17
~Skyllar - Consultório do Lee Young~
-Bom, encerramos por hoje.- O Lee fala sorrindo.
-Uau, o tempo passou tão rápido!- A garota fala olhando a tela do seu celular.
-O tempo é relativo quando estamos imersos em algo, querida.- O rapaz responde.
-Vejo você na próxima sessão, doutor!- Sky se despede apertando a mão do médico.
-Nos veremos muito em breve, Skyllar.- O seu sorriso se alarga fazendo a garota franzir levemente a testa e se afastar do mesmo.
Sky atravessa a porta do consultório e encontra apenas um dos rapazes na recepção a sua espera.
-Joonie? Cadê o Tae?
-Precisamos ir agora.- O rapaz fala levantando da cadeira rapidamente.
-Aconteceu alguma coisa?- Indaga preocupada com a urgência em sua voz.
-Ainda não...- O acastanhado fala reticente.
-Do que você está falando, Kim? O que você sabe que eu não sei?- Ela questiona desconfiada.
-Eu queria fazer isso da forma fácil, pequena mas você não consegue colaborar, não é mesmo?! Precisarei fazer isso da forma difícil!- O homem a sua frente puxa de forma bruta uma pequena seringa de seu bolso e tenta de todas as formas inserir na pele da garota a sua frente. Skyllar por sua vez bloqueava todas as suas investidas enquanto indagava furiosamente:
-Que porra você está fazendo, Kim Namjoon?
-Eu sou um Kim, meu bem. Mas não o Kim que você espera.- Dito isso o rapaz leva a mão direita a seu rosto e puxa calmamente a camada fina que o recobre, revelando a forma precisa de uma pele em látex com todos os traços do seu amado. O rosto da pessoa finalmente se revelou e ela pode ver a cópia do Namjoon mas esse rosto carregava cicatrizes horrendas demais para serem descritas.
-Você...- Ela tenta articular em choque.
-Não se lembra de mim, pequena? Eu estou de volta e vim buscar aquilo que me pertence!- Aproveitando-se da distração momentânea da morena, o rapaz enfia a seringa em seu braço e sem hesitar um minuto sequer aplica o sedativo.- Shh... Vai ficar tudo bem, eu cuidarei de você. Como sempre fiz. Será como nos velhos tempos!- Ele fala carinhosamente enquanto sustenta o corpo inerte da mulher em seus braços.
~ Departamento de psicologia e psicanálise da Polícia~
-Soem o alarme e evacuem o prédio o mais rápido que puderem!- O Min fala com urgência na voz.
Seus subordinados entram com tudo no lugar e avisam ao chefe de segurança sobre a suspeita de bomba nos arredores do local. A força tarefa entra em cena junto com o esquadrão anti-bombas para localizar o carro e interromper a contagem regressiva no visor do dispositivo.
Não muito distante dali, Namjoon e Taehyung que saiam da sala de Minhyuk percebem a comoção antes mesmo do alarme soar e no mesmo instante escutam o celular do Kim mais novo soar.
/-Delegado Kim.- Fala assim que atende.
-Peguem a Sky e saiam daí imediatamente, o maluco mostrou as caras novamente.- Yoongi fala rápido antes de desligar a ligação./
Os Kim's se entreolharam por míseros segundos antes de Taehyung correrpara o local em que sua amiga estava.
-Você pode me dizer o que aconteceu?- Pergunta Namjoon logo atrás dele.
-A Skyllar!- É a única coisa que sai da sua boca antes do som ensurdecedor soar em seus ouvidos.
~Delegacia de Polícia do Distrito 9~
-Hoba, você conseguiu analisar todo material de vídeo dos computadores?- Jimin pergunta adentrando o laboratório de tecnologia.
-Quase tudo...- O moreno fala de forma séria sem tirar os olhos do computador.
-É tão ruim assim? Você não faz o tipo sério...- O loiro indaga.
-É...- Eles responde vagamente.- Eles mexeram com a mente dele até o levarem a loucura, a única coisa que o manteve vivo foi a memória da Skyllar...
-Do que você está falando, Hoba?- O Park pergunta confuso.
-Ele foi torturado de forma cruel, submetido a atrocidades... Brincaram com a mente dele... Ele foi o teste beta para fazer o que fizeram com o Jungkook. Essa seita filha da puta usou o Minnie como cobaia para sobreviver por anos comentendo crimes sem serem pegos! Você entende o quanto tudo isso é doentio?- Hoseok fala indignado.- Achávamos que o intuito deles era formar uma "raça pura" quando na verdade eles usavam crianças para aprimorar suas técnicas insanas. Eles analisavam o perfil familiar de algumas pessoas e procuravam por crianças específicas, fora da média que se mostravam extremamente inteligentes e diferentes do que se considera normal, as afastavam de suas famílias de forma bruta, reiniciavam suas mentes com a hipnose e testavam técnicas insanas de tortura nos pobres seres até seus corpos não resistirem a tamanha dor, todos os dias a mente era reiniciada para uma nova sessão de comando. As que resistiam, eles treinavam para assumir seus lugares no futuro, como não tinham lembrança alguma simulavam uma família falsa e introduziam essas crianças para que vivessem em um ambiente familiar estável e conseguisse conviver na sociedade, enquanto eram formados como a mais nova leva de psicopatas. O registro nessa merda data de muito antes de nascermos e o último "projeto" termina quando o Seokmin sumiu.
-Isso é pior do achávamos que fosse!- Jimin fala sentando na cadeira ao lado do amigo.
-Isso não é nem metade de tudo...- Hoseok fala de forma sombria.- Os registros do Namjoon e do Seokmin estão inseridos nesta caralha e datam desde seus nascimentos. Eles foram vendidos para esta merda muito antes de nascer!
~Skyllar- Em algum lugar do Distrito 9~
Minha cabeça latejava de forma horrenda e eu sentia o gosto de metal em minha boca, minha mente estava confusa...
Onde eu estou?
Era tudo o que se passava na minha mente enquanto olhava o vazio escuro em que me encontrava, o barulho de algo se abrindo me faz virar a cabeça rapidamente antes de ser atingida pela forte liz que preencheu o cômodo.
-Como você está, pequena? Peço desculpas por essa situação em que se encontra...- Seokmin fala de forma doce enquanto eu tento focar minha visão turva em sua silhueta.
-O que você quer de mim? Por que fala como se me conhecesse a anos quando eu não me recordo de tê-lo conhecido?- Pergunto confusa.
-Oh, esqueci que seu gatilho ainda não foi acionado... Tudo bem, querida. Ajudarei você a lembrar de tudo!- o Kim fala arrastando uma cadeira até próximo ao local em que estava me deixando ciente do estado em que me encontrava.
Estava sentada em uma cadeira de ferro, com tornozelos e pulsos atados a correias grossas, eu vestia uma bata hospitalar. No quarto branco havia uma maca acompanhada de vários aparelhos hospitalares, a cadeira que estava amarrada e a cadeira que o rapaz puxou para perto de mim.
-Do que você está falando, Seokmin?- Indago.
-Vamos do início, querida.- Ele fala estalando os dedos de forma rítmica.- Vamos viajar nas suas memórias, assim como fizeram com as minhas por tantos anos e mexer com elas foi o pior erro que cometeram...- O acastanhado fala enquanto minha mente flutua para momentos a muito perdidos.
~Departamento de psicologia e psicanálise da Polícia- Momentos antes~
-O dispositivo no extremo sul do estacionamento foi acionado, senhor. Estamos lidando com mais de um!- Um dos policiais reporta aos dois rapazes a sua frente.
-Todos conseguiram sair do prédio?- O Min pergunta preocupado.
-Perdemos ela...- Uma voz conhecida fala a suas costas.
-Como assim perderam ela?- Yoongi indaga, virando-se para o dono da voz.
-Ela sumiu! Após a explosão a agitação no prédio triplicou, todos tentando salvar suas míseras vidas, Taehyung e eu nos separamos para tentar encontrá-la mas ninguém a viu e ela não se encontrava no consultório em que a deixamos.- Namjoon fala deverás preocupado.
-Onde será que ela está?- Yoongi se pergunta em voz alta enquanto caminha de um lado a outro.
-A equipe anti-bombas está vasculhando o local a fim de analisar os possíveis pontos onde os dispositivos possam estar instalados. O primeiro tinha o intuito de nos distrair, foi acionado em uma zona fora de perigo.- Minhyuk fala, enquanto os outros três rapazes se questionam mentalmente.- Como você sabia que ele atacaria aqui?
-Recebi um pacote esta manhã, uma pequena obra de arte... Retratava este prédio, o estacionamento e o carro de vocês em pedaços, junto ao corpo da Skyllar destroçado.- Yoongi fala franzindo a teata ao lembrar da cena bizarra.
-Mas que porra!- Namjoon sibila com uma mistura de raiva e espanto.
-Tudo isso já foi longe demais...- Taehy comenta pensativo.
O telefone de Yoongi toca nesse exato momento e ele o retira do bolso afim de atender.
/-Min falando.
-Yoon, fiquei sabendo o que aconteceu. Todos estão bem?
-Quase todos, Jiminie...
-O que aconteceu?- A voz do rapaz ecoa preocupação.
-Precisamos de todos vocês aqui!- O Min fala suspirando alto.
-Hoseok está fazendo uma varredura com a força tarefa para encontrar mais dispositivos, Jinnie já saiu. Chego em breve.
-Até breve, mochi./
-Vamos nos dividir e procurar pela nossa garota.- Yoongi fala assim que desliga a ligação.
~Park Jimin.~
Entrei no carro sentindo uma sensação estranha apertar meu peito, desde o momento em que Hoseok me contou sobre tudo o que descobriu minha mente entrou em completo choque, era demais para mim! Balancei a cabeça na tentativa falha de clarear meus pensamentos e por fim tentei ligar meu carro para sair da delegacia e seguir até onde os outros estavam.
Com a mente perdida e o carro em movimento, eu seguia rumo ao meu destino. Até que notei uma movimentação estranha pelo retrovisor do carro: um pouco mais atrás, um carro preto seguia-me a uma certa distância. Acelerei levemente meu carro afim de confirmar minhas suspeitas e o veículo acelerou junto comigo para não me perder de vista. Alarmes soaram em minha cabeça e eu acelerei ainda mais o carro tomando outro caminho para o departamento que eu tinha como destino.
O carro continuava na minha cola e meu coração batia cada vez mais descompassado e o meu pé não afastava nem um segundo do acelerador, até que o veículo simplesmente sumiu virando numa das entradas a minha direita para fora da cidade. Confusão tomou meu rosto e minha mente e eu me perguntei se estava tão paranóico ao ponto de imaginar coisas...
Enquanto minha mente era inundada por dúvida, meu pé seguiu caminho até o freio do carro com o intuito de diminuir a velocidade tendo em vista que não havia necessidade para tanto. Pisei no freio a primeira vez e não obtive a resposta que eu queria, tentei a segunda e aconteceu o mesmo. Foi aí que me dei conta que essa seria minha última viagem.
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