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Prólogo

Eu sinceramente não sei por onde começar essa história, nem quando exatamente tudo começou a ficar tão confuso e complicado. Mas ainda consigo lembrar vividamente da garotinha frágil e desesperada que eu era na época, como se estivesse sempre à beira de explodir, como uma bomba-relógio prestes a estourar. Era como se um simples passo em falso pudesse desencadear um efeito dominó, afetando tudo a minha volta. Essa era eu aos treze anos, uma mistura de fragilidade e delicadeza em um mundo que parecia prestes a te bombardear.

Ainda posso lembrar da garota nada eclética que sempre usava um rabo de cavalo alto, preso com um elástico desgastado, e óculos quadrados enormes que pareciam pesar mais do que meu próprio rosto. Eles não apenas corrigiam minha visão, mas também tentavam disfarçar a falta do meu olho esquerdo, substituído por um de vidro que refletia a luz do sol de maneira estranha. Era uma tentativa desajeitada de ser normal, de me encaixar, mas sempre acabava atraindo olhares curiosos e comentários maldosos.

Podia tentar mentir para mim mesma, negar que aquilo me afetava, mas era claro como água: eu me sentia reclusa e excluída do resto das outras crianças. Era como se eu estivesse em uma bolha de isolamento, observando o mundo real passar à distância.

Foi nesse cenário que Yurina Takahashi entrou na minha vida, no sétimo ano. Ela era uma aluna fofa e tímida, estrangeira, cujos pais haviam imigrado para o país há pouco tempo. Seu sotaque era forte, o que inevitavelmente lhe rendia piadas cruéis e bullying por parte de alguns colegas. Eu evitava qualquer interação com ela a todo custo, com medo de que o bullying que ela enfrentava também se voltasse contra mim. Naquela época, já tinha preocupações demais para lidar.

Mas tudo mudou em um dia qualquer, quando fui ao banheiro e escutei sons de choro abafados. Curiosa e preocupada, eu perguntei:

— Olá? — perguntei, buscando desesperadamente uma resposta, mas o silêncio apenas foi quebrado pela última porta do corredor se abrindo lentamente.

— Oi... oi — Yurina respondeu, sua voz embargada pelo choro, tentando falar com coragem apesar do nervosismo evidente.

— Por que você está chorando? — Questionei, tentando manter a calma enquanto meu coração acelerava. Eu ponderava se deveria chamar uma professora ou a tia da limpeza. — Quer que eu chame a professora?

— N-não precisa, eu tô bem — ela disse, sua voz ainda mais carregada de sotaque devido às lágrimas e falta de prática. — Você devia sair daqui, elas estão voltando! Vai e-embora! 

— Quem está voltando? Fizeram algo com você? Eu p- — Minha voz foi interrompida abruptamente pelo puxão violento em meu cabelo, arrancando-me um grito antes de ser brutalmente jogada no chão frio do banheiro.

— Olha só, temos mais uma! — Uma das três meninas riu com malícia, enquanto a outra, uma morena de cabelo liso e comprido, se aproximou rapidamente e trancou a porta do cubículo, bloqueando qualquer chance de escapar.

Não consegui processar direito o que estava acontecendo, mas uma sensação gelada de medo se instalou no meu estômago, indicando que algo definitivamente não estava certo. E como temia, o que se seguiu não foi apenas ruim, foi o começo de um bullying incessante perpetrado por três valentonas que pareciam se orgulhar de imitar uma versão decadente de Regina George. Todos concordamos que Cher sempre foi muito melhor, não é?

A questão principal é que não terminou comigo sendo jogada no banheiro e arrastada pelo cabelo. Tudo se intensificou, tornando-se um pesadelo completo. Hoje em dia, ainda me pergunto como crianças tão jovens podiam ser tão cruéis.

O bullying não ficou apenas nas palavras depois daquele dia. Houve violência, tanto física quanto mental. Yurina frequentemente aparecia com hematomas pelo corpo, sinais claros de que as agressões não eram apenas verbais. Eu também não escapava, chegando em casa com arranhões que tentava justificar como acidentes, embora minha mãe já desconfiasse que algo estava errado.

Mas não consegui mais esconder a verdade quando voltei para casa completamente encharcada, meu cabelo cortado de maneira grotesca e malfeita. Era evidente que algo sério estava acontecendo, mesmo que eu tentasse minimizar o que estava passando.

— Quem fez isso com você, Layla? — Minha mãe se levantou abruptamente do sofá ao me ver entrar pela porta que dava para o corredor do apartamento. — O que aconteceu? Se não me falar agora, eu irei até a escola!

Vê-la assim, tão furiosa e determinada, foi um contraste gritante com a mulher que tinha tolerado anos de abusos do meu pai, suportando em silêncio. Parecia até um pouco hipócrita vê-la agir tão firmemente agora, mas ao mesmo tempo, senti um orgulho sutil por sua evolução. Ela estava mudando por mim, por nós duas.

Naquele momento, todas as minhas defesas caíram. Não era mais uma mini adulta tentando lidar com problemas do mundo. Eu era apenas uma criança desesperada por um abraço e uma xícara de chocolate quente. Então, contei tudo, desde o início até o fim, compartilhando não apenas o que eu tinha suportado, mas também o sofrimento de Yurina.

Minha mãe agiu rapidamente, entrando em contato com a escola ao lado da mãe de Yurina. A união delas nos aproximou ainda mais. Tornamo-nos melhores amigas, fortalecidas pelo que enfrentamos juntas. As garotas responsáveis pelo bullying finalmente foram expulsas, uma decisão justa diante não apenas das agressões psicológicas, mas também das físicas que infligiram.

Livres daquelas tormentas, nos tornamos inseparáveis, sempre apoiando uma à outra, não importando o que acontecesse. Atravessamos juntas o ensino médio, lutando para ser matriculadas na mesma escola depois de muitas lágrimas e insistência.

Estávamos decidindo juntas sobre qual faculdade cursar. Quando abrimos nossas notas do temido ENEM lado a lado, a empolgação de Yurina foi contagiante. Ela começou a pular de alegria assim que viu minha nota no notebook, antes mesmo de eu poder comentar sobre a dela. Era uma cena hilária vê-la tão feliz por uma nota que não era dela, mas minha.

Assim, cada uma seguiu para o curso escolhido na UNESP. Ficamos um pouco tristes por não estarmos juntas na mesma turma, mas estávamos explodindo de felicidade com nossas conquistas individuais. Yurina optou por pedagogia, enquanto eu escolhi serviço social. Tínhamos um objetivo comum: trabalhar no conselho tutelar, ajudando crianças e adolescentes que precisavam de proteção e apoio.

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