Capítulo 16
ELFLAND,
HÁ CERCA DE 600 ANOS
Park Jimin acordou lentamente, abrindo seus olhos de maneira preguiçosa e bocejando de imediato. Espreguiçou-se, notando que se encontrava ao lado de Jungkook, deitado sobre seu peitoral vasto, quente e confortável. O elfo ainda mantinha as pálpebras fechadas, em seu sono profundo, parecia um anjo adormecido, um príncipe encantado. O loiro passou a observar a beleza dele, sempre quase como se estivesse hipnotizado. Depois de cerca de três meses, ter Jungkook como namorado ainda parecia surreal demais para ser verdade, sempre achava que de uma hora para outra acordaria daquele sonho.
Nunca imaginou que algum dia fosse capaz de sentir um amor tão intenso e arrebatador por alguém, mas ali estava ele, nos braços do ser místico que lhe amava da mesma forma. Sentia-se a pessoa mais feliz do mundo por tê-lo só para si, porque ele lhe oferecia todo o tipo de carinho e afeição que precisava, no entanto, às vezes a melancolia lhe invadia quando voltava a lembrar da sua família, principalmente de seus pais, que ainda não tinha encontrado uma versão do passado ali desde que atravessaram o portal. Sentia falta deles, especialmente porque eram pessoas que sempre o apoiaram em sua vida, sempre estiveram ao seu lado, e o médico não estava ao lado deles agora.
Sua mente foi longe, lembrando dos momentos que passaram juntos. Sabia que sua mãe tinha baixa imunidade e provavelmente ficou doente quando soube do sumiço do seu filho. Não queria pensar no pior, mas o pessimismo começava a cutucar o seu cérebro. Foi inevitável. As lágrimas começaram a fluir de seus olhos facilmente. Era doloroso demais estar longe da família sem saber o que se passava com eles, sem poder contatá-los de alguma maneira, sem saber quando seria a próxima vez que os veria.
Tentou chorar em silêncio para não despertar Jungkook, mas os soluços acabaram atrapalhando sua missão. Jeon abriu os olhos, um tanto assustado com o ruído que o acordou, e virou-se de lado, fitando o namorado com preocupação.
— Jimin-ssi! O que aconteceu? Por que está chorando? — Acariciou a face do humano delicadamente, secando quaisquer vestígios de umidade ali. — Não chore, por favor! — Os olhos avermelhados de Jungkook faiscaram de repente, usando o seu poder para alterar emoções, todavia, Park fechou os olhos imediatamente, evitando ser afetado.
— N-Não, Kookie... Não faça isso quando eu estiver chorando — pediu, ainda em meio aos soluços, com as lágrimas escorrendo. Sabia que o ser místico costumava alterar seu humor quando estava nervoso e podia fazer isso com a tristeza também, entretanto, sentir-se triste era necessário. É impossível ficar feliz o tempo todo, afinal, se não existissem os momentos de tristeza, como alguém seria capaz de valorizar a felicidade? — Apenas me abrace, ok?
E foi o que o moreno fez. Envolveu todo o corpo do amado, o confortando da melhor maneira possível. Não estava entendendo o motivo das lágrimas dele, mas decidiu respeitá-lo. Ficaram assim por longos minutos, agarradinhos, até o elfo perceber que os soluços estavam diminuindo aos poucos.
Quando se afastaram, Jimin finalmente voltou a abrir as pálpebras, fitando o belo rosto do mais novo.
— Me desculpe. Não queria te preocupar — sussurrou, o suficiente para que a audição sensível do elfo captasse. — Só estou assim porque sinto falta da minha família. Principalmente minha mãe e meu pai. Tenho saudades imensas deles.
— Oh! Não fique assim, hyung. Prometi que vou levá-lo de volta para casa, e ainda vou cumprir essa promessa — o outro apressou-se em dizer, esperando que isso fizesse Jimin sorrir.
— Não, Kookie. Você ainda não me entendeu, não é mesmo? — O médico suspirou, fitando a confusão nos olhos do namorado. — Não sou mais capaz de viver sem você. Não posso mais voltar para casa. Não se você não puder vir comigo, entende? — explicou, calmamente, porém frustrado porque sabia que essa opção seria inválida, já que Jeon tinha que manter lealdade ao trono.
— Eu quero tanto poder ir com você, hyung. Meu sonho é ser capaz de viver ao seu lado para sempre como um humano.
— Ohh, orelhudo... — Agora foi a vez do Park acariciar o rosto do ser místico, o mais delicado possível, dedilhando cada centímetro da pele facial bronzeada. — Mas e os seus poderes? Seus poderes são incríveis, meu amor.
— Não preciso dos poderes. Só preciso de você, hyung. — Beijou a testa de Jimin, com toda a ternura presente em seu ser.
— Você é mais humano do que muitos humanos por aí. — Jimin finalmente abriu um sorriso, pois o elfo certamente era a sua felicidade. E depois, aproveitou para deixar um selinho nos belos lábios que tanto amava. — A propósito, confesso que gostaria de ter algum poder mágico como você... — ponderou, fazendo um biquinho adorável.
— Oh! É mesmo, Jimin-ssi? — questionou, curioso, enquanto o outro balançava a cabeça em concordância. — E que tipo de poder você queria ter?
— Hmmm... — O loiro ficou pensativo por alguns instantes, mas por fim, respondeu. — Não sei... Voar, talvez? Bom, eu tenho um pouco de medo de altura, mas se eu soubesse voar provavelmente perderia esse medo, não acha?
— E quem disse que você já não tem esse poder?
Uma gargalhada ecoou pela caverna, fazendo os olhos de Park praticamente se fecharem, enquanto ria.
— Pare de dizer bobagens, Kookie. Eu não sou um elfo, nem qualquer tipo de ser mágico, seu bobo. — Viu o grandão mostrar os dentes brancos ao sorrir feito uma criança em reação ao curador celestial. — Mas eu queria ser... Sabe, se eu fosse elfo, nós poderíamos viver para sempre juntinhos.
— Não, hyung! Não diga isso. Você é perfeito sendo humano.
— Qual é o problema em ser elfo? Por que você não gosta? — Jimin encontrava-se um tanto intrigado com o certo ódio que Jungkook sentia pelo simples fato de ser um elfo. — Por exemplo, elfos não parecem ser criaturas preconceituosas. Eles têm relacionamento com pessoas do mesmo gênero e não veem nisso um problema, diferente dos humanos. Para os humanos o padrão de uma família é que deve ser constituída por homem e mulher.
— Te entendo, hyung, porém você está enganado ao achar que elfos não são preconceituosos... — O mais novo suspirou, um pouco melancólico. — Podem não ter preconceito com relacionamento homossexual, mas têm muito preconceito contra humanos — relatou, tendo vergonha da sua espécie. — Elfos se acham superiores a quaisquer raças, e humanos são para eles seres insignificantes e descartáveis.
— Mas você não é assim, Kookie...
— Bom, talvez seja porque em parte tenho descendência humana... Eu não sei — murmurou, dando de ombros, mas logo que viu os olhos de Jimin arregalados percebeu que acabara de revelar algo significante.
— O quê? O que quer dizer com isso?
Jeon pensou em desconversar e mudar de assunto, entretanto sabia que Jimin não desistiria até descobrir do que se tratava, era persistente e curioso. Sendo assim, resolveu apenas se abrir e contar a verdade.
— Meu pai era elfo, o soberano de Elfland. Certo dia, ele foi para a Terra em uma missão, e dizem que ele se apaixonou por uma humana, a minha mãe. Tecnicamente ele traiu a esposa, a rainha elfa, e foi desse relacionamento que eu nasci. Do fruto de uma traição... — Sorriu, mas era um sorriso frio, melancólico. — Infelizmente não pude conhecer minha mãe humana, pois durante o parto ela não resistiu.
Céus! Era muita informação de uma só vez. Jimin sentia-se atordoado com tudo aquilo, como se um balde de água fria tivesse sido jogado em sua cabeça. Seu coração se apertou naquele instante, porque sabia que os fatos que Jungkook estava revelando para si eram muito dolorosos. Arrependeu-se amargamente por chorar na frente dele há poucos instantes, sentiu que seu problema era insignificante em relação ao que estava descobrindo agora.
— Oh, Kookie! Eu sinto muito! — Não sabia bem como reagir, mas decidiu que quem precisava de consolo agora era o grandão. Dessa forma, envolveu o moreno com toda a sua alma, oferecendo-lhe proteção e muito amor. Fez com que ele tocasse o rosto em seu peitoral, não tão grande, mas confortável o suficiente para abrigá-lo.
— Quase todos me odeiam aqui, hyung. Meu próprio irmão me vendeu praticamente como "escravo" apenas para se livrar de mim. Eles sabem que sou filho de uma humana e me chamam de aberração — desabafou, sentindo a tristeza se apoderar de seu interior. Era difícil falar sobre sua história, e Jimin era o primeiro a ficar sabendo daqueles detalhes dolorosos, além de Daphiny. — É por isso que fiquei tão receoso em te trazer aqui, porque é perigoso para você, tenho medo que tentem te prejudicar por ser humano!
— Ninguém vai me prejudicar porque você vai me proteger, ok? — sussurrou com a voz doce, enquanto massageava os cabelos longos e castanhos do namorado. — E não vou deixar ninguém te machucar porque eu vou te proteger, meu príncipe.
Jungkook não foi capaz de resistir e um sorriso largo se apoderou de seus lábios. Levantou a cabeça para poder fitar o namorado, expondo deus dentinhos de maneira feliz. Era tão bom poder tê-lo somente para si, principalmente porque ele lhe trazia a completa felicidade.
— Obrigado, hyung, mas eu não sou um príncipe.
— Você é filho de um rei, Kookie. Significa que você é príncipe — explicou de um jeito como se fosse óbvio, o que de fato era.
— Ninguém aqui me considera assim, então eu não sou.
— Uau! Então eu sou ninguém? — O médico colocou para fora todo o seu tom dramático, acompanhado de um biquinho manhoso. Uma das coisas que melhor sabia fazer era drama.
— Oh! Me desculpe. Não era isso o que eu queria dizer... Aish! — Se desesperou, achando que Jimin havia mesmo levado sua fala a sério. — Você é tudo para mim, Jimin-ssi!
— Uau! Vocês são mesmo muito grudentos! — Uma voz feminina se fez presente no local, e em poucos segundos o ruído do sininho soou na caverna, ecoando alegremente. A de cabelos degradês saltitou até o casal e sentou-se de frente para eles, com um sorriso largo nos lábios adoráveis. — Parece que a noite de vocês foi bem produtiva, não é mesmo, orabeoni? — Abriu um sorriso sugestivo ao olhar para o irmão mais velho, que logo levantou-se com as pupilas arregaladas.
— Daphiny, não me diga que voc- — tentou argumentar, mas a garota foi rápida em lhe interromper.
— Não! Eu não sou assim, orabeoni. — Inflou as bochechas um tanto brava com o maior por ter achado que ela tinha observado a noite de amor dos namorados através do seu poder de invisibilidade. — Só estou dizendo isso porque é o que eu ouvi falar... — Olhou para baixo, um tanto envergonhada. — Foi o que alguns duendes que moram aqui na frente me contaram.
— Tudo bem, pequena.
— Então agora me contem o que vocês fizeram ontem à noite. — A elfa moveu-se rápido demais, alinhando aqueles olhos azuis e grandes de frente para os dois. — Por favor, eu estou curiosa! Disseram que vocês foram bastante barulhentos ontem! — Ela riu graciosamente, mas de certa forma inocente. Por mais que soubesse o significado de uma relação sexual, não tinha conhecimentos aprofundados sobre, já que não teve pais e consequentemente alguém que pudesse lhe ensinar esse conteúdo.
— Daphiny! Você... — Jungkook estava pasmo com a atitude da mais nova, afinal ela sempre seria apenas um bebê para ele. — É muito cedo para saber essas coisas, pequena!
— Orabeoni, eu não sou mais a criança de 11 anos de quando você teve que partir... — Bufou, cruzando os braços e fazendo um biquinho, o que aparentemente contrariava toda a sua fala. — Eu quero aprender sobre isso! Por favor!
Jimin, que até então observava a discussão dos irmãos, puxou a menina pela mão até se levantarem, e a trouxe para mais longe. Por fim, abaixou seus lábios na altura da orelha comprida da elfa e cochilou:
— Seu orabeoni é muito bom nisso... — Sua voz era apenas um fio, porém sabia que o grandão ainda assim seria capaz de captar sua fala, portanto tomou cuidado com suas palavras. — E nós nos amamos muito ontem à noite — disse, com as bochechas coradas e sem conseguir conter o sorriso na face.
❨♔♚♔❩
Dessa vez, eram os olhos vermelhos de Jeon que faiscavam em alegria. Captaram o corpo do grande animal que há tanto tempo não via, analisando cada detalhe dele. A pele era, de certa forma, brilhante, de coloração negra, suas escamas eram pontudas, parecendo pequenos chifres por toda a sua extensão, as íris da mesma cor que seu antigo dono, no exato mesmo tom de fogo ardente, e o que mais o surpreendeu foi que o bichano estava com o dobro, ou talvez triplo, do tamanho que tinha há cinco anos.
— Bultan? — chamou o elfo, emocionado, olhando para cima.
A criatura gigantesca respondeu ao chamado, e reverberou o seu uivo estridente, provavelmente emitindo ondas sonoras capazes de atingir quilômetros de distância. Das suas narinas, a fumaça escura se espalhava, e era quase possível perceber certo "sorriso" na boca cheia de dentes do ser. Apesar de ser difícil interpretar as emoções dos dragões, aparentemente aquele se encontrava contente.
Park Jimin se encolheu um pouco, tremendo na base. Viu as asas compridas do animal e toda vez que ele as movia, criava uma corrente de ar capaz de bagunçar seus fios de cabelo. Continuou paralisado, apenas fitando o namorado aproximar-se cada vez mais da criatura.
— Você cresceu bem, hein? — Jungkook passou a conversar com o gigante, dando mais alguns passos na sua direção. — Daphiny cuidou bem do meu Bultan? — perguntou, até por fim chegar no seu alvo e logo tocar a pele escamosa do dragão, na altura da cabeça, próximo ao olho direito. Ao fazer isso, suas pálpebras se fecharam, como se quisesse aproveitar ao máximo aquele toque, como se sentisse muita falta daquele simples carinho. Além disso, soltava alguns ruídos de vez em quando, enquanto o elfo conversava com ele, e ambos pareciam se entrosar muito bem, como se estivessem entendendo um ao outro perfeitamente. — Senti saudades, sabe? Fico feliz que tenha se recuperado desde a última vez que nos vimos.
O loiro se mantinha intacto, sem se mexer, apenas assistindo o amado interagir tão bem com uma criatura assustadora como aquela. Se bem que, na verdade, parecia um tanto inofensivo agora, calmo e feliz enquanto Jungkook o acariciava como se estivesse acariciando um gatinho indefeso, mas o seu tamanho era deveras ameaçador, tendo em vista que o moreno, sempre tão alto e grande ao seu ver, parecia uma miniatura de elfo em comparação com o dragão preto de fogo.
— Hyung! — gritou Jeon, chamando a atenção do de cabelos claros. — Venha, hyung! Venha conhecer o Bultan! — Abanou, convidativo e bastante empolgado.
Entretanto, os pés do médico pareciam ter se cravado na terra, totalmente imóveis naquele instante. Seu coração acelerou-se de imediato, apenas com a ideia de chegar perto do ser de asas. Ele simplesmente negou, balançando a cabeça de um lado para o outro enquanto as pernas bambas tentavam dar passos para trás. Piscou lentamente, um tanto distraído e levou um susto ao ver o namorado diante de si em apenas milésimos de segundos.
— Vamos, hyung, por favor — Jungkook implorou, com a voz um tanto manhosa. — Ele não vai te machucar... Ele gosta de você!
— Como pode ter essa certeza? Você viu o tamanho dele? Quantos Jimins cabem na barriga dele? — falou baixinho, com o tom um tanto indignado, mas o outro simplesmente não pôde conter a gargalhada que explodiu de sua garganta, porém, ao fitar o olhar de censura de Jimin, sua expressão ficou séria novamente.
— Ele gosta de você porque sabe que eu te amo, hyung. Não se preocupe, o Bultan é grande, mas ele é um dragão bom, prometo. — Segurou as mãos do amado, o puxando levemente de maneira convidativa. — Eu também sou grande, mas sou um bom elfo, não sou?
O sorriso descontraído de Park finalmente voltou aos lábios carnudos, ao que seus olhos se tornaram dois risquinhos adoráveis.
— É sim, Kookie. Você é o melhor elfo!
E por fim, o médico cedeu, caminhando em direção ao réptil gigante, mas decidiu fechar as pálpebras por enquanto. Apertou a mão do elfo com força, tentando respirar calmamente.
1, 2, 3, 4, 5... Respira... 6, 7, 8, 9... Inspira... 10, 11, 12, 13... Respira de novo e não pira!
E pronto, ali estavam os dois, envoltos pelo corpo do dragão. Bultan havia enroscado a cauda ao redor dos garotos, sem apertá-los, é claro, apenas de forma delicada, como se quisesse os proteger com seu calor.
— Pode abrir os olhos, Jimin-ssi.
Sendo assim, aos poucos o humano obedeceu, deixando seus olhos captarem a visão que estava tendo, e surpreendeu-se ao extremo com o que estava vendo.
— Oh, ele está nos abraçando? — perguntou e o outro respondeu com um simples "sim". Era inacreditável e fascinante um ser aparentemente aterrorizante como aquele lhe dar esse tipo de carinho e afeição de maneira tão rápida.
❨♔♚♔❩
— Não, Jungkook! Eu... — negou, sentindo suas entranhas se encolherem apenas com a ideia. — Isso é muito perigoso... Eu... — tentou argumentar, mas foi interrompido pelos lábios finos do ser místico lhe beijando suavemente.
— Você disse essa manhã que queria ter o poder de voar, hyung. Quero muito realizar esse seu sonho. — Roçou seu nariz arredondado sobre a bochecha quentinha do amado, causando infinitos arrepios nele. — Além disso, se não enfrentar esse medo, nunca vai perdê-lo, não é mesmo?
Jimin ponderou. Por que tinha mencionado o seu ridículo desejo pela vontade de voar? Voar em aviões era suficiente, não precisava voar em um dragão. Definitivamente seria muito mais perigoso voar em uma criatura daquelas, entretanto, também estava ciente que com toda a certeza Jungkook lhe protegeria e jamais o deixaria cair naquela altura. Além disso, não suportaria vê-lo triste depois dos momentos incríveis e inesquecíveis que vivenciaram juntos nas últimas 48h, e caso negasse, sabia que isso o deixaria certamente melancólico.
— Ok. Tudo bem, podemos dar uma volta. Mas não vamos tão alto, por favor?
O elfo ficou tão feliz que começou a dar alguns pulos, fazendo Park soltar leves gargalhadas, mas quando sentiu a mão de Jeon segurar a sua e o guiar para cima das costas do ser negro, seu coração praticamente saltou do peito. Moveu-se à medida que conseguia, pisando levemente sobre as escamas da pele do réptil. Ficou com medo de machucá-lo e que isso o fizesse se irritar, mas aparentemente tudo ocorreu bem quando finalmente atingiu o topo, próximo ao pescoço do animal. Jungkook sentou-se em uma das áreas com menos escamas, e gesticulou para que o curador celestial se sentasse à sua frente, em seu colo. E foi o que fez. Agachou-se ali, aconchegando-se contra o peitoral do namorado, enquanto ele o abraçava de forma amorosa e protetora.
— Segure firme aqui, Jimin-ssi! — O elfo pegou a mão do loiro e a levou até uma das escamas elevadas, um local aparentemente perfeito para se segurar. Logo, percebeu o dragão se mover, levantando-se e viu que a simples altura do bichano já era suficientemente assustadora. Não queria nem imaginar a sensação que seria sobrevoar próximo às nuvens. O frio na barriga se instalou em seu interior e definitivamente não sairia dali tão cedo.
Não demorou para que as longas asas começassem a se debater, criando uma onda de poeira abaixo do seu corpo à medida que tomava velocidade para decolar. Correu por alguns metros até tirar as patas do chão e naquele instante a única reação de Jimin foi gritar:
— AAAAAAAAAH! Socorro! — Seu corpo todo tremeu e seu cabelo esvoaçou diante do vento que soprou em sua cara. Não foi corajoso o suficiente e logo fechou os olhos mais uma vez, temeroso.
— Hyung. Eu estou aqui, tudo bem? Vou te segurar firme, eu prometo! — Ouviu a voz rouca e grave de Jeon em sua orelha e isso foi capaz de lhe acalmar um pouco. Concentrou-se no toque dos braços do namorado ao redor do seu tronco, o envolvendo com toda a proteção possível. Foi suficiente. Era como se Jungkook não precisasse mais olhar em seus olhos para tranquilizá-lo com seu poder. Suas palavras e seus toques tinham o mesmo efeito. Depois de alguns minutos, resolveu finalmente abrir os olhos e foi uma das melhores decisões que já tomou na vida.
A paisagem ali de cima era indescritível, inigualável, incrível e simplesmente arrebatadora. Jamais imaginou ser possível ter uma visão daquelas em sua vida, então tentou gravar mentalmente cada milímetro do panorama. Queria que seu celular ainda possuísse bateria suficiente para ser capaz de gravar aquilo a fim de rever mais tarde, mas era suficiente ter aquelas memórias apenas em seu cérebro.
— Obrigado, Kookie — disse, simples.
— Pelo quê?
— Por insistir no meu desejo maluco. Por criar essas memórias inesquecíveis, meu amor. Obrigado!
Fiquem com o desenho maravilhoso da minha bebê Daphiny versão elfa de Celestial Healer by Mortalitel:
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