Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

Capítulo XXIII - A meia amaldiçoada

Em um dos cartórios mais bonitos da cidade, José Miranda e Cláudia dos Santos contraíram matrimônio em uma tarde ensolarada de sábado. Um grupo de amigos, familiares e outros conhecidos aguardavam a saída dos mesmos do lado de fora do prédio e, quando os recém-casados saíram, uma chuva de arroz e "vivas" tomou conta da calçada.

Benício e Vitória saíram do cartório logo atrás dos noivos, já que Benício foi um dos padrinhos e ambos serviram de testemunhas. Ainda no tumulto da calçada, Benício correu para parabenizar o amigo apropriadamente. Após abraçá-lo, foi em direção à noiva.

– Cláudia. – Disse Benício, encarando-a sério.

– Benício... – Disse Cláudia, séria.

Os dois se encararam, sérios, por alguns segundos, até que soltaram o riso e se abraçaram.

– Parabéns, Senhora Miranda! – Exclamou Benício, por fim, ainda abraçando a amiga.

Miranda foi até Vitória:

– Não sei se é uma boa hora para lhe contar que os dois costumavam namorar antigamente. - Disse Miranda, divertido.

– O quê!? – Reagiu Vitória, rindo. – Está brincando!

– Como acha que eu a conheci? – riu.

– Quando eu acho que a cara de pau daquele homem não poderia ser maior, ele me traz para o casamento da ex! – riu.

– Não acredito que ele não contou. Não está brava, está? - riu. 

– Claro que não, querido. – sorriu – E, meus parabéns pelo casamento. Desejo a vós toda sorte de bênçãos!

– Obrigada, doutora.

Os dois se abraçaram e Vitória tentou ir cumprimentar a noiva, mas a mesma já estava no carro para que se dirigissem à recepção do casamento. Benício localizou sua acompanhante e lhe estendeu o braço para que fossem até seu carro.

– Realmente pensaste que era uma boa ideia trazer sua atual namorada para o casamento de tua ex-namorada sem dizer nada? – Perguntou Vitória, caçoando.

Benício arregalou os olhos.

– Ah, Miranda lhe contou, certo? – Disse ele, suspirando. Vitória assentiu, rindo. – Olhe, não foi nada demais, eu, nós, foi apenas...

– Está tudo bem, bobo. – riu – Estou brincando, apenas.

– Ah, sim. – sorriu aliviado.

– Mas tenha cuidado, futuramente, a próxima pode fazer um escândalo...

Todos os convidados dirigiram-se a Lapa onde estava para ocorrer a recepção. O Grande Hotel Bragança não era tão grande assim, mas tinha estilo – coisa que, para aqueles noivos em particular, era essencial. Cerca de setenta convidados, muito diversos, compunham a bela recepção que adornou o salão do hotel com flores, música e a celebração do amor de duas pessoas que muito se queriam.

A noiva trocou de roupa. O simples vestido azul-marinho que usou para oficializar sua união foi substituído por um longo vestido branco em seda de alças e busto reto. Seu cloche deu lugar a um arranjo de flores e um par de compridas luvas de renda substituíram suas pequenas luvas diurnas.

– Este deve ser o vestido de noiva mais lindo que já vi! – Comentou Vitória ao, finalmente, ir cumprimentar a noiva. – Parabéns pelo casamento, Cláudia.

Umas sete moças – incluindo Vitória e Cláudia – estavam reunidas em um dos cômodos do hotel que servia de toalete feminino, retocando suas maquiagens e admirando-se no espelho a procura de qualquer coisa que as impedissem de estarem com suas melhores aparências.

– Muito obrigada... – Respondeu Cláudia, sorrindo, curvando o beiço em surpresa. – Doutora.

– Apenas Vitória, por favor.

– És mais simpática do que imaginei. – Comentou Cláudia, baixo, e outras garotas no banheiro riram.

– Por que eu seria antipática? – Perguntou Vitória enquanto retocava seu batom. – Conhecemo-nos antes, não se lembra? Na Gávea, na corrida.

– Como poderia esquecer. – riu – Sim, querida, não me referia a isso. Eu trabalho em uma revista de moda, lido com muitas socialites como você. Elas, geralmente, são muito gentis... Até não precisarem ser. Quando não há ninguém para ver.

Vitória ficou confusa por um momento até perceber que, além dela, havia apenas outra garota branca naquele banheiro – vestindo roupas muito mais simples, obviamente.

– Ah, claro. – sorriu – Tenho o desprazer de conhecer o meu tipo. 

Cláudia subiu o vestido e tirou um maço de cigarros e um isqueiro da liga de sua meia direita.

– Fumas? – Perguntou a noiva, já com um cigarro na boca.

– Infelizmente. – Respondeu Vitória, tomando um cigarro do maço e levando aos lábios.

O banheiro começou a esvaziar quando as duas começaram a fumar lá dentro. Vitória percebeu que Cláudia tinha um olhar feroz, crítico e uma pose orgulhosa. Era ótima primeira impressão.

– Então, Vitória, está mesmo namorando Benício, não é?

– Acho que sim. É o que parece, não?

– Resposta estranha.

– Temos um relacionamento estranho.

– Para ser sincera, eu fiquei receosa quando ele disse que queria lhe trazer.

– Por que costumavam namorar?

– Bem – arregalou os olhos –, eu não sabia que tu sabias disso... – riu – Ele lhe contou, então?

– Na verdade, teu marido me contou isso quando saímos do cartório.

As duas se encararam por um tempo até caírem na risada.

– E isto não lhe incomoda? – Perguntou Cláudia.

– Por que me incomodaria? – sorriu – Na verdade, eu espero que não lhe incomode. Afinal, é o teu casamento, certo?

– De forma alguma. – sorriu – Gostei de ti, Vitória. Pensei que fosse apenas ter que lhe aturar.

– Muito obrigada, eu acho.

– Foi um elogio. Conheci muitas namoradas de Benício ao longo dos anos, sem ofensas. – Vitória riu ao pensar em como aquilo poderia lhe ofender. – Eram sempre muito mimadas e chatas. Na melhor das hipóteses, condescendentes.

– Bem, estou bastante preocupada com o critério dele para se relacionar com mulheres agora.

– Este é o problema, ele não tem nenhum. – riu – Mas é um bom rapaz, não posso negar.

– Espero permanecer assim, amiga dele, quando terminarmos. – riu.

Cláudia arregalou os olhos e franziu o cenho.

– Bem, está aí algo que eu não pretendia ouvir. – riu – Quem namora pensando em terminar?

– Alguém que não quer casar, no fim das contas.

– Então, o que dizem sobre ti nas revistas é verdade? Vitória de Castro é uma solteirona?

– Pode-se dizer que sim. – riu.

– Então, namora apenas para se divertir?

– Precisamente. Quer dizer, estou ficando velha, pelo visto. Daqui pouco tempo não poderei sair por aí ostentando um belo rapaz quando bem entender. Estou aproveitando enquanto posso.

– Não sei se te acho louca ou brilhante.

– Um pouco dos dois. – riu.

Já em meados da tarde e a recepção estava quase vazia. Miranda anunciou a todos que restavam – amigos mais próximos – que a festa continuaria (ou, começaria) na casa provisória dos noivos, em Madureira. Benício disse que deixaria Vitória em casa e seguiria para lá, mas ela própria disse que gostaria de ir, já que a noiva em si havia convidado-a.

– Por que toda vez que elas interagem eu sinto a morte respirando na minha nuca? – Perguntou Benício, já sem o paletó, largado no sofá, ao lado de Miranda, observando Cláudia e Vitória conversarem com outras garotas.

– Bem, vamos concordar que, em hipótese alguma, é uma boa ideia trazer sua atual namorada para o casamento de sua ex. – Respondeu Miranda. – Mas Vitória é uma garota boa. E se até a gente conseguiu superar isso...

– Claro. – riu – Não sei o que tenho de errado para continuar amigo do cara que roubou a minha garota.

– Sempre me amará mais do que a qualquer garota, Souza. – Caçoou Miranda.

– Eu te odeio.

– Então saia do meu sofá.

– Vá à merda!

Estavam todos bêbados. Dançando, fumando, bebendo mais ainda... Tudo isso na sala minúscula do Sr. e da Sra. Miranda. A casa, por mais que muito arrumada e bonita, era tudo menos espaçosa. Mas estavam animados com a bagunça, afinal, era um casamento, um dia para se celebrar. Como a noiva jogou o buquê mais cedo, durante a festa, o noivo tirou a meia esquerda de sua amada e arremessou para os amigos. Vicente, de vinte e poucos anos, um dos pilotos que corria pela escuderia de Benício e Miranda, comemorou por ter pegado a meia.

– O que pegou é o próximo a casar! – Exclamou Miranda, rindo.

O jovem Vicente arregalou os olhos e segurou a meia como se pegasse fogo e simplesmente a jogou – acompanhada de um tapa forte – no peito do primeiro infeliz que estivesse ao seu lado. Benício, claro, recebeu o tapa com a sentença da meia amaldiçoada. Todos riram.

O sol já estava quase se pondo completamente. Os noivos estavam no quarto e muitos convidados já haviam ido embora. Vitória estava na varanda da casa, cansada da farra, fumando um cigarro e observando a rua.

– Queres ir para casa? – Perguntou Benício ao chegar atrás de Vitória.

– Que susto! – Reagiu ela, rindo. – Bem, só se quiseres. Estás muito bêbado. – riu – Consegues dirigir?

– Não. – riu – Merda. Como voltaremos para casa? Viemos de carro e não de avião...

– Benício, eu sei dirigir.

– Sabes, é?

– Claro que se... Ah, sim. – revirou os olhos – Bêbado.

– Só um pouquinho...

Benício, que mal se aguentava em pé, encostou-se na pilastra da varanda e ficou plantado ali ao lado dela. Vitória lhe ofereceu um cigarro e ele aceitou. Antes que pudesse pegar o isqueiro, ele o acendeu na ponta do cigarro dela. Os dois permaneceram em um confortável silêncio por alguns momentos.

– Este provavelmente foi o casamento mais divertido que já fui. – Comentou Vitória.

– É mesmo?

– Casamentos geralmente são enfadonhos. E a pobre noiva geralmente parece que assinou uma sentença de morte. – riu – Conte-me, como conhecestes Miranda?

– Ele era meu vizinho.

– É sério? – ergueu a sobrancelha.

– É.

– Não sabia que Miranda vinha de uma família de posses.

– Ele não vem.

– Como eram vizinhos?

– Eu morei naquela casa ali.

Benício apontou, sem muita precisão, para uma casa azul, muito velha, aparentemente fechada, do outro lado da rua.

– Moraste em Madureira?

– É tão surpreendente assim? – riu – Bem, por um tempo. Foi um lar temporário. Quando meus pais morreram, nossos bens ficaram congelados até Marieta completar dezoito anos. Nossa guarda ficou com nossos parentes mais próximos, que, no caso, eram primos distantes de minha mãe, já que meus tios em Portugal não pareciam interessados em nos acolher. Eles moravam naquela casa ali. Os pais de Miranda moravam na rua de trás.

– Não consigo imaginar um engomadinho como tu morando por. – riu.

– Engraçadinha.– debochou – Aposto que nunca havia se quer pisado no subúrbio antes de hoje.

– Bem, sim. – riu – É o sujo falando do mal lavado.

Silêncio, mais uma vez. Benício virou-se para Vitória e tomou seu rosto nas mãos, beijando-a, um pouco atrapalhado por conta da bebida. Ela riu.

– Vitória...

– Sim? – Respondeu ela, ainda imprensada em seus braços.

– Quero dormir contigo hoje.

– Nossa. – arregalou os olhos.

– O que foi?

– Nada. – riu – Não esperava que fosses tão direto, geralmente essa função é minha. Tudo bem, então. Podemos ir para a minha casa, imagino que ninguém irá ver se formos agora e se saíres antes do jantar pela...

– Não, não. – riu – Eu não... Eu não quero... Não assim. Quero passar a noite contigo. Como quando estávamos na serra.

Vitória sentiu o coração arder, de uma maneira boa e ruim ao mesmo tempo. Ela olhou para o lado e exalou o último trago de seu cigarro, jogando a bituca fora. Percebeu que nas últimas semanas seus encontros resumiam-se às escapadas rápidas durante o dia, madrugadas curtas que começavam às duas e terminavam às quatro e os decorosos momentos que passavam em locais públicos.

– Eu... Eu adoraria. Mas não podemos, quer dizer, alguém poderia nos ver pela manhã e hotéis são muito...

– Eu acho que conheço um lugar.

▪ ▪ ▪ ◇ ▪ ◇ ▪ ◇ ▪ ▪ ▪

Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro