05
CELENA
REINO DE TROUD
Assim que nos recuperamos seguimos o dia, limpei a casa, dei comida aos menores e fui em direção uma das saídas da casa, que é pelos fundos.
Sai em busca de Charles, ele já estava fora a muito tempo, procurei pela floresta e os lugares que ele costuma ficar, porém ele não estava.
Provavelmente foi até o comércio procurar algo pra fazer, espero que com isso ele ocupe a cabeça e faça ele esfriar a mesma, ele conseguiu deixa a Ellis em prantos, parece que ele tem um problema com o afeto que ela sente pela mãe.
A cada dia ele fica pior com essa história, tô começando a me preocupar.
Depois de dar mais uma procurada eu volto para a casa, ao entrar sou surpreendida por algo. Ellis está com o meu arco e acabando com as minhas flechas.
Surtei com aquilo, esse é praticamente a nossa única arma de defesa contra saqueadores, e qualquer bandido que possa nos atacar, e eu não tenho tantas flechas, não é tão fácil conseguir madeiras boas pra isso.
"Me dá isso aqui" tomei da mão dela, que me olha com uma cara não muito boa, mas ainda assim continuo:
" Eu já falei pra vocês que eu não gosto que peguem isso. Essa é a única coisa que não é pra pegarem, podem se machucar."
Pego Liz, que está em cima do banco e coloco no chão. Ela me olha com os olhinhos azuis e começa a correr pela casa outra vez, mas sem o arco.
Liz é o nosso bebê, só tem 4 anos e é a mais querida por todos, a mãe dela era uma de nós, morava aqui. Se apaixonou pela pessoa errada, casou e teve a Liz, mas morreu no parto e o pai da Liz, que já não tinha afeto por ela, sumiu, Vendeu tudo o que tinha e foi embora, deixando ela conosco.
Depois que tudo foi arrumado e posto no seu devido local, fui ver como estava Beth.
A situação dela piora a cada dia e quanto mais eu insisto em procurarmos um médico mais ela bate o pé que não quer.
Ela sempre cuidou de nós com carinho, decidiu que queria criar um abrigo depois dos dois filhos e o marido serem mortos, depois de queimarem em um incêndio na sua casa antiga. Ela ficou tão desolada que decidiu ajudar crianças sem lares. No início ela conseguiu alguma ajuda do Reino de Troud, só que depois de um tempo o Rei Emílio decidiu encerrar o acordo que havia feito com ela.
Pra conseguir nos manter ela começou a trabalhar na feira, vendendo algumas especiarias. Mas aí veio a doença e eu tive que cuidar dela e dos meus irmãos, e não tive como assumir o lugar dela, além do que, as pessoas que forneciam a mercadoria começaram a exigir uma quantidade maior dos lucros. E quando eu não aceitei me tiraram do negócio e aí eu fui pra onde estou agora. Às vezes eu até consigo umas frutas na floresta, temos uma horta nos fundos também, mas nada da jeito, é muito pouco.
Paro de pensar nisso e entro no quarto dela. Ela está perdida, olhando para o nada. Olho na mesma direção e vejo que é um chapéu que os filhos usavam.
"Tudo bem com você hoje?" lhe pergunto.
"Daqui a pouco eu vou encontrá-los"
"Sinto muito te dizer, mas não vai ser por agora, você ainda tem muito pra viver"
"Não tenho Celena, meus dias estão acabando."
"Não fala assim, quem vai cuidar de nós?"
Ela me olha e sorri, um sorriso singelo.
"Quando eu for, quero que você cuide deles, Celena. Eles não tem ninguém, precisam ser guiados."
Ela para um pouco e começa a tossir, quando se senti melhor volta a falar:
"Prometa que vai cuidar deles, Celena. Prometa."
Eu estava muito emocionada com o que ela falou, mas ainda assim disse:
"Cuido sim. Prometo que vou cuidar deles até o fim dos meus dias, mas vou cuidar de você também."
"O que você vai fazer?"
"Tô indo até o comércio, tentar arranjar alguma coisa"
"Tenha cuidado com homens e predadores"
"Pode deixar, as minhas flechas já tão a postos"
Dei um beijo nela e sair do quarto, avisei aos meninos para não saírem e se cuidarem, e partir em direção ao comércio.
GEORGE
Acordo com os raios de sol inundando as janelas dos meus aposentos. Depois de uma noite bem dormida, era hora de tomar um banho, coloquei a água na banheira e tomei meu banho, me vesti e fui em direção ao salão.
Encontrei só o meu pai acordado, ainda era cedo e as duas mulheres do Castelo gostam de dormir um pouco mais.
"Olá papai, como está?"
"Bem, e você?"
"Melhor agora, nada como o seu lar."
"Por falar em lar, temos que ter uma conversa, enquanto Mary e a sua mãe não estão aqui. Daqui a pouco é hora de você arrumar alguém para se casar, e sei que pensa que Mary não é a melhor escolha pra você, mas então ache a pessoa."
Ouvir tudo calado, mas assim que ele terminou eu comecei:
"Olha pai, eu sei que você, a minha mãe e até mesmo Mary querem a minha União para o bem de todos e do Reino, que eu preciso de um herdeiro pra caso algo aconteça a nós dois, mas não tá na minha hora. Quando eu decidir, você saberá, mas te adianto algo, não será com a Mary como a minha mãe acha e você acha."
"Ok. Quando você souber com quem é basta avisar e marcar o casamento. Basta ter uma esposa, não precisa nem ser da realeza."
"Pode deixar, meu pai. E qual é a agenda de hoje?"
"Vou até o comércio fazer umas visitas ao povo, eles têm algumas reclamações a fazer, e eu quero resolver o problema junto a eles."
"Vou com você."
Nem eu sei o porquê de dizer isso, mas disse. Vai ser bom ver os plebeus. Nisso a minha mãe e Mary chegou. As conversas fluiram sobre os empregados do Castelo e funções da Rainha Cecília.
Mais tarde eu fui a procura de meu pai, e o encontrei na frente do Castelo com todo uma escolta de guardas reais, acenei pra alguns e subi no meu cavalo.
Quando chegamos a feira fomos aplaudidos por muitos moradores, mas dava para ver a insatisfação de outros. Meu pai foi ao encontro dos maiores negociadores, e eu fiquei por ali, cumprimentando a plebe.
Andei por alguns lugares, e então a encontrei, Celena, e ela não estava em uma situação bonita de se ver.
Sejam bem vindos!
Welcome!
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