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4 - Vale a Pena?

⚠️ Relembrando:  Advertências ⚠️


- Esta obra de ficção explora de maneira intensa elementos como gatilhos de distúrbios psicológicos, terror, alucinações, morte e obsessão. Se você for sensível a estes temas, evite a leitura e mantenha o seu equilíbrio!

Início do capítulo 4

Temo que Luan se machuque, mas tenho que ser impessoal! É o que aprendi, é o que vou fazer por mais que me doa.

Ao psicólogo é vedado:Estabelecer com a pessoa atendida, familiar ou terceiro, que tenha vínculo com o atendido, relação que possa interferir negativamente nos objetivos do serviço prestado; " - Código de Ética Profissional do Psicólogo.

Um bom profissional nunca se envolve com os seus pacientes! A estudante de psicologia afirmava para si própria.

...

Dandara ou Dandá, como preferia ser chamada, num movimento estranho subiu numa árvore baixa da praça a qual havia se tornado o laboratório de sua pesquisa. Sua mochila balançava entre os ombros na escalada, e dirigindo-se ao tronco que lhe parecia mais resistente, ajeitou-se sentada. Logo notou que não necessitava de todo o seu material, mas apenas do seu celular, afinal, como fazer anotações no caderno se a luz do poste mais próximo oscilava, deixando-a na escuridão?

Aproveitou também, entre uma gravação de voz e outra, para registrar algumas imagens do seu objeto de estudo que surgia entre as folhas da árvore.

"Continuação da pesquisa: Reflexões sobre a saúde mental de moradores de rua.
Participante: Luan Vilela / Data: 6 de junho de 2018 às 23:30, na praça principal.

O participante apresenta evidentes sinais de psicose alcoólica, não evidenciando esquizofrenia, pois mantém um comportamento tranquilo quando se abstém do consumo de álcool, conforme observado até o momento durante as entrevistas realizadas.

No entanto, mesmo quando sóbrio, manifesta sintomas de estresse pós-traumático, dos quais está ciente, pois mencionou não ter conseguido retomar a sua rotina normal, incluindo o trabalho, após a trágica morte de sua... "amiga" ou "conhecida" Ísis, não ficou muito claro para mim.

Após quinze minutos imerso em seus próprios pensamentos, acompanhados de álcool, Luan se ergueu num misto de fúria e desolação. Palavras desconexas ecoavam, mas a única frase clara era um repetitivo "Você não existe!"

Caminhou desajeitadamente por cerca de vinte minutos, suas mãos trêmulas testemunhavam a intensidade do momento. Finalmente, entre o papelão e sua coberta, deitou-se, continuando a resmungar de forma ininteligível.

Nesses momentos, Luan parece distante do mundo físico, ignorando até mesmo as tentativas de seu fiel cão Luke em se comunicar. Luke permanece como um guardião dedicado, mantendo as pessoas à distância de seu dono e de seus pertences.

No momento, Luke está deitado junto ao seu dono, como se desejasse esquentá-lo e não apenas protegê-lo, o que demonstra um relacionamento simbiótico entre eles. Seu dono divide tudo, ou melhor, o quase nada que possui, com o animal.

Não acredito que este seja um caso tradicional de dipsomania, pois durante as entrevistas, o estudado não demonstrava ansiedade para ingerir a substância, o que atesta seu autocontrole. No entanto, é a terceira vez que o observo nessas circunstâncias e o encontro em condição semelhante.

Estou finalizando a pesquisa de hoje às 00:30 da madrugada."

Dandá concluiu a gravação, desligando seu celular em vez do gravador habitual.

Neste momento, desceu silenciosamente da árvore que ficava próxima ao local onde Luan estava deitado, melhor lugar para observá-lo! Apesar de achar que não era muito profissional a sua atitude de espionar o entrevistado, ainda mais de madrugada... coisa que suas mães e professores nunca aprovariam se soubessem.

Então, ajeitando o capuz do seu blusão na cabeça antes de partir, olhou pela última vez para o desventurado indigente que tentava dormir com seu cão no chão duro, e apesar do aperto em sua garganta, abafou suas emoções.

"Um bom profissional nunca se envolve com seus pacientes!"

... mesmo que este a fizesse lembrar com angústia das noites de abandono que também passou nas ruas sendo apenas uma criança... e sim... mesmo que este relatasse horrores envolvendo seus venerados familiares adotivos.

...

Dandá precisava de um tempo, nem que fosse apenas um ou dois dias, para colocar suas emoções no lugar. Caso contrário, logo não daria conta da demandas da vida. Isso para o desgosto de Luan, que aguardava faminto a marmita do acordo que tinha com a estudante e não tinha aptidão para pedir nas ruas.

Pedir esmolas era inaceitável para alguém com seu grau de instrução, apesar de não saber como se reerguer dos profundos abismos aos quais se debatia. Sabia que nunca se enquadraria como um indigente, aqueles acomodados! Certa vez, até encontrou um advogado que, depressivo após a morte trágica de sua esposa, abandonou tudo e se tornou andarilho. No entanto, este, com quem a conversa se tornava interessante, logo se pôs a vagar para outras cidades, e Luan voltou à sua solitude habitual, evitando os "nativos" da rua.

Nos dias mais sombrios, o pensamento de pedir ajuda à sua mãe rondava sua mente, mas na impermanência de seu raciocínio, logo a ideia esvaía. Era inexplicável o que o prendia ali, quais eram suas amarras, por que não conseguia voltar a exercer sua profissão...

Ao mesmo tempo em que tentava organizar seus pensamentos, um véu obscurecia sua clareza e, sem que ele mesmo percebesse, a cada dia que passava, ia se tornando o arquétipo do que mais rejeitava. Igualzinho aos outros!

Naquele mesmo dia em que Dandá não compareceu, quem o visse não perceberia nada que o distinguisse dos outros famintos na fila da sopa noturna, a qual por tanto tempo ignorou e que foi seu único alimento nas últimas 24 horas.

Nesse momento, seu orgulho caiu por terra!

Humildemente pegou então a sopa vinda de um voluntário com olhos piedosos, algo que realmente o constrangia, e se sentou no banco mais próximo para comer. Enquanto isso, Luke se fartava com os restos que havia ganhado de umas crianças, permitindo que Luan consumisse a sopa até a última gota sem precisar dividir.

- Bora, Luke! Vamos ver se o sono resolve aparecer! - disse, levantando-se após se fartar, e foi seguido pelo cão sorridente.

Estava decidido que iria dormir naquela noite ao invés de ficar dialogando com fantasmas, deixaria a última garrafa da cana bem guardada para tomar apenas um golinho nos dias congelantes daquele fim de primavera já com cara de inverno.

Mas o sarcástico destino não quis cooperar, adiando seus planos de tranquilidade. Notou que Luke corria de modo estranhamente agressivo e fixando então sua visão viu três moleques correndo assustados.

- Vem Luke! Deixe os garotos! - ele ainda ordenou antes de notar a ruína em que estavam os seus poucos pertences, e logo acrescentou gritando: - Seus vândalos nojentos! Vocês vão pagar por isso um dia!

Seus papelões queimados, sua coberta ensopada, sua mochila rasgada, seus paupérremos pertences espalhados... Sentiu uma vontade imensa de se vingar, mas só sentou num banco abismado sem reação.

Luke, esfregando-se nas pernas de Luan, tinha um olhar de: Conte comigo parceiro! Depois o cão se deitou em prontidão contra qualquer outro intruso.

- Isso não é vida! Só estou me arrastando pela existência! - desabafou o infeliz ao se virar para a rua, e reparar o que mais lhe doía: seu reflexo nas janelas dos poucos carros que passavam lentamente naquela noite. - Esse não sou eu! - refletiu se encarando envergonhado.

E numa tentativa irracional de anestesiar suas dores, abriu sua última garrafa, sem conseguir refletir que isso sempre lhe causava mais transtornos que alívio, iniciando assim mais uma longa noite com Natanael.

- Me chamou amigo? Quer destruir esses vandalos? - dizia a voz rouca e metalizada, sendo a única coisa que Luan se lembrou ao voltar à consciência, fazendo-o pensar se valeria a pena acabar realizando o que Natanael pedia e se livrar de uma vez desta perturbação.

Valeria a pena?

Pouco depois, como se nada tivesse acontecido, o sol timidamente nasceu e logo as pessoas passavam apressadas para seus serviços evitando contato visual com os indigentes locais, pois: Senão vão pedir esmola!

Apenas os socorristas da ambulância não evitaram os moradores de rua neste dia, pois tiveram de retirar o corpo inerte de um deles que morreu durante a noite, pois não conseguiu assistência no hospital já que não possuía documentos.

Luan só observava o velho sendo envolto por um saco preto, sabendo que provavelmente ninguém sentiria falta do pobre ex-pedreiro que não suportou as pancadas da vida.

Depois de presenciar tantos acontecimentos desumanos, isso era só mais uma observação superficial e sem muito peso emocional. Coisa que não o desfocava de seu pensamento principal:

- Valeria a pena cumprir o pedido incessante de Natanael?

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