twent three.
DREW STARKEY
— point of view
Assinar contratos, reuniões pra assistir, planilhas para preencher. É tanta coisa que às vezes preciso admitir que meu pai tem razão ao dizer que não é a hora deu assumir tudo isso.
Mas o dia exaustivo na empresa não me poupou de ao fim do expediente, ir até o meu bar favorito e encher a cara com Peter.
Como sempre, cheguei antes dele e já comecei pedindo uma dose da tequila mais forte que tinha. Vibes de sexta feira, eu diria.
— Aqui está.
Ele coloca sobre o balcão e viro tudo de uma vez sentindo o líquido descer queimando em minha garganta.
— Canalha, bebendo sem mim? — Peter se senta ao meu lado afrouxando sua gravata.
— Não consegui esperar, foi mal.
Levanto uma das mãos pedindo outras duas doses para nós. O bar já estava começando a encher a os atendentes, ocupados preparando drinks.
— E a Aurora? Como ela está?
— Bem eu diria. Hoje retirou o gesso e amanhã já deve estar pronta pra ir pra casa.
— Cassete. — ele ri e tento entender o motivo. — É triste pensar que meu melhor soldado foi atingido.
— Do que está falando?
— Você gosta dela. — ele parece dizer o óbvio mas nego. — Gosta sim, ao ponto de não querer ver ela indo embora do seu apartamento porque sabe que todos os momentos que passaram juntos mexeram com você. Lembra quando ficávamos zoando um ao outro dizendo que jamais encontraríamos alguém à ponto de arriar os quatro pneus por ela? Pois é meu amigo, você encontrou.
— Não sei o que eu faço.
Passo a mão entre os fios do cabelo angustiado. A sensação que tenho é como se uma grande bola de neve repleta de problemas e sentimentos viesse na minha direção pronta pra me atingir.
Resta saber se estou pronto pra saber como reagir.
— Preciso te contar uma coisa.
— Vixi, quando você me olha assim é porque vem merda. — Peter suspira. — O que aconteceu?
— Chad Wills está de volta.
Ele me encara por alguns segundos sem dizer nada apenas piscando os olhos e faço o mesmo.
— Que porra é Chad Wills?
— O nerdola vulgo salsicha, cursava ciências da computação no campus ao nosso lado. — explico fazendo ele arregalar os olhos.
— Tá de sacanagem comigo?
— Queria eu estar. — viro outro copo na boca sentindo repulsa. — E adivinha só?
— O que?
— Ele é meu vizinho. — Peter se engasga com a bebida e sou obrigado a ajudar dando dois tapas fortes em suas costas.
— Esse cara é um problema Drew. — os olhos dele me encaram sério. — Lembra da noite no lago?
Essa noite. Essa específica noite quase causou a minha morte.
O ano era 2013, faltava apenas um período para acabar meu ano na faculdade. Veteranos e alguns calouros se reuniram pra festejar o 4 de julho em uma casa de praia na Califórnia, que era do pai de uma amiga nossa. Bebidas, música alta, jogos e as pegações não faltaram.
Até que tudo estava bom demais pra ser verdade e alguém tinha que causar problemas. E é lógico que quando se tem problema numa frase, logo depois podemos ver escrito; Drew Starkey.
Eu me envolvi com uma garota chamada Paige, ela era linda, tinha o corpo perfeito, sorriso perfeito e o que me deixava mais confuso era como ela conseguia namorar um cara tão esquisito como o Chad. Isso não entrava na minha cabeça. Ela parecia odiar ele!
Então eu não me importei de termos transado e por sinal, nem ela. O fato é que Chad flagrou nós dois na cama e surtou como um louco. Ele a pegou pelo cabelo e deu um tapa em seu rosto. Seus olhos estavam repletos de ódio.
Como se mais um pouco quisesse matá-la.
Eu tive que intervir e então ele veio pra cima de mim com toda força acertando meu rosto em um soco, e é nesse momento que ao tentar me defender ele saca uma arma por trás da calça e aponta na minha direção. Eu fiquei em estado de choque.
Só conseguia pensar que a qualquer momento ele podia disparar o gatilho e bum! eu estaria morto. Tentei acalma-lo de todas as formas mas ele ainda mantinha a arma apontada pra mim dizendo que eu iria pagar por isso.
Quando ele estava prestes a atirar em mim Paige pulou em cima dele fazendo com que o disparo atingisse de raspão sua barriga.
A polícia e a ambulância foram chamadas e todos que estavam na festa ficaram traumatizados com ocorrido. A garota não morreu e muito menos prestou queixa contra ele depois de tudo isso.
Ouvi dizer que os pais deles se davam bem já que namoraram por quase 6 anos e por isso ela não foi capaz de acusá-lo. Bom, anos se passaram e eu fiz questão de me manter longe desse garoto.
Até o dia em que ele apareceu na minha sala.
— Você já contou pra Aurora sobre ele?
— Não mesmo, esses dias quando cheguei em casa ele estava sentado conversando com ela. Senti algo estranho assim que ele se apresentou. — confesso.
— Acha que ele pode estar tentando se aproximar? Tipo uma vingança?
— Sim. E é melhor eu ficar esperto. Muito esperto.
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro