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[0.4]

A música alta e o cheiro de bebidas alcoólicas diferenciadas tomavam conta do lugar por completo. Gritos, aplausos, algum pouco cheiro de cigarro também faziam parte do conjunto da obra. Jimin se perguntava porquê exatamente Hyunbin havia decidido levá-lo justamente para aquele cassino.

Perguntava a si mesmo incansáveis vezes o quão triste devia ser a vida de Hyunbin, ao ponto de gastar dinheiro com fichas de um jogo qualquer. Nem sequer a bebida que tomava era boa o suficiente, o líquido claro no copo com gelo derretido, parecia mais com uma vasta visão da morte do que com quaisquer outras coisas.

Mesmo que um tanto entediado, Jimin ainda tinha sua distração ao olhar para o outro lado da mesa, no qual um alfa, claramente lúpus, jogava suas cartas com precisão na mesa grande. O homem de cabelos escuros e uma face encantadora, deixava Jimin de cabelos em pé pela curiosidade em poder conhecê-lo melhor.

O tal Jeon, parecia saber exatamente como irritar Hyunbin de todas as formas possíveis, pareciam conhecidos de longa data.

Por algumas vezes, garçons vestidos elegantemente vinham até Jimin oferecendo-lhe bebidas e cigarros importados, esses que não faziam sequer seu gosto.

Entretanto, foi quando um alfa qualquer se aproximou de si que Jimin se surpreendeu. Não era como se prestasse atenção no jogo que os demais jogavam, entretanto, estava perdido em pensamentos e ao mesmo tempo tentava, de forma evidentemente falha, entender a logística do jogo sem sentido. Enquanto estava prestes a começar seu entendimento, sentiu uma mão grande tocar seu ombro.

Obviamente e mais que esperado para alguém que estava desprevenido, Jimin assustou-se mesmo que minimamente. Hyunbin notou o contato, mas nada fez. Quando já estava prestes a quebrar alguns dedos naquela noite, o alfa asqueroso perto de si retirou a mão suja rapidamente. Sem entender a ação repentina, Jimin olhou a sua volta, procurando por explicações, nas quais só encontrou o alfa de cabelos escuros quase rosnando para o penetra.

A princípio, sequer soube como reagir. Enquanto quem deveria lhe defender, nesse caso, Hyunbin o atrapalhado, não fez absolutamente nada, um alfa que mal o conhecia foi pronto em ao menos tentar se impor na situação.

Jimin não sabia como e porquê, mas poderia ter certeza que caso aquela encarada amedrontadora não fosse suficiente, o Jeon provavelmente iria mais a fundo.

Não era como se fosse um pobre ômega indefeso, mas mesmo que sutilmente, Jimin sentiu-se protegido por breves instantes. Uma proteção que estranhamente, desejava ter mais vezes.

Depois do acontecido, não tão marcante, Jimin seguia pensando em diversas coisas ao mesmo tempo. Ao mesmo tempo que tentava se concentrar em tentar adivinhar como ia o jogo, o ômega tentava manter-se bem, apesar da tontura que sentia.

No entanto, viu seus pensamentos se afastarem quando ouviu a voz tão conhecida fazer sua última aposta da noite. Não sabia porquê, mas Hyunbin soava como um louco.

— Aposto todas as minhas fichas, todos os meus anéis banhados a ouro, uma casa em malta, metade da minha conta bancária, e o meu carro, um Porsche Cayenne.

Parecia pouco para quem tinha tanto, entretanto essa era a grande jogada, Hyunbin não tinha tanto, apenas aparentava ser tão rico quanto qualquer outro alfa nobre. A verdade é que Jimin pouco se importava com o que Hyunbin apostava ou não.

Os anéis banhados a ouro eram apenas quatro, a casa em Malta que o alfa tanto falava, já não estava em condições tão boas quanto se espera. Metade da conta bancária de Hyunbin seria facilmente um terço da conta bancária de qualquer um ali. Quanto ao carro, Jimin apenas se preocupou em ter de voltar para casa andando.

Por isso e para não ver um alfa bravo e inconsolável, torceu fielmente para que o Choi ganhasse a rodada. Isso tudo até ouvir a contra proposta.

— Eu aposto todas as minhas fichas e esse cassino, com toda a mão de obra dentro. Reze para que a sorte esteja com você hoje, Choi.

Foi nesse momento, exatamente, que Jimin soube que Hyunbin perderia feio. Um homem dono de cassino, que havia ganhado todas as outras rodadas e disposto a apostar seu cassino, que era um luxo só, poderia apenas estar certo da vitória.

Nada foi diferente do que Jimin havia pensado. Como já esperava, mesmo que isso fosse um tanto triste, Hyunbin perdeu. Como já esperado, Jimin não entendeu muito da jogada, já que sequer havia jogado algo do tipo antes, entretanto, acreditou ter sido uma boa jogada da parte do Jeon, pelos gritos histéricos que ouvia.

Diferentemente do que imaginou, Hyunbin sequer esboçou uma reação de tristeza, apenas uma certa careta irritadiça pelo barulho alto que se instalou no exato momento em que as cartas do seu oponente tocaram a mesa.

Conforme as pessoas presentes foram deixando a mesa e Hyunbin conversava com Jungkook, o ômega aproveitou para olhar em volta. Continuava achando aquele lugar luxuoso e barulhento demais. Quando se deu conta, estava acompanhando Hyunbin e sequer sabia o motivo real para tal.

De repente, um lance de vinte degraus surgiu a sua frente, e mesmo que um pouco desconfiado, Jimin apenas seguiu os alfas que abriam caminho.

A atenção de Jimin apenas voltou a aparecer quando finalmente o Jeon abriu uma porta grande ao fim da grande escada. Na porta de coloração marrom, haviam alguns desenhos que pareciam ter sido polidos a mão, por um segundo, conseguiu destinguir o desenho de alguns grandes lobos e símbolos desconhecidos. No entanto, deixou de obrservar a porta bonita para ver com clareza o cômodo enorme que parecia ser como um escritório.

Enquanto ele e Hyunbin sentavam-se confortavelmente no sofá de couro, o outro alfa da sala escolhia alguma bebida para ambos, o que ao ponto de vista de Jimin era uma atitude esperada, em visto de que o alfa havia bebido a noite toda.

Ao se aproximar, o ômega recebeu não um copo de Whisky, como esperava. Mas sim uma garrafa de água e uma outra bebida de coloração rosada. Por mais que estivesse atento na bebida de cor rosa, preferiu não experimentar algo que não conhecia direito. Por esse motivo, se contentou com a garrafa d'água.

A tensão naquele cômodo poderia ser quase palpável, enquanto Hyunbin parecia impaciente, o outro alfa aproveitava para provocá-lo cada vez mais. Jimin não gostaria de admitir, mas ver o alfa ao seu lado sendo confrontado com provocações era estranhamente satisfatório. Era bom ver alguém provocando o deplorável, sem medo do que poderia acontecer.

Ao fim de algumas piadas bem sucedidas da parte do Jeon, os três passaram a prestar atenção em um novo rumo da conversa: negócios.

Quando subiram as escadas cansativas, Jimin imaginou que estariam indo acertar as contas, que o alfa que o acompanhava iria entregar ao Jeon as chaves do carro e quem sabe o cartão, mas tudo foi diferente.

Assim que ouviu falar sobre uma proposta, prontamente imaginou que o Choi fosse tentar enganar o dono do cassino, que ouvia atentamente cada palavra, pensando em como responder.

Qualquer atitude ou proposta do alfa ao lado poderia lhe surpreender, fosse essa de uma forma positiva ou não. Nesse caso, optou por imaginar o que é que poderiam negociar.

Quem sabe Hyunbin não quisesse perder seu carro, por isso iria lhe oferecer duas casas em Malta. Ou talvez desse mais que a metade da sua conta bancária. Provavelmente poderia colocar em jogo algumas jóias valiosas. Por mais que o Jeon não aparentasse, caso se conhecessem, o Choi poderia até mesmo oferecer um ponto de tráfico internacional, seu forte.

No entanto, toda e qualquer expectativa em cima de uma negociação foi quebrada, quando com a voz asquerosa e impiedosa, Choi Hyunbin deu seu veredito.

— Eu gostei do seu negócio novo, vi que tem muita clientela e com certeza deve render muito dinheiro. Por isso, mesmo que tenha perdido ele na mesa de aposta, eu quero o seu cassino, Jeon. Em troca dele, eu te dou o meu ômega.

Certa vez, há algum tempo, Jimin havia sido vendido pelo homem que costumeiramente chamava de pai. Vendido como se fosse um mero objeto. A dor de ter sido praticamente entregue a um alfa desconhecido, para que ele decidisse seu futuro, foi grande. Mas não maior do que ser usado como moeda de troca alguns anos depois.

Jimin repousava suas mãos no colo, enquanto deixou que uma lufada de ar um tanto surpresa fosse audível o suficiente para que o alfa a sua frente notasse. Ao ver que era observado, lutou contra as lágrimas que tentavam fugir desesperadamente.

Foi nesse momento que Jimin observou sua situação. Era um ômega lúpus jovem, bonito e inteligente. Ao mesmo tempo que parecia ter uma vida perfeita, dentro do lugar que deveria gostar de viver, se é que tinham moradia fixa, era abusado, maltratado e tratado como um qualquer. Não possuía liberdade alguma e já não se lembrava com lucidez do mundo real. Lutava todos os dias para esquecer as agressões físicas e psicológicas, enquanto mantinha um sorriso no rosto.

Mesmo que jovem e saudável, Jimin parecia não ter sequer mais um único suspiro de vida, pois sentia que este era roubado dia após dia, pelo homem que havia sido obrigado a se relacionar.

Colocando tudo isso na ponta do lápis, enquanto lutava contra as lágrimas e a vontade de gritar, Jimin desejou por um segundo sequer que o Jeon aceitasse a proposta. Mesmo que não soubesse se isso seria certo ou melhor para si, o ômega apenas desejou liberdade.

Quando finalmente ouviu uma resposta, sentiu como se o seu suspiro roubado houvesse sido devolvido.

— Eu aceito sua proposta.

Ao passo que ouvia aquelas palavras em repetição, na mente que ainda não queria acreditar, Jimin sentiu uma pontada forte atingir seu estômago. A visão que naturalmente era boa e bem dotada, encontrava-se turva. Enquanto uma dor infernal lhe atingia na cabeça, notou quando tudo ficou escuro e seu corpo se forças caiu no sofá, sendo essa, sua última ação consciente.

— ⏳ —

Assim que o corpo fraco do ômega caiu no sofá de couro, a primeira reação, ou, diga-se de passagem, instinto de Jungkook foi levantar para evitar que ele caísse. No entanto após se colocar em pé notou que Hyunbin prontamente levantou-se também. Lembrou-se então, em um fio de memória que o Choi ainda era o alfa que acompanhava o ômega.

Diferentemente do que imaginava, Hyunbin não quis ao menos olhar para o lado, apenas bebeu rapidamente os últimos resquícios de Whisky do seu copo, enquanto preparava-se para ir embora. Antes da saída, a voz conhecida ecoou pela sala.

— Bom, eu vou indo. Fico feliz em ter feito negócios contigo, amanhã eu mando algum encarregado meu vir buscar os documentos e as chaves do cassino. — Seguida da uma respiração leve, uma das mãos grandes ajeitou minimamente as roupas no corpo, para continuar. — Não vejo a hora de começar meu trabalhos aqui.

Surpreso e claramente indignado, o Jeon, mais rápido do que sequer imaginou que poderia, agarrou o alfa desagradável pela gola da camisa, fazendo com que seus narizes quase se tocassem. O medo foi visível no olhar desprezível do alfa que pouco entendia a situação, até que recebesse uma explicação.

— O ômega que está te acompanhando durante toda noite está desmaiado no meu sofá, mais pálido do que é normal e você está falando da porra desse cassino? — ao notar que Hyunbin começou a respirar de forma lenta, foi obrigado a soltar o aperto, mas ainda mantendo suas digitais ali. — Nunca me senti tão feliz por te ver na vida. E não se refira a esse ômega como um mero negócio. Negócios tratam de objetos, nunca de pessoas.

Após notar que o medo do Choi era quase palpável, o lúpus fez questão de desfazer o aperto de forma bruta, fazendo com que o outro ficasse cambaleante até demais.

Enquanto ainda recuperava o ar perdido na encarada, Hyunbin tentava ajeitar a gola da camisa. Não importava quanto dinheiro tivesse ou quantas provocações fosse capaz de fazer, Jeon sempre seria um lúpus, essa era sua desvantagem.

Com o mesmo olhar desprezível de antes, o alfa que pouco parecia se importar, apenas seguiu suas falas pouco importantes enquanto caminhava em direção a porta grande de madeira.

— Já gastei muito do meu tempo aqui, agora a responsabilidade é sua Jungkook. Amanhã as chaves enviadas pra mim, ou terei que refazer a troca.

Do mesmo jeito que saiu, Hyunbin deixou a sala.

Jungkook sequer percebeu que prendia o a respiração até que uma lufada de ar lhe acordasse da situação, trazendo-o para a vida real. Automaticamente, levou o olhar atento até o sofá, no qual viu o corpo esguio de um ômega loiro descansando.

Apesar de uma pequena, e definitivamente não costumeira, sensação de medo, Jungkook buscou no bolso lateral da calça que usava o celular de última geração. Os dedos longos foram rápidos em discar o número do melhor médico que conhecia. Não sabia o que fazer na situação em que se encontrava, mas tinha uma única certeza, o ômega não estava bem o suficiente.

Após alguns segundos, uma voz rouca e sonolenta se fez presente do outro lado da linha, a qual mal teve tempo de raciocinar o que acontecia, apenas ouviu, como em um desabafo, as palavras apressadas do Jeon.

— Oi, que bom que atendeu. Eu preciso que você venha pro cassino, urgentemente. Traga seus aparelhos de exame e tudo o que você usa. Não sei se precisamos de curativos, mas é legal também. — uma pequena pausa foi feita, como se procurasse alguma resposta. — Traga o Seokjin junto, preciso que ele faça força.

Ao fim das palavras apressadas, Jungkook se pôs sentado de frente para o corpo do ômega, enquanto escutava do outro lado da linha alguns barulhos que pareciam ser de maletas ou aparelhos eletrônicos. Repentinamente, o lúpus ligou o modo viva-voz do telefone, para que pudesse ouvir instruções ou qualquer outra coisa que lhe acalmasse.

— Primeiramente, da próxima vez em que você me ligar gritando, vai ser a última vez que você vai gritar. Segundo, o Seokjin tá se arrumando. E por último, mas definitivamente não menos importante, seja o que for, NÃO SE MOVA BRUSCAMENTE. — a última parte apesar de alta o suficiente, fez com que Jungkook acalma-se pelo menos um pouco dos ânimos a flor da pele.

— Namjoon, ele é ômega e tá' desmaiado na minha frente, não sei o que fazer. Posso dar água?

Apesar de ter ouvido alguma palavra obscena ao fundo da ligação, o alfa tentou focar apenas na voz de Namjoon, que passou a dizer de forma calma as coordenadas.

— Não precisa dar água, a gente já chega, só garanta que ele vai estar em um lugar confortável.

— Eu não quero tocar nele, Nam. — as palavras trêmulas emitiam nada além de preocupação, um sentimento pouco comum para o alfa, que tinha uma vida tão tranquila. — Eu não quero encostar nele enquanto ele estiver dormindo, ele pode acordar e se assustar.

Ao fim de um suspiro e um barulho um tanto alto de motor de carro, Namjoon finalmente finalizou a ligação com uma última recomendação.

— Tudo bem, não precisa tocar nele, só não deixa ele cair do sofá, a gente tá chegando, espera um pouco.

Ao fim da chamada, o lúpus mal sabia o que fazer, entretanto estava mais calmo que de início, quanto a parte de não sair de perto do ômega, foi levada a sério. Para evitar que o loiro caísse do sofá, juntou uma fileira de almofadas envolta de todo o sofá de couro, de modo que nada pudesse atingi-lo. Estava protegendo o ômega com uma muralha, assim como fazia com sua irmã quando mais novos.

Conforme o coração desacelerava e os olhos passavam a ganhar foco na imagem do ômega, a cena de um alfa lúpus sentado ao chão do seu escritório, por trás de uma muralha de almofadas, ficava ainda melhor.

O par de olhos grandes e de tom castanho amarelado, observavam cada traço daquele ômega que parecia tão vulnerável. Quando se recusou a carrega-lo ou até mesmo tocar o corpo esguio, foi preenchido por preocupação.

Além de que eram notórias algumas manchas de coloração escura na região dos pulsos, também era possível notar com clareza a forma como inconscientemente, o loiro deixava-se acanhar pelos toques de Hyunbin ou de alfas estranhos.

Isso não significava que era fraco ou coisa assim, na verdade, Jungkook viu uma força incomparável nos olhos alheios, por isso lhe daria forças para lutar e colocar em prova toda a força que tinha de sobra.

Não sabia o que aconteceria quando o ômega acordasse, não sabia como seria a relação dos dois, ou se sequer haveria uma relação. Um ômega poucos centímetros menos que si, era uma das maiores incógnitas que já havia presenciado.

Os pensamentos puros e curiosos, acima de tudo, foram cortados pelo barulho da porta se abrindo, revelando dois homens altos, vestindo roupas de dormir e com maletas nas mãos. Os Kim estavam na sala.

— Que bom que vocês chegaram! Eu já ia te ligar de novo. — conforme falava, tentava levantar disfarçando os olhares que dava freneticamente para o loiro no sofá. — Me desculpa por ter chamado tão tarde, hyung.

Agora Jungkook, um tanto envergonhado, pedia desculpas a Namjoon, que por sua vez apenas se aproximou do lúpus deixando um afago nos cabelos macios enquanto pronunciava de uma forma calma suas habituais palavras de conforto.

— 'Tá tudo bem Jun, eu disse que viria a qualquer hora. — após dar uma leve olhada para trás e observar Seokjin deixando uma das maletas abertas em uma poltrona, o alfa seguiu dizendo. — Bom, por mim está tudo bem, já o Seok 'tá morrendo de sono, cuidado com a fera.

Jungkook apenas sorriu diante do pequeno diálogo. Kim Namjoon era um amigo e tanto. Quase como um pai, que não deixava o Jeon na mão de forma alguma. Médico, alfa e casado com Kim Seokjin, o homem de negócios tinha o maior coração que já havia conhecido, por isso esbanjava gentileza.

Enquanto Namjoon foi até o ômega, ainda desmaiado, Jungkook tratou de caminhar até Seokjin, com um sorriso culpado no rosto.

— Hyung... — chamou de forma envergonhada, tomando a atenção do Kim. — Me desculpa por te fazer acordar agora, eu não achei que fosse precisar.

Diferentemente do que imaginava, Seokjin, que terminava de arrumar algumas coisas na maleta grande, apenas sorriu cheio de carinho, um sorriso reconfortante.

— Quem é? — foi tudo que perguntou.

— Sinceramente? Eu não sei. É uma longa história. — Jungkook olhou de relance para o sofá, no qual viu Namjoon examinando cuidadosamente o garoto de cabelos loiros. — Eu nem sei o nome dele ainda.

— Como é que pode já estar tão apaixonado assim? — respondeu Seokjin com voz baixa enquanto fechava a mala.

— O que disse, hyung?

Ao invés de responder, o Kim apenas passou pelo lúpus carregando nas mãos alguns objetos diferenciados enquanto balançava a cabeça em negação. Mesmo que a curiosidade fosse grande, a vontade de saber o que aconteceria com o ômega era maior, por isso, Jungkook apenas seguiu seu hyung em silêncio.

— Não é nada grave. — começou Namjoon. — Ele tem alguns hematomas no pulso, não sei sobre o resto do corpo porquê ele tem sinais de agressão e não seria legal encostar nele sem permissão. E a causa do desmaio provavelmente foi por uma queda de pressão mesmo ou uma fraqueza por falta de alimentação.

— Ele parece mais magro do que o normal, ou eu é que estou sem meus óculos? — indagou Seokjin enquanto se aproximava.

Jungkook, por sua vez, tentava digerir a ideia de que o ômega loiro estivesse com hematomas e uma provável fraqueza ao ponto de fazê-lo desmaiar. O que lhe mantinha calmo era a frase de Namjoon dizendo que nada de grave havia acontecido.

— Ele parece bem magro mesmo, a clavícula está bem exposta. Mas isso só com ele acordado pra ter certeza. — o alfa que tanto falava, sentiu-se ignorado pela principal parte interessada, por esse motivo olhou diretamente para o lúpus, que fazia silêncio. — Jungkook?

— Oi? Ah, é, hyung, eu vou mandar buscarem meu carro e trazerem 'pra parte de trás. Pode ser?

— Depende do que você tá pensando em fazer.

Jungkook respirou fundo, olhando a sua volta, não tinha certeza se essa seria sua melhor escolha, mas ao menos era o que parecia.

— Eu vou levá-lo pra casa. Não dá pra deixar ele aqui. — ao olhar para o ômega deitado no sofá, Jungkook parou por algum tempo para pensar nas consequências de tirar aquele ômega dali. Não poderia simplesmente levá-lo no colo ou coisa assim. — Vou ligar para o Taehyung e pedir pra ele vir, o que acham?

— Certo. Por quê? — Indagou Namjoon.

— Bom, porquê ele pode acordar enquanto a gente estiver levando ele e se assustar, o Tae é ômega. E o Seok‐hyung também é ômega, mas parece alfa.

Os Kim apenas trocaram breves olhares, como se conseguissem conversar apenas se olhando. Em poucos segundo dessa troca de olhares, Namjoon tornou a olhar para Jungkook.

— Tudo bem, eu vou medir a pressão arterial dele, me ajuda Seok? — o mais velho por sua vez, apenas concordou.

O lúpus não tardou em buscar o celular pelo cômodo e começar a digitar o número de Yoongi, que provavelmente acordaria mais fácil. Após chamar algumas vezes, Jungkook apenas obteve um murmúrio baixo como resposta.

— Boa noite caríssimo Min Yoongi, será que você pode me emprestar seu ômega?

Como se Jungkook houvesse feito algum tipo de ameaça ao Min, a resposta foi rápida e árdua.

— Como é Jeon? Meu ômega?

— Sim hyung, o Tae.

Um silêncio se fez presente na linha, enquanto alguns barulhos e resmungos podiam ser ouvidos ao fundo. Jungkook diria que, conhecendo Yoongi, ele estava acordando Taehyung e Hoseok para que pudessem ir até o cassino. De repente, a voz do Jung se fez presente.

— Jungkook, onde você está?

— Cassino. — curto e grosso, como sabia que o Jung preferia. — Tchau Hyung.

Sem resposta, a ligação foi encerrada. Já era de se esperar, em vista de que Jungkook estava ligando para o trisal e pedindo que viesse até ele na madrugada.

— A pressão está normal, e ele parece estar descansando agora. — disse Namjoon.

— Certo, agora a gente só precisa levar ele pra minha casa, cuidar e esperar ele acordar. — de repente parecia mais um lembrete pessoal do que fatos em uma conversa. — Vai dar tudo certo, né? É.

O lúpus apenas saiu do pequeno transe quando ouviu duas risadas baixas.

— Jungkook você não existe. — disse Namjoon em meio ao riso.

Sem muitas opções, o Jeon apenas entrou na onda dos Kim e riu da situação. Ainda que estivesse preocupado com o ômega, mentalizava coisas positivas para toda a situação.

Enquanto esperava ansiosos pela chegada do trisal, Jungkook e os Kim conversavam sobre a situação que havia acontecido naquela noite. Mesmo que um pouco raivoso com as lembranças que envolviam o Choi, o Jeon tentava ser calmo. Ao fim de uma explicação cheia de detalhes, enquanto os três não tiravam os olhos do ômega, quem deu o veredito final foi Seokjin.

— Esse Hyunbin nunca foi flor que se cheire, lembro bem dos escândalos com drogas e roubos. Sinto muito pelo ômega, tadinho. — de repente um olhar diferente surgiu. Seokjin não sentia pena, pois isso era um sentimento ruim, sentia-se mal por não ter ajudado antes o seu semelhante. — Que bom que ele tem você agora, Koo.

Mesmo que para a grande maioria a frase do Kim fosse apenas um consolo aos problemas do Jeon, dentro do grande coração do lúpus, algo o tocou de uma forma diferente. No entanto nada muito significativo ocorreu, já que em poucos instantes a porta da sala se abriu novamente, revelando olhares nada amistosos.

O primeiro a se pronunciar foi Yoongi, ainda com a habitual voz de sono, mas certamente com a fúria de um leão.

— Se você já 'tá com o Namjoon e o Seok-hyung aqui, por que diabos você precisaria do meu ômega?

Uns pequenos passos atrás encontravam-se Hoseok e Taehyung, ambos ainda visivelmente sonolentos. Enquanto o Kim se apoiava em um de seus namorados, Hoseok tentava ao máximo entender a situação. Em meio a pequena confusão que havia criado – sem querer – Jungkook se viu na obrigação de explicar tudo do começo.

— Yoongi hyung! Meu lúpus preferido, você sabe que eu sou seu fã não é? — mesmo que estivesse próximo e sorrindo para o Min, a abordagem emocional não pareceu funcionar. — Desculpa hyung, eu precisei chamar todos vocês porquê hoje uma coisa diferente aconteceu, e você sabe, eu conto com vocês, né?

Enquanto esperava fielmente que sua explicação desse certo, Jungkook e todos presentes na sala ouviram um pequeno barulho, uma movimentação anormal. Ao direcionar os lumes atentos na direção do sofá, o Jeon viu um dos braços do ômega caírem levemente para o lado.

Mesmo que instantaneamente um pânico estivesse tomando conta de si, por pensar na possibilidade do ômega cair do sofá, logo viu Seokjin chegar delicado até o estofado e garantir a segurança do loiro desacordado.

— Esse é o motivo Yoongi, gostou? — brincou Namjoon com um breve sorriso no rosto.

A face surpresa do Min impressionou Jungkook, entretanto esse não foi o grande acontecimento, mas sim a reação de Taehyung, que parecia ter ouvido um sino lhe acordando. De repente o ômega puro andou lentamente até o sofá, mantendo certa distância da muralha de almofadas. Enquanto olhava para o corpo fraco e desacordado, o Kim mal notou quando com voz baixa começou a falar.

— Ele é um dos ômegas mais bonitos que eu já vi. — repentinamente os olhos brilhavam em emoção. — O cabelo dele parece ser tão macio, Hobi.

O alfa que estava sem entender muito da situação, apenas acenou em concordância, quando seu ômega buscou por respostas na face confusa e sonolenta.

A cena chegava a ser um tanto engraçada, Seokjin estava perto do sofá para garantir que o ômega loiro não caísse dali. Namjoon estava um tanto afastado e observava a cena toda com a mesma faceta que Jungkook e Hoseok, que ainda tentavam entender tudo. Enquanto Yoongi prestava atenção em seu ômega que se encantava pelo moço desconhecido.

O silêncio confortável foi quebrado pela voz aveludada e baixa de Yoongi, que buscava apenas entendimento.

— Então tem um ômega desacordado no seu sofá e por algum motivo todos nós estamos aqui? — antes que alguém pudesse se pronunciar, mais uma pergunta veio a tona. — Afinal, por que tantas almofadas em volta dele?

— Mecanismo de proteção do alfa lúpus mais forte e temido do nosso território! — com um tom sarcástico, exclamou Seokjin.

Por mais que quisesse revidar a provocação, Jungkook queria logo acabar com a situação, pois estava começando a se preocupar com o ômega e o motivo do desmaio durar tanto tempo.

— O ômega agora é minha responsabilidade, hyung. Ele tá fraco e desmaiou por causa disso. Eu chamei vocês aqui e disse que precisava do Taehyung, porquê ele é ômega e queria saber se ele pode carregar o mocinho até meu carro. — Jungkook se sentia desconfortável por não saber o nome do loiro que ocupava seu sofá, não deixaria de perguntar quando esse acordasse.

— E por que você mesmo não leva ele? — questionou Hoseok.

— O menino tem marcas de agressão e provavelmente abuso também, já que o alfa dele não era de confiança. Por isso evitamos tocar nele, pra não causar desconforto. — respondeu Namjoon, que agora guardava seus últimos pertences.

Hoseok e Yoongi evidenciaram muito bem o quão surpresos estavam pela notícia recente, jamais podiam imaginar que aquele ômega que parecia tão forte pudesse estar submetido a algo assim. Entretanto, as constatações foram cortadas por uma voz mais baixa, porém grave, que perguntou cheia de esperança:

— Ele vai ficar bem, né hyung? — Taehyung olhava fixamente para o rosto pálido, por algum motivo sentiu-se comovido pelo ômega. — E Gguk, eu carrego ele sim, só me dizer até onde.

— Vai sim, Tae. Ele só vai descansar bastante agora, mas vai ficar legal. — Seokjin era quem respondia.

Jungkook sentiu-se aliviado por poder contar com Taehyung, não era como se fosse extrema surpresa, afinal eram amigos de muito tempo. Mas por algum motivo ainda desconhecido, o loiro que permanecia desmaiado, lhe causava uma alteração de humor repentina, trazendo-lhe dúvidas estranhas.

De repente, mais rápido que imaginava, Seokjin e Namjoon estavam prontos para ir embora, enquanto Taehyung estava em pé ao lado de Hoseok que lhe dava um abraço desajeitado. Yoongi se aproximou lentamente de ambos, com os olhos presos no seu ômega.

— Kook, a gente precisa ir agora, amanhã temos uma inauguração pra ir e o Seok não dormiu quase nada. — começou Namjoon enquanto acompanhava Seokjin para perto do Jeon. — Eu escrevi isso aqui, é uma lista de dúvidas que você pode ter com o ômega. Qualquer coisa me liga, tá bom?

— Tá bom, hyung. Obrigada por vir tão rápido e desculpa Seokjin-hyung, de novo.

Ao invés de uma resposta verbal, o Kim mais velho apenas olhou as orbes castanhas do Jeon e acenou com a cabeça, como se dissesse "Está tudo bem". Namjoon por sua vez, apenas deixou um selar no topo da testa do lúpus e saiu da sala, agarrado ao marido.

O gesto singelo de carinho era coisa de anos, o beijo delicado no topo da testa do lúpus havia se tornado um lembrete do Kim para o Jeon, um lembrete de que não importava qual era a estação, ambos estariam ali um pelo outro.

Ao fim do pequeno clima melancólico que os Kim haviam criado antes de saírem da sala, Yoongi foi pronto em se pronunciar.

— Jeon, eu vou buscar seu carro e colocar aqui na parte de trás do cassino, lá na frente 'tá um tumulto enorme.

Não foi preciso palavra alguma, Jungkook apenas tirou a chave do bolso entregando ao amigo, que em poucos passos já estava fora da sala.

— Você não acha que 'tá frio lá fora, Gguk? — Perguntou Hoseok.

— Eu não sei, Hobi. Nem lembro quando foi que eu cheguei. — poderia parecer um tanto estranho dizer que não se lembrava de quando chegou, mas a verdade é que Jungkook não lembrava de nada do que havia feito antes de ver os olhos do ômega, agora desmaiado, colados em seus próprios. — Eu vou pegar alguma coisa pra cobrir ele, já volto.

Enquanto a silhueta do Jeon sumiu no que parecia ser um corredor estreito, Hoseok e Taehyung se olharam cúmplices, como se pudessem conversar através de uma troca de olhares.

O Kim ainda mantinha sua atenção no loiro quando ouviu a voz de um de seus alfas ecoar pelo local.

— Tá tudo bem, gatinho?

Um pequeno arrepio percorreu o corpo do ômega puro, que não escondeu o sorriso quadrado antes de responder.

— Tá tudo bem sim, só que ele me preocupa, ele parece ser tão legal, Hobi. — as últimas palavras foram ditas de forma arrastada pelo Kim, sentia-se tão ansioso para conversar com aquele ômega. — A gente vai ir pra casa depois daqui ou vamos pra casa do Gguk?

Hoseok quase não conteve o sorriso apaixonado, enquanto tentava responder o Kim de uma forma que não fosse lhe enchendo de beijos até o amanhecer.

— Vamos 'pra casa, o Yoon deve estar cansado. — curiosamente, o ômega apenas concordou com a cabeça, não esboçando reação nenhuma. — A gente pode te deixar na casa do Gguk se quiser, gatinho.

Antes que qualquer resposta fosse dada, ambos observaram um lúpus voltando de seu corredor, cheio de cobertores nas mãos, enquanto observava atentamente a cena do ômega ainda respirando calmamente no seu sofá, como se dormisse.

— Eu não sabia qual cobertor era melhor, então eu trouxe todos os que eu achei. — disse Jungkook, deixando sobre um móvel todos os cobertores de tons escuros.

Mesmo que todos aqueles cobertores estivessem ali, nenhum dos alfas moveu sequer um músculo para cobrir o ômega, o que fez com que Taehyung entendesse o recado e levantasse para cobrir o rapaz estirado no sofá.

O cobertor que acabou por escolher, além de grande, parecia ser o melhor entre todos. Com cautela e até certo receio, o ômega puro usou as grandes mãos para se certificar que nenhuma parte do corpo magro iria ficar descoberta, afinal, o frio lá fora era desagradável demais.

— Gguk, o Yoongi mandou avisar que o carro está pronto, acho que podemos descer. — disse Hoseok, com os olhos vidrados no telefone, enquanto digitava algo com agilidade.

— Tae, podemos ir? — dessa vez, era Jungkook que perguntava.

— Claro, preciso de espaço, então nada de ficarem colados em mim, não quero bater ele em lugar nenhum. — oKim ordenou, enquanto em seus braços, rodeava o corpo do outro ômega, que não só aparentava, mas também, era de fato muito magro. — Vamos?

Sem muitas constatações, os alfas presentes apenas se apressaram em chamar o elevador, que ficava ao lado da porta principal, dando acesso direto aos fundos do cassino. Jungkook foi rápido em juntar seus pertences e acompanhar Hoseok, que já segurava a porta, para que o seu ômega pudesse entrar com facilidade.

Já dentro do elevador, os três observaram as luzes da sala principal se apagarem enquanto as portas metálicas se fechavam. Taehyung mantinha-se atento na missão de carregar o ômega em seu colo e mante-lo aquecido, o que havia sido uma tarefa fácil, pois passou a transferir sua própria temperatura corporal. Hoseok seguia digitando algo no celular, provavelmente algum problema que precisava ser resolvido.

Jungkook, por sua vez, olhava para as portas metálicas a sua frente, imaginando o que deveria fazer dali pra frente. Jamais havia recebido alguma tamanha responsabilidade, não tão grande quanto cuidar de um ômega. Ainda mais daquele ômega, que parecia estranhamente familiar, como se tivessem uma conexão, que Jungkook não conseguia explicar e sequer pensar muito sobre. Os pensamentos peculiares foram cortados quando as portas do elevador se abriram, revelando uma rua vazia, somente com dois carros e um alfa encostado em um deles, acendendo um cigarro.

- Eu liguei o ar-condicionado, ele não parece estar com roupas quentes, espero que você não ligue. — disse Yoongi, enquanto colocava o cigarro de menta entre os lábios finos.

Jungkook apenas concordou com o alfa, observando Taehyung colocar o ômega deitado no banco de trás do carro de luxo. Assim que terminou de colocar o cobertor sobre a pele fina, Taehyung olhou nos olhos de Jungkook, com as íris quase azuis brilhando. Jeon sabia o que estava acontecendo, o lobo do Kim estava despertando instintos protetores sobre o ômega.

— Até amanhã Gguk, vou pedir pro Yoon me levar na sua casa, pra ver ele. — disse o Kim se referindo ao ômega.

— Vou esperar vocês, Tae, obrigado por hoje.

O alfa observou seus amigos entrarem no carro da frente, que deu partida em questão de segundos. Com o frio cortante e um ar gelado tocando a pele clara do Jeon, um pequeno barulho chamou atenção da audição privilegiada do alfa. Ao virar-se, observou o ômega se mexer minimamente no banco de trás, procurando conforto.

Preocupado, Jungkook adentrou o Audi GT, dando partida logo em seguida, não sem antes regular o ar quente para que o ômega não sentisse frio.

O caminho para casa nunca havia parecido tão interessante na visão do alfa, afinal, raramente estava acompanhado. Com as mãos ainda um pouco geladas, Jeon guiou o carro com cautela, a caminho de casa.

Por algum motivo, sentia seu peito aquecido, era como se seu lobo estivesse em festa. E talvez estivesse.

— 🐺 —

Hoje eu demorei, mas cheguei.
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*capítulo NÃO betado.

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