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Capítulo XXVII: Eu Espero te Reencontrar

Tudo estava devastado. A paisagem era fantasmagórica. Nuvens escuras tomavam conta do céu, enquanto as árvores, a grama e tudo que existe estava sumindo como poeira. Sendo sugados para o nada. Deixando de existir. Miguel deixa o mortal e voa para o espaço, onde percebe uma onda intensa de escuridão rodeando a Terra e os planetas próximos, além das estrelas acima. Ele toca nela e sente sua densidade. É bem sólida. O Príncipe dos Anjos retorna poucos segundos depois.

— O que é isso? — Leonardo tenta se manter calmo.

Miguel respira antes de falar, mas a verdade é que, no fundo, nem ele sabia como aquilo aconteceu. O experiente guerreiro e seu olhar de incredulidade.

— Aquilo que mencionei. A irresponsabilidade de Mordred provocou uma anomalia intensa na Realidade, e ela está se desfazendo. Eu sabia que algo aconteceria, mas não achei que fosse ser tão cedo e tampouco dessa forma. Por isso, alertei tantas vezes do uso ignorante das Rochas do Caos.

— Não, não, não...não há como desfazer isso? — Léo pergunta — Porra, você é o ser mais poderoso do Universo, precisa fazer alguma coisa.

Ele nega com a cabeça. Estava além de suas capacidades, pelo menos, era isso que pensava até aquele momento.

— Infelizmente não há como desfazer isso, é o ciclo natural da própria Realidade — seu tom de voz é decepcionante — Não demorará muito para que tudo seja só nada, inclusive os seres vivos.

Os dois veem quando um rebanho perdido de ovelhas se desfaz ali, bem na frente deles, assim como mosquitos que somem no ar. Leonardo sente vontade de chorar, e é isso que faz. O jovem cai de joelhos em lágrimas. É como se tudo pelo que ele lutou fosse em vão. O anjo permanece de pé lamentando em silêncio por alguns minutos. Ele tentava encontrar uma solução.

— Não há como desfazer isso, a não ser que... — Miguel olha para trás, para o que restou do Hermón, se é que restou algo, e nota Auriel levando Shemihazah acorrentado por algemas de energia nas mãos.

— A não ser que? — uma fagulha de esperança toma conta de Léo.

Com seu olhar avançado, o Príncipe dos Anjos nota que o poder das quatro rochas ainda brilha no peito Vigilante. Elas ainda estavam ativas mesmo tendo sido absorvidas há horas por Shemihazah.

— A não ser que as Rochas do Caos, ou aquilo que contém o poder delas, seja destruído — Olha de relance para Leonardo, que nota sua expressão meio assassina do nada — Pode dar errado, mas é o único jeito, não acha? — o jovem não reage à pergunta — Se elas causaram esse dano, elas podem reparar, ou melhor, adiar. Não é garantia, mas é nossa única esperança.

O mago estranha o argumento dele, mas acaba cedendo por desconhecimento. Ainda na forma de Vazremun, Auriel volta seus olhares a Shemihazah, que está caído de bruços, e caminha lentamente até ele. A celestial invoca uma parede e o prende nela usando telecinese. Auriel cria uma lâmina e aponta para o rosto do vilão, mas, de repente, sente uma dor de cabeça anormal e cai, uma dor insuportável; seus olhos voltam ao normal, o brilho no seu cabelo desaparece e a aura que a rodeava também some, assim como sua altura, que volta aos mesmos 1,73. A Fúria respira ofegante sem entender nada do que aconteceu. Ela não se lembra como foi parar ali, aprisionando o inimigo. Sua última lembrança é de se ver coberta por uma energia luminosa diante dele, e depois apagou.

— Será que deu certo? — se pergunta, mas sua dúvida é sanada ao ver Shemihazah preso diante dela — É, parece que deu certo, mas não consigo me lembrar de nada, ou isso é normal? — estranha o ocorrido enquanto fala para si mesma.

O inimigo lança um olhar para ela.

— A queda dos anjos é um evento próximo — a voz rouca do Rei dos Vigilantes a trás de volta a si.

A ophanim se levanta e percebe tudo se desfazendo diante dos seus olhos. Entretanto, o que lhe chamou atenção foi a frase de Shemihazah. Ela já havia ouvido aquela frase antes, mas não da boca do Vigilante, e sim da de Lilith.

— Então, foi tudo um plano arquitetado por ele, não foi? — questiona Auriel — É, Shemihazah, quem diria que se tornariam grandes amigos.

Shemihazah sorri com a resposta dela.

— Fico feliz em perceber onde eu queria chegar, mas isso ainda não terminou — ele fala com confiança.

— Terminou sim, e você perdeu! — ela se aproxima.

— Olhe ao seu redor, Auriel, eu já venci! — afirma categoricamente — Se ainda não acredita na minha vitória, espere alguns segundos. Minha vitória independe se estou vivo ou morto. E para ser sincero, morto é ainda mais vantajoso. É ótimo arrancar as máscaras de bons justiceiros.

— Auriel! — ouve a voz de Miguel.

A ophanim o fita meio receosa, olha de novo para Shemihazah, e retoma para ele. Miguel e Leonardo se juntam com Periel e Zaniel. Os quatro param diante de uma Auriel estranha. Ela entendeu a mensagem. Ela entendeu o que ele queria.

— Não toquem nele! — ela os barra com os braços abertos — A guerra já acabou, basta de sangue derramado — se adiantou.

— Nem tanto — Miguel deu alguns passos — A Realidade está se desfazendo rápido, e se não fizermos nada, não haverá nem tempo para a batalha final.

— E qual é o seu plano?

— Você sabe o meu plano, as rochas ainda estão no corpo dele — aponta para Shemihazah — Sabe muito bem que isso não seria cogitado, mas não temos opções. O poder das rochas precisa ser destruído, e consequentemente, ele também.

— Não, eu sei o que você quer fazer — Auriel sorri sem graça —, e não irei permitir.

Miguel se sente desafiado.

— Ele realmente merece a morte, Auriel, e não só por tudo que ele fez sozinho, mas sim pelo que ele e seus ajudantes fizeram com os mundos! — disse Miguel — Mas não é por seus crimes que ele morreria. Longe disso. Acredite em mim, não faria isso se não precisasse, mas é nossa salvação.

— Por quê? Já está terminado — rebate Auriel — Eu disse que basta de morte nesse lugar, e a lei o proíbe de fazer isso. Sabe muito bem que é Crime de Guerra.

— Crime de Guerra não abrange a situação que estamos. Você já viu como está a Realidade? Vai defendê-lo depois de tudo que ele fez com você? — pergunta Miguel — A defesa dele é a morte de todos os seres vivos. Se Shemihazah não morrer agora, o Universo morre.

— Não, não é, a morte dele não vai alterar o destino da Realidade, você só quer fazer isso para saciar seu ego e sair como salvador da pátria, como sempre fez — ela é incisiva na tese — Se quer salvar o Universo, pense em algo melhor. Ele já está rendido e não representa risco. Por acaso pretende descumprir uma das nossas leis mais importantes e cair na armadilha? Miguel, por favor, me escute, você não pode matá-lo.

Miguel respira fundo.

— Não existe armadilha! — o General Celeste começa a perder a paciência — Se a energia das rochas não for destruída...

— Quantas vezes terei que falar que isso não funciona?

— E como tem certeza que não funciona? Diga isso para Léo, que perdeu a mãe e o mestre assassinados a mando de quem protege!

Leonardo fita Auriel. A ophanim faz o mesmo, e logo se volta para Miguel. Ele tenta avançar, mas ela continua impedindo.

— É um argumento covarde o seu, e espero que tenha ciência disso — a ophanim gesticula — Eu vou repetir: Você não pode matar Shemihazah. Se ele morrer, aí é que estaremos condenados. Você ainda não entendeu por que não pode matar ele?

— Você precisa aprender a ser mais óbvia. E Me desculpe por isso — o General Celeste suspira —, espero que você possa me perdoar.

— Pelo quê? — questiona ela.

— Por isso!

O General Celeste empurra Auriel, ela cai, e ele vai até Shemihazah. Periel, Leonardo e Zaniel vão para perto dela. O cenário começa a se modificar. As plantas e animais que estavam sendo apagados começam a voltar. A escuridão que tomava conta se dissipa. O Sol volta a brilhar no Céu, como se nada tivesse acontecido. A densidade que havia no espaço se dissipou. Todos os animais que haviam sido sugados, retornam para seus lugares.

— Não há lei que salve Shemihazah, não enquanto trilhões de formas de vida dependem de sua execução — afirma Miguel.

— ESPERA, NÃO MATA ELE! — Auriel grita ao perceber tudo voltando ao normal.

Os outros apenas observam a cena incrédulos. Miguel conjura lança mágica e atira na direção de Shemihazah. Auriel solta uma bola de energia tentando o impedir. O poder da ophanim não é forte o bastante para afastar o de Miguel, e os dois se juntam e atravessam o peito do Vigilante, perfurando o coração dele.

O Rei dos Vigilantes sangra com a boca, mas ainda assim, consegue sorrir satisfeito para Miguel. Ele ri por 2 segundos antes de apagar. As algemas que o prendiam somem e ele cai morto. Seu sangue se espalha pela neve. Periel ajuda ela a se levantar.

— Canalha, por que fez isso? — a voz dela é de repulsa — OLHE PARA O CÉU. Não há nenhum resquício de deterioração da Realidade. Tudo acabou antes mesmo que tocasse em Shemihazah. Você o matou atoa.

— Quem garante que não foi a morte dele que causou isso? Acha que estou feliz por ter sujado minhas mãos de sangue? — Miguel é duro na rebatida — Estou fazendo isso para o bem de todos. E chega disso. A guerra terminou.

— Não havia necessidade de acabar com ele, você é o líder dos celestiais e mais do ninguém devia saber disso — argumenta Auriel — Era justamente isso que ele queria e você deu de bandeja.

— Por favor, já vencemos e não há a necessidade disso — disse Léo

— Cala a sua boca! — Miguel está visivelmente transtornado — Desculpe, garoto — percebe a grosseria —, mas esse é um assunto meu e dela.

Leonardo anda para trás meio assustado; Periel e Zaniel apenas observam, contudo, se entreolham pensando em algo.

— Você está fora de si! — disse Auriel — Por que não havia outro jeito? Poderia extrair o poder de Shemihazah.

— Se eu extraísse, elas iriam parar no receptáculo mais próximo, vulgo, outra pessoa. O poder daquelas singularidades funciona assim. Era isso que queria? Ter um inocente pagando o preço? É melhor que Shemihazah pague.

— VOCÊ. FEZ. O QUE. ELE. QUERIA. O efeito na Realidade era passageiro, independia da energia das rochas. Shemihazah queria ser morto e fez um favor para ele. É Crime de Guerra, Miguel.

— Para de falar besteira! — Agarra o braço direito de Auriel — Acabou. Conforme-se.

Zaniel toma coragem e se aproxima, ficando quase entre os dois.

— Miguel, por favor, solte-a — suplica ele — Nós deveríamos...

Miguel o empurra com a mão esquerda assim que sente o toque do dominação em seu peito e lança Zaniel contra Leonardo e Periel, os dois últimos quase caem com o encontrão. Auriel fica ainda mais irritada.

— Não pode, você o matou à sangue frio. Isso é Crime de Guerra! — rebate Auriel — Eu não estou reconhecendo você.

— Não me questione! — Miguel a segura mais forte — Me respeite ou sofrerá as consequências! Podemos muito bem ter um amor, mas eu sou seu príncipe antes de tudo. Príncipe instituído pelo próprio Yahweh muito antes que a Árvore da Vida gerasse qualquer um de vocês.

— Você está me machucando! — Auriel tenta tirar seu braço — Isso já está indo longe demais, está ficando louco! Fez uma execução sem aval do Alto Conselho, e sabe que execução precisa ser apreciada por todos os membros.

— CALA A BOCA! — Ele se exalta mais — Auriel, su já disse para não me questionar, sou seu consorte, mas seu líder absoluto em primeiro lugar! Faço o que eu bem entender, e com quem entender! E dane-se o Alto Conselho.

— Você não é mais meu consorte, e nem meu príncipe! — aumenta a voz também — Eu não reconheço mais você.

Ela se solta dele. Miguel observa irritado.

— Entrego meu cargo de capitã e disserto das forças celestiais — a frase dela pega todos de surpresa — Eu me recuso a fazer parte da sua carnificina, e me recuso a fazer parte do exército de alguém que coloca vingança pessoal acima das leis que jurou cumprir.

— Não pode fazer isso — Miguel argumenta — Eu não aceito a sua renúncia, isso é Alta Traição.

— Já fiz, e espero que você seja feliz longe de mim! Aguentei seus devaneios por tempo demais.

A ophanim caminha na direção oposta à dos rapazes e se afasta de Miguel.

— Volte aqui, Auri! — disse Miguel — Você sabe que tenho meus motivos, não pode acabar assim. O Código de Conduta não cobria isso. Shemihazah...

— Cobria sim, e você sabe disso! — interrompe a ophanim — Você o desonrou ao invés de honrá-lo. Matou alguém por vingança pessoal alegando salvar a Realidade. Mentiu e feriu uma das nossas leis mais sagradas. E pior — relembra — Deu a Shemihazah exatamente o que ele procurava. Era esse o plano dele. Prefiro ser uma renegada com ética que seguir um líder tirano.

— Precisa se afastar por isso? Volte aqui, é uma ordem!

— Você não me dá ordens, chega de insanos me dando ordens! Onde está aquele anjo que me ensinou as virtudes do combate e da honra? Você não é o Miguel que um dia eu amei. E sinceramente, depois de hoje, me arrependo amargamente de um dia ter feito isso.

Ela ignora os avisos dele e continua andando, até sumir. Miguel, Periel, Zaniel e Léo ainda observam perplexos.

— Viu o que você fez? — pergunta Periel — Vencemos a guerra, mas é como se perdêssemos.

— Me deixem em paz, não quero ouvi-los! — Miguel interrompe.

— Sua alteza já não nos ouve mesmo, Príncipe — a voz de Zaniel é com desdém —  Se algo acontecer com ela, a culpa recairá sobre Sua Alteza!

— VÃO EMBORA!

Léo o olha bem fundo nos olhos, e Miguel se dá conta do que fez. Ele vai embora junto com os dois anjos, enquanto o Príncipe fica sozinho. Naquele momento, sua ficha caiu. Ele ignorou os avisos de Auriel e caiu na armadilha de Shemihazah, fazendo exatamente o que o vigia queria. Queria corrompê-lo, e conseguiu. Mas o que causou a suposta anomalia e por que ela sumiu tão rápido quanto surgiu?

— Eu espero que um dia possa me perdoar, Auriel.

**

Em Salvador, já passava das 23:00, e mesmo assim Zaniel caminha pela praia do Farol da Barra, quando avista uma figura feminina. A ophanim observa o mar no limite da areia e via as ondas que se formavam e se desmanchavam nela. Ficou a observando há 400 metros dela, achando que não estava sendo notado. O lugar estava pouco movimentado.

— Como sabia que eu estava aqui? — a voz dela o pega de surpresa.

Zaniel se assusta, mas abre a boca.

— Em Angélia, quando você ficava muito brava ou triste com alguma coisa, deixava tudo que estava fazendo e corria para ver as ondas de Celestum se quebrarem na praia — responde Zaniel — Aconteceu poucas vezes, mas eram contextos tão graves quanto esse.

— Você me conhece tão bem!

— Não tanto quanto você me conhece — diz Zaniel — E se você me conhece, sabe que...ah, deixa quieto — desistiu de completar a fala.

Ele se aproxima de Auriel e fica lado a lado com ela. Acaricia o cabelo rubro da celestial por alguns segundos e nota o semblante triste na face dela, enquanto esta coloca a cabeça em seus ombros.

— É uma aflição te ver assim — disse o dominação — Acho que nunca te vi tão triste quanto hoje.

Os dois ainda visualizam o mar, em um silêncio que nem mesmo a agitação noturna do badalado bairro de Salvador conseguia tirar. Logo depois da areia, alguns músicos cantavam para um grupo de pessoas.

— Em Ophania, ouvia sobre Miguel e sobre os feitos dele, eu o via de longe e o via como uma inspiração para mim mesma. Ele e Lúcifer eram amados pelas garotas de lá — Auriel desabafa — Eu o admirava, o amava, queria ser como ele; uma guerreira forte, destemida e portadora de esperança, assim como achava que ele era. Alguém que não precisa trair o código de conduta e tampouco ser temido — lança um olhar para Zaniel.

— Lembro que você se separou dele algumas vezes, mas sempre voltava — lembra o dominação — O problema é que dessa vez eu nunca a vi tão abalada, por quê?

— Eu demorei para perceber que Miguel e Lúcifer são iguais; igualmente arrogantes, prepotentes e sem empatia e amor com os outros, eles não amam ninguém verdadeiramente, a não ser eles mesmos! É uma guerra perdida — suspira decepcionada — Miguel deixou a sombra do irmão mais velho o cobrir, vi a maldade nos olhos dele quando me agarrou. Quer dizer, de certa forma, ele sempre foi assim, mas eu fingia que não porque estava apaixonada. Se Lúcifer faz de tudo para destruir, Miguel faz de tudo para sair como herói, até as coisas mais banais. Seu ego é nojento.

Auriel suspende a manga da jaqueta preta e mostra um inchaço em seu braço direito, que deixa Zaniel chocado. Ela coloca a manga no lugar alguns instantes depois.

— Afinal, por que está aqui? Te conheço bem para saber que é não só para ver o mar — Zaniel lhe faz um cafuné — Estávamos preocupados pela forma como saiu do Hermón após vencermos.

— Nós não vencemos, Zaniel, foi Shemihazah e Mordred quem venceram! Eles pegaram o "melhor" de nós e estragaram. Miguel fez exatamente o que aqueles desgraçados queriam e sequer se deu conta da sua fúria repentina — relata ela — Mas respondendo sua pergunta, eu queria achar um lugar em que pudesse ficar sozinha, algum lugar em que pudesse refletir. Um lugar distante de tudo e todos. E para encontrar esse lugar, preciso sair daqui.

— Auri, entendo que está triste, mas volte comigo, por favor — pede Zaniel — Não vá embora, precisamos de você!

— Não precisam, Zaniel, vocês não precisam de mim! — Auriel o olha fundo nos olhos — Aonde quer que eu vá, estarei pensando em vocês.

Zaniel a abraça. Auriel retribui e coloca suas mãos sobre o pescoço do dominação.

— Eu espero te ver novamente, onde quer vá, tenho esperança de te ver de novo!

— Nunca me esquecerei de você, Zan, e nem de Periel e Léo, diga-lhes que mandei um beijo. Foi uma honra combater ao vosso lado — responde a celeste —, porém, preciso que me prometa uma coisa — segura nas mãos dele.

— Faço qualquer coisa por você!

— Lembra da desgraça que ocorreu no Hermón? — ela pergunta e ele faz um sinal positivo com a cabeça — Miguel cometeu um Crime de Guerra e ele é muito querido pelos anjos, por isso, em breve, alguns sentinelas irão investigar e podem fazer perguntas a vocês. Você e Peri devem ser chamados pelo Alto Conselho para testemunhar. Quando isso acontecer, lembrem-se: Eu matei Shemihazah. O meu poder e o de Miguel estavam juntos, então o que valerá é a intenção, intenção essa comprovada pelas únicas testemunhas, já que será difícil atestar qual energia o matou.

Ele se assusta com o pedido dela.

— Não pode fazer isso, os sentinelas irão caça-la pelo Universo inteiro! — argumenta Zaniel — Eu não vou deixar que...

— Faça o que lhe pedi! — suplica Auriel — Não precisa se preocupar comigo, eu sei me virar. Se não assumir a culpa, vocês podem pagar pelo crime de Miguel. Sei que ele dificilmente admitirá isso publicamente.

— Auri, essa culpa não é sua, e sim de Miguel, ele que assuma seus atos! — Coloca suas duas mãos no rosto dela — Yahweh não pode permitir isso, e não entendo o porquê de fazer isso.

— Yahweh não interfere, Zaniel. Por mais que sinta raiva de Miguel, não sou como ele ou como Lúcifer. O que estou fazendo é uma tentativa de evitar um colapso entre nosso povo. Há muita gente boa entre eles — Auriel tenta convence-lo — Porque às vezes, Zaniel, as pessoas merecem ter a fé recompensada. Elas merecem se sentir protegidas. É isto que estou dando ao nosso povo, eles precisam de Miguel e devem ter fé nele, não em mim. Imagine a reação deles ao descobrirem que seu estimado líder fez aquilo. Seria um caos. Por isso estou assumindo a culpa. Não estou aqui para ser amada, mas sim para fazer o certo — prossegue — Se não fizer isso agora, perderei todos vocês. E eu já perdi gente demais, não vou perder de novo.

Eles se abraçam novamente. Auriel se solta dele e caminha em direção à uma neblina; rumo ao desconhecido. Zaniel não consegue conter as lágrimas.

— E Zan — o chama virando o rosto —, fiquem mais fortes, vocês vão precisar dos seus punhos. Aconteça o que acontecer, eu os amo muito, e isso nunca vai mudar! — chorou em seguida.

Ele também chora na areia da praia; uma figura sombria observa tudo sobre um poste de luz ali perto.

— Eu te amo também! — se emociona ao ver a silhueta de Auriel desaparecer — Eu te amo, Auriel!

**

Alguns dias depois, durante uma manhã ensolarada, Léo caminha cabisbaixo pela rua, ao longo de algumas casas populares de várias cores, indo para sua morada. Ele usa uma calça jeans azul e camisa verde de manga curta. Passa por um cachorro caramelo e sorri de leve. Ele continua andando cabisbaixo, até perceber um caminhão de mudança logo adiante. Léo ergue a fronte e nota que há novos moradores assim que vê um garoto de aproximadamente 1,71, negro, cabelos loiros e cacheados carregando algumas caixas que tirou de um caminhão estacionado para a varanda de uma casa verde. O garoto usa uma camisa branca com o escudo do EC Vitória e shorts pretos.

— Quer ajuda? — Léo se oferece.

— Olha, eu consigo carregar sozinho — o garoto responde —, mas se quiser ajudar, será maia fácil.

Assim, Leonardo vai até o caminhão e também carrega as caixas. Ele nota que há um broche com a bandeira trans no centro da camisa branca de seu novo vizinho. Após 3 minutos, o caminhão já está vazio e as caixas, ao longo da varanda.

— E os móveis? — Léo pergunta.

— Alguns vizinhos nos ajudaram a colocar para dentro, está tudo bem — o garoto aponta para a porta — Aliás, me chamo Erick — estende a mão para Leonardo.

— Leonardo, mas pode me chamar de Léo — aperta a mão dele.

— Muito obrigado, Léo — Erick sorri — Sinto você meio distante, aconteceu algo?

— Bem...digamos que não — Léo desconversa — Não acho apropriado conversar agora e bem, você deve estar ocupado.

— Tudo bem, mas saiba que pode contar comigo, amigo — Erick toca no ombro direito do outro jovem.

— Obrigado, amigo! Enfim, eu vou indo. Moro ali naquela casa — aponta — Caso precise, pode me chamar.

— E eu digo o mesmo — Erick fala — Se precisar de algo, não hesite em procurar a mim ou a minha irmã. Ela não é diferente de mim — aponta o dedo para o broche.

— Ok, é bom ter amigos da sigla aqui — Léo diz — Bom, vou indo mesmo. Até mais, Erick, a gente se vê.

— Até mais, Léo! — Erick acena.

Leonardo atravessa o portão da casa e segue seu caminho. Erick também sai, mas para fechar o caminhão. Após fechar o fundo, ele bate duas vezes de leve na porta vermelha do veículo.

— Pode ir, já terminamos, obrigado por trazer! — ele sinaliza ao motorista.

Erick se afasta e o automóvel dá a partida. Ele avista Léo abrindo o portão da casa dele ao fundo e sorri.

— Até mais, Leonardo, será uma honra trabalhar contigo — disse mais uma vez — Vamos precisar muito de você. De você, e da sua magia — Movendo os dedos da mão esquerda, Erick cria uma pequena esfera mágica azul em tom claro.

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A camisa que o Erick tá usando é assim, só pra ficar mais fácil:


Demorei pra caralho, bem mais do que deveria, pra trazer esse último capítulo. Semana que vem posto o epílogo. Mas calma, não precisam tentar me John F. Kennedyzar, essa história maravilhosa (e traumática) ainda terá continuação que vai chegar em breve. É isso, obrigada por lerem, e me deem votos 😔❤

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