Prólogo
Dizem que, ao longo da vida, amamos três vezes.
O primeiro amor chega como um sussurro no coração, suave e promissor. É aquele que nos faz acreditar no "felizes para sempre", que pinta o mundo com cores vibrantes e nos faz sentir invencíveis. Eu o vivi assim. Ingênua, intensa, cheia de sonhos. Mas logo aprendi que o amor não é só promessas doces. Às vezes, ele é turbulento, confuso, um caminho incerto entre o querer e o poder. E quando se desfaz, não deixa apenas um vazio - deixa dúvidas, cicatrizes invisíveis, perguntas sem resposta.
O segundo amor é o que destrói. Ele vem como um incêndio, queimando tudo ao redor, consumindo qualquer vestígio de quem éramos antes. Nos ilude, nos faz acreditar que dependemos dele para respirar, mesmo quando é ele quem nos sufoca. Eu me perdi nesse amor. Ele me acorrentou, me quebrou e, ainda assim, eu não conseguia soltá-lo. Acreditei que amor e dor eram faces da mesma moeda, que a obsessão poderia ser confundida com paixão. Mas aprendi da pior forma que há prisões que não têm grades e monstros que se escondem atrás de olhares apaixonados.
O terceiro amor foi o mais inesperado. Ele não veio com promessas ou pressa. Quer dizer, veio sim, de uma antiga promessa por muito tempo esquecida, mas enfim resgatada. Ele não me exigiu nada além de ser quem eu era, com todas as minhas cicatrizes. Ele foi como um farol em meio à tempestade, uma mão estendida quando eu já não acreditava que poderia ser salva. Mas o destino, cruel e imprevisível, não me permitiu simplesmente amá-lo. Ele veio com um peso, com responsabilidades, com um passado que não era só meu. E, ainda assim, foi nesse amor que eu finalmente encontrei o que passei a vida toda procurando: paz.
Eu conheci cada um deles.
Fui separada de uma vida que deveria ser minha, levada para longe do meu próprio sangue. Cresci sem saber quem eu era, sem saber que, em algum lugar, meu nome era sussurrado como um segredo. Para mim, eu era apenas mais uma garota perdida, recolhida por bondade, por amor, mas até o amor pode ser uma mentira.
E, no meio das incertezas, meu primeiro amor. Um amor proibido. Um amor condenado desde o início. Porque o destino sempre se divertiu em virar minha vida de cabeça para baixo.
Foi então que conheci meu algoz, meu segundo amor. Ele me quebrou de formas que eu nunca imaginei ser possível. Me prendeu, me usou, me transformou em uma peça de um jogo doentio. Mas ele não era apenas cruel. Ele era um homem despedaçado, feito de traumas e sombras. E, de algum jeito, no meio do horror, eu ainda o amei.
Mas o amor verdadeiro… aquele que não exige dor para existir… esse eu só conheci quando já não acreditava mais nele. Ele veio com um nome que ecoava em minha pele como um destino inevitável. Veio para me lembrar de quem eu realmente era.
Porque, no fim, o amor também conhece o cativeiro. Não aquele feito de grades e correntes, mas o que aprisiona a alma. O que nos obriga a carregar um fardo que nunca escolhemos.
Eu aprendi cedo que o amor podia ser doce como um sonho, cruel como um pesadelo e inesperado como um destino traçado há séculos.
O primeiro amor nos ensina a sonhar. O segundo nos destrói. O terceiro nos mostra o que realmente significa amar.
Eu o encontrei três vezes.
E, a cada vez, ele mudou minha vida para sempre.
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