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Capítulo 11

HANSEONG — D. JOSEON,
HÁ CERCA DE 600 ANOS

— E esse anjo se chama Park Jimin, o curador celestial! — proclamou o rei da nação enquanto todos ali continuavam minimamente atentos. Eram centenas de rostos focando o nobre e o garoto que o salvara, logo a sua esquerda. — Portanto ordeno que o tratem bem e que o protejam, da mesma forma que mantêm este trono intocável! — Sua voz era firme e decidida, digna. De uma coisa poderia se ter certeza: Yoongi era ótimo em seus discursos, e jamais fraquejara em suas falas. — Além disso, ele permanecerá conosco no palácio por algum tempo, ajudando Kim Taehyung com os tratamentos médicos da comunidade — pronunciou e então virou-se para o garoto de cabelos claros, o fitando serenamente. — De hoje em diante, você será como um membro da minha família. Seja bem-vindo!

Definitivamente aquilo era atenção demais para si. Seu coração era audível em seus ouvidos, enquanto suas mãos tremiam levemente contra o tronco. Pôde perceber vários soldados e empregados da corte cochichando a seu respeito, mas eram tantas pessoas falando ao mesmo tempo que tudo ficou barulhento demais. Os segundos passavam e seu nervosismo apenas aumentava.

— Gostaria de dizer alguma coisa, Sr. Park? — Ouviu novamente a voz de Min, e o silêncio se fez presente naquele ambiente mais uma vez, exceto por sua pulsação cardíaca, que continuava tamborilando contra seu peito. Tinha quase certeza que o elfo, que se encontrava a alguns metros de si, era capaz de ouvir o ritmo do seu coração.

Suas íris cor-de-chocolate oscilavam entre focar na Majestade e fitar o público que os assistia. Toda essa situação lhe deixava ainda mais aflito. Não estava acostumado a lidar com multidões, especialmente em uma era histórica, todavia, ele tentou se concentrar naquilo que sempre o acalmava. E o castanho encontrou-se com o vermelho, fazendo seus nervos se relaxarem pouco a pouco.

Por fim, depois do que pareceram longos segundos que se arrastavam, ele respondeu:

— Obrigado, Majestade! — falou em um tom baixo, porém audível para a maioria das pessoas. Depois, direcionou suas palavras aos soldados e demais funcionários e nobres do palácio. — Sou Park Jimin, futuro médico cirurgião e vim de Seul. Por favor, cuidem bem de mim! — Ele curvou sua coluna cerca de 45°, cumprimentando a todos em sua apresentação formal, no entanto, acabou se surpreendendo com o que aconteceu em seguida. Ao erguer os olhos, ainda curvado, viu que todos ali presentes, com exceção do rei e da rainha, estavam prestando uma reverência ainda mais respeitosa em sua homenagem. Curvaram seus corpos até ajoelhar-se e tocar o cenho no chão de pedra.

— Estamos gratos por salvar Vossa Majestade, divindade dos céus! — um dos conselheiros gritou na frente, e logo todo o resto o acompanhou, saudando e proferindo votos de agradecimento.

Por mais que na concepção da maioria do povo Yoongi não atendia às expectativas de um bom governo, sendo visto como alguém cruel que não perdoa, os servos e guerreiros que para ele trabalhavam admiravam sua liderança, então tê-lo salvado da morte fora de fato um milagre divino.

❨♔♚♔❩

Durante os momentos seguintes, o novo médico foi levado para conhecer o palácio. Ele ficara encantado com cada cômodo que via, com cada detalhe que percebia. Aquele lugar era gigantesco, e o local que atualmente servia como ponto turístico em Seul, não tinha nem metade do tamanho original do edifício durante a Dinastia Joseon. Era encantador para ele estar ali, naquele exato espaço territorial, e naquela exata era histórica, apesar da ideia ser um tanto assustadora. Este lugar fora palco de diversas batalhas sangrentas durante a história da Coreia, e pensar que se encontrava tão próximo de tal realidade lhe amedrontava, mas ele tentou deixar essa ideia de lado e concentrar-se em seu passeio.

Park conheceu vários servos e empregadas da realeza os quais lhe apresentaram cada parte daquela construção maravilhosa: o salão principal, onde o rei tinha reuniões frequentes com os Conselheiros de Estado e acadêmicos; a cozinha, onde fez sua primeira refeição desde que chegara da jornada, junto aos empregados e soldados que também se encontravam em viagem; o pátio, onde os guerreiros treinavam luta e espada, dentre outras técnicas de batalha; os jardins que eram preenchidos de flores típicas da região e da época, como a Mugunghwa (rosa-de-saron); a enfermaria, local em que Taehyung tratava os pacientes, tanto da comunidade em geral quanto funcionários do palácio, tendo auxílio de alguns ajudantes, e onde Jimin também exerceria suas funções médicas em breve; as plantações de ervas medicinais que o curandeiro real cultivava com a ajuda de alguns agricultores; o salão em que as Majestades normalmente realizavam festividades, embora Min não fosse muito a favor de festas; e, voltando ao palácio principal, os longos corredores que levavam aos quartos da realeza. Por fim, quando a noite começou a cair, Subin, uma das guardiãs que normalmente servia e protegia a rainha, levou Jimin até o seu quarto, que já estava limpo e preparado para a sua chegada.

— Sinta-se à vontade, senhor. Em cerca de uma hora traremos uma refeição para o senhor — ela informou, calmamente, com uma postura totalmente ereta, e a cabeça para baixo, em posição de extrema formalidade. — Se precisar de alguma coisa, não hesite em me chamar. Estarei a sua disposição.

— Obrigado — agradeceu, sentindo-se até um pouco mal por ser tratado com tanta respeitabilidade como aquela. Não era alguém tão especial assim. E quando a moça estava prestes a sair, ele a parou, segurando em seu braço, o que acabou a assustando um pouco. — Ah, me perdoe. — Ele logo a largou, sentindo-se envergonhado por sobressaltá-la. — Só gostaria de saber onde fica o quarto do general Jeon... — Afinal, passara praticamente o dia todo conhecendo os cômodos do palácio, incluindo o local onde ficavam os quartos das Majestades, porém ninguém o havia apresentado o dormitório do elfo.

— Oh! — Ela franziu o cenho, talvez estranhando a pergunta, mas não tardou em respondê-la. — Fica próximo ao pátio de treino do nosso exército.

Park anotou aquela informação mentalmente e tentou fazer uma retrospectiva para lembrar onde se localizava aquele lugar. Não era tão perto, seria uma boa caminhada. Jimin agradeceu e a garota se retirou do seu aposento, ficando de plantão do lado de fora.

Sendo assim, o rapaz virou-se para, por fim, conhecer o seu dormitório, e encantou-se mais uma vez ao perceber a beleza daquela decoração.

A cama era um colchão almofadado vermelho de veludo com seda que pairava sobre o assoalho de madeira, seu tecido cintilava e parecia bastante macio. Logo atrás, uma divisória com uma pintura detalhada de flores enfeitava o local, deixando um ar exótico. Do outro lado, havia uma janela, e dali o vento que fluía era bastante refrescante. Algumas lamparinas sofisticadas iluminavam o ambiente, porém à medida que a corrente de ar balançava as chamas, a luz vibrava fazendo as sobras das coisas se moverem na parede.

O loiro sentiu seus pelinhos se eriçarem involuntariamente. Odiava esse tipo de sensação. Deu alguns passos em direção à abertura que dava uma visão para fora e observou a vista do quarto. Era um tanto escuro, e poucos postes davam iluminação ao caminho. Ainda assim não desistiria da sua ideia.

Caminhou de volta à cama, e na parede ao lado viu o seu jaleco branquinho pendurado em um gancho. Já estava limpo e seco, pronto para ser usado. Por mais que estivesse receoso sobre seu "novo emprego", ansiava por começar logo. Seria um grande desafio vivenciar a medicina de um passado tão distante, sem quaisquer tipos de tecnologia. E falando em tecnologia, Park finalmente lembrou-se de que havia trazido seu celular, e abaixo das suas vestes de trabalho estava a sua bolsa. Correu até ela, abrindo o zíper frontal, onde normalmente deixava o seu aparelho eletrônico, mas assim que o pegou, pressionou o botão que o desbloqueia e percebeu que já se encontrava sem bateria. Suspirou, derrotado. Não haveria nenhum jeito de se comunicar com sua família. Nem de ler as fanfics da sua noona.

Um sentimento melancólico se apoderou do seu interior, junto a um medo inexplicável. E decidiu que definitivamente não queria ficar sozinho ali. Não se sentia seguro, por mais que o quarto fosse confortável e tivesse uma guardiã que estava a sua disposição a qualquer momento. Na verdade, seus nervos estavam à flor da pele. Sabia que seria impossível dormir assim. E por este motivo, depois de jantar, decidiu colocar seu plano em prática. Não era nenhuma ideia mirabolante, mas por mais arriscado que fosse, seria melhor do que as atuais circunstâncias.

Jimin então pegou sua mochila, a encaixando em suas costas, e discretamente foi até a janela. Observou o lado de fora. Não fazia ideia de que horas seriam, já que não tinha relógio, porém era certamente tarde. Não havia ninguém por perto, ou pelo menos era isso o que sua visão achava. Tentou pular a parede de madeira e ficou com receio de que o barulho emitido fosse chamar a atenção de Subin, mas assim que os segundos se arrastaram, e ela nem sequer deu sinal, teve a confirmação de que os ouvidos da garota não eram muito potentes. Em seguida, colocou a outra perna para fora e saltou, sentindo seus pés se molharem um pouco devido a relva úmida. Caminhou para trás por alguns metros, observando atentamente seu quarto, ainda tentando ter certeza de que ninguém notara sua fuga, quando de repente suas costas chocaram-se contra algo logo atrás de si.

A saliva arranhou sua garganta quando tentou engolir em seco. Seu coração disparou de tal forma que pensou que rasgaria seu peito a qualquer momento, mais do que nunca. Sua respiração começou a chiar audivelmente, e ele não tinha coragem para olhar para trás. E se fosse algum soldado mal encarado? Ou pior: e se fosse algum ninja malvado que estivesse prestes a lhe matar? Aigoo, isso era demais para si. Estava totalmente perdido! E definitivamente morto em poucos segundos...

Porém, as coisas nem sempre são como as especulações da mente de Park Jimin.

— Hyung! — A voz tipicamente grave e rouca pôde ser ouvida e ele logo se virou, olhou para cima e fitou o rosto do elfo de fogo. Jungkook parecia surpreso, tinha uma de suas sobrancelhas levantadas e a testa franzida. Seus olhos avermelhados reluziam no escuro da noite, quase como os olhos de um gato. — O que está fazendo aqui?

— E-Eu... eu... — balbuciou enquanto tentava organizar sua respiração para voltar ao normal. — Eu estou com medo e não quero ficar sozinho naquele quarto — cuspiu as palavras tão rápido que não teve certeza de que o outro havia lhe entendido, e em seguida começou a andar na direção oposta do seu dormitório, deixando o elfo para trás.

— Não tinha ninguém protegendo o hyung do lado de fora? — indagou, mais para ele mesmo, e depois aumentou o volume de sua voz. — E aonde está indo?

— Para o seu quarto, orelhudo — respondeu simplesmente, tentando desviar seu olhar de Jungkook, já que agora seu órgão cardíaco já não palpitava por medo, e sim por coisos que começavam a surgir dentro de si.

Ele continuou caminhando o mais rápido possível, porém levou um susto ao deparar-se com o ser místico já diante de si, o impedindo de continuar a andar. Não teve escapatória a não ser olhar para os olhos do humanoide.

— Meu quarto não fica nessa direção. — O elfo abriu um sorriso largo, com os dentes à mostra, e depois procurou pela mão do médico e a segurou delicadamente. — É para lá! — Apontou com a mão livre, puxando o garoto que caminhou consigo até o referido dormitório.

Era inexplicável as sensações dos toques entre ambos. Para Jungkook, Park era como uma fonte de energia que lhe causava pequenos choques elétricos em sua derme, apenas por tocá-lo. Não era um ser humano qualquer simplesmente por ter esse poder incrível consigo. Já Jimin achava que o de cabelos longos possivelmente lhe mataria de tantos coisos. Principalmente por conta daqueles atos tão espontâneos consigo.

Quando finalmente chegaram aos aposentos do general, o de cabelos claros se pôs a observar cada detalhe dali. O quarto dele era aparentemente separado dos soldados, que normalmente dormiam em conjunto, e era um espaço razoavelmente pequeno para um ser tão grande e alguém de tanta responsabilidade no palácio, mas ainda assim, parecia confortável. A cama era bem maior, dadas as proporções de tamanho do elfo. Havia também uma mesa maior, com uma cadeira e um baú grande que provavelmente guardava os pertences do guerreiro. Por fim, Park notou que tudo ali era meio acinzentado com cores escuras.

— Bom, é aqui onde eu durmo. — Jeon apresentou brevemente o local, e para tanto, acabou soltando a mão do garoto, que fez um biquinho de insatisfação.

Foi só então que Jimin percebeu que as vestes do grandão estavam diferentes do usual. Não eram as armaduras pesadas de metal. Eram roupas de seda, assim como as suas, mas parecia ser um tecido um pouco mais simples, com tons de marrom e preto, e não coloridas como as suas. Ainda assim, ele ficava mais bonito que o usual. Seu penteado também estava diferente. Ele tinha um pequeno coque preso à cabeça e vários fios longos e desfiados caindo sobre seus ombros.

Por alguns instantes, o mais velho ficou paralisado observando a beleza do outro jovem. Acreditava que não haveria maneira alguma de Jungkook ficar feio. Seria algo totalmente impossível.

— O que foi? — o outro perguntou, vendo que Jimin não se movia e nem piscava suas pálpebras.

— N-Nada — disse simplesmente, desviando o olhar para os pés, sentindo-se coisado.

O elfo então se aproximou e novamente pegou a mão do loiro. E dessa vez, as segurou com firmeza, até poder ter uma precisão melhor do batimento cardíaco do humano.

— Está mentindo, hyung. Por favor, me conte por que está assim.

— Como você sabe que estou mentindo? — A curiosidade do médico falou mais alto dessa vez.

— Porque os humanos têm aceleração repentina nos batimentos cardíacos quando estão mentindo — explicou.

— O coração pode acelerar por outros motivos também.

— Eu sei. Mas você não tem mais medo de mim, e não está doente. Então essa foi a única conclusão que eu poderia ter. Além do mais, sua voz estava alterada quando me respondeu. Outro sinal de mentira — pontuou seu conhecimento e sua opinião, porém tudo o que Jimin pôde concluir era que Jungkook parecia inocente em alguns quesitos.

— Você acha que o coração se acelera apenas por esses três motivos? Mentira, medo ou doença? — questionou, pois queria saber até qual ponto ele chegaria. E queria tentar fazê-lo esquecer daquele assunto, para que não perguntasse mais.

— Bom, pelo que sei, são os mais comuns. Deve haver outros... — Ele coçou a nuca e olhou para cima, tentando lembrar. Frustrado, ele bufou levemente e baixou a cabeça, parecendo culpado. — Desculpe por lhe acusar de mentiroso, hyung. Eu só não gosto que mintam para mim.

— Eu não estava mentindo para você, orelhudo. — Park foi quem teve a iniciativa de pegar a mão grande dessa vez. — Só estava tentando não demonstrar um sentimento que me deixou envergonhado.

O moreno franziu o cenho, confuso. Humanos às vezes eram muito difíceis de se entender. Eles eram complicados no que se refere a sentimentos, afinal, a maioria dos elfos não pensa muito antes de falar, não esconde os sentimentos, apenas são espontâneos com outros indivíduos, sem papas na língua; eram diretos e objetivos. Todavia, o elfo, que agora vivia ao redor dos humanos, estava aprendendo a lidar com isso e a adaptar-se a esse tipo de ideologia, já que se tornara general do reino de Min, precisava controlar sua mente para não expor todos os seus pensamentos a todo instante. Existiam momentos certos para cada tipo de coisa.

— Tudo bem. Me perdoe, por favor, hyung — pediu de um jeito manhoso, com seus lábios curvados para baixo. O garoto apenas achou aquilo fofo demais e teve vontade de apertar seus lábios até que formasse um biquinho de peixe com a boca, mas ele se conteve em apenas sorrir graciosamente.

Era incrível a disparidade de personalidade de Jeon, já que ele pode parecer mortalmente perigoso quando está exercendo sua profissão como um guerreiro que protege a nação, como também pode parecer simplesmente inocente no que concerne alguns assuntos que não possui muito conhecimento.

— É claro que sim, Kookie. Não estou te culpando por isso, muito pelo contrário. Só tive a curiosidade de saber como você consegue ter todo esse talento para detectar mentiras. É um dom maravilhoso que muitos humanos gostariam de ter.

Kookie... — repetiu Jungkook, encantado em como aquilo tinha soado bonito na voz do seu hyung.

— É... Estou tentando criar um apelido mais carinhoso do que orelhudo. Me desculpe se "orelhudo" lhe ofende — supôs Jimin, apertando um pouco as mãos do elfo, sentindo-se tenso.

— Eu gosto quando o hyung me chama de orelhudo.

— Então você não gostou de "Kookie"?

O ser místico arregalou os olhos, surpreso com a constatação do médico, pois sempre achou que deixava claro os seus sentimentos.

— Não é isso. Eu gosto de qualquer jeito que você me chama, Jimin-ssi — explanou, finalmente, e esperava que o outro lhe entendesse. — E como veio dos céus, você também tem um dom incrível que muitos humanos gostariam de ter. Consegue curar pessoas gravemente feridas. Aposto que Taehyung também gostaria de ter esse poder.

— E ele ainda pode ter. É só ele estudar para se tornar cirurgião e treinar. E bem, as condições daqui não são muito propícias para realizar cirurgias. Se ao menos existisse um pouco de tecnologia... — ponderou, esperançoso para implantar algum avanço de medicina e deixar seu marco na história da Coreia.

Tecnologia? — O outro novamente sentiu-se intrigado com o termo difícil que seu hyung usava. — O que é isso?

E naquele instante o curador celestial se deu conta de que estava expondo algo delicado e que deixaria Jungkook ainda mais curioso, e lembrou-se da fala de poucos minutos atrás: "Eu só não gosto que mintam para mim". Sabia que não estava certo em esconder isso, entretanto, será que se contasse a verdade, continuaria confiando nele? Não queria perder o avanço daquele relacionamento. Não queria perder Jungkook. Ele se tornara muito importante em pouco tempo. Por mais que gostasse dos outros, o general ainda era a pessoa mais próxima que tinha ali, e ficaria desolado caso ele se afastasse.

E bem, era justamente a confiança que fazia os relacionamentos se fortalecerem. Mentir ou esconder fatos eram os piores fatores destruidores de confiança. Com esse pensamento em mente, ele tomou uma decisão.

— Kookie... eu tenho algo para te contar.

— O quê?

O silêncio se fez presente mediante sua insegurança, no entanto, após os segundos se arrastarem, ele por fim tomou coragem.

— Eu não vim do céu, Jungkook — deixou as palavras fluírem de forma cautelosa enquanto observava as reações do elfo. Ele o olhou de maneira desconfiada.

— Como assim? — Aquela ruguinha acima do nariz de Jeon insistia em aparecer. — Eu mesmo passei pelo portal dos céus e te trouxe de lá. Tenho certeza que você veio do céu.

— Não. Aquele lugar onde você me buscou não era o céu... — O nervosismo voltou a aflorar em Jimin e suas mãos suavam, mas ele não hesitou mais, contando toda a verdade para o ser místico. — Era o futuro.

Jungkook ficou silencioso durante alguns segundos. Levou um tempo para processar aquilo. Ele ainda mirava o menor com confusão em sua face. Não era como se não soubesse o que significava a palavra futuro, pois lidavam muito com isso quando Hoseok previa o que aconteceria nos dias, semanas, meses ou até mesmo alguns anos seguintes, porém era difícil imaginar um futuro como um lugar grandioso e incrível como aquele em que visitara para buscar o curador celestial depois de atravessar o portal.

E como tudo isso parecia inacreditável, ele teve que perguntar:

— O que quer dizer com isso, Jimin-ssi?

— Sei que voltei para o passado assim que me trouxe para cá. Ainda não tenho certeza de qual ano estamos...

— 3752 — o outro interrompeu, relatando sobre o ano em que se encontravam, considerando o calendário de Dangun, utilizado na época da Dinastia Joseon. 3752 correspondia ao ano de 1420 no calendário gregoriano atual.

— Era mais ou menos o que eu imaginava. Sendo assim, voltei cerca de 600 anos na história da Coreia. — Park estava boquiaberto. Apesar de aquilo não lhe surpreender tanto quanto antes, ainda era fascinante e inexplicável. Como aquele portal poderia ter-lhe transportado para um passado tão distante? Não existia física que pudesse explicar aquilo. Aliás, nada no mundo poderia ter uma explicação para tal fato.

— Coreia? — Por mais absurdo que tudo isso parecesse para Jungkook, ele tinha bastante curiosidade. Eram muitas palavras novas para si, e gostaria de conhecer todas elas.

— Sim. Hoje, quero dizer, no futuro nossa nação vai se chamar Coreia. E ela vai ser dividida entre Norte e Sul — o loiro começou a explicar, sentindo-se um professor de história. Embora se tornara um médico, Jimin também adorava as disciplinas das ciências humanas. — Esse nome se originou da dinastia Koryeo, anterior a Joseon que estamos vivenciando. Koryeo. Korea. Coreia.

— E por qual motivo a nação será dividida em dois? Qual o sentido?

— Aconteceu... quero dizer, vai acontecer muita coisa em 600 anos. É uma longa história...

O médico passou os próximos trinta minutos contando um breve resumo sobre a divisão das Coreias e vários outros fatos históricos que marcaram a independência do país até os dias atuais, e o elfo não economizava nas perguntas. A conversa estava tão interessante que ele acabou finalmente acreditando que aquele lugar do outro lado do portal era de fato o futuro e não o céu. Agora os dois se encontravam sentados lado a lado no colchão do quarto de Jungkook.

— O que mais de interessante tem no futuro? Tem tecnologia no futuro? — Os olhos avermelhados do ser brilhavam de tão entretido que estava nas coisas que seu hyung lhe contava.

— Sim. — Park pegou da sua bolsa o seu celular desligado e mostrou a ele.

— Oh! Eu lembro! — Jeon começou a apontar para o aparelho de maneira afobada, como se fosse uma descoberta histórica. — Vi vários desses no céu. Quero dizer, no futuro. Mas o que é isso e como funciona?

— É um celular. Permite que duas pessoas se comuniquem a longa distância. Por exemplo, se você também tivesse um desses e estivesse a cerca de 100 km de distância de mim, você poderia me ligar e conversar comigo enquanto ouve minha voz.

— Uau! — Ele estava tão impressionado que não conseguia conter suas reações de espanto exageradas. E é claro que Jimin gargalhou com aquilo. Era adorável de se ver. — Hyung! Eu quero um desses quando você voltar para casa. Assim podemos conversar mesmo quando não estiver mais aqui.

Own! — O loiro parou de rir, sentindo-se triste com a ideia do general. Suas intenções eram boas, mas era algo totalmente inviável. — Queria poder te dar um, mas não adiantaria. Veja! — Park pressionou a tela touchscreen e o botão de desbloqueio e nada aconteceu. — Está sem bateria e não tem funcionalidade se não tiver carga ou sinal. —  Jimin até pensou na possibilidade do elfo usar seu poder de eletricidade para dar vida ao aparelho eletrônico, mas tinha quase certeza de que era mais fácil explodi-lo do que o carregar de fato.

— E isso também só existe no futuro?

— Infelizmente sim. A tecnologia é algo que vem com o passar dos anos, aos poucos. Tudo vai evoluindo e ficando mais prático.

Aish! — O mais novo ficou claramente melancólico ao saber disso. E um dos sinais eram suas orelhas pontudas que se abaixaram involuntariamente.

— Não fique triste, orelhudo. Acho que vou ficar aqui por um bom tempo ainda. — Tentou acalmar o moreno. — Sabe o que mais existe no futuro? — Jungkook logo pareceu se animar e lhe fitou em expectativa. — Carros!

— Carros?

— Sim, são veículos que podem atingir mais de 100 km/h para transportar pessoas de um lugar para o outro. Eles são bem rápidos.

— Ah! Eu sei! São aquelas carroças coloridas feitas de ferragens que andam sozinhas sem cavalos?

— Sim. — Jimin não foi capaz de segurar o riso, e acabou gargalhando alto demais, durante longos segundos. Era deveras engraçado quando o general tentava descrever algo de acordo com sua percepção, mas totalmente aceitável, tendo em vista que ele jamais entrou em contato com esse tipo de coisas a não ser pelo dia em que atravessou o portal para o futuro.

— Por que está rindo? Está rindo de mim, hyung?

E ele continuou gargalhando, cada vez mais. Parecia estar tendo um ataque de risos. Jeon, apesar de achar melodiosa a risada do humano, acabou ficando um tanto irritado por ele não lhe responder. E como um ato involuntário, jogou-se contra o corpo do menor, fazendo com que as costas de Park se chocassem contra o colchão. E tal ato foi suficiente para que parasse de rir, transformando sua expressão tão risonha antes em algo totalmente sério. Acabou prendendo a respiração quando viu o elfo em cima de si, colado ao seu peitoral, tão próximo... quase... Não teve tempo para raciocinar, pois no momento seguinte, sentiu a boca de Jungkook colar-se a sua, dando-lhe um beijo profundo.

O elfo passou a mover os lábios finos sobre os grossos timidamente, de maneira cautelosa, até o loiro começar a corresponder. Jimin levou sua mão aos cabelos longos do outro, massageando os fios até chegar ao pescoço e à nuca, fazendo um carinho suave ali. E mais uma vez, o coração do humano se acelerou repentinamente, cada vez mais, tornando-se audível. Era a segunda vez que se beijavam, porém era uma sensação nova e indescritível, especialmente por ter sido algo tão inesperado naquele momento. O tuc-tuc ficava cada vez mais alto e isso acabou assustando Jungkook, que se afastou alguns centímetros.

— Jimin-ssi... Você está bem?

— S-Sim. Eu... eu só estou... coisado! Q-Quero dizer, nervoso. — As bochechas dele não tardaram em colorir-se de um róseo vibrante. Jungkook levou sua mão grande até aquela região e com as costas dos dedos acariciou a pele quentinha. Tão macia!

— Entendi. Você fica nervoso quando me beija. É por isso que seu coração fica acelerado... — Os dentes brancos e adoráveis do elfo ficaram à mostra, sorrindo feito um bobo ao fitar o quão bonito Park estava daquele jeito. — Eu também fico nervoso... Até te conhecer, não sabia que meu coração poderia bater tão rápido.

Sem conseguir responder nada coerente, o médico esticou seu pescoço até alcançar novamente a boca do elfo e continuou o beijando, agora por iniciativa própria. Já estava coisado, então por que não testar os limites do seu corpo? Queria descobrir todas as sensações que aquele momento poderia proporcionar, então apenas deixou que seus instintos o guiassem. E eles permaneceram naquele ato amoroso por vários minutos, trocando poucas palavras enquanto os estalos dos lábios preenchiam o silêncio no quarto. Só se afastaram quando o cansaço do dia começou a pesar. Eles já estavam deitados no colchão lado a lado, abraçadinhos e com as mãos dadas e os dedos entrelaçados.

— Você precisa dormir, está tarde — murmurou Jungkook depois de alguns minutos de silêncio.

— E você também, Kookie. Não dorme direito há dias, e não quero que fique cansado — pontuou. Sabia que durante a viagem Jeon não havia descansado horas suficientes diante de tanta energia gasta.

— Não se preocupe, hyung. Dessa vez vou dormir por um dia inteiro. Literalmente! — Ele riu brevemente, passando seus braços fortes ao redor da cintura fina do curador.

— Então durma primeiro. Você cuidou tanto de mim esses dias. Devo cuidar de você também. — Jimin se aconchegou no peitoral vasto do elfo, sentindo-se finalmente tão confortável como se estivesse em casa. Era uma sensação deliciosa. — Quer que eu cante para você?

— Quero!

Park então pigarreou e começou uma melodia seguida da letra de uma música que ele mesmo havia composto durante sua adolescência. Era um sonho antigo, quando ainda desejava debutar em algum tipo de boygroup de K-pop. À medida que os versos fluíam através da sua voz doce, carinhosa e calma, adorou em como aquela letra tinha tudo a ver com o que gostaria de dizer a Jungkook.

— Sua voz é linda, Jimin-ssi. E essa música também — o elfo elogiou, encantado com o novo dom descoberto do seu hyung. O médico apenas sorriu e continuou a canção.

Apesar de não compreender algumas das palavras estrangeiras, o elfo entendeu a essência da música, fazendo com que sentisse algo avassalador em relação ao curador celestial em seu interior, algo simplesmente maravilhoso que crescia cada vez mais dentro de si. E foi com tal pensamento que pegou no sono profundo, entrando no mundo dos sonhos.

Qual a idade de vocês?! Eu tenho 23 (vou fazer 24 esse ano, já sou uma ajumma ㅠㅠ).

Aviso importante: essa fanfic tem alguns fatos históricos da Coreia e alguns termos da medicina. Entretanto, não sou nenhuma especialista em história coreana, tampouco tenho formação em medicina. Sendo assim, caso houver algum equívoco nas informações que eu já tenha mencionado em CH, peço desculpas. Bom, e como isso é uma ficção, não tem problema caso algumas coisas estejam erradas. Como por exemplo, por mais que a história se passe na Dinastia Joseon, tem várias coisas sobre a dinastia Goryeo também.

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