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Aquilo que se Conecta

O aroma adocicado de hortelã que permeava pelo ar lhe enjoou, embrulhando seu estômago já castigado pela ansiedade. Não se sentia solícita tampouco emocionalmente sóbria o bastante para atender as demandas de compostura que uma moça da alta sociedade possuía e participar ativamente da reunião que prosseguia indiferente a sua profunda melancolia, o que, para uma jovem cansada e enraivecida de sua restringida conjuntura, seria uma tentadora e razoável desculpa para escapar do cerco de cobras que estava inserida. No entanto, o olhar rígido do patriarca Reinhard a congelou em um estado de submissa concordância, não tendo outra opção a não ser usufruir dos poucos momentos que os holofotes não repousavam sobre sua cabeça atraindo atenção desnecessária em si.

– Esse casamento será o início de uma promissora associação. – seu avô proferiu como se tudo se resumisse a negócios o que, de fato, conversava com a realidade.

– Também um grande incentivo aos negócios da cidade – Goodwin concordou com a face adornada com uma máscara de serenidade.

A medida que o diálogo discorria, se permitiu viajar livremente em seus pensamentos, vagando para os domínios longínquos na qual fora persuadida a expurgar de sua mente. Recordou de seu amigo ruivo de Satellite, se indagando se estava tudo bem com ele e os órfãos.

Desejou mais uma oportunidade para reencontrá-los, porém, a ínfima possibilidade de ter seu pedido acatado se reduzia a uma porcentagem minúscula à julgar pela pressa de seu avô em priorizar a organização dos preparativos para celebrar e anunciar para todo mundo seu noivado, ele a proibiria de contato social se ousasse tamanho disparate. Feito um animal acuado, apertou a mão para extravasar uma parcela de seu nervosismo.

– Freya será de grande valia e também uma mulher digna de ser a única Rainha. – a sentença quase a fez gritar de amargura.

No fim das contas, para sua miséria, essa história lhe consumiu muito mais do que previra, esse mal obsessor retirou a venda de seus olhos para que visse por trás das ações de seu avô e como ele queria esculpi-la de acordo com suas vontades, a tratando como se o suposto erro de sua mãe, a chaga que herdou, fosse ela a pagar com todos os juros atrasados desses anos.

Sem mais suportar o clima inóspito, se retirou do local apressadamente, não querendo se expor a mais tensões desnecessárias. Dispensou suas damas de companhia ao, por pouco, esbarrar nelas em sua corrida contra um inimigo invisível e se encaminhou para o jardim onde o sol do meio-dia repousava esplendorosamente sobre as flores ornamentais cultivadas na área. Lembrava vagamente de suas visitas com sua mãe pelo local de abundante e harmoniosa vegetação, apreciando as flores que desabrochavam e imaginando que seria seu paraíso secreto mesmo que tivesse noção que não era realmente um esconderijo misterioso e que, eventualmente, outras pessoas também usufruiriam do ambiente. Após anos, tudo que lhe restou além de memórias, fora a certeza de que as parede compostas por trepadeiras serviam de refúgio longe do mundo de cera que construíram para si.

Percorrendo um calçamento de pedras polidas providenciadas por um amigo designer da família, viu uma silhueta alta e intimidadora que, à princípio, a desorientou e a fez retesar. Demorou, contudo, reconheceu a figura de peso prostrada à poucos metros de onde se encontrava, imóvel e estarrecida.

– Aquele é... – murmurou para si mesma, alerta.

Jack Atlas era a definição exata de um homem de grande influência independente de ser um jovem de 21 anos, seu nome estampava revistas célebres, agregava valor e prestígio as marcas de luxo de diversos artigos, mesmo que não pertencessem a sua linha de trabalho – uma ostensiva carreira como duelista profissional. Não obstante, seu caráter fora das pistas era totalmente desconhecido ao público, alguns expressavam que seu temperamento difícil e arrogância o tornasse um indivíduo de índole duvidosa e intolerável, a grande maioria o respeitava tanto como duelista quanto como pessoa. A opinião unanimemente de uma parcela significativa da população é que Jack representava os vencedores e que não existiam rivais para seu poder esmagador.

Dificilmente alguém não o reconheceria. 

Não costumava formar conceito e tecer opiniões de alguém que nunca, em sua tenra vida, chegou a ter contato legítimo, aprendeu isso com seus professores e sua irmã. Seus princípios a impediam de acreditar em meras suposições sem constatar com seus próprios olhos. Entretanto, a postura inabalável e poderosa que não o abandonava mesmo que parecesse imerso em pensamentos, causavam um certo receio, uma vibração inquietante em seu interior. Seu casaco branco lhe atribuía um aspecto menos amigável de costas e, escutando o ruído de seus pés desajeitados riscando nas pedras, ao se virar para olhá-la, todo temor que lhe afligiu se transformou em cautela pragmática. 

– Você é Jack Atlas, certo? – perguntou ciente de como soaria tola pelo óbvio.

– E você, quem seria? – o tom cortês, porém, frio, a arrepiou em desconforto.

– Freya. Freya Reinhard. – suspirou longamente. – Sua noiva. – desviou o olhar.

O silêncio se instaurou por alguns minutos, sem qualquer atividade social entre ambos.

– Não querendo soar rude, mas veio aqui para garantir sua escolha no casamento? 

O semblante neutro do jovem, que outrora congelado em calma, se retorceu sutilmente em dissabor.

– Não é como se eu quisesse participar disso – retrucou mantendo a voz inalterada. – Minhas opções são as mesmas que as suas.

– Por que não...

– Me nego? – completou apático. – Ele me deu algo que você nunca vai entender, sacrifiquei muita coisa para chegar aqui e não vou abrir mão disso agora. – havia uma chama de determinação no olhar dele que a perturbou. – Não sou a favor dessa história, mas isso está muito longe de ser algo que decidiria. – percebeu a leve ira comedida oculta em seu tom.

Definiria Goodwin como um homem que não media esforços para executar seus planos cujos métodos eram pouco ortodoxos, não se surpreenderia que Jack, assim como ela, fossem peças de um jogo muito maior. Seus instintos, sua intuição que nunca errava, tudo lhe alertava da natureza inconfidente dele.

– Lamento se fui indelicada. Isso está complicado de lidar. – confessou.

– Não é por sermos obrigados a casar que deva se sentir no dever de ter interações comigo – esclareceu sem esboçar antipatia ao rechaçar indiretamente a comunicação. – Não faço questão disso. E não acho digno forçar uma mulher a tal.

A resposta dele, ironicamente, lhe transmitiu confiança para tentar uma aproximação real. Uma atitude honrada de um homem com o título de Rei.

– Você é diferente do que as pessoas dizem – comentou esperando que aquilo atiçasse a curiosidade do rapaz.

A narrativa de terceiros divergia com a personalidade menos austera do duelista. Ele manifestava uma aura de franqueza sem traços de agressividade, presunção e vaidade. 

– Diferente em que sentido?

– O Rei invencível, impiedoso e convencido.

– Ouvi muito isso – refletiu sem grande afetação.

– Você não parece se importar.

– Eu deveria? – rebateu com ínfima curiosidade. – Se tenho algo a dizer, simplesmente mostro duelando. É assim que um rei deve agir.

Permaneceu em silêncio, as palavras dele com tanta profundidade a tocarem de um modo peculiar e íntimo, mas bastante benéfico. Ele tinha um espírito ardente que não fraquejavam diante de um desafio. Queria ter uma amostra disso e provar um pouco dessa coragem que, naquele momento, lhe faltava. Não sabia a razão por desejar aquilo, porém não desistiria de querer conhecer mais: seu coração ansiava.

– Me contaram que você é uma das melhores alunas da Academia das Rainhas – começou, fitando-a com feições mais amigáveis. – Rainha Gentil, huh?

Rainha Gentil é uma designação nobiliárquico lhe fora concedido pelas suas colegas que admiravam seu estilo impecável e nobre de duelo, este consistia em uma batalha rápida na qual bloqueava qualquer ação do adversário e, no fim, lhe aplicava a misericórdia da Rainha como chamavam. Sempre lhe soava estranho esse tipo de comparação e a posição hierárquica que indiretamente introduziram. Havia alunas também fortes, uma delas, que pouco se tinha informações apesar da extensa lista de vitórias, era conhecida como Bruxa da Rosa Negra. De qualquer forma, nunca se autodenominou assim.

Não queria admitir, no entanto, escutar Jack Atlas, a voz firme e composta, enunciar um detalhe um pouco particular de sua vida, a intrigou a ponto de sentir o calor pulsando em ondas se acentuar em seu rosto e o colorir com um rosa claro, denunciando seu constrangimento.

– Isso não é algo para se considerar – a vergonha estremeceu seu timbre antes sereno. – Ainda mais para alguém do seu calibre.

– Se as pessoas te enxergam desse modo, então é um ponto a ser levado em conta. Ninguém concentra sua admiração em nada. – anuiu, pegando uma carta e entregando sem cerimônias. – Fique com isso.

Freya pegou a carta revelando ser um Hanewata – uma carta que combinava com seu deck de counter fairy.

– Oh! Obrigada – fez uma breve reverência de agradecimento.

– Quando puder venha me assistir duelar – se virou para ir embora. – Vou te dar uma amostra do que falei.

×××

Isolada em seus aposentos, mexeu em antigos álbuns de fotos de seus pais – um dos que sobraram do acidente e que guardou consigo. Algumas fotografias tinham sido tiradas muitos anos antes de seu nascimento. Em uma delas, mostrava seu pai e um colega, Dr. Fudo, responsável pelo Momentum, trabalhando juntos em um laboratório cheio de máquinas de alta tecnologia. Pelo que vagamente se lembrava, seu progenitor era um cientista de renome, o que impulsionou a vontade de Eva em seguir seus passos visto que ela se ligava mais a ele, enquanto seu próprio elo de afinidade vinha ser com sua mãe.

Ficou revendo as fotos, uma por uma, para desanuviar a mente dos problemas recentes. Após horas nesse ritual, guardou tudo e se conduziu a rotineira inspeção na sua agenda cheia de eventos gravados em caligrafia cursiva, obra de uma de suas preceptoras mais confiáveis, para realizar antes do baile de noivado – marcado para poucos dias. Em um desses vários compromissos identificou o nome de Jack e a data de um duelo importante na qual o duelista fazia parte. Talvez, ousou pensar, aquele fosse seu único entretenimento em um mar de obrigações.

– Faz tempo que não duelo de verdade – olhou para a carta com a figura adorável de uma bolinha de pelos com o olhar fofo que Jack lhe presenteou. – Vamos ver do que é capaz, sr. Atlas.

Respirou fundo, inundada com simpatia pelo jovem. Certamente não caia de amores por ela, todavia seu característico destemor a impressionou.

Pegou seu caderno de anotações com o objetivo de descrever o que pretendia fazer nos próximos dias para ter acesso, ainda que por intermédio do Setor de Segurança comandado por Goodwin, a Satellite.

– Espero poder, de algum modo, chegar até... – encarou severamente a caneta, a frustração e a melancolia sucintamente se instalou em seu âmago.

Pressionou a ponta no papel, distraída demais em seu fluxo tumultuado de pensamentos, para escrever no papel o que precisava, gerando somente rabiscos incoerentes sob a superfície ligeiramente amassada. Não conseguia se concentrar em suas tarefas sem recordar de Crow e no sentimento de gratidão que a fazia se ligar a ele pela sensação constante de devia um favor por ter lhe salvado e lhe dado uma moradia temporária. Deixou o caderno de lado e tocou em seu pescoço em busca do seu pequeno alicerce material que ganhou de sua mãe: um colar cuja finalidade era ser a chave que ligava uma caixa de música feita sob medida. Para seu desespero, não o achou, sequer lembrava de tê-lo colocado em primeiro lugar. Vasculhou sua caixa de jóias e o quarto para procurá-lo sem resultado.

– Não. Não. – guinchou exasperada. – Não posso ter perdido.

Refez seus passos nos últimos dias e lhe ocorreu a possibilidade de ter esquecido em Satellite, o que significaria sem chance de reavê-lo. Desistiu de formular teorias de locais que poderia ter deixado um artefato de grande valor sentimental inestimável, optando por continuar seu trabalho, ainda que compelida, para não piorar mais sua situação. 

Quando suas emoções superam sua razão, sobretudo a raiva e a tristeza, seu corpo literalmente colapsava: nunca entendeu o que provocava tal efeito e se seria um estigma de sua antiga doença, tudo que tinha absoluta certeza era que isso a mataria se cruzasse a tênue linha de seus limites.

Tossiu, lutando contra o sabor amargo de ferrugem que o refluxo trazia e queimava sua garganta.

Controlou o nervosismo para se recompor e, enquanto se limpava da sujeira ocasionada pelo sangue, viu, pela janela, a assombrosa imagem de um dragão vermelho que cortou o céu noturno, iluminando tudo com seu ofuscante fulgor. Rugindo, a entidade rubra esticou suas asas longas e desapareceu com rapidez que emergiu na escuridão.

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