estava acontecendo drenava todas as nossas forças. Era exaustivo como nada nunca foi.
Agora, talvez seja mesmo melhor esquecer as pontas soltas, aceitar que nem tudo na vida tem explicação e simplesmente ser grato por ter alcançado o que por noventa e tantas vezes tentei alcançar.
No entanto, o retorno de minhas memórias da chance noventa e nove resgatam também uma lembrança mais recente, esquecida diante da minha então incapacidade de entendê-la.
A lembrança do bilhete da avó de Yoongi.
Talvez nem tudo tenha uma explicação. Talvez nem tudo tenha uma linha de raciocínio lógica. E talvez eu definitivamente nunca seja capaz de entender todo o complexo conjunto de acontecimentos ligados ao dia vinte e um de outubro.
Talvez.
Mas talvez eu possa entender um pouco mais do que entendo agora.
Sem verbalizar, ao menos neste instante, o que pretendo fazer assim que retornar para Busan, eu apenas acaricio o braço de Jimin, aproveitando o silêncio de tão raros instantes de paz.
— Jungkook? — Ele chama, cuidadosamente.
— Oi, Ji...
— Como você lembrou? Como você lembrou, assim, tão de repente?
Eu abro a boca para responder, mas silencio as palavras antes que sejam ditas em voz alta. No lugar, e sei que deixando-o momentaneamente confuso, eu apenas me inclino na direção de minha mochila, revirando o bolso maior até encontrar meu celular.
Com ele em mãos, sob o aguardo silencioso de Jimin, eu volto a me recostar inteiro no corpo de meu namorado e navego pelos arquivos recentes até encontrar o arquivo de áudio que passei para o notebook e, dele, para o telefone.
Antes de reproduzir a música que se encaixa em nossa história como nenhuma outra, eu digo:
— Essa é a prova de que você é meu frango frito, Ji.
Ele espera. Apenas espera. Durante os acordes iniciais da música amadora, apenas ouve atentamente, tentando entender qual, afinal, é o meu ponto.
E então ele ouve a mesma coisa que ouvi e que parece ter cavado fundo em minha alma para resgatar as memórias então esquecidas.
Jimin ouve a minha voz.
— Jungkook... — Ele diz, logo ao final dos primeiros versos.
Diferente dele, eu já conheço bem cada letra e cada sílaba dessa música. Assim, mal percebo o que faço.
— Todos os meus sentimentos te amaram — Eu canto baixo, completamente envergonhado, acompanhando o som gravado de minha própria voz. — Diante do preto e do branco que vibram em você.
— Jungkook — Ele repete, tentando me fazer olhar para ele, mas eu resisto.
Com meus picos de timidez, posso perder a coragem e interromper a música se olhar em seus olhos bonitos e intensos, então mantenho os meus fechados, de costas para ele.
— Bonito como a relatividade, é verdade. Você é como gravidade, mas me faz flutuar.
São versos soltos, aqueles que tenho coragem de cantar junto da música.
Minha mão pressiona o braço de Jimin, que ainda me abraça, ainda que seja óbvia a sua tentativa de me fazer virar para trás.
A música segue. Meu coração segue apertado.
Pode não ser a melhor música do mundo. Pode não ser a revelação de um grande talento... mas ela é sincera.
Ela carrega um compilado de palavras intensas e sinceras que, de outra forma, eu jamais conseguiria dizer, não de uma só vez.
Quando se encaminha aos versos finais, ela se aproxima daquilo que de mais sincero existe em minha sinceridade.
— Contra o universo, se preciso, eu fico. Por você, a qualquer lugar, eu vou — Canto, com a voz quase sem força. — Não precisa ser preciso.
Jimin desiste de me chamar. Ele simplesmente desiste, talvez por me conhecer bem o suficiente para saber que de nada adiantará, agora, ou por perder o impulso, envolvido por cada palavra sincera cantada.
— Em uma vida ou mil, em uma chance, noventa e nove ou cem — Não apenas canto. Eu confesso. — Eu vou sempre te amar e te encontrar. Porque você é, para sempre, o meu frango frito.
São pouco mais de dois minutos de música. Dois minutos para dizer, para Jimin, tudo que sempre quis.
Minha voz some da gravação, dando lugar somente aos acordes do violão de Yoongi, até que estes também perdem força e nos condenam a nada além de silêncio.
Eu fecho meus olhos mais uma vez. No silêncio completo, repito o que nunca deixará de ser verdade:
— Você é meu frango frito, Jimin.
Ele fica quieto por tempo demais. A despeito do que esperava, não me sinto nervoso ou envergonhado. Eu não penso excessivamente sobre o significado de seu silêncio, tomando-o como um péssimo sinal que diz que ele não gostou.
Desta vez, não.
E, para comprovar a certeza que existe lá no fundo de meu ser, a primeira coisa que ouço de Jimin não é qualquer palavra.
É um soluço.
Ele me abraça mais forte enquanto esconde o rosto em meu ombro e eu sinto seu corpo estremecer suavemente sob o meu.
— Amor... — Ele chama. Me abraça mais forte. Repete: — Gracinha...
Eu finalmente me movo, com o coração prestes a transbordar assim como seus olhos.
Cuidadosamente, viro para trás, enquanto Jimin se encolhe ainda sem formar qualquer frase completa.
No escuro, eu vejo a imagem de meu namorado enquanto ele chora; mas a imagem não se torna nítida, seja pela pouca luz ou pela camada de lágrimas que recobre meus próprios olhos.
A primeira música que escrevi nunca foi cantada para aquele que me inspirou.
A segunda, foi.
É isso e muito mais o que me faz transbordar agora. É tudo. É Jimin, nós dois, o que passamos em uma, duas, cem chances. É saber que conseguimos, que tentamos até conseguir.
— Jungkook... — Ele ainda não consegue dizer nada além de me chamar.
Falta gentileza em absolutamente tudo que faço; não sou uma pessoa de gestos mansos. Neste momento, no entanto, é apenas carinho e amor que carrega meus toques quando, de frente para Jimin, puxo seu corpo suavemente até que ele sente sobre minhas pernas assim, nu, desprotegido, exposto a toda a sinceridade de meu corpo quando encho o seu de beijos, do pescoço ao rosto.
— Eu te amo, Jimin. Eu te amo acima do destino.
Ele estremece mais, em uma nova onda de lágrimas, antes de me abraçar forte e me beijar intensamente, ainda incapaz de dizer qualquer coisa.
Talvez seja isso, afinal. Jimin entende meu silêncio, minhas palavras tortas e meus gestos desavisados. Ele sabe me ler em meus trejeitos desastrosos — mas, enfim, também sei lê-lo.
Eu leio seu beijo, seus toques, a forma intensa e desesperada através da qual me tem, agora, e entendo cada sentimento por trás de seus gestos. Eu entendo mais do que qualquer palavra poderia me fazer entender.
— Eu te amo — E é isso o que ele diz.
Eu volto a capturar sua boca para que ele entenda que nada precisa ser dito. Eu volto a beijá-lo com saliva e lágrimas de alívio e de felicidade, segurando-o perto e forte para que o destino nunca mais pense que pode levá-lo.
Ele não pode. Não antes que Jimin tenha o que merece: uma vida longa e feliz.
Com as mãos em minha cabeça, entre meus cabelos, um ofegar atrapalhado e a testa deitando contra a minha, Ji para de me beijar por um momento, durante o qual sinto meus lábios completamente úmidos.
— Se isso for um sonho... — Ele diz com sofrimento na voz, pressionando nossas testas ainda mais. — E se isso for um sonho, amor? Eu não consigo acreditar que isso está mesmo acontecendo...
— Ji...
— Não parece verdade. Você lembrou de tudo e veio até Seul por mim? Você fez uma música para mim? Jungkook, eu estou tão feliz que... eu estou com medo de não ser real...
— Ji... — Volto a chamar, paciente, enquanto deslizo a mão em suas costas e uso a outra para fazer sua cabeça deitar em meu peito, que abriga um coração dolorido pelos soluços do choro de alguém que tem medo de acordar e descobrir que foi tudo um sonho.
Assim, com todo o meu amor, eu faço o que melhor posso fazer neste momento e pressiono meu queixo contra o topo de sua cabeça, bem forte, a ponto de ouvi-lo se engasgar com o susto do gesto inesperado.
— Não é sonho — Rapidamente acariciando sua cabeça, garanto. Deixo também um beijo antes de repetir: — Isso tudo é real, Jimin-ssi.
Ele parece prender a respiração por um instante, inclinando seu corpo mais para o meu antes de usar uma mão para massagear o local pressionado por meu queixo.
— Por que você é assim? — Ele pergunta baixinho, já não sei se rindo, chorando, ou chorando e rindo.
Eu o abraço mais forte, quase a ponto de extrapolar os limites de força toleráveis em um abraço, e deixo sua pergunta sem resposta para deitar minha bochecha contra a sua e dizer:
— Eu me apaixonei cem vezes por você, Ji. Por que você ainda se surpreende com as loucuras do que acontece ao nosso redor?
— Porque... — Ele não consegue completar. Nem precisa.
— Você sabe que é real. E quando acordar, vai ouvir Meu frango frito de novo e saber. Se ainda duvidar, a dor em sua bunda vai te fazer ter certeza de que tudo que aconteceu hoje foi real.
A mudança é rápida, mas não completa. Jimin deixa um leve tapa em meu ombro e cai na risada antes de se afastar minimamente até posicionar seu rosto novamente em frente ao meu, com esse sorriso lindo, mas também cheio de lágrimas.
Cuidadosamente, eu deslizo meus polegares por cada rastro úmido, sentindo a breve negativa que ele faz.
— Não adianta secar... eu não vou parar de chorar tão cedo, amor...
Eu sorrio com carinho, então trazendo sua boca à minha para beijá-la suavemente.
Segurando-o assim, ouço Jimin perguntar, com a voz ainda afetada pelo choro:
— É Meu frango frito? O nome da música?
— Show, né?
O pior é que ele concorda. Ele balança a cabeça para cima e para baixo, antes de dizer:
— Eu quero ouvir de novo agora.
— Não.
— Jungkook!
Eu suspiro, já derrotado, porque sei que não vou conseguir negar por muito tempo. Assim, já me vejo cedendo ao esticar minha mão para pegar o celular e mais uma vez reproduzir a música, enquanto Jimin comemora sua pequena vitória ao voltar a deitar a cabeça em meu ombro.
Ainda no primeiro verso, ele diz:
— Sua voz é linda, gracinha...
— Nem é. Amadora demais.
— É linda. — Insiste. Me abraça apertado, para finalizar: — Como tudo em você.
Eu desisto de discutir e deslizo meus dedos sobre suas costas nuas, enquanto Jimin, todo agarrado ao meu corpo, suspira de maneira arrastada.
— Jungkook? — Chama, sem demora, quando a música mais uma vez chega ao final. E pede: — De novo...
— Não. Dessa vez é sério. Chega. Deixa de ser doido.
— Eu quero ouvir de novo — Ele diz, como se fosse o bastante para me convencer; talvez ciente de que não seja, ele se adianta e pega o celular ao meu lado, desbloqueando-o para logo me fazer revirar os olhos quando ouço a mesma música pela terceira vez seguida.
Ao invés de voltar a se aninhar no meu corpo, no entanto, eu percebo Jimin se afastar lentamente, até ficar de pé. Com o corpo nu, abençoado por todos os deuses deste e de todos os universos, ele caminha até a poltrona do quarto, onde pega, no topo da mala, um roupão cuidadosamente dobrado.
Logo, seu corpo está coberto pelo tecido felpudo e ele caminha de volta em minha direção, sob meu olhar confuso, quando estende a mão para mim.
— Endoidou? — Questiono, sem entender o que ele quer.
E percebo que a resposta é sim quando ele diz:
— Eu quero dançar com você, gracinha.
— Não. Nem ferrando. Sai. — A resposta é imediata, e eu tento rolar para o outro lado da cama, mas Jimin segura meu pulso e me puxa suavemente.
Não é como se ele de fato fosse mais forte; no entanto, o simples toque de sua pele contra a minha me faz medir a brusquidão de meus gestos e, ao invés de me desvencilhar de seu chamado, acabo sendo atraído por ele.
Com a maior cara de merda, sim. Mas vou.
Quando me tem de pé, ciente de que facilmente conseguiria me convencer, Jimin fica nas pontas dos pés para poder me abraçar pelos ombros, enquanto eu continuo parado como um poste.
— Gracinha... — Ele pede, manhoso. — Por favor...
— Essa música não tem nada a ver com dança, Jimin. Não dá para dançar.
— Eu não ligo. É a música que meu namorado fez para mim e eu quero dançar com ele. Você vai mesmo negar, amor?
Eu tento manter minha pose inabalável, mas ele sabe o poder desse olhar desenhado como pelas garras de um animal selvagem, e eu logo suspiro indignado.
— Golpe baixo.
Jimin sorri, vitorioso, e desce os braços até me envolver pela cintura e descansar sua bochecha contra a minha enquanto minhas mãos, incertas sobre o que devem fazer, pousam em seu ombro antes que meus braços o envolvam em um abraço suave, sentindo seu corpo se mover e guiar o meu sutilmente no ritmo da música.
Mal nos movemos, na verdade. Apenas vamos para um lado e para o outro, suavemente, e isso parece o suficiente para ele.
Jimin me faz dançar.
Ele nunca trouxe cor para a minha vida; na verdade, fez algo muito mais significativo: ele me ajudou a aceitar o meu preto e branco.
Ele não trouxe cor, mas trouxe movimento.
E essa dança aqui, no escuro, sob a música baixa que não foi criada para ser dançada, me prova a verdade que sei ser irrefutável.
— Essa é oficialmente a minha música favorita no mundo todo — Ele diz, ao final da última declaração em verso.
O silêncio retorna, mas Jimin ainda guia meu corpo em uma dança sutil, em nosso próprio ritmo, até que os movimentos, já tão fracos, perdem ainda mais força e ele desliza o nariz por minha bochecha até repousar seu rosto frente a frente com o meu.
Jimin não parece ter derramado novas lágrimas; no entanto, os olhos continuam carregados de sentimentos intensos demais, rodeados por uma suave vermelhidão que denuncia seu choro recente ainda marcado em suas bochechas gordas.
Jimin é lindo. Completa, insanamente lindo.
Tocando-o com cuidado, deslizando o dorso de meus dedos por seu rosto, eu me devoto a instantes de admiração a cada mínimo detalhe de sua face, que logo sinto sob meus lábios quando deixo, nela, uma sequência de beijos da testa, às pálpebras, bochechas, nariz e, enfim, boca.
Ele suspira, entregue ao toque, e pressiona os dedos em minhas costas nuas antes de subir as mãos até meu pescoço, onde entrega um carinho suave.
O silêncio se prolonga; Jimin prolonga também os toques, levando-os ao meu rosto, onde toca como se ainda tivesse dúvidas de que tudo isso é real.
Sentindo as pontas de seus dedos mapeando minha pele sempre tão sensível aos seus toques, eu fecho os olhos até o momento em que seu pulso repousa ao lado de minha boca em um pedido silencioso que facilmente reconheço e mais facilmente ainda atendo, deslizando meus lábios até a pele cicatrizada que intensamente beijo.
Ele suspira mais uma vez. Eu o abraço com mais força. Jimin acaricia meu rosto e nossas bocas pairam uma sobre a outra.
Assim, ele pede:
— Faz amor comigo de novo.
Eu me conheço bem o suficiente para saber que, em qualquer outra situação, eu faria qualquer brincadeira sem graça sobre o quanto ele é insaciável ou qualquer besteira assim. Neste momento, no entanto, não existe espaço para piadas, não quando ele pede assim, com tanta sinceridade, com tanto sentimento, e eu respondo de mesma forma ao abraçar seu corpo, girando em torno de nosso próprio eixo para guiá-lo à cama, onde ele se senta e me puxa para que volte a me deitar com ele.
Em mais uma longa sequência de beijos, toques e corpos unidos, eu e Jimin nos amamos por mais um pedaço da noite na cidade que nunca será capaz de nos separar.
Nós nos amamos no sexo, no que vem depois dele, nas conversas que nascem e no silêncio que surge. Nos amamos no banho, nos amamos deitados na cama enquanto nos recusamos a dormir para não perdermos sequer um instante do que estamos vivendo esta noite.
No entanto, a tsunami de sentimentos parece levar Jimin à exaustão e, mesmo repetindo que queria ficar acordado por toda a noite, eu logo assisto meu namorado, meu amor, cair no sono enquanto eu acaricio seu corpo nu deitado contra o meu.
— Boa noite, Ji — Eu digo para ele, quase sem voz, antes de beijar sua testa e puxar seu corpo adormecido para se aninhar inteiro em mim.
E, com a certeza de que nem o destino será capaz de nos separar, eu me entrego ao sono merecido junto ao homem que amo.
Quando acordo, minhas certezas seguem firmes — no entanto, eu não sei onde Jimin está.
— Bom dia, gracinha — Sem demora, descubro. Porque aqui está ele de volta, com uma bandeja de café da manhã nas mãos e o corpo coberto pelo mesmo roupão.
— Bom dia nada — Resmungo, abraçando-o e puxando-o para meu colo quando ele retorna à cama e deixa a bandeja sobre o colchão. — Acordei sem meu namorado na cama.
— Meu deus — Ele gargalha intensamente, esmagado em meus braços. — Que você é mal humorado quando acorda, eu sabia. Mas carente também?
Eu nem respondo, mantendo um braço ao redor de seu corpo quando estico minha mão livre para capturar uma das uvas na bandeja.
— Você já tinha isso tudo na cozinha? — Pergunto, meio impressionado, mas nem tanto. É Jimin, afinal.
— Não. — Confessa, rindo enquanto também morde uma uva. — Eu pedi por delivery.
— Ter dinheiro de sobra é bom, né? — Questiono, bocejando violentamente logo depois. — Enquanto isso, eu estou aqui desde ontem pensando no troco que deixei com o taxista. Aquele dinheiro vai fazer falta feito o cacete.
Jimin se diverte com minha confissão, todo apaixonado enquanto eu resmungo sinceramente. O dinheiro vai fazer falta mesmo.
— Eu posso recompensar sendo o namorado mais grudento do mundo enquanto você estiver aqui? — Ele pergunta, acariciando a minha nuca.
Compensar dinheiro com carinho?
É claro que eu respondo:
— Pode.
Jimin me beija na testa, pegando uma nova uva para me dar na boca.
— Então farei isso. Não adianta reclamar, agora que já concordou. Mas — Claro que tem um mas. — Agora eu vou precisar sair. Tenho que ir até a Academia, lembra?
— Você vai dançar hoje?! E me deixou te foder daquele jeito ontem?!
— Não vou dançar, gracinha. Vou conhecer o palco e fazer os preparatórios para a audição, mas sem performance hoje. Você acha que eu sou doido de ficar de quatro logo antes de me apresentar?!
— Acho.
Ele revira os olhos, mas falha em conter a gargalhada.
— Aliás, — Eu retomo, abraçando-o com mais força. — eu vou assistir a sua apresentação... se você quiser.
Jimin se afasta bruscamente, com os olhos arregalados.
— Você vai ficar em Seul até lá?! — Eu faço que sim. Ele insiste, ainda mais desacreditado, mas inegavelmente feliz: — Então você vai passar a virada de ano comigo?!
— Não, vou passar sozinho por aí em uma cidade desconhecida mesmo que meu namorado esteja aqui e seja ele quem está me alojando. Claro que vou passar a virada com você, Jimin.
— Eu vou ignorar sua grosseria, seu cavalo. Eu não acredito que você vai estar aqui comigo! — A mudança de tom é brusca, porque ele logo esboça nada além de felicidade, voltando a me abraçar inteiro. — Eu vou começar o ano com meu amor!
Eu sorrio. Já sabia que Jimin não estava feliz com a obrigação de passar a virada aqui em Seul, sozinho, e sua euforia neste momento apenas comprova.
— Vem comigo! — Ele diz, olhando para mim com a cara gorda ainda toda amassada de sono. Lindo. — Vamos até a academia, depois nós paramos em algum lugar para comprar as coisas para a nossa festa! Vamos precisar de champagne, comida, roupas bonitas... hm, música também. Eu não trouxe minha caixa de som. Ok, vamos comprar uma caixa de som portátil e...
— Ei, doido — Interrompo, junto de uma risada. — Comida e bebida? Ok. Champagne como bebida? Não. Refrigerante dá pro gasto. Caixa de som? Desnecessário. E nem me faça falar da ideia de roupa nova, pelo amor do santo cacete.
Jimin se priva de me responder de imediato para reduzir a própria empolgação a uma expressão que claramente me julga. E é o que ele faz, ao perceber:
— Você vai vestir moletom.
— Hoje e sempre.
— Até no nosso casamento. Meu deus, você vai usar moletom no dia do nosso casamento!
— Com licença?! — Questiono, meio esganiçado. — Que papo de casamento é esse?!
Ele arqueia as sobrancelhas, curioso sobre minha reação.
— Então destruir o conceito de tempo é ok por você, mas falar sobre casamento te assusta, Jeon?
— Jeon é o cacete! E sim! Eu tenho dezenove anos e são oito da manhã! Não é hora de falar de casamento!
Jimin tenta permanecer sério, mas acaba explodindo em uma risada sincera.
— Tudo bem. Sem conversa sobre casamento por enquanto. — Decide, mas logo me olha com o sorriso contido e o olhar cheio de confiança ao questionar: — Mas você sabe que é comigo que vai casar, não é?
Eu reviro os olhos.
Que pergunta.
— Claro que sei, Ji.
Ele sorri ainda mais, segurando meu queixo para me dar um beijo demorado na bochecha.
Quando Jimin se recosta em meu corpo e dá mais atenção à comida, no entanto, eu cutuco sua cintura só para chamar sua atenção antes de questionar, genuinamente ansioso por uma resposta positiva:
— Ei, eu vou poder casar de moletom?
A resposta que ele me dá é a pior de todas. Ele ri. Isso não responde coisa nenhuma.
Com várias outras risadas, nós compartilhamos o café da manhã. Depois, nos preparamos para sair do apartamento enquanto Jimin lista as infinitas coisas que precisaremos comprar para amanhã.
Eu não acho que precisamos comprar nada além de qualquer coisa para comer e beber, mas ele fica tão bonitinho todo ansioso e empolgado que até eu calo minhas reclamações somente para vê-lo fazendo planos e mais planos de última hora.
Mas é claro que toda pessoa tem um limite, e o meu é alcançado quando, depois de sua visita demorada à Academia de Dança de Seul, Jimin me arrasta para várias lojas lotadas de pessoas fazendo as últimas compras do ano e eu preciso me manifestar, porque é completamente desnecessário comprar pratos temáticos.
— Nós vamos fazer chamada com todo mundo! — Foi o argumento que ele usou para tentar me convencer da necessidade extrema de, sério, pratos temáticos.
— E você acha que alguém vai ficar reparando se nossos pratos têm fogos de artifício ou não, pelo amor de deus?!
O problema é que ele acha mesmo que sim. Assim, foi mais uma das infinitas batalhas que perdi durante nosso dia de compras. Então, quando retornamos ao apartamento, o fizemos com as mão abarrotadas de compras que eu ajudei a carregar com um arsenal completo de reclamações que não se calaram por todo o caminho — e ainda foram potencializadas por resmungos sinceros sobre o bendito troco que deixei com o taxista.
— Aposto que é isso que você vai pedir na virada de ano — Jimin diz enquanto organizamos as compras. — O troco de volta.
— Não. — Digo, todo cheio de certeza. — Meu pedido para o ano novo é um emprego.
— Meu gênio trabalhador...
Eu reviro os olhos, sem real impaciência, quando me posiciono atrás dele e escondo minha mão no bolso traseiro de sua calça, puxando-o para que ele pare de dar atenção às compras e fique de frente para mim, quando então escondo minha outra mão no outro bolso.
— E você? — Questiono, sorrindo meio bobo quando ele facilmente aceita a interrupção e desliza os braços para envolver meu pescoço. — Qual o seu desejo para o ano novo?
— Conseguir uma vaga na Academia de Dança. — Ele responde com um sorriso mínimo.
— Não deveria gastar seu pedido com isso. É claro que você vai conseguir, Ji. Não existe dançarino melhor que você.
Ele sorri, mas abaixa os olhos suavemente, fugindo do meu olhar quando diz:
— É... mas é melhor usar meu pedido para algo que seja pelo menos alcançável, porque o que eu quero pedir de verdade é... é meio impossível, amor.
— Sério que o cara que viu o dia vinte e um de outubro se repetir incansavelmente acredita mesmo que existe algo impossível? Meio preocupante. O que é que você quer pedir de verdade?
Jimin não responde de imediato. Ele continua calado, sem me olhar por longos instantes, até que seus olhos reencontram os meus e, nervoso como dificilmente o vejo, confessa:
— Que você redescubra seu antigo desejo de explorar o mundo além de Busan... e venha para Seul comigo.
↬ Continua no próximo capítulo
Olá! Como vocês estão? :D
Eu particularmente já tô sofrendo de saudade antecipada porque em 3 atualizações Cem Chances chega ao fim ):
Vocês gostaram desse capítulo?
Eu espero que sim! Ele foi particularmente difícil de escrever, mas muito gostoso. É bom demais finalmente dar tanta paz e felicidade aos meus nenês, eles merecem muito depois de tudo ):
Ah! Votaram hoje?! Espero que, quem votou, tenha se cuidado direitinho! <333
Espaço para um aviso importante (que farei tentando não surtar): amanhã começa a pré-venda do meu primeiroooooo livro físico!!!! MEU PRIMEIRO LIVRO FÍSICO!!! É o livrinho de "O beijo de Libra" e acho que todo mundo já sabe, mas vai ser pelo site da editora violeta e mais informações vocês podem achar lá no twitter da editora (@editoravioleta)!!
Eu queria poder dizer quão feliz estou sobre isso, mas acho que a fica ainda não caiu??? Tô como o Jimin nesse capítulo: achando que é só um sonho ):
Por favor, perdoem qualquer errinho brabo que tenha passado ): eu tentei revisar, mas tava com muita coisa me distraindo ao redor e acabei não conseguindo me concentrar tão bem ):
AGORA!!!!!!!!! EU ESQUECI DE SURTAR SOBRE NO CAPÍTULO PASSADO, MAS CC PASSOU DE 3 MILHÕES DE VIEWS!!!! GENTE???????????????????????????????????? olha como a nossa fedorentinha cresceu, meu deus!!!!
Obrigada MESMO por todo o carinho. Eu amo vocês demais ): na linguagem de cem chances, posso tranquilamente dizer que: vocês são meu acarajé!
Por hoje é isso. Teoria da vez: Jungkook usaria ou não usaria moletom no próprio casamento? Beijos, até o próximo ou até a #BelindaEPandora <3
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