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[f(25) = 2x - 25] Nosso acerto

Será que esse capítulo tem mais dor de cabeça ou mais frango? Boa leitura! 

🔮

Errar é importante, como dizem por aí.

É errando e refletindo sobre os deslizes que cometemos que somos capazes de dimensionar e perceber aquilo que uma sequência invicta de acertos não nos permitiria jamais.

Gosto de pensar que o acerto alcançado após a reflexão sobre um erro é como um acerto consciente.

Mas me pergunto como, nesse inferno, podemos corrigir um erro que sequer somos capazes de identificar? Como acertar se não temos a mínima ideia do que é o certo a se fazer?

— Aqui. — É o ombrudo quem diz ao entrar no quarto de Yoongi, com as mãos de dedos tortos carregando uma bandeja. — Como agradecimento por terem cuidado da nossa avó ontem. Eu nem sei como ela conseguiu escapar, mas obrigado por terem sido tão atenciosos com ela.

Normalmente, esse é o momento que precede alguma declaração educada da parte de Jimin. Mas não há nada de normal no exato instante.

Ele está tenso, sentado na cadeira da mesa de estudos do quarto de Yoongi. O corpo curvado, cotovelos nas coxas, uma mão massageando a nuca enquanto usa a outra para esconder o rosto.

— Obrigado, Seokjin hyung. — Então é Hoseok quem diz, o único ainda capaz de sorrir mesmo que, de nós todos, seja o mais fragilizado fisicamente.

A bandeja é deixada sobre a escrivaninha, com um bule de chá e xícaras para nós quatro. A caminho da porta, Seokjin para antes de nos olhar com a expressão preocupada.

— Está tudo bem com vocês? A energia desse quarto está pesadíssima.

— Hyung... agora não, por favor. — É Yoongi quem faz o pedido, sem esconder a tensão depois do relato que eu e Jimin fizemos sobre a aparição de sua avó na MoonMoon.

Seokjin ainda nos lança mais alguns segundos de atenção preocupada, mas acaba por ceder junto a um suspiro.

— Eu estarei na sala com Joonie.

Assim que a porta se fecha e voltamos a ser apenas nós quatro aqui dentro, Yoongi curva o corpo até pressionar os olhos com as palmas das mãos, pensativo e em desespero.

A causa para toda a derrota que nos cerca é clara.

As palavras de Lee Seon Yeong.

Eu ou Jimin estamos errando, não pela primeira vez. E, secretamente, eu acredito que quem está cometendo o erro sou eu.

É o mais óbvio, não é? É só analisar o histórico, decifrar as personalidades e a probabilidade aponta para mim.

Mas eu ainda não sei o que pode estar errado.

Depois de ontem, ligamos para Yoongi. Seon Yeong não nos deu qualquer outra informação ou explicação, apesar de termos tentado até o momento em que uma ambulância levou a velha doida de volta para o hospital.

De lá para cá, tivemos tempo de explicar o que aconteceu para Yoongi e para Hoseok. Tivemos tempo de decidir, em conjunto, matar as aulas dessa manhã para nos reunirmos aqui na casa do não-bruxo. Mas não tivemos tempo de entender o que fazer a partir de agora.

— Eu achei que você e Jimin precisavam ficar juntos — É Hoseok quem se atreve a dar fim ao silêncio quase fúnebre, olhando apenas para mim, já que Jimin segue fechado na própria bolha. — Que era isso que precisava acontecer. Por isso os sonhos que vocês têm. Então... o que está errado?

— Tem uma pergunta ainda pior, Hoseok — Yoongi relembra, seguido por nada além do silêncio.

Estamos todos à espera de seu anúncio. Todos tensos. Até Jimin, tão recluso nessa manhã, olha para o piromaníaco. E ele parece ter medo de fazer a pergunta que finalmente faz, na sequência.

— O tempo está acabando. Mas o que acontece quando o tempo acabar?

— Se a nossa teoria do microuniverso estiver certa... nós voltaremos para o início de tudo. Para o primeiro 21 de outubro.

— E tudo isso que aconteceu desde o acidente vai ser esquecido. — É Jimin quem completa, com a voz grave, baixa e tensa. — Tudo será esquecido.

— Exato. — O piromaníaco percebe, a cada segundo mais tenso. — Mas se essa é a penúltima chance, como minha avó disse... se falharmos dessa vez, só teremos mais uma. A centésima chance. E então se nós falharmos na última chance também, o que vai acontecer?

Minhas mãos deslizam pelo rosto, em seguida pelos cabelos, jogando-os para trás.

É pior do que eu pensei.

Nós temos dois limites conhecidos. O primeiro, referente ao tempo dessa chance. O segundo, referente ao fim das nossas chances.

E nós ainda não entendemos por que essas chances estão sendo dadas. Não sabemos o que precisamos alcançar, se ficar juntos não é a resposta certa e não temos qualquer outra dica. Pior, não sabemos o que acontecerá quando as cem chances forem esgotadas.

E não é como se estivessemos esperançosos sobre isso. Nós falhamos noventa e oito vezes. O que nos faria acreditar que acertaríamos agora, se não conhecemos nosso erro e não podemos aprender com ele?

— Ainda temos mais uma pergunta sem resposta — Yoongi relembra. Dessa vez, seu olhar viaja carregado até o dançarino ao seu lado. Tenso, sua voz ganha volume mais uma vez: — Minha avó disse que Hoseok foi um erro. Ele não deveria estar envolvido nisso tudo, então nem ela sabe o que pode acontecer com ele.

— E essa fraqueza, a palidez, o cansaço... — Hoseok pondera, com um sorriso triste. — Estão diminuindo, mas muito devagar. E se eu continuar assim, mesmo que tudo dê certo?

O piromaníaco fica subitamente de pé, caminhando de um lado ao outro dentro do próprio quarto pequeno. Para diante da janela, contemplando algo do lado de fora. Quando se vira para nós mais uma vez, dispara:

— Eu não sou cético. Não poderia ser, se fui criado por Lee Seon Yeong. Mas nunca na minha vida, nunca, acreditei que encontraria duas pessoas capazes de quebrar o universo inteiro.

— Ou uma pessoa só. — Eu mesmo digo, sem muita coragem.

— Como é?

— E se for só eu o culpado? Quando Jimin e Hoseok morreram, eu fui o único que fiquei vivo. Sou o único que lembra do acidente e fui eu que implorei para voltar no tempo e impedir que aquilo acontecesse. O tempo voltou. E desde então, mesmo que Jimin e Hoseok tenham percebido a repetição do dia 21 de outubro, sou eu que escuto a voz, é meu corpo que sente dores repentinas e inexplicáveis. Talvez eu seja o único culpado. O erro, na verdade, sou eu.

— Tem mais uma coisa. — A voz de Jimin volta a se infiltrar na troca de ideias desesperada, ainda com o tom murcho. Nem parece ele. — Os sonhos que nós temos.

Yoongi me lança mais uma olhadela preocupada e suspeita, exatamente como fez no dia em que eu revelei que consigo interagir com as versões dos nossos outros eus, em sonho.

— Jungkook interfere nas realidades que vê quando sonha. — E diz em voz alta, antes de olhar para Jimin. — E você?

— Já tentei. Não consigo. Se eu falo, eles não me escutam. Jungkook é o único que consegue.

E assim fica confirmado. O erro sou eu.

— Eu não acho que você seja o erro, Jungkook. — É Hoseok quem diz, como se pudesse ler minha mente. — Eu acho que você é a solução.

— Então nós estamos perdidos. Porque eu não tenho a menor ideia do que fazer.

— Nós vamos pensar em alguma coisa. — Yoongi garante, recostado na parede, com os braços magros cruzados sobre o peitoral. — Não vamos desistir ainda. Estamos em sintonia sobre isso?

Hoseok é o primeiro a balançar a cabeça numa concordância sincera, junto a um sorriso mínimo. Eu sou o segundo, com um curto e breve aceno determinado.

Eu não estou disposto a perder tudo que conquistei e reconquistei nessa chance.

Não vou desistir tão fácil da relação que estou reconstruindo com minha família, tampouco dessas pessoas que, contra todas as probabilidades, estou aprendendo a ver como amigas.

De frente para mim, do outro lado do quarto, está Jimin. O único que ainda não deu resposta, mas que reforça a minha, ao ser capturado por meu olhar.

Não quero desistir dele também.

Não quero perder todos os sentimentos que tenho agora e voltar a odiá-lo, porque é isso que irá acontecer se voltarmos ao início de tudo. Eu odiarei Jimin novamente.

— Jimin? — Hoseok chama, tenso.

— Parece uma batalha perdida. — Ele verbaliza o que nós todos pensamos, mas ainda não estamos prontos para admitir. Ainda assim, decide: — Mas vamos tentar.

Breves segundos de silêncio seguem seu anúncio, ao que o desconforto se instala. Talvez tentando evitá-lo, é Yoongi quem dá fim a toda essa ausência de conversas:

— Vocês fizeram as pazes, aliás. Como foi?

— Ah. — Eu murmuro. Nessas horas, é de Jimin a função de falar. Ele quem deveria revelar que nos beijamos e como tudo aconteceu. Mas diante de toda a sua tensão, sei que nada será dito. Então, tudo que consigo dizer, é: — Hoseok tem que te chamar para um encontro.

— Que?! — O dançarino questiona, em surpresa explosiva. — Isso quer dizer que você convidou Jimin pra sair?

— Sim. — Jimin responde, em meu lugar. — Mas não sei se ainda vamos sair.

Yoongi tentou, mas falhou. Porque aqui está ele novamente: o silêncio, o desconforto e a tensão, dessa vez aumentada pela revelação de Jimin

Ele não quer mais sair comigo?

Que?

Eu não quero questionar aqui na frente de todos, mas não consigo evitar meu olhar que se prende em sua direção. No entanto, Jimin não me olha de volta, continuamente fechado em sua própria derrota.

E talvez seja num momento de sorte que batidas são dadas na porta do quarto, antes que esta se abra e revele Seokjin mais uma vez.

— Venham almoçar. — Ele diz, surpreendentemente para todos nós. — Eu fiz comida para todo mundo.

Yoongi suspira, mas num gesto que parece expulsar todo o sentimento entranhado em nossas mentes desde que nos trancamos nesse quarto.

— Obrigado, hyung. — E é o que ele diz, antes de se adiantar para pegar a bandeja com o chá intocado e gesticular para todos nós. — Venham. Se você der sorte, tem frango na mesa, Jungkook.

Eu nem me importo. Minha direção apenas se dirige a Jimin, que levanta em silêncio quando saímos todos do quarto e Seokjin leva a bandeja para que nós quatro sigamos até o banheiro para lavar as mãos, numa sequência pavorosamente silenciosa de fila indiana.

Yoongi é o primeiro a sair do lavabo, seguido por Hoseok. Jimin vai em terceiro, mas para quando, num gesto impensado, seguro seu braço com cuidado.

— Jimin-ssi...

Ele não resiste. Não demonstra grande hesitação sob meu toque, mas demora alguns segundos para, lentamente, virar para mim.

E aqui estão. Os olhos bonitos e únicos como fendas abertas por garras miram os meus, que derramam atenção ansiosa à pessoa que jamais imaginei que poderia me provocar tantas sensações.

— Por que você está assim? — Questiono, inegavelmente tenso.

Quando parece confuso ou assustado, Jimin foge. Ele vai fugir, dessa vez?

Já está fugindo, ao negar nosso encontro?

— Não me pergunta isso. Você sabe muito bem. — Ele responde, com esse tom baixo e carregado. — Vai dar tudo errado, Jungkook-ssi...

— Eu te contaminei com toda a minha negatividade, é isso? Nós não sabemos, Jimin-ssi. O tempo está acabando, mas não acabou ainda.

— Mas vai acabar. Eventualmente. E nós não fazemos a menor ideia do que temos que fazer.

Eu não tenho como negar a fonte de toda sua preocupação. Por isso, tudo que faço é ficar calado, dividido entre ceder e me entregar às lamúrias como ele, ou a buscar ainda mais otimismo que sequer me pertence. Antes de tomar minha decisão final, ele faz uma nova confissão.

— Eu quero tentar, Jungkook. Eu quero acreditar que talvez seja possível, quero ir à minha audição amanhã e ter um encontro com você depois. Acredite, eu quero muito. Mas como eu posso fazer tudo isso e seguir vivendo normalmente se o mais certo é que em breve tudo será apagado?

— Então nós não vamos mais sair?

Ele umedece os lábios cheios, antes de contraí-los num silêncio que confirma.

— Você não faz ideia de como eu quero aquela vaga. E você não faz ideia de como eu me apaixono mais por você a cada segundo. Eu quero ficar com você, quero tanto... mas isso tudo é demais, Jungkook. É assustador demais.

Eu sei que é. Eu também tenho muito a perder. Ainda assim...

— Você não sabe quantas vezes eu precisei respirar fundo para te convidar para sair, Jimin. Eu quase colapsei, estou quase colapsando agora por dizer isso também. Então o universo que espere a vez do colapso dele. Agora é a minha.

Eu vejo o sorriso pequeno que ele abre em resposta. O primeiro, desde que Seon Yeong jogou a bomba em nossas costas.

— Você não ficou vermelho, nem gaguejou para dizer isso...

Estou tremendo como britadeira, em compensação.

E é só uma questão de tempo sobre a vermelhidão. Não demora e, quando lembrar desse momento, eu sei que meu rosto pegará fogo. Talvez esteja começando a acontecer agora.

— Eu não consigo dizer não a você, gracinha...

— Então não diga, cacete. Pelo amor de deus. É torturante ser a pessoa que precisa manter a calma.

Jimin sorri um tanto mais, hesitantemente esticando uma mão até tocar meu antebraço, apertando-o suavemente enquanto seu olhar se perde por um instante antes de voltar ao meu, ainda carregado, mas dessa vez um pouco mais decidido.

— Então vamos sair amanhã, Jungkook-ssi.

— Já que você insiste...

Ele pisca lentamente, sorrindo também com os olhos quando desliza suas mãos até minha cintura, depois envolve meu corpo num abraço quando cola seu peito ao meu e toca sua boca na minha.

Eu seguro sua calça pelo passador do cinto; com a outra mão, toco em seu braço, quase na altura do ombro, e fecho meus olhos, permitindo que o momento vá além. No entanto, não demora para que Jimin dê fim ao beijo suave e deslize outros beijos por minha bochecha antes de me olhar com esses olhos intensos e um sorriso preguiçoso.

— Você não sabe como a ideia de perder você me apavora, gracinha...

— E desde quando você me tem, para perder?

Ele pressiona os lábios num gesto insatisfeito, mas acaba por rir genuinamente quando deixa um beliscão em meu braço.

— Vocês fizeram as pazes mesmo. — De repente, uma terceira voz se une a nós.

É Hoseok, na porta do banheiro, com um sorriso muito mal contido no rosto pálido.

— Sai daqui. — É o que digo, fuzilando-o com o olhar enquanto, por dentro, me sinto ferver em vergonha.

— Por favor, me contem o que aconteceu. Como aconteceu — Ele pede, apontando na direção da sala. — Mas venham fazer isso enquanto comemos. Só estamos esperando vocês. Depois vocês podem namorar à vontade.

Eu sei que minha expressão fechada não esconde a vergonha estampada em meu rosto, coisa que faz Jimin sorrir suavemente quando me lança mais uma olhadela e finaliza o toque ao pressionar um outro beijo demorado em minha bochecha, e dizer:

— Coisa linda.

— Vocês estão agindo completamente como um casal. — Hoseok aponta, cheio de surpresa. — Minha nossa!

Um revirar de olhos é tudo que sou capaz de fazer em reação, segurando Jimin pelo alto dos braços antes de afastá-lo de mim. Quase roboticamente, afasto seu corpo para o lado e caminho para fora do banheiro.

Em outro momento, eu empurraria o corpo de Hoseok tal qual faria com Junghee, mas ele anda sempre tão frágil e cansado que tenho medo de tocá-lo com falta de cuidado e desmontá-lo inteiro.

O que fica para trás são as risadas fracas dos dois dançarinos, que me seguem quando tomo a frente em direção à mesa do almoço, ao redor da qual foram posicionados dois banquinhos desmontáveis para ter espaço para todos os seis.

Eu ocupo um deles, assim como Yoongi, deixando as cadeiras mais confortáveis para Jimin e Hoseok.

— O que é que vocês estavam fazendo no banheiro? — Não demora para o bruxo questionar, desconfiado.

— Que pergunta indelicada, Yoon. O que mais eles estariam fazendo num banheiro? — Seokjin parece repreendê-lo, também oferecendo a travessa de macarrão para mim. Quando me preparo para começar a me servir, ele finaliza: — É claro que estavam se beijando.

— Mas você não cansa de ser inconveniente, não é? — Yoongi questiona, com o olhar entediado.

Ainda calado, eu passo a tigela para Jimin enquanto ouço a risada do ombrudo, que é seguida por sua voz mais uma vez.

— Eu estava completamente fora de órbita, na festa de Joonie. Muito alcoolizado. Não consegui perceber se vocês ficaram desconfortáveis de verdade com minha língua solta.

— Ficamos. — Digo de uma vez. Vou mentir para que?!

Ele faz uma careta que precede um sorriso arrependido e suave.

— Então me desculpem. Não gosto de passar dos limites com ninguém. Prometo tomar mais cuidado. Não quero assustar os primeiros amigos que Yoon tem em tanto tempo.

— Fofo. — O irmão mais novo diz, claramente com deboche. Um leve balançar das travessas entrega que um dos dois chutou o outro por baixo da mesa, o que se confirma pelo olhar raivoso que os dois trocam.

Eu não faço grande caso da cena. Como irmão de alguém, eu sei que essa dinâmica é completamente normal. Assim, não me demoro antes de enfiar um tanto de macarrão na boca, sugando os fios pendurados quando sinto uma breve cotovelada contra minhas costelas.

Meu corpo trava na hora, porque sei quem está tentando chamar minha atenção, sentado bem ao meu lado.

Kim Namjoon.

Eu viro o rosto para ele, ainda com uma porrada de jajangmyeon pendurado na boca, e desastrosamente me engasgo quando vejo o sorriso ladeado por covinhas que ele mostra para mim.

Eu dou uma dentada para cortar os fios, ainda com a boca cheia e tentando disfarçar a tosse quando uso o dorso da mão para limpar o molho em minha cara.

— Tudo bem? — Ele tem a pachorra de perguntar, quando eu estou prestes a cuspir macarrão para todo lado.

Tão falso quanto parece seu questionamento, é a minha resposta, dada com um aceno positivo.

— Está gostoso? — Então ele pergunta. — Eu que fiz.

— Para de tentar impressionar o garoto, Namjoon! — Seokjin gargalha, sem demora. — Você só colocou o macarrão para cozinhar, seu folgado. Nem no meu dia de folga tenho descanso, eu, hein.

Namjoon está tentando me impressionar?

Kim Namjoon?

De repente, meus olhos se abrem em surpresa e constrangimento quando lembro de uma revelação feita na desastrosa festa que ele fez no final de semana.

De acordo com Seokjin, Namjoon está interessado em mim.

Puta merda...

Não é que eu sequer pense em fazer algo sobre isso. Ainda assim, é impossível evitar o choque provocado pela descoberta nunca esperada. É Kim Namjoon, meu deus. O cara que eu sempre admirei de longe, enquanto sentia meu coração palpitar só de olhá-lo.

O que me surpreende é que ele tenha qualquer interesse em mim, mas não por corresponder a suposta atração. Hoje, não mais. Mas eu ainda acho que ele é o cara mais bacana que existe. Não é uma celebridade, mas é como meu ídolo.

— Pelo amor de deus, não dá em cima do Jungkook. — É Hoseok quem pede, meio paralisado enquanto olha para Namjoon. — Não atrapalhe meu casal, eu imploro.

Namjoon acaba deixando uma risada escapar, antes de negar.

— Eu não faria isso. — E diz, sempre exibindo essas covinhas enormes e profundas, logo deslizando sua atenção para mim mais uma vez. — Mas você sempre me deixou curioso, Jungkook. Eu tinha medo de tentar me aproximar antes, porque você não é exatamente aberto às pessoas.

— Jungkook é um neném. — Por que Hoseok está dizendo isso?! — Não precisava ter medo.

— Yep. — E lá vem o piromaníaco. — Um filhote de brutamontes. É inofensivo.

— Ele é perfeito. — É Jimin quem diz, com um sorriso fraco. — Até o jeito bruto cativa.

— Calem a boca — Eu peço, cheio de vergonha, antes de enfiar mais macarrão na boca. — Na moral.

Eu ouço quatro risadas distintas; a que não escuto é a que mais me faz falta. Por isso, não demoro para lançar minha atenção acanhada para Jimin, sentado à minha frente, logo encontrando-o com nada além de um sorriso frágil no rosto.

Aparentemente, eu fui o último a descobrir que já tive interesse em Namjoon. O que quer dizer que, a essa altura, isso é óbvio para Jimin, assim como ficou óbvio para mim que ele parece se sentir inseguro sobre isso.

Sem saber o que fazer para garantir que tal interesse já não existe mais, eu deslizo meus pés sob a mesa até encontrar os seus, então piso suavemente nos seus, deixando que assim permaneçam, com a sensibilidade do toque reduzida pelas meias que usamos.

É provavelmente a coisa mais esquisita que alguém já fez numa situação como essa, mas parece muito mais que suficiente para Jimin. Sei disso porque, sem demora, seu sorriso cresce antes que ele abaixe o rosto, como se estivesse — e me surpreende dizer isso — envergonhado.

Eu sei que Jimin sente ciúmes. Sei que ele tem medo de deixar esse sentimento se tornar destrutivo, então me alivia ver que, nesse instante, ele não se prende ao desconforto. Não me alivia por mim, mas por ele. Porque assim, talvez, ele passe a acreditar um pouco mais que não é um reflexo do próprio pai.

Assim, mesmo diante da situação improvável, o almoço segue livre de dramas, mas cheio de momentos que me fazem encher a boca como um animal para tentar esconder a vergonha sempre que um deles resolve apontar o quanto sou, e cito suas palavras, "adorável, mesmo com esse tamanho e essa porrada de tatuagens que me fazem parecer um caderno de rascunhos".

Sinceramente.

Eles não têm o mínimo de noção.

— Obrigado pelo almoço. — Ao fim, é Hoseok quem agradece primeiro. — Estava uma delícia. Você cozinhou a massa direitinho, Namjoon!

— Obrigado! — O dono das covinhas profundas diz, com um bater de palmas exagerados. — Viu, Seokjin? Aprenda a ter gratidão.

O bruxo mais velho exibe um sorriso forçado, jogado no sofá, antes de lançar a atenção para as outras três visitas.

— Vocês podem voltar sempre, viu? Sei que a casa é pequena demais, mas a gente faz caber todo mundo.

— Obrigado mesmo. — Jimin diz, buscando apoio em meu ombro para deslizar os pés para dentro dos sapatos. — Nos vemos em breve.

Com minhas botas já calçadas, eu seguro o braço de Jimin quando percebo que seu corpo vacila por um instante, mas mantenho minha atenção voltada para Seokjin

— Valeu. Até mais.

— Até, fofinho!

Era só o que me faltava.

— Vejo vocês depois. — Yoongi avisa, espreguiçando-se, mas não demora para dobrar os braços atrás da cabeça e sorrir, antes de dizer: — Nós vamos pensar em algo, ok?

— Sim! — Hoseok concorda, cheio da confiança que eu gostaria de ter. — Estude para repor a prova que perdeu hoje. Depois dela, se você quiser... nós... podemos sair. Só nós dois.

É irônico demais dizer que o feitiço virou contra o feiticeiro? Porque é o que acontece. De tanto se divertir às custas da minha vermelhidão, é Yoongi quem, agora, tem as bochechas queimando.

— Tchau, Yoon. — Hoseok ri junto à despedida, tomando essa como a resposta não verbalizada. — Vou esperar ansiosamente por nosso encontro.

Mais alguns acenos são trocados, antes que três fiquem dentro da casa pequena e os três restantes parem na calçada.

— Eu vou para casa. — O veterano de dança anuncia, apontando para Naruto. — Dirijam com cuidado, tá?

— Você também, Hoseok. — Jimin diz, acariciando-o suavemente nas costas. Em resposta, ganha um sorriso, que é seguido pelos olhos de Hoseok viajando em minha direção antes de pousarem em Jimin novamente.

— Eu sei que nós estamos meio perdidos... — Ele começa, com o sorriso tão suave quanto o olhar. — Mas nós vamos dar um jeito nisso tudo. Hyung vai ajudar vocês!

Minha risada mais se assemelha a um pigarro, assim que ele termina de falar.

Fofo.

— Até depois. — E com a despedida final, ele vai andando de costas em direção ao seu carro, acenando e sorrindo antes de girar sobre os próprios pés para caminhar normalmente.

Sozinho com Jimin, eu percebo os olhos bonitos já atentos a mim e, assim que os meus encontram os seus, ele suspira num gesto fragilizado antes de oferecer um sorriso morno.

— Então nos vemos amanhã, Jungkook-ssi. No nosso encontro...

— Você ainda vai fazer a audição?

— Não vejo tanto sentido... — Ele aperta os ombros e move a cabeça para o lado, piscando lentamente antes de revelar: — mas vou.

— Beleza. — Eu aceno para ele, desajeitado demais para ceder à minha vontade de me despedir com um beijo. Dou um passo para trás, em direção a Belinda. — Me mande uma mensagem com o endereço e o horário em que você vai estar liberado.

— Certo, gracinha. — É a primeira coisa que ele diz. A segunda, é: — E pode ir embora sem me dar um beijo agora. Amanhã você compensa.

Eu preciso umedecer meus lábios assim que giro em meu próprio eixo para seguir até Bee. Dois passos depois, no entanto, volto a olhar para trás e pouso meus olhos em Jimin seguindo até Pandora com o famigerado chaveiro de coelho na mão.

— Ei. — Antes que ele se vá de vez, disparo.

— Hm? — Seu olhar vem curioso, um pouco surpreso. — O que foi?

Eu olho para Bee. Depois, para ele. Pressiono a língua contra meus dentes e tento deixar minha expressão completamente neutra, para não entregar meu nervosismo quando finalmente aviso:

— Deixe Pandora em casa, amanhã. Eu vou te buscar depois da audição.

Num primeiro instante, Jimin não demonstra nada além de surpresa. No entanto, não demora para que os lábios se curvem no canto, exibindo um sorriso pequeno demais para o sorriso que brilha em seus olhos miúdos em formato de fendas.

— Isso quer dizer que eu finalmente vou poder andar em Belinda com você, Jeon?

— Se ela não for pobre demais para você. — Essa é minha resposta, já que ainda lembro bem de todas as vezes em que Jimin riu de Bee por ser simples e velha.

Dessa vez, ele nega lentamente.

— Eu só tentava chamar sua atenção. Belinda é uma gracinha, Jungkook, e vai ser uma honra poder te abraçar enquanto você pilota. Eu sonho com isso há muito tempo.

— Você deveria sonhar mais alto. Mas amanhã eu te deixo realizar esse sonho então.

Ele ri de novo. Ao fazê-lo, abaixa a cabeça de novo também, como se não soubesse como reagir. Como se estivesse envergonhado.

O problema é que, diferente de mim, que perco toda a reação quando sinto vergonha, Jimin parece responder ao sentimento de forma oposta. Assim, me surpreende quando abre a primeira passada em minha direção, seguida pela segunda, terceira e quarta, até que esteja bem em minha frente e fique na ponta dos pés para abraçar meu pescoço antes de me puxar até fazer minha boca tocar a sua.

Não é nada além de um selinho demorado, porque acho que já aprendemos nossa lição. Aparentemente, quando começamos a nos beijar, é difícil parar, então é melhor evitar fazê-lo em ambientes públicos.

Por isso, ele não tenta nada além de tocar seus lábios nos meus antes de afastá-los e acariciar minha nuca.

— Achei que os beijos ficariam para amanhã. — Eu digo, completamente atordoado com um beijo tão manso.

Ele sorri, com sua boca roçando a minha suavemente.

— Só um selinho de boa sorte para minha audição amanhã. Ainda vou cobrar os beijos no encontro.

— E eu vou cobrar o frango frito.

— Jungkook-ssi, eu vou te dar todo o frango frito que você quiser, em todos os sentidos que você quiser.

Essa certamente é uma nova modalidade de flerte.

Eu gosto.

— Valeu. — Qual o meu problema? Sei desenvolver todo tipo de raciocínio avançado em cálculos, mas não sei formular uma frase decente?

E qual o problema de Jimin? Por que ele sempre sorri com minha óbvia inaptidão comunicativa? Sinceramente, é impossível gostar disso em alguém.

Para dar fim a essa sequência trágica de falas de minha parte, eu aperto um pouco mais a cintura de Jimin, puxando-o completamente para perto antes de pegar de volta o selinho que ele roubou.

— Mais um de boa sorte para sua audição. — E digo, antes de soltá-lo. — Até amanhã, Jimin-ssi.

Dessa vez, eu finalmente sigo até Bee. E, de costas, tenho coragem de dizer:

— Não vou olhar para trás dessa vez! Pode dar soquinhos vitoriosos no ar para comemorar sabe deus o que.

É quando paro diante de Belinda e me preparo para arrumar o capacete que vejo Jimin ainda no mesmo lugar, com os olhos arregalados para mim.

E as bochechas gordas pegando fogo.

Eu consegui? Eu finalmente dei o troco por cada instante de vermelhidão no rosto que Park Jimin me provocou?

— Que vergonha. — Ele sussurra, desajeitado como nunca o vi, antes de se apressar até Pandora, onde salta direto para o banco do motorista. Com um sorriso satisfeito pela vingança, mas também sentindo que não estou longe de assumir o mesmo tom avermelhado que dominou seu rosto, eu finalmente dou partida em Bee e sigo meu caminho.

O restante dessa sexta-feira intensa segue em ritmo mais brando, dividindo-me entre o trabalho de Redes e prestar atenção no horário para ir buscar Junghee na escola.

Depois que Seon Yeong fez sua aparição inesperada e desastrosa na frente da MoonMoon, é claro que não pude entrar na lanchonete em companhia de meu irmão para, assim, ver o sorriso de nossa mãe. E eu sei que o moleque ficou chateado sobre isso, ao mesmo tempo em que entende que algo aconteceu e assim precisei mudar os planos.

E assim é minha situação atual, quando o sábado chega: preocupado em compensar Junghee, levando-o a MoonMoon num outro momento.

Preocupado sobre o colapso do universo. Mas isso já é de praxe. Cotidiano.

E preocupado sobre o que vestir para meu encontro com Jimin.

Aliás, esse encontro dos infernos está me dando mais dores de cabeça que o imagino, dado o cenário geral da minha vida. Eu não deveria me preocupar tanto, mas estou inegavelmente ansioso porque esse não é apenas meu primeiro encontro com Jimin.

É o meu primeiro encontro.

O que é que se faz num encontro, pelo amor de santo Cristo?

Já é quase hora de ir encontrá-lo no teatro onde estão sendo realizadas as audições preliminares e eu ainda não descobrir. Assim, estou há uma infinidade de tempo parado diante do armário aberto. Com a toalha envolvendo minha cintura, meus olhos passeiam entre as roupas, mas também alternam até o espelho, através do qual avalio o corpo coberto por tatuagens.

Desde a descoberta da serpente em minhas costas, eu tenho medo de descobrir outra nova tatuagem, ainda que eu tenha sido cuidadoso na primeira checagem.

Um suspiro. Mais uma análise das roupas que tenho. Mais uma explosão silenciosa de impaciência.

Eu vou vestir um conjunto de moletom. É isso.

— Eu já vi roupas serem fabricadas mais rápido que o tempo que você tá levando pra escolher o que vesti, hyung...

A voz completamente familiar me pega de surpresa, o que me faz virar para trás em velocidade recorde para encontrar Junghee sentado em minha cama, sei lá há quanto tempo.

— Sai do meu quarto, moleque.

— Eu estava pensando em te ajudar. — Ele diz, ainda parado no mesmo lugar, com as pernas dobradas sobre o colchão e as mãos segurando os próprios pés, com esses olhos gigantes pousados em mim. — Você me ajuda com os estudos, eu te ajudo com o resto!

— Eu pedi sua ajuda, por um acaso?

— Não, mas é claro que você tá desesperado! — E lá vem ele, caminhando em minha direção. Quando para perto o suficiente, é impossível não perceber seu sorriso por mais que ele tente esconder. — Você vai sair com Jimin hyung, né?

— Vai encher o saco do moleque-ssi, vai, Junghee.

— Ele só sabe falar de um menino bonito que viu no ônibus. Fiz uma pausa para te ajudar.

— Não precisa.

— Eu estava pensando, — O bandido me ignora deliberadamente. — nada de moletom. Eu te conheço, hyung. Sei que já está tentando escolher entre um cinza e um preto.

— Nem.

Na verdade, estava mesmo.

— Você fica bonito com jaqueta de couro. — E ele prossegue. — Mas você poderia aproveitar e usar algo diferente, pra honrar a ocasião... né?

— Não.

— Hyung! — O olhar dele me fuzila antes que o corpo magricela ocupe a frente do armário e ele tenha a ousadia de ir direto numa blusa muito específica.

— Nem pensar. — Digo no mesmo instante em que ele exibe a camisa pelo cabide. — Nunca usei essa desgraça, não vou usar agora.

Junghee pode ser bastante insistente, para meu desespero. Por isso, ainda que eu negue de prontidão, ele continua exibindo a blusa listrada de botões.

— Por favor, hyung...

— Isso parece blusa de velho, Junghee.

— Não parece. Confia em mim!

Eu respiro fundo. Reviro os olhos como um caça-níquel com defeito, depois meto um tapa na nuca de Junghee e por último todo a blusa de suas mãos.

— Vou ver. — E anuncio para ele, unicamente porque, sozinho, eu não estava indo a lugar algum além da confortável terra dos moletons.

— Obrigado! Agora a calça — O moleque se inspira em seu momento fashionista, mas para por um instante quando seus olhos pousam no espelho que, nesse momento, deve refletir minhas costas. Sem esconder a surpresa, ele questiona: — Hyung, essa é a serpente que eu desenhei pra você? Você já tatuou?

Não que eu me lembre de ter tatuado, mas.

— Se está aí é porque eu tatuei.

Ele sorri cheio de alegria e, não me passa despercebido, orgulho. Mas antes de retornar ao que de fato interessa, dispara outra pergunta:

— E esses números romanos? Eu não consigo ler direito. O que é?

A tatuagem foi feita em homenagem a ele. A minha primeira. E, até hoje, ele sequer sabe o que significa.

Esse é o meu nível de comunicação.

— É uma data.

— De que? — Ainda curioso, insiste. — Do dia em que o Tetris foi criado? Sei que você é grato por esse jogo. Ou é seu aniversário?

Finalmente, chegou o momento. Anos depois de eternizar esse dia em minha pele, eu finalmente revelo:

— Não é o meu aniversário. É o seu. Sua data de nascimento.

A surpresa de Junghee ao ver a serpente desenhada por ele em minhas costas sequer se compara a surpresa que domina seu rosto nesse instante.

— O dia em que eu nasci, hyung? — E como se não acreditasse, repete.

— É. O dia em que eu passei a ser assombrado por essa sua cabeça gigante.

É estranho perceber quantas reações se mesclam em simultâneo diante de determinadas situações. Nesse instante, a contradição de Junghee entrega irritação pelo comentário, surpresa pela descoberta e felicidade pelo significado.

— Eu realmente achava que você me odiava, hyung... mas você tatuou minha data de nascimento...

Meus olhos se contraem sob as pálpebras, mas não demora para que eu meta um peteleco na testa dele.

— Que odiar o que, Junghee. Deixa de ser sem noção.

Assim como Jimin, meu irmão parece completamente cativado por meu jeito brusco de reagir. Então ele sorri, tomando minha declaração como a mais profunda. E talvez seja, dentro de minhas próprias limitações.

As limitações do caçula de nossa família, por outro lado, parecem muito além. Porque ele me abraça, de repente, colocando força de verdade com os braços magro.

— Eu te amo muito, hyung. Muito mesmo!

Eu gostaria de ter facilidade em dizer as mesmas palavras, porque são reais. Eu amo meu irmão desde o momento em que o vi pela primeira vez.

Meu pai frequentemente relembrava que, quando conheci Junghee, eu chorei como um bebê ao nascer. E por dias, sempre que alguém me tirava de perto dele, eu chorava ainda mais porque achava que algo ruim ia acontecer se eu, com meu corpo miúdo, não estivesse ao lado para protegê-lo.

Mas como não consigo transformar tudo isso em palavras, eu faço o meu melhor e acaricio sua cabeça enquanto aceito seu abraço, que se prolonga por vários instantes.

Me leva algum tempo, para perguntar:

— Sabe qual foi a primeira coisa que eu pensei quando te vi na maternidade, moleque?

Ele se afasta. Parece prestes a chorar, mas também entregue à curiosidade. Sem demora, eu deslizo meu polegar sobre seu olho, forçando-o a fechar antes de secar as lágrimas nos cílios longos. Assim, com apenas um olho dele atento a mim, revelo:

— Eu pensei que não existia, no mundo, bebê mais feio que você.

— Hyung! — Ele grita, me dá um soco fraco no braço e gargalha tudo ao mesmo tempo. Eu, com um sorriso, dou um último apertão de implicância em seu pescoço.

— Vai. Escolhe aí a calça.

Não demora para que Junghee escolha toda a minha roupa. Também não me leva muito tempo para vesti-la. Essa deveria ser a parte fácil, aliás. Mas quando saio do banheiro vestido e volto para o quarto, Junghee arregala os olhos em horror.

— Você tá parecendo o vovô, hyung!

— Eu disse que essa blusa era de velho!

— É porque você vestiu errado! — Ele aponta para meu corpo coberto pela blusa com as mangas longas fechadas na altura do pulso e abotoada até o pescoço.

— Quantas formas diferentes existem de usar uma blusa? Ela é feia, a culpa não é minha.

Ele revira os olhos como se eu fosse completamente inútil.

— Dobra as mangas até os cotovelos, puxa a barra mais para fora da calça e abre mais os botões, hyung. Eu vi no pinterest, fica bonito.

Já é quase minha hora e, sinceramente, eu sequer tenho calibre para discutir quando o assunto é esse. Assim sendo, sigo cada uma de suas instruções, mas ainda sou alvo de seus olhos analíticos quando Junghee instrui:

— Abre mais dois botões. Quase até a barriga.

— Por que eu não vou pelado de uma vez? — Apesar de contrariado, faço como ele diz. Simultaneamente, digo reclamando. — É o que vai acontecer aqui, pelo visto.

Finalmente, depois de uma jornada dramática e cheia de pressão, me vejo pronto.

A calça é escura e apertada, o cinto está bem afivelado, os coturnos em meus pés são meus favoritos (logo, não esquisitos como o cacete) e a blusa revela impiedosamente várias tatuagens de meu peito e parte do abdômen.

— Tá bonitão, hyung! — Junghee diz, orgulhosamente.

— E quase atrasado também. — Percebo assim que vejo as horas em meu celular. Apressado, eu cato a chave de Belinda, o capacete extra e minha carteira. — Até mais, moleque.

— Vou esperar acordado pra você me contar tudo quando voltar! — Enquanto me apresso para fora do quarto, ele grita. Mas a verdade é que eu nem sei se vou voltar.

Talvez eu morra no meio do caminho.

E não é o universo arrombado de raiva que vai me matar.

É esse nervosismo. Essa sensação de coração disparado, as mãos suadas que tento secar antes de montar em Bee e a dor de barriga que sinto mesmo que nem tenha bosta pronta aqui dentro.

No entanto, o universo já provou que não está disposto a colaborar comigo. Assim, esse conjunto desastroso de sensações me acompanha por todo o percurso cortado pelo motor de Belinda, enquanto a iminência do início desse encontro me coloca em mais desespero que a iminência do colapso das minhas memórias e da vida que venho vivido nas últimas semanas.

Aparente e vergonhosamente, esse é o efeito de Jimin.

E durante o caminho, o misto de sensações ganha força pela forma como as rajadas de vento se chocam contra meu corpo exposto pela blusa que Junghee insistiu em me fazer usar, o que me faz constantemente arrepiar num dia ameno de outono.

Quando paro numa vaga em frente ao teatro, eu desço de Bee. Apoio meu capacete sobre o assento e coloco o extra ao lado. Em seguida, espero que Jimin faça sua aparição enquanto vou de um lado ao outro, pensando se corro de volta para casa e nunca mais apareço na frente de Jimin ou continuo aqui e corro o risco de desmaiar.

Agitado enquanto não chego a uma decisão, eu levo minhas mãos aos botões da camisa várias vezes, pensando em fechá-los. Em uma das tentativas, fecho todos até o pescoço.

Menos de cinco segundos depois, abro todos novamente, até pouco abaixo do peitoral.

— Puta que pariu... — Praguejo, sozinho.

Recostado em Bee, eu tenho consciência de que não devo estar esperando há mais que cinco minutos. Parece uma eternidade, por outro lado — mas essa não é exatamente uma reclamação. Jimin poderia demorar ainda mais. Poderia mesmo. Porque quando eu finalmente o vejo passando pelas portas majestosas do Teatro e descendo os degraus sem pressa, minha ansiedade atinge o pico.

E ele vem distraído, digitando algo no próprio celular, então não me vê analisando-o.

Está com a bolsa de treino pendurada num lado do ombro, as pernas abraçadas pelo tecido de uma calça preta de moletom, que se aperta ao redor dos tornozelos, na altura do all star preto de cano médio, e o tronco coberto por uma blusa lisa, branca, de mangas longas.

Eu daria tudo para estar vestido assim, e não com essa blusa de avô abotoada pela metade.

Eu gostaria de ter tempo de fugir daqui e voltar para casa, para trocar de roupa. No entanto, Jimin logo parece bloquear a tela do celular e o meu vibra com uma notificação.

É nesse instante em que seus olhos se levantam e, buscando algo ao redor, me encontram.

Ele parece levar um segundo para me reconhecer.

Quando o faz, com os olhos arregalados pousados abaixo de meu rosto, seus pés se atrapalham no último degrau e ele aterrissa na calçada de forma desastrada, continuamente me olhando dessa mesma forma.

Poucos passos nos separam, agora, e Jimin parece incapaz de se mover. Até que para em minha frente, inicialmente, sem dizer nada.

Os olhos vão e voltam por meu peito exposto, pela calça apertada, as botas pesadas, até voltarem ao meu rosto. A análise é cuidadosa, demorada, com seus dedos curtos agarrando a alça da bolsa enquanto o peito sobe e desce devagar, mas não parece ser em consequência da mesma causa do suor na raiz de seus cabelos.

E quando ele finalmente diz algo, é:

— Puta merda, Jungkook-ssi...

— Puta merda digo eu. Essa roupa é a mais desconfortável que já vesti.

O lábio cheio de Jimin se prende sob os dentes enquanto, simultaneamente, o canto da boca se curva num sorriso.

— Você está... — Ele ainda tenta dizer, mas parece incapaz de completar qualquer frase. Diante da própria incapacidade momentânea, acaba se desmanchando numa risada, até cobre a boca com a palma pequena. E repete: — Puta merda, Jungkook...

— Você tá show também. — É a única resposta que consigo dar. E piora: — Eu acho.

Ele nega e finalmente para de me analisar inteiro para olhar a própria roupa. Faz uma careta, ao final.

— Eu acabei de te mandar mensagem avisando. Eu separei a roupa que queria usar para sair com você, mas esqueci de colocar na bolsa, então... essa é a roupa que usei na audição... — Ele suspira, ao fim. — Não acredito. Que merda. Eu sonho em ir a um encontro com você há três anos e agora que finalmente tenho a chance, vou vestido... assim.

— Eu gostei. — Dessa vez, tenho certeza do que digo. — Como foi o teste, aliás?

— Bom. Eu gostei. — Essa revelação é feita com mais leveza. — Nos próximos dias devo receber a resposta e, se eu for classificado, posso participar da última etapa.

Eu sorrio e, desastrosamente, dou um soquinho contra seu ombro.

— Eu sabia. E é claro que você vai ser classificado, Jimin-ssi.

Jimin volta a mordiscar o próprio lábio. Hesita antes de dizer qualquer outra coisa, com essa piscação atrapalhada de sempre e os olhos me analisando uma outra vez, antes que ele acabe por sorrir novamente.

— É melhor irmos logo, Jungkook. Mais um segundo e eu não vou me controlar mais e vou te dar um beijo bem aqui. Isso pode até me custar a classificação, caso um dos avaliadores veja.

Eu pressiono meus lábios suavemente no que acredito ser um sorriso. Em seguida, pego um dos capacetes e passo para ele, mas me encho de estranheza assim que percebo a forma como Jimin olha para ele como se fosse o maior tesouro.

— Eu vou ter um encontro com você — Como se ainda não fosse óbvio, ele diz. — E vou andar em Belinda.

— Vai. — É o que digo em resposta. Em seguida, disparo minha pergunta: — E para onde vamos?

Jimin ergue o olhar novamente, ultrajado.

— Você não escolheu? Eu disse que isso era por sua conta, Jungkook!

— Você disse isso quando eu estava prestes a morrer de constrangimento por causa de uma... — Cruzes. Lembrar é vergonhoso. — Enfim. Naquela situação, eu não tive chance de explicar que não posso planejar um encontro.

— E por que não? — Ah, ele ficou bravinho?

— Porque, um, eu nunca tive um encontro. E, dois, eu não sei o que você gosta de fazer. Eu quase não te conheço, Jimin. Você não deixa.

A revelação espontânea parece pegá-lo de surpresa, transformando sua expressão em uma mais tensa e desconfortável, que se prolonga enquanto os lábios cheios se pressionam um contra o outro.

— Você gosta de ir ao cinema? — Ele pergunta, algum tempo depois. — Eu gosto muito, Jungkook-ssi. Sei que é uma programação pouco original, mas se você não se importar... eu gostaria de ir ao cinema com você.

— Ok. — Decido, sequer precisando parar para pensar. — Cinema, então.

Jimin sorri sem força ou exagero, esperando que eu encaixe o capacete em minha cabeça antes de fazer o mesmo. No instante seguinte, eu passo uma perna para o outro lado de Bee. Já estou montado, apenas à espera, quando percebo que Jimin não sentou atrás de mim.

Ao olhar para ele, encontro sua expressão confusa, dentro do capacete escuro.

— Como que monta nisso?

— Nela. — Corrijo. — Só monta, Jimin. Não tem segredo.

Ele ainda hesita, atravessa a alça da bolsa no ombro e regula o tamanho para mantê-la firme nas costas. Com uma puxada dramática por ar, ele vem, com a mão pequena em meu ombro, e senta.

O que ele faz em seguida não é surpresa, mas me enche de nervosismo na mesma.

Ele me abraça.

Seu corpo se encaixa inteiro no meu, a parte interna de suas coxas tocando a região externa das minhas, o peito em minhas costas e os braços em minha barriga.

Eu sabia que ele faria isso. Ainda assim, meu corpo inteiro é tomado pela sensação avassaladora antes que eu respire fundo, puxe o visor do capacete e finalmente dê partida em Bee.

Durante todo o caminho, eu sinto os pelos eriçados mais uma vez. Agora, não em consequência das rajadas de vento. É Jimin, seu toque, que me faz arrepiar inteiro.

E numa decisão vergonhosamente racional, eu reduzo a velocidade de Belinda somente para poder prolongar o que sinto agora.

Eu sempre gostei de pilotar sozinho, essa é a verdade. Mesmo quando tenho Junghee comigo, nada nunca se comparou à sensação de liberdade de cortar as ruas de Busan, só Bee e eu.

A partir desse momento, em uma nova improbabilidade do nosso universo louco, percebo que o patamar agora é outro: talvez nenhuma sensação se compare à de ter Jimin comigo, com seu excesso de toques, enquanto piloto para qualquer destino que seja.

O de hoje, é o cinema.

Eu escolho um no centro da cidade, onde as ruas são ocupadas por mesas de pequenas lanchonetes e confeitarias protegidas do sol da tarde por toldos coloridos, lojas em todos os cantos, vendendo todo o tipo de coisas, e pessoas andando de um lado ao outro, sozinhas, com amigos, família ou animais de estimação.

É um lugar agradável, ameno e colorido, diferente de Jimin e eu, que estamos cobertos de branco e preto da cabeça aos pés e carregados por um nervosismo que não dissipa.

— Foi a primeira vez que você andou de moto? — É a primeira pergunta que consigo fazer quando descemos de Bee, deixando-a no estacionamento mais próximo das ruas do centro, fechadas para veículos.

— Sim. — Ele responde, me passando o capacete que usou. Guardo o seu no baú embutido e travo o meu em Belinda, quase derrubando-a quando Jimin completa: — Não sei se eu gostaria de andar com outro piloto. Mas com você... adorei o pretexto para te abraçar por tanto tempo.

Eu dou uma última checada em Bee apenas para fugir de seu comentário e o ignoro deliberadamente quando volto a olhá-lo.

— O capacete te deixou todo descabelado. — Sério que essa é a melhor coisa que eu poderia falar?

— Oh... — Ele murmura. Em seguida, vem uma risada, acompanhada do toque de seus dedos rechonchudos arrumando os fios escuros.

— Continua bonito. — E tento me redimir.

Jimin sorri mais um pouco, ainda tentando dar jeito nos fios desalinhados sem parecer verdadeiramente incomodado com eles. Em outra situação, sei que ele faria qualquer comentário provocativo sobre o elogio inesperado, mas eu não pareço o único completamente nervoso diante de nosso primeiro encontro. Por isso, ele nada diz.

— Vamos logo. — Eu digo, em seu lugar, e um novo drama se inicia.

Eu posso segurar a mão dele?

Sei que já andamos de mãos dadas outras vezes, antes mesmo de nos beijarmos, então a resposta mais óbvia é um sim. Por outro lado, toda essa tensão que nos circunda me faz hesitar ao ponto em que escondo as mãos nos bolsos da calça antes de começar a caminhar lado a lado com ele.

Jimin caminha ao meu lado, sem que qualquer palavra seja trocada entre nós dois até que estejamos misturados ao fluxo de pessoas nas ruelas do centro, e é com surpresa que de repente ouço uma nova risada sua, antes que ele pare de andar.

— Isso está muito esquisito, Jungkook. — Ele diz o óbvio assim que paro e viro para ele.

— Completamente.

— Não é como se nunca tivéssemos feito nada juntos. — Insiste, com os ombros estreitos contraídos num gesto brevemente sem jeito. — Será que nós podemos esquecer que isso é um encontro e só agir... do nosso jeito? Como nós?

— Seria ótimo, Jimin. — Confesso, com um sorriso nervoso nos lábios. — Eu estou prestes a surtar com o desconforto.

A expressão dele continua suave, linda, mesmo sob o nervosismo.

— Então vem — Diz, ao estender a mão miúda e gorda para mim. — Quero andar de mãos dadas com você.

Eu umedeço meu lábio, ciente de que sequer uma parte de mim quer recusar seu pedido. Então não recuso. Com satisfação, puxo minha mão para fora do bolso e alcanço a sua, apertando-a inteira num gesto de brincadeira, até que ele simultaneamente ria e faça uma careta para o toque. E é minha vez de rir baixo, contido, e finalmente apoiar minha palma na sua e entrelaçar nossos dedos.

Já na sequência, eu dou um puxão para que ele volte a caminhar comigo.

— Você é delicado como uma rosa, Jungkook-ssi — Ele ri, diante de meu gesto brusco.

Finalmente com mais risadas e leveza que momentos de tensão, o que nos acompanha ao longo de nossa caminhada é a sensação de borboletas no estômago, palmas suadas sob o toque que tantas vezes já compartilhamos e uma ausência de conversa mais confortável que a anterior.

— Eles estão reprisando Invocação do mal. — Jimin diz, quando chegamos ao cinema de rua e paramos para avaliar os filmes em cartaz.

— Você gosta de filme de terror? — Questiono, meio surpreso.

— Principalmente daqueles que têm qualidade duvidosa.

— Cruzes.

— Por que? — Ele questiona, com esse olhar ferino sobre mim, seus dedos ainda entrelaçados aos meus. — Você tem medo, Jungkook-ssi?

— Só dos que dizem ser baseados em histórias reais. — Confesso, sem muita vergonha.

Jimin gargalha e, por um instante, me vejo contrariado o sentir sua mão abandonar a minha. No entanto, o segundo imediatamente seguido é preenchido por seu braço envolvendo minhas costas de uma lado ao outro, até que sua mão pouse em minha cintura.

— Ok. Nada de Invocação do mal, então. Jurassic World?

— Jurassic World, o reino ameaçado? — O questionamento escapa cheio de surpresa e euforia, até puxo um dos folhetos exibidos na entrada. — Ainda está em cartaz?!

— Entendi. Você gosta de outros filmes ruins além de Velozes e Furiosos, desafio em Tóquio.

— Eles são bons porque são ruins. — É o que digo, devolvendo o panfleto ao mesmo lugar.

— Nós podemos discordar sobre isso, mas você sabe como eu me sinto por você, Jungkook-ssi. — Jimin murmura, inclinando-se suavemente para me beijar a bochecha. Estamos em público, então o constrangimento me acerta em cheio, mas não o afasto. Não o faço, porque a falta de jeito maior vem quando ele diz: — Se você quer assistir Jurassic World, nós vamos assistir Jurassic World. E se eu ficar entediado com o filme... pelo menos vou poder beijar você.

— Quanta segurança, Jimin-ssi. — Eu tento soar resistente, apesar de não me sentir assim. — Eu não vou beijar alguém que fica entediado com Jurassic World e fala mal de Desafio em Tóquio.

— Não? Vamos ver, gracinha.

Ele sorri para mim, desse jeito ladino, todo sorrateiro, e aperta minha cintura antes de deslizar a mão até minhas costas, para me guiar em direção ao guichê.

O atendimento é rápido, a escolha dos assentos também — mas só é feita depois que Jimin confirma que os braços das poltronas da última fileira são reguláveis.

A atendente confirma com a expressão carregada por essa aura desconfiada, até cheia de julgamento, e eu espero ao lado com a expressão mortificada, porque a intenção de Jimin ao perguntar se é possível levantar o braço da cadeira é muito óbvia.

Mas existe algo que me mortifica ainda mais que esse instante específico.

O preço do ingresso.

Nem meus dois rins valem tanto assim.

Jimin, por outro lado, tem o equivalente aos rins de toda a população local, em dinheiro.

O valor final da compra não o assusta e enquanto eu tento encontrar a melhor forma de dizer que não tenho dinheiro suficiente para pagar o meu ingresso, quiçá os dois, ele pega a carteira dentro da bolsa de treino ainda atravessada em seu corpo e passa o cartão à vendedora.

— Pode passar os dois no crédito. — É tudo que ele diz. Nem mesmo me lança um segundo de atenção para perceber a hesitação em mim. É uma ação direta e despreocupada.

E eu sou orgulhoso? Sou. Mas, mais que isso, sou quebrado.

Então a única alternativa que eu tenho se deixar o orgulho vencer, agora, é desistir do filme. Ou dizer que posso pagar por meu próprio ingresso e deixar Bee sem combustível pelo resto do ano. Também é uma possibilidade.

— Nós temos muito tempo antes do início da sessão. — Quando saímos da fila, essa é a única coisa que ele diz. Não é feito qualquer comentário sobre quem pagou a compra. Seu olhar encontra o meu, e a expressão de Jimin é completamente suave, talvez um pouco ansiosa. — Quer aproveitar o tempo para descobrir mais uma coisa que eu gosto de fazer, Jungkook-ssi?

É claro que eu sorrio, em reação natural.

Jimin nunca foi tão aberto sobre absolutamente nada além de seus sentimentos por mim. E agora que o vejo disposto a se revelar um tanto mais e percebo, principalmente, sua forma tão unicamente ansiosa de fazê-lo, sorrir é a única coisa que posso fazer.

Ele não parece somente disposto em me deixar conhecê-lo melhor. Jimin parece feliz por estar fazendo isso, nesse momento.

— O que é? — Questiono, genuinamente curioso para descobrir a resposta.

— Vem. — É o que ele diz, com os dentes prendendo o próprio lábio num sorriso bobo.

Com sua mão na minha mais uma vez, eu sou levado por ruelas do centro enquanto Jimin parece buscar algo muito específico. E igualmente ansioso como me sinto para descobrir um novo gosto seu, também sinto sobre a vontade cada vez maior de abotoar essa camisa toda aberta.

Mas nós finalmente paramos da loja que ele tanto pareceu procurar.

— Óculos? — Questiono, diante da vitrine da ótica.

— Comprar óculos. De sol. — Ele esclarece. — Eu amo comprar óculos de sol.

— Você vai ficar ofendido se eu disser que estou começando a achar que você tem gostos estranhos? Não quero te desencorajar nisso de me deixar te conhecer melhor, mas... estranho, Jimin-ssi. Muito.

Ele gargalha, apesar da minha dúvida genuína.

— Ninguém nunca foi muito interessado em me conhecer bem, Jungkook-ssi. — Ele confessa, com os olhos pousados em um dos óculos de armação quadrada e a voz séria, apesar do riso recente. — É meio assustador deixar que você, logo você, faça isso. Eu tenho medo de que você não goste do meu eu além desse que já conhece.

— Acho pouco provável.

— É? Qual a probabilidade de não gostar? Use seus conhecimentos matemáticos e me dê um valor.

Eu olho bem para ele, depois para a nova revelação que é feita sobre seu estranho gosto por óculos de sol. De fato, é um gostar que julgo esquisito. Mas vê-lo se expondo um pouco mais para mim, por outro lado, me faz sentir a euforia no peito aumentar.

E é com sinceridade, mas total falta de planejamento, que respondo:

— A chance de não gostar de você tende a zero, Jimin.

As maçãs ganham destaque em seu rosto, os olhos se fecham, os lábios se esticam e o nariz esparrama para os lados. É essa a reação dele, a intensidade do sorriso, diante de minha resposta.

— Ainda bem. — Ele diz, pouco tempo depois. — Seria vergonhoso ser rejeitado por um cara que gosta até de Desafio em Tóquio.

— Cala a boca — Eu devolvo, tocando seu corpo pela cintura para virá-lo de costas para mim, depois puxando-o até que ele se choque contra meu peito desconfortavelmente exposto. Aí, passo meu braço ao redor de seu peitoral para prendê-lo dessa forma, forçando-o a caminhar para a frente. E mantendo-o preso assim, anuncio: — Não vou mais te acompanhar na compra dos óculos, para aprender a não falar mal do meu filme favorito.

Jimin não reluta sob a captura de seu corpo. Nossos passos seguem cuidadosos, para a frente, com sua bolsa roçando contra minha perna a cada passada. Jimin relaxa suas costas contra meu peito, antes de virar o rosto para trás, deixando-o tão perto do meu.

— Você está me castigando, Jungkook-ssi?

— Sim.

— Então por que parece que essa é sua desculpa para me abraçar? Não é a primeira vez que você faz isso...

Meu olhar continua encontrando o seu, assim, nessa posição inesperada. Até que ele me vence com a intensidade desses olhos escuros e eu entrego toda minha atenção a qualquer ponto à frente.

— É um castigo. — Garanto. — E um jeito de me esconder, já que esse cacete de blusa é a mesma coisa que nada.

Dessa vez, Jimin gargalha intensamente. Até precisamos parar de caminhar, porque ele parece perder a força e o equilíbrio sempre que ri demais. Então estancamos nossos pés no lugar e eu aumento a pressão do braço envolvendo seu peito. Com a outra mão seguro sua cintura, para que ele não desmonte de vez, enquanto a cabeça deita para trás, até pousar em meu ombro. Quando dou por mim, estou rindo também, apenas do sou de sua risada.

— Você está delicioso, Jungkook-ssi... — E diz, entre um riso e outro.

Eu não digo nada. Não é que eu não reconheça o apelo nessa roupa, mas o desconforto é gigante.

— Escuta... — Quando volta a falar, a risada já perdeu força; seu corpo, ganhou. Por isso, ele consegue girar dentro de meu abraço até que seu peito toque o meu e seus braços envolvam meus ombros. Com o sorriso no rosto bonito, ele toma a cabeça suavemente para o lado. — Você é lindo, Jungkook.

Eu tento encontrar uma forma de reagir antes de passar tempo demais apenas pensando, mas Jimin é mais rápido.

— Você é lindo e me deixa louco saber que você se arrumou inteiro só para mim... — Com a mão deslizando até meu rosto, ele me segura pelo queixo e pressiona os lábios nos meus. Ainda sinto seu sorriso contra minha boca, quando diz: — Mas você me deixa louco não importa o que esteja vestindo, gracinha.

Eu sei que as pessoas ao redor julgam nossa cena. Sei que o toque tão íntimo entre dois homens choca uma sociedade tão conservadora em tantos aspectos, mas a forma despreocupada de Jimin sobre tudo isso me faz dar pouca importância a tudo e meu único gesto é deslizar meu polegar por sua cintura, antes de assentir suavemente.

— Vou lembrar disso, na próxima vez.

Porque, sim, eu espero ter um próximo encontro. Com ele.

— Pensa nisso agora. — Ele insiste, sempre tão perto. — Você fica cada vez mais espontâneo perto de mim. Cada vez mais confortável. Quero que seja assim com suas roupas também. Eu quero que você se sinta bem comigo, Jungkook-ssi.

— Agora é tarde demais, Jimin... — Aponto, sem entender onde ele quer chegar. — A não ser que eu volte para casa e troque de blusa...

— Ou... — Pondera, afastando-se suavemente, escorregando a mão por meu braço até segurar minha palma. Com esse sorriso atravessado, ele dá dois passos para trás, me puxando junto, e anuncia antes de virar: — Vou te dar um presente.

É óbvio o que ele quer fazer com a hora restante que temos até o início do filme. Ainda assim, é só quando ele me puxa para dentro de uma das lojas de departamento que eu balanço a cabeça para os lados e tento me soltar.

— Jimin...

— Gracinha...

— Nós não vamos comprar roupas.

Eu vou comprar para você. — Ele diz, continuamente me puxando pelos setores da loja enorme, como em busca de uma área específica. — Como agradecimento pelo chaveiro de Jungoo.

— O chaveiro foi barato. Deixa de coisa.

— Aquele chaveiro é provavelmente o melhor presente que já ganhei, Jungkook. — Ainda seguindo à frente, ele diz. Para apenas quando chegamos aos mostradores majoritariamente ocupados por moletons canguru e blusões. — Aqui está bom, não é? — Ele pergunta, abrindo os braços para exibir o setor final. — Você sempre usa roupas assim.

Eu respiro fundo, até cruzo os braços, para mostrar meu incômodo e simultaneamente cobrir o que a blusa não cobre.

Ele está certo. São essas as roupas que eu gosto de usar. Mas o que digo, no lugar, é:

— Eu posso só fechar a blusa.

— Ainda não é algo que te deixa confortável. — Ele insiste, virando as costas para mim para ficar de frente para as peças, sem demora para começar a deslizar as mãos entre os cabides. De repente, ele para: — Preto ou cinza?

— Entre preto e cinza eu escolho ir embora daqui.

— Gracinha... — Ele chama, manhoso, antes de ocupar cada mão com um cabide. Aí, exibe duas peças para mim. De mesma estampa, mas em cores diferentes.

Dois blusões de Uchiha Itachi.

— Eu sei que você quer... — Ele diz, balançando-as em minha frente. — É um blusão do Itachi, Jungkook... Junghee já me disse que você era caidinho por ele...

— Você anda conversando com Junghee?! — Questiono, ultrajado. — Que cacete é esse?!

— Ele me manda mensagens perguntando se eu estou sendo bom com você. Já disse até que vai ficar muito bravo se eu te deixar triste. Seu irmão é surpreendentemente protetor, Jungkook.

O moleque é fofo demais. Com aquele tamanho achando que pode cuidar de alguém.

— Vamos provar as duas. — Jimin decide, diante de minha relutância. — A que você gostar menos, eu levo para mim.

— Eu provo a cinza. — Finalmente anuncio, tomando-a de sua mão para verificar o preço da peça e ter certeza de que posso reembolsar Jimin, depois. — Pode deixar a preta.

— Eu já disse que vou provar. — Ele diz, sempre com essa expressão intensa e sorrateira demais para que eu entenda a totalidade de suas intenções.

Com um suspiro, eu o vejo tomar a frente em direção aos provadores e vou na sequência, esboçando chateação apenas por meu orgulho. No fundo, estou feliz em ter um blusão do Itachi.

Ao chegarmos ao destino intermediário, imediatamente recebemos as fichas de uma peça cada, depois somos liberados para as cabines.

Caminhando ao meu lado, eu percebo que Jimin lança uma olhadela para trás. Quando se certifica do que quer que seja, sua mão toca meu peito e, cuidadosamente, ele me empurra para o primeiro provador livre que aparece. E entra junto comigo.

— O que você está fazendo...? — Questiono, mas engasgo na última sílaba quando ele toma a blusa de minha mão e joga a sua e a minha no pequeno banco da cabine. Depois, deixa sua bolsa cair no chão.

Na sequência, ele passa a trava da porta, recosta o próprio corpo contra ela e me puxa pela blusa com as duas mãos, até que eu esteja colado em seu corpo e seus braços me envolvam pela cintura.

— Deixa só eu aproveitar um pouco mais do seu corpo nessa roupa, gracinha...

Num gesto involuntário, tomado pela surpresa, eu apoio minha mão na porta fechada, inclinando meu rosto mais para baixo para poder olhar nos olhos intensos e ferinos de Jimin, que me faz ofegar de forma sutil assim que pisca devagar para mim.

— Você se arrumou inteiro para mim... — Sua mão pequena espalma em meu peitoral exposto. As unhas levemente crescidas me arranham a pele coberta pela tatuagem de um lobo geométrico. O lábio naturalmente volumoso é maltratado pelos dentes num mordiscar que acompanha a intensidade da forma como ele me olha, antes de completar: — E eu não vou deixar ser em vão.

Minha respiração lenta esboça toda a minha entrega à sua decisão de me beijar aqui e agora, e minha mão pressiona a porta com ainda mais força quando a outra toca o queixo anguloso de Jimin para que seja eu a dar início ao beijo.

Ele impede, no entanto, no último instante.

Seu indicador pousa em meus lábios, criando uma barreira antes que toque os seus. Em seguida, ele desce o dedo até meu queixo, depois à lateral da mandíbula, até segurá-la com sua mão e virar meu rosto para o lado.

Antes que eu descubra sozinho o que ele está fazendo, Jimin aproxima sua boca e beija minha bochecha. Depois, um pouco mais para baixo. Beija um pouco mais para o lado. O quarto beijo é deixado no ponto sensível de união entre meu maxilar e meu pescoço. E ele sorri, beijando esse mesmo lugar.

Eu, por outro lado, não consigo fazer nada além de fechar meus olhos em antecipação, em deslizar minha mão até seu pescoço. Desse, ao peitoral. Por último, alojo meus dedos em sua cintura, apertando-a com força como já percebi que ele gosta.

Jimin suspira baixo contra minha pele, num som arrastado de pura satisfação. Exatamente como o gemido quase inaudível que arranha minha garganta quando ele me dá um novo toque e sua língua quente, úmida e macia, que descobri tão gostosa quando encontra a minha, desliza de baixo para cima no lóbulo de minha orelha. Eu aperto sua pele com mais força; ele captura o lóbulo mais uma vez, dessa vez com os lábios, puxando também a pequena argola em meu primeiro furo.

Jimin continua segurando meu rosto com a mesma firmeza, mas usa a outra mão para me puxar pelo quadril, num gesto brusco, até chocar minha virilha contra a sua.

— Eu esperei tanto para poder te tocar assim, gracinha... — Ele diz contra meu ouvido, nesse tom baixo, grave, arranhado pelo excesso de controle que parece exercer sobre os próprios gestos.

Eu percebo Jimin na ponta dos pés. Percebo suas unhas se enterrando em minha pele, através do tecido fino da blusa e eu deslizo minha mão para baixo da sua camisa, para poder agarrar diretamente a pele quente que recobre suas costelas, apertando-a cada vez com mais vontade enquanto sinto o roçar de nossas pélvis.

— Você quase me deixou louco... — Ele ainda diz, sempre com o mesmo tom que me arrepia inteiro.

E não me dá direito de resposta, porque tira de mim toda a capacidade de agir racionalmente quando seus dedos em minha mandíbula firmam a posição de meu rosto e sua boca se aproxima novamente, capturando meu lóbulo mais uma vez antes de deixar um beijo suave sobre ele, num toque calmo que antecede a intensidade do que vem a seguir.

O nariz pequeno de Jimin abre caminho, afastando meus fios de cabelo para que sua língua deliciosa deslize de meu lóbulo para cima, seguindo o contorno de minha orelha e capturando o revelo criado por cada piercing que tenho nela.

Eu deliro sobre a alternância breve do toque de sua língua sobre minha pele misturando-se ao metal dos brincos, de seu corpo se elevando milímetros contínuos a cada vez que ele fica mais na ponta dos pés e me puxa pelo quadril a cada instante.

Jimin está no limite de sua altura, preso entre a porta e eu, e seus dedos correm de meu queixo à minha nuca, segurando-a firmemente antes que seus lábios capturem o único piercing intocado. As argolas duplas que perfuram a helix e logo são envolvidas por seus lábios e massageadas por sua língua enquanto os dentes se arrastam suavemente sobre o alto da cartilagem de minha orelha.

Meus olhos tremem sob as pálpebras fechadas enquanto meu corpo inteiro acende com cada segundo que ele devota a lamber e mordiscar o mesmo ponto, continuamente, até que a boca se afasta devagar, mas permanece ligada ao beijo suave quando sinto um pequeno e breve fio de saliva prolongar a união antes de se desfazer completamente.

As unhas de Jimin ainda me arranham a nuca. Minha mão ainda se esconde sob sua blusa, agarrando-lhe o corpo, e meus olhos lentamente se abrem até encontrar o seus me observando de volta. Cheios de luxúria, desejo e satisfação.

E dessa vez ele não me impede, quando admiro-o por um instante. Instante este que torna impossível resistir por qualquer outro segundo que seja e me faz fechar os olhos mais uma vez antes de avançar com minha boca na sua, capturando seus lábios úmidos com a própria saliva.

Eu mordo seu inferior com vontade e escondo minha outra mão sob sua blusa, tocando-o simultaneamente com minhas palmas ansiosas por seu corpo, sentindo a pele quente e tatuada que se esconde sob o tecido branco. Contra minha boca, Jimin suspira. Ele geme.

Quem vai ficar louco sou eu.

Sem controle suficiente para me impedir, eu avanço ainda mais ao deslizar minha língua para dentro de seus lábios, buscando a textura e o toque enlouquecedores da sua, que se une à minha numa busca acelerada por movimentos, deslizando uma na outra antes que seus dentes capturem meu lábio superior, puxando-o ao limite até soltá-lo com um estalo baixo que se perde na cabine antes que nossas línguas se percam uma na outra mais uma vez.

E elas se tocam a cada instante, mesmo quando nossos lábios apenas roçam um no outro. Elas se tocam, se afastam quando o beijo une nossas bocas com novos estalos sonoros, mas logo voltam a se encontrar como se assim fosse o estado natural.

Os dois braços de Jimin voltam a me abraçar pelo pescoço, com mais desespero que da primeira vez, quando ele inspira intensamente e usa sua língua para acariciar meu lábio inferior antes de deixar um selinho demorado, carinhoso e acompanhado de um sorriso preguiçoso em minha boca.

Jimin ofega, quando deita a cabeça contra a porta, e meus olhos se abrem lentamente para encontrarem a imagem enlouquecedora de suas bochechas tão avermelhadas quanto os lábios, os olhos pequenos suavemente caídos nos cantos e os cabelos pretos emoldurando toda tua face.

Ele é lindo. Jimin é o mais lindo que existe.

Sem relutar, eu tenho cuidado e paciência ao afastar minhas mãos de sua cintura. Arrumo a blusa em seu corpo. Por último, subo minhas palmas até segurar seu rosto e me aproximar para um último selinho carinhoso.

Ele já está apoiado normalmente sobre os pés, o corpo sem força contra a porta, e a mesma letargia nos olhos, que alcança sua voz quando ele diz:

— Seu beijo é melhor que todas as fodas que eu já tive, Jungkook-ssi...

Eu deixo uma risada quase sem som seguir sua declaração surpresa, e me aproximo para beijar sua boca mais uma vez. Apenas mais um selar, porque não sei quando conseguiremos parar se continuarmos agora.

— Já estamos aqui há tempo demais, Jimin-ssi. — Declaro, lutando contra a respiração lenta e arrastada que se prolonga. — É melhor sairmos.

— É melhor. — Sem problemas, ele concorda. — Ou eu não sei o que mais vamos fazer aqui dentro.

Nossas preocupações são as mesmas. Por isso, ainda que esteja claro que o desejo é o de continuarmos até descobrir, nós cedemos à racionalidade que existe em nós e saímos do provador depois de arrumarmos nossos cabelos e aceitarmos que nossas bocas avermelhadas entregarão o que estivemos fazendo.

Por último, decidimos que as blusas ficarão boas mesmo sem prová-las, e seguimos ao caixa com sorrisos silenciosos, cúmplices, que guardam o mesmo segredo sobre os beijos trocados nos provadores.

Antes de voltarmos ao cinema, eu troco a blusa listrada pelo blusão com a estampa de Uchiha Itachi, com mangas folgadas que se estendem até abaixo dos cotovelos.

E Jimin diz, assim que me vê livre do desconforto da camisa de botões:

— Eu disse. Você me enlouquece não importa o que esteja vestindo.

O que eu faço é exibir um rolar de olhos forçado que não anula o sorriso suave em minha boca. Este, tampouco é anulado pelo soco leve e brincalhão que dou em seu ombro antes de assumir a frente no caminho de volta.

A tarde começa a se aproximar da noite quando seguimos pelas ruelas, caminhando entre todas as lojas e lanchonetes coloridas sob o céu azul natoso do fim de tarde.

E é enquanto caminhamos e Jimin me provoca ao perguntar quantos tipos de frango eu vou querer para jantar, que finalmente percebo.

Talvez eu não tenha nascido para romances. Mas Park Jimin é minha exceção.

E nosso primeiro encontro está só começando.

Continua no próximo capítulo.

Ele não mentiu. Ainda tem mais encontro pela frente! Quais são suas expectativas pro que vai acontecer no restinho do dia deles?

Já teve até Jimin andando em Bee agarradinho com Jungkook-ssi, como vocês tanto esperavam!!

Mas olá, nenês! Como vocês estão?

Eu to meio doentinha, pra variar. Minha pressão tá despencando desde ontem, então eu tô bem preguiçosa, fico tonta o tempo inteiro. Por isso peço desculpas ): eu terminei de escrever o capítulo assim, meio mole, e revisei agorinha antes de postar. Mas naturalmente já sou desatenta, então mais uma vez é possível que esteja cheio de erros grrrr espero que não tenham atrapalhado a leitura!

Mas vamos lá! Quero deixar registrado aqui que a especificidade do Jimin beijar até o piercing da helix do Jungkook veio desse tweet de @jigguksi:

Alguuumas pessoas me marcaram no tweet pedindo uma cena assim aqui em cc e como tinha essa cena do provador, dava pra encaixar. foi como eu disse lá, tive que alterar um pouquinho a dinâmica do corpo deles pra caber no que já tinha sido planejado pra cena! maaas espero que tenham gostado! <3

E outra coisa! Ainda sobre o encontro. Essa blusa listrada que o JK odiou, vcs que escolheram por uma enquete que feita no perfil dele (@beejungkook). E rolou até edit maravilhoso feito por @jikookhips, depois que a blusa foi escolhida! Então a visão que Jimin teve foi essa aqui (obrigada, nenem, por nos proporcionar uma imagem do lookinho dele!!):

Enfim! Acho que por hoje é isso. Ainda era pra rolar mais coisinha no capítulo de hoje, mas já tava grande e eu acabei terminando bem tarde, então precisei encerrar aí. Mas lá pro dia 17 tem mais!

Mais uma vez, muito obrigada pelo carinho que vocês estão dando a essa começão de frango. Me deixa muito feliz mesmo!

E como sempre, último parágrafo para teorias: por que vocês acham que jungkook é quem mais sofre os efeitos do colapso do universo? beijos, até o próximo ou até a #belindaepandora <3

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