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Capítulo XI: O Inimigo de Deus Parte I

O ano era 14.999 a.C, fazia um ano que os anjos haviam descido à Terra por ordens do próprio Deus. O tempo passava, mas nós não tínhamos pressa de derrubar Shemihazah (pronuncia-se “Semiaza”). Naquele dia, eu não estava no acampamento com Miguel e os outros, mas dentro das muralhas e do palácio de Shemihazah. O lugar era luxuoso para tempos supostamente tão primitivos, o homem moderno subestima muito seus ancestrais e as inúmeras realizações que eles fizeram. Apesar de governa-los, não foram os anjos e nem nenhum alienígena que ergueram os grandes monumentos. Naquele dia, como já imagina, não era Auriel quem estava ali, e sim uma dançarina.

Ao meu lado via várias mulheres vestidas com colares preciosos, rostos pintados com traços vermelhos, cabelos cobertos totalmente por um véu, saias azuis, um bustiê, peça que cobria apenas os seios e deixava o ventre nu, e um lenço que escondia os lábios e o nariz. Eu me vestia como elas. Era o disfarce perfeito. Nós dançávamos ao redor de uma figura feminina em trajes escuras enquanto anjos nos observavam por entre as colunas nebulosas da sala do trono, feito vigias. A mulher se levantou e nos acompanhou nos movimentos com os braços e o ventre.

— Receba nossa oferenda, ó grande deus do Universo! — dizia a mulher que se erguia do chão, com cabelos castanhos e olhos escuros. Era Tiamat.

Ela apontou para nós com uma faca e pediu que uma dançarina se aproximasse. Nós paramos e a observamos. Quando a jovem chegou perto, Tiamat cortou a cabeça dela e a jogou no chão, manchando o piso com sangue inocente. Em seguida, ela explodiu o corpo com sua magia, que se desintegrou. Era um ritual macabro e ela fazia isso como se não fosse nada.

— Continuem, dancem para seu deus! — gritava para nós.

Não tive escolha senão obedecer suas palavras ou seria descoberta. Dançamos ao redor dela enquanto arrancava suas vestes. Logo na minha frente, quando paramos novamente, pude ver ele sentado no trono. Shemihazah estava apenas usando uma espécie de saia, acariciando suas longas tranças, sua pele negra e seus olhos profundos realmente podiam tentar aquelas mulheres, além de sua altura elevada até para um místico. Sentado, parecia maior do que Abaddon. Ao lado do trono, deitava um leão, o felino via tudo sem entender nada. O Rei dos Vigilantes nos observava com um olhar de desejo exibindo suas tatuagens de leviathan, uma em cada braço. Ao meu lado estavam guardas que eu reconhecia. Para minha sorte, nenhum deles me reconheceu de volta.

— Levantem-se! — disse Shemihazah para nós, ordenando que o olhássemos — Contemplem seu verdadeiro soberano, se estão aqui, é porque merecem compartilhar de meu palácio e do meu reino!

Eu o encarava fixamente tentando descobrir seus planos, esse foi meu pior erro, pois ele percebeu e retribuiu. Gelei.

— Meu grande senhor, aquele que reina sobre os homens e os deuses — disse Tiamat ao tomar a frente e subir as escadas do trono —, o ritual está concluído, disperse-as e vamos aproveitar um momento a sós – ela completou passando a mão no peito dele.

— Você ficou louca, vadia? — perguntou o vigilante.

— Não estou entendendo, vai mesmo brigar na frente dessas prostitutas? — apontou para nós.

Fiquei com vontade de responder com um “prostituta é você, sua verme!”, mas profissionalismo é tudo. Shemihazah riu. Uma gargalhada fria e horripilante. Os guardas riram com ele como papagaios loucos, faziam tudo que ele fazia e até o que não tinha coragem de fazer.

— Se forem dignos, deixarei que escolham uma esposa entre as dançarinas — disse ele para os guardas.

Eu olhava para os lados e via o puro escárnio. Eles nos encaravam como animais selvagens, alguns até se aproximaram, mas foram reprimidos por Tiamat. Os homens desse tempo eram tão cheios de escrúpulos.

— Não está satisfeito com o sacrifício, milorde? — perguntou Tiamat se ajoelhando diante dele — Se quiser, faremos mais um.

— Você sabe como me agradar, Tiamat! — respondeu Shemihazah — Você é uma ótima esposa, mas será que é tão boa na cama quanto ela, por exemplo? — o maldito apontou logo para mim.

“Eu preciso sair desse inferno” — disse para mim mesma.

Tiamat tentou se levantar e tropeçou, ao invés de ajudá-la, Shemihazah lhe chutou nos seios e a fez rolar pelas escadas até o chão. Ele riu ainda mais alto e todos os homens também riram. A própria Tiamat rasgou suas vestes que já estavam danificadas, ficou completamente nua e exibindo um ferimento estranho no joelho, mas mesmo assim sorriu. Ela fazia de tudo para agradar Shemihazah, se rebaixava ao extremo por ele. Tiamat pensava que eram gestos de gratidão por ele ter salvado sua vida, mas infelizmente ele a manipulava bem. No fim, ela foi mais uma vítima.

— Você, venha até aqui! — ele me disse.

Eu não obedeci, não nego que fiquei com muito medo de morrer e ser descoberta antes. Todos os olhares estavam voltados para mim, incluindo o de Tiamat, que parecia querer me devorar.

— Não ouviu o que seu senhor disse? — perguntou um dos anjos próximo de mim — Vá até ele, ou morra aqui mesmo!

Notei sua espada sendo desembainhada. Eu não o encarei. Aquela era minha primeira missão oficial.

— Não precisa de tanta formalidade, Akbeel — reprovou Tiamat — Assim você põe medo na garota, ela é jovem e isso é normal.

Eu consenti com a cabeça. Piorou, ela não teve a decência nem de se vestir e veio até mim cambaleando.

— Não precisa ter medo, queridinha — disse no meu ouvido — Eu prometo que não vai doer nada.

— Só quando for andar no dia seguinte! — bradou Shemihazah, mais uma vez rindo com suas piadas sem graça.

Minha vontade era de dar um soco bem no olho dele, mas tive que engolir seco o ódio e seguir com o disfarce só mais um pouco. Tiamat me puxou pelo braço e me levou diante de Shemihazah, que fez a humildade de descer do seu trono e ficar próximo de nós.

— Olhe pra mim! — ele ordenou.

Eu não obedeci e abaixei a cabeça.

— OLHE PRA MIM, DESGRAÇADA! — ele gritou e agarrou-me pelo queixo, quase arrancando o lenço.

Eu fechei os olhos e senti ele se aproximar como um assassino, mas Yahweh mais uma vez me protegeu. Tiamat ficou ao lado dele me observando.

— Você dança muito bem para seu senhor, menina! — elogiou Tiamat — Merece uma recompensa em ouro.

— Não só em ouro, eu quero ela para mim! — determinou Shemihazah, ainda me segurando no queixo — Você é virgem, não é? Leve-a para meu quarto. As outras vão depois.

Alguns guardas se aproximaram, mas Tiamat fez um sinal para que recuassem.

— O que pensa que está fazendo? — desafiou Tiamat — Hoje é minha vez de te ter sobre mim, e não dessa meretriz.

— Quem é você para determinar o que eu faço ou não? — ele perguntou, desferindo um tapa na mulher e enfim me largando.

Tiamat caiu no chão com o rosto em sangue pela força do vigilante. Mas ela não reclamou, parecia sentir prazer naquilo. Ele conseguiu destruir a mente dela. Shemihazah cuspiu sobre ela e tentou agarrar meu braço, mas Tiamat se levantou e se colocou entre nós.

— Você não aprende, não é? — perguntou ele a segurando pelo cabelo.

— Não, meu senhor! — respondeu Tiamat.

Fiquei sem entender o que fazer. Fui salva por Tiamat e agora precisava sair daquele lugar. Só de me imaginar nos braços e mantendo relações com aquele homem me dava arrepios. Mas apesar de ter se rebelado, Shemihazah ainda era o mais sábio dos anjos, e graças a sua sabedoria, e não a sua força, que ele conseguiu colocar a Terra sob seu controle, algo que nem mesmo Lúcifer havia conseguido até então. Os guardas, como bobos da corte, riam da situação.

— Mande-a embora e permita-me te agradar — insistiu Tiamat.

Ela era tão irritante que por um momento achei que quem estava na minha frente era Periel.

— E se eu não quiser, sua imunda? — quis saber Shemihazah.

— Aí você não terá mais o meu corpo...— respondeu ela o envolvendo com os braços.

Como fera selvagem, Shemihazah a agarrou na cintura e a trouxe para perto. Tiamat gemeu. O vigilante a beijou ferozmente e percebi que eles fariam sexo ali mesmo quando ele agarrou os seios dela e esta começou a retirar sua tanga. Lembro de ter visto o exato momento em que a tanga dele caiu e me perguntei: “como Tiamat se contenta com tão pouco?” Pelo menos em uma coisa Miguel já tinha vantagem sobre ele, e que vantagem. Para minha sorte, fui dispensada antes de ver o final. Um guarda apontou para nós e ordenou que fôssemos embora, ainda pude ouvir duas dançarinas lamentando não ter a oportunidade de experimentar os aposentos do “soberano.”

Eu queria correr, mas fui educadamente caminhando enquanto os guardas fecharam a porta da sala do trono. Esperei todas as outras saírem e então caminhei mais tranquila. Passei 1 ano vivendo em Enoque.  Eu vi Shemihazah outras vezes anteriormente mas ele nunca me notou. Pelo menos o tempo foi útil, eu já conhecia cada centímetro do palácio e da cidade. Caminhei pensando pelas colunas do corredor; guardas e criaturas me observavam. Parei por um momento quando vi uma estátua de Shemihazah logo adiante e alguns magos mortais conversando entre si, parece que havia sido inaugurada a pouco tempo. Escutei a conversa dos homens.

— Meu estoque de mana está quase acabando — disse um deles — Ainda bem que os demônios estão vindo e podem nos ajudar muito nesse quesito.

— É verdade — concordou o outro —, o líder deles, esse tal de Lúcifer, foi generoso em dar carta aberta, mas será que poderemos derrotar os celestiais? Aquele homem santo nos alertou que eles viriam.

— Enoque está morto! — resmungou — Nunca mais haverá alguém para condenar Shemihazah. E se os celestiais se importassem, já teriam vindo há muito tempo.

Eu queria ter ouvido mais, porém precisava ir, contudo, parecia que a sorte não estava mais do meu lado. Assim que dei dois passos adiante, me esbarrei com um sujeito de pele branca, cabelo grisalho e armadura escura. O nome dele era Samsaveel. Fiquei assustada e ele me olhou com desaprovação, achei que pediria minha prisão, mas foi ainda pior.

— Uma jovem donzela andando sozinha por esse vasto palácio — disse ele me observando e caminhando até mim enquanto eu recuava.

— Perdão, senhor, não tive intenção de atrapalhá-lo — disse tentando me livrar — Estava pensando na grandiosidade do nosso deus e acabei me distraindo.

Mas o que diabos falei?

— Oh, não se preocupe — disse Samsaveel, me encurralando numa coluna —, está tudo bem agora. Não precisa se desculpar.

— Que bom, meu senhor, mas eu preciso ir embora! — insisti — Sabe, meus pais me aguardam.

— Então não é comprometida? —me perguntou, segurando meus braços na altura do cotovelo — É bom saber disso.

A vontade de dar um chute naquele desgraçado era enorme.

— Não estou entendendo, senhor! — argumentei.

Ele se aproximou mais e com uma mão segurou meu rosto. O lenço quase caiu, assim como o véu na minha cabeça. Meu cabelo não aguentava mais aquilo.

— Me deixe ir embora — tentei educadamente —, sou uma trabalhadora que precisa sobreviver.

— Não precisa mais! — ele me segurou ainda maia forte — Venha comigo e desfrute do mais belo prazer.

— Obrigada, mas eu...— o maldito me arrastou pelo braço.

Ele me puxou e abriu uma porta que dava para uma sala escondida e grande entre duas colunas. Eu precisava reagir ou o pior aconteceria, mas uma coisa dessas coloca medo em muitas mulheres. Ele fechou a porta e tirou a armadura diante de mim.

— Você não precisa dessas roupas, precisa? — me perguntou se despindo e indo até mim.

— Por favor, se afaste ou vou gritar! — disse tampando os olhos, com aquele sujeito me sufocando.

— Você vai gritar de prazer, minha fêmea indomável! — ele arrancou o lenço e tampou minha boca — Você vai gritar comigo dentro de ti — ele tentava encostar-se.

Era agora ou nunca. Quando ele ia arrancar o bustiê que cobria meus seios, reagi e o chutei, lançando-o há alguns metros de mim. Ele recuou.

— Maldita! — bradou ele com raiva.

Ele se jogou até mim, mas tudo que conseguiu foi arrancar o véu da minha cabeça. Meu cabelo caiu sobre meus ombros e mesmo no escuro ele percebeu que eu não era quem dizia ser.

— Espera um pouco, eu conheço você! — disse Samsaveel, apontando em meu rosto — Você é Auriel, guerreira da classe dos ophanins.

— Fico feliz que minha reputação é conhecida até por um ser desprezível como ti! — provoquei — Que Deus o condene por tentar cometer tal ato terrível comigo.

— Traidora, vai pagar por ter vindo até aqui! — disse conjurando sua espada.

Ele avançou com raiva como um behemoth furioso, mas foi em vão. Gerei uma lança de energia com as mãos e finquei em seu peito antes que sua lâmina tocasse meu rosto. Samsaveel passou mal e recuou dois passos com a lança quase em seu coração. Ele caiu inconsciente e eu pensei tê-lo matado naquele instante. Mesmo assim ainda estava aterrorizada, e não foi o primeiro. Nunca imaginei que Shemihazah pudesse criar monstros tão baixos como Samsaveel. Agora precisava sair daquele lugar escuro antes que alguém me descobrisse.

Recoloquei o véu e o lenço e saí andando; nenhum guarda desconfiou naquele momento. Acho que nunca andei tão rápido quanto aquele dia. Cruzei a porta do palácio e vi mais barbaridades na rua da cidade. Nephlins queimavam casas e arrastavam mulheres enquanto magos e feiticeiras faziam rituais macabros e abriam portais para outros mundos. Como se fosse alguém da região, não me apavorei e andei mais tranquilamente.

Alguns minutos depois, saí da muralha e fui para o lado, onde libertei minhas asas e voei para longe até parar em um rio. Lá, usei magia, aquela veste sumiu e minha armadura reapareceu no lugar. A pintura do rosto também sumiu. Já estava aliviada por não estar mais em Enoque, e sim mais próxima do acampamento dos anjos. O rio se movia com suas águas cristalinas, parecia mais um riacho na verdade. Quando coloquei minha espada na bainha e me preparei para voar novamente, senti uma movimentação estranha entre as árvores. Duas criaturas humanoides com cabeça de leão, três chifres cada e asas de morcego caminhavam por aquele lugar; eu me escondi e os observei. Eram nephlins.

Os nephlins, como dito anteriormente, são os híbridos entre primevos e humanos. Por terem o DNA incompatível com o dos mortais, essa mistura pode ser perigosa. Geralmente, os nephlins nascem como bebês humanos normais, mas com o tempo desenvolvem outras formas. Alguns deles evoluem para seres animalescos, outros para gigantes, outros humanoides com formas estranhas, alguns até nascem mortos, outros nem chegam a nascer, mas alguns ainda conseguem manter a aparência humana até o fim de sua vida. Todos os nephlins herdam uma parte do poder celestial, alguns em maior quantidade e outros em menor quantidade.

“O que eles estão fazendo?” — me perguntei em pensamento.

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