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Pássaro de Asas Cortadas

Como uma das herdeiras de uma grande corporação, Freya Reinhard viveu cercada de luxo e recebeu a melhor educação que o dinheiro pode comprar. Moldada para atender todos os requisitos que uma sociedade aristocrata exigia de uma dama de classe nobre, nunca esquecendo sua natureza dócil e retraída. Todos os seus pedidos, mesmo os mais simples, eram acatados sem nenhuma restrição – ela sabia que os bens materiais serviam para suprir sua solidão. Em troca dos cuidados oferecidos e da constante gratidão, a jovem obedecia todas as regras estabelecidas e fazia apenas o que esperavam de uma moça com um sobrenome a zelar, nunca descumprindo um determinado limite.

Quase uma boneca enfeitada que transportavam de um lado para outro convenientemente, quando não tinha mais uso, era relegada ao esquecimento.

Seguida por uma comitiva de damas de companhia em duas fileiras de lados opostos, Freya suspirou longamente, o pesar enrugando sutilmente a testa e os olhos inocentes e joviais brilhavam com as lágrimas que brotaram e recusou-se a derramar. Adorava seu avô, mas não aguentava a máscara de alegria que sujeitava-se a colocar para evitar que ele se preocupasse com seu estado de espírito. Não desejava também ser o motivo de consternação vovô. Ocultar aquela tempestade dentro de si, então lidava com toda pressão da melhor maneira possível, respeitando sua força de vontade para permanecer sóbria com o tumulto emocional prestes a despontar. Recuperando o decoro, continuou sua caminhada sem grandes acontecimentos, embora quisesse que algo mudasse sua rotina enfadonhamente repetitiva.

A Nova Dominó, dominada pelo conglomerado mais poderoso, surgiu com uma promessa de crescimento as custas da população carente da Satellite, explorando-os com rigor absurdo e injusto. Apesar da grandeza visual e da economia fluir de modo que todos ali tivesse boas condições sociais – nem todos infelizmente –, em contrapartida, isolados e sobrevivendo na miséria e violência estrutural, a cidade decadente e exilada, mostrava uma diferença gritante no quesito de infraestrutura de qualidade; a carência e negligência obrigava alguns desafortunados a invadir a cidade próspera – o que lhes gerava a famosa marca de criminosos.

De longe, de sua soberba residência, no andar mais alto, via Satellite perdida no tempo, questionando-se como pessoas como Goodwin – presidente atual da corporação Kaiba – não abria recursos para unir as duas cidades que um dia tinham sido uma, para ambas evoluíssem igualmente.

Voltou para seu quarto, agradecendo o curto passeio e o fato de finalmente poder desfazer a imagem recatada, resignada e puramente maleável que acreditavam ser suas primordiais características de personalidade. Deitou-se admirando a fotografia anexada no medalhão, escondida em um mecanismo pequeno. Capturadas na foto, estava tanto ela quanto Eva – sua irmã mais velha – abraçadas, com largos sorrisos em um tempo onde não havia nada que as separassem. Eva floresceu em uma mulher de beleza extraordinária, porém, o que realmente lhe dava felicidade fora sua carreira científica em ascensão, o que a impedia de visitar sua irmã com mais frequência como antigamente. Agora, infelizmente, não recebia mais notícias e a inquietação em seu coração crescia conforme os dias transformavam-se em meses.

Freya queria procurá-la para certificar-se de que ela estava bem, poder constatar com seus próprios olhos e ser capaz de tranquilizar o medo irracional que a fazia imaginar o pior. Tentava ser otimista e racional quando tratava-se desse assunto, ser mais firme e poder seguir a vida com menos preocupações, mas não obtinha sucesso.

– Senhorita Freya – uma batida suave alertou-a de imediato da presença, aprumou-se para voltar ao composto modos de etiqueta.

– Entre – pediu em um murmúrio gentil.

A criada abriu a porta sem cerimônias após ter a permissão concedida, silenciosa e graciosamente, lhe entregou um envelope. Seu trabalho consistia exclusivamente naquela pequena correspondência, nada além disso, Freya sabia muito bem e não questionou quem o teria enviado. Dispensou a jovem mulher que a reverenciou brevemente e saiu. Para ela sempre seria estranho estarem em um futuro de tecnologia avançada e constante inovação, contudo, alguns hábitos e comportamentos fossem tão ultrapassados. Com uma pequena faca rasgou o envelope e leu o conteúdo com uma ansiedade que a atordoava.

“Nossas sinceras condolências, srta. Freya”

Horrorizada, releu a carta para ter certeza que seus olhos frenéticos e sua mente confusa não lhe pregavam uma peça. Aquele cruel pedaço de papel declarava que Eva supostamente morreu em um acidente com um dos experimentos que estava desenvolvendo em laboratório. O pânico intenso entorpeceu os músculos e sentiu-se subitamente triste, espantada, exausta, furiosa, dolorida e enjoada – tudo ao mesmo tempo. Não tinha como algo assim acontecer, Eva não morreria por uma falha tão boba.

– Eles não a conhecem como eu! – disparou, tomada pela adrenalina, para seu closet, escolhendo a melhor roupa para sair. Pegou o celular, pesquisando ao máximo possíveis rotas de fuga.

Determinada, ela resolveu que pessoalmente iria obter as respostas para suas dúvidas, não seria manipulada e encontraria a irmã. Sua intuição lhe dizia que Eva não morreu. Consciente de que a impediriam de pôr os pés para fora, recorreu a habilidades de ocultação, aproveitando cada brecha para fugir. Teria que ser rápida, pois não demorariam a notar sua saída.

As luzes alaranjadas do fim de tarde lhe alertou da proximidade da noite, uma das desvantagens de sua empenhada empreitada vinha das sombras. Só havia um lugar que não lhe perseguiriam e teria tempo para elaborar um plano longe da constante vigilância: Satellite.

Movida pela coragem, pegou seu D-Wheel, Angel Essence, aguardando a abertura dos portões para escapar – sua única chance providenciada pela chegada do seu querido avô. Não teria como explicar a situação, então consolou-se com a ideia de que a carta que deixou para trás fosse suficiente. Acelerou com tudo, apelando para o nitro, algo que nunca testou mesmo em seus duelos na prestigiada Academia das Rainhas – um rastro de poeira fora jogado ao ar com sua velocidade, possibilitando-a sair dos limites da mansão Reinhard.

Sua fuga obviamente não passou despercebida pela Security, mas não seria um sistema corrupto de segurança que a influenciaria a parar. Não temeu usar o limite do nitro, lembrando do acesso direto para Satellite. Ignorando todas as estatísticas contrárias, entrou no túnel de despejo de lixo antes que os entulhos fossem atirados sobre si, acelerando mais para longe dali. O cheiro embrulhou seu estômago e a mudança de área tornou-se evidente a medida que adentrou as ruas desertas.

– Essa é Satellite? – indagou, diminuindo a velocidade para não desgastar seu meio de transporte.

O som de sirenes arrancou-a de seu estudo do terreno, obrigando-a a retomar o modo perseguição. A Security não desistia fácil dos alvos, embora não era comum alguém de Nova Domino invadir Satellite. Freya sabia que isso seria um convite a um duelo na qual não estava preparada.

Um som alto de motor irrompeu pelos prédios abandonados; quase magicamente um D-Wheel sobrevoou o carro blindado e alinhou-se junto a ela, como se auto convidasse para o embate. Sem entender nada, Freya continuou seu percurso e o estranho, com o deck composto por Blackwing, atrasou os avanços da Security.

– Venha, vou te levar a um lugar seguro! – o rapaz disse indicando uma rota alternativa.

Sem muitas opções, seguiu-o um pouco receosa. Depois de alguns minutos de viagem silenciosa, ele estacionou e gesticulou para o acompanhar. O rapaz tinha uma aparência diferente do qual acostumou-se: seu rosto havia marcas criminosas diversas que maculavam seus traços, mas não afetando o fato de ser atraente de certo modo, o cabelo ruivo estava arrumado em um penteado peculiar.

– Seja bem vinda ao meu esconderijo, madame. Fique a vontade, mas aconselho que não saia para não ter encontros infelizes.

– Crow! – pequenas crianças receberam o ruivo com entusiasmo.

– Onde você estava? – questionou uma dela com um biquinho engraçado.

– Estava resgatando a moça bonita dos caras da Security – apontou diretamente para Frey que ruborizou com tais palavras. O grupo de crianças a cercou, examinando-a de perto.

– Eu agradeço pela ajuda... – recordou-se do nome que os pequenos o chamaram. – Senhor Crow.

Ele riu.

– Corta essa de “senhor”, só Crow.

– Oh! Certo, Crow. – aquilo era um pouco diferente de sua realidade, de um jeito bom é claro. Tudo soava mais fluido, menos mecânico. – Meu nome é Freya.

– Então, Freya – ele começou curioso. – O que andou aprontando para Security vir atrás de você?

– Nada grave. – ponderou se deveria confiar no rapaz, mas considerou em seu julgamento que ele a ajudou e lhe ofereceu abrigo. – Creio que alguém da cidade vir aqui não seja algo que eles aceitariam facilmente.

Crow ficou surpreso.

– De Nova Dominó? É, isso é bem incomum. – esfregou a nuca. – Você deve estar acostumada com lugares melhores, espero que não se importe com as acomodações.

Sorriu amigavelmente.

– Não se preocupe, não me importo com esses pormenores. Queria mesmo sair daquele lugar. – suspirou.

Daquela prisão na qual fui aprisionada.

– Descanse, amanhã você pode resolver o que está pendente e o que a trouxe para cá.

Se ele soubesse, não estou nem perto de solucionar esse impasse, pensou abatida. Ao menos, encontrou uma boa pessoa em meio a isso.

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