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Capítulo XXXVII - Inocência perigosa

A campainha da casa de Vitória tocou e Sofia foi atender. Menos de um minuto após isso, a jovem Estela encontrava-se na porta do escritório da prima.

– Estelinha! – Exclamou Vitória ao levantar-se de sua mesa.

– Prima!

Estela correu para abraçar Vitória e recebeu dela um beijo no topo da cabeça. As duas ficaram um tempo abraçadas, em silêncio.

– Senti saudades, Vitto. – Disse Estela.

– Eu também, querida.

– Mamãe não queria que eu viesse para que as pessoas não ficassem comentando, mas...

– Tia Laura não sabe que estás aqui?

– Não. Papai está me cobrindo. – riu – Ele queria muito saber como estás.

Vitória sorriu. Há três semanas não falava direito com o tio ou com ninguém da família, com exceção de Helena.

– Diga ao teu pai que estou bem. – sorriu – Apenas trabalhando muito. De vez em quando nos esbarramos na Importadora, mas mal tenho tempo de ter com ele.

– Na verdade, queremos que vá jantar lá em casa hoje. Mamãe ligará mais tarde, então finja que não estou lhe convidando agora. – riu – Estou com saudades. Todos nós, na verdade.

Vitória também sentia saudades, por mais que custasse admitir. Sentia muita falta dos almoços de domingo, de jogar baralho com os primos mais novos enquanto contava suas histórias e fumar charutos com o tio na biblioteca após o jantar – coisa que ele não permitia nem que o filho mais velho fizesse, mas abria uma exceção para ela, por gostar muito da companhia e da conversa da sobrinha. A ideia de ter uma família tão próxima era algo que, no início, não apetecia Vitória de forma alguma devido às suas experiências com sua tia, em Lisboa, e seus padrinhos, em Sussex. Sua independência, suas opiniões fortes e seu senso de liberdade sempre pareceram afastar aqueles que deveriam estar com ela – e ela imaginou que aqui, com a família do tio, seria exatamente igual. Não foi de imediato que seus tios se adaptaram ao mundo pós-Vitória, mas, aos poucos, as loucuras da sobrinha não pareciam tão ruins. Era bom tê-la na família de qualquer jeito.

– Também estou com saudades, querida. – sorriu – Apenas não queria causar-lhes problemas com fofocas e afins.

– A maioria das pessoas já esqueceu, eu acho. A filha do prefeito está se divorciando, creio que já arrumaram outro assunto para falar. – riu.

– Ah, que ótimo. – riu.

– Além do mais, estás tão quieta que não me admira as pessoas não falarem mais de ti.

– Estou trabalhando muito, como disse. Mas sinto falta de sair e me divertir, para ser sincera. Gosto de ser uma cientista de dia e uma socialite de noite. – riu.

– Vitto, posso lhe fazer uma pergunta?

– Claro.

– Eu escutei meus pais conversando há um tempo, dizendo que estavas arruinada e... Bem, o que isso quer dizer?

– Quer dizer que eu estava sozinha com um homem fora de um local público. E descobriram.

– Só?

– Queres saber o que eu estava fazendo?

– Sim, quero dizer, eu perguntei à mamãe o que havia de errado e ela disse que em nenhuma circunstância se deve ficar sozinha com um homem em lugar algum. É degradante.

– Ela não está completamente errada, querida, homens raramente são dignos de confiança. Eu sei que ela estava se referindo à degradação moral perante a sociedade, mas... Homens podem ser muito cruéis.

– Ele foi cruel contigo?

– O quê?

– Benício. Ele...

– Não, não, querida. – riu – Esse... Esse é outro caso. Eu... Pelo amor De Deus, jamais conte aos teus pais que eu lhe falei isso, mas, eu estava dormindo com ele.

– Dormindo!?

Vitória olhou para Estela e sua expressão de inocência. Não era uma inocência boa, saudável, era uma inocência perigosa. Lembrou de si mesma naquela idade e como era diferente. Seus pais nunca lhe privaram de livros de biologia, nunca lhe esconderam os mistérios do leito matrimonial e nunca fora censurada ao ter dúvidas sobre a atividade humana primordial que nos concede a vida. Aquilo foi o que concedera a ela o senso de responsabilidade quanto a si própria que a maioria das moças "arruinadas" raramente possuíam. Vitória perdeu sua reputação, mas sua integridade não se foi junto – e, no fim das contas, aquilo era o mais importante.

– Estela, qualquer dia desses, eu terei uma conversa séria contigo. Mas preciso que entendas que o que eu estava fazendo é algo que adultos fazem. Geralmente, adultos casados. Mas não se restringe a isso.

– Tem algo a ver com a noite de núpcias? Mamãe uma vez bebera muito vinho no jantar e me falou que, na minha noite de núpcias, era melhor que eu bebesse uma garrafa inteira de vinho pois não há nada melhor para abrir as pernas.

– Meu Deus. – arregalou os olhos – Ela está surpreendentemente certa, mas eu não precisava escutar isso. – riu.

– Jantará conosco esta noite, prima?

– Sim, querida. Eu irei.

Para a surpresa de todos, Vitória realmente apareceu para o jantar, ao contrário de todos os outros dias nas últimas três semanas em que disse que talvez iria e, no final, não apareceu. Nenhuma palavra sobre o incidente com Benício foi dita.

– Mas por que não posso cortar o cabelo!? – Perguntou Estela, já pela terceira vez, enquanto jantavam.

– Porque não tens idade para isso! – Respondeu Laura.

– É muito chato ter que dormir com modeladores e ter que fazer um penteado todas as manhãs. Se eu tivesse os cabelos curtos eu não precisaria fazer isso e teria mais tempo para estudar.

– Quero saber que corte de cabelo mágico é esse capaz de resolver as atrocidades que vi em suas lições de cálculo semana passada. – Comentou Afonso, rindo.

– Vitto usa os cabelos à la garçonne porque tem mais o que fazer além de enrolar mecha por mecha todas as noites.

– Na verdade, uso porque está na moda e porque sou adulta, gracinha. – Respondeu Vitória. – Mas as meninas estão usando os cabelos curtos hoje em dia, tia. Eu usei os cabelos chanel durante a guerra.

– Ótimo, precisarei ir para a guerra para não precisar enrolar o cabelo toda noite! – Debochou Estela.

– Pensarei no teu caso, mocinha. Mas, com ou sem cabelo, trate de melhorar em matemática. Pergunte ao teu irmão se o Colégio Imperial é fácil.

Após o jantar, Vitória jogara uma partida de Presidente com os primos e falou com os tios que precisava ter com eles, em particular, depois.

– Tio, tia... – Começou Vitória, reunida com os tios na biblioteca. – E-eu... Eu preciso de um cigarro.

Vitória acendeu um cigarro e seu tio aproveitou para fazer o mesmo. Durante alguns segundos, os dois permaneceram exalando a fumaça como se junto dela a tensão pudesse dissolver-se no ar.

– Vitto, querida, está tudo bem?

– Sim, tia, é que eu...

– Vitória. – Disse Afonso. – Primeiramente, eu... Eu gostaria de me desculpar por ter gritado contigo aquele dia.

Vitória olhou para o tio quase incrédula por ter escutado aquelas palavras.

– Eu... Obrigada, tio. – sorriu – Eu também gostaria de me desculpar por qualquer constrangimento ou transtorno que causei a vocês. Jamais foi minha intenção.

– Vitória, a Dona Lúcia disse vira aquele piloto saindo de tua casa ontem à tarde. – Disse Laura.

– O quê!? – Exclamou Afonso, em choque. – Vitória, que história é essa!? Não achas que já arrumaste encrenca o suficiente por causa deste rapaz?

– Acho. – revirou os olhos – Mas não se preocupem, isso não será mais um problema. – Respondeu Vitória, um pouco triste.

– Não sairás do país, certo, querida? – Perguntou Laura, soando preocupada. – Quero dizer, não queremos que vá embora, apesar de tudo, mas... Não achamos prudente que continue andando com este rapaz.

– É sobre isso que vim falar. Benício esteve lá em casa ontem porque... – Vitória sentia as palavras arderem em sua garganta – Vamos nos casar.

Afonso e Laura pareceram congelar por um momento. Suas expressões eram de puro choque.

– Repita, por favor. – Pediu Afonso.

– Eu e Benício iremos nos casar. – suspirou – Em primeiro lugar, irei avisar-lhes algumas coisas. Tio, não haverá dote e Benício não irá lhe pedir permissão.

– O quê!? – Disseram os dois em uníssono.

– É isso mesmo.

– Não me surpreende a questão do dote, mas como assim aquele infeliz pretende casar-se contigo sem a minha permissão!?

– Exato. Ele irá se casar comigo e a única permissão que precisa é a minha. Eu mesma pedi para que ele não o fizesse.

– Por quê!?

– É degradante! Não sou uma porção de terra que estás concedendo à alguém, sou uma mulher adulta que responde por si própria.

– M-mas... – Afonso tentou argumentar.

– E o anel, querida? Ele não lhe dera um anel? – Perguntou Laura, antes que o marido pudesse falar alguma coisa.

– Ele me dará o anel na sexta-feira, durante a festa. Encenaremos um pedido formal.

– Não houve pedido formal? – Questionou Afonso. – Então quer dizer que o garoto ainda pode dar para trás a qualquer momento?

– Sendo sincera, é mais provável que eu desista dessa loucura antes de qualquer coisa. Mas acontecerá, até segunda ordem. Tomamos essa decisão e esperamos que estejam de acordo.

– Bem, Vitto, eu... Eu estou muito feliz por ti. – Disse Laura. – Meus parabéns, querida. – pigarreou – Afonso?

– Sim?

– Diga algo.

– Eu só acredito vendo.

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