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CAPÍTULO 38 - De Volta Pra Mim

Valentina Martins

     Dois dias depois, a visita foi liberada, e não havia um dia sequer em que eu não o visitasse. Enquanto eu me esforçava para ser forte por ele, tinha que lidar com a polícia, depoimentos e mais depoimentos. Era um turbilhão de perguntas e investigações, uma realidade que era dura e difícil de enfrentar. Meus advogados estavam à frente, liderando tudo com todos os recursos que tínhamos à disposição. Eles eram um apoio essencial, mas a pressão da situação tornava tudo mais difícil. Cada encontro com os policiais era como reviver o trauma, recontar a história que eu desejava esquecer, mas que se recusava a sair da minha mente. As perguntas penetravam como lâminas, cutucando as feridas que ainda estavam abertas. As mortes, e armas que Damon e Heitor portavam alimentava aquela maldita fogueira, segundo o delegado do caso.

Soraia foi a única que sobreviveu mas estava paraplégica e estava respondendo pelos crimes da sua família e como co-autora do ataque a minha família. O corpo de Zayn não foi encontrado e as buscas foram encerradas. No fundo eu sabia que ele não respirava mais. De alguma forma estranha, eu podia sentir. Perante a justiça fomos absorvidos, o caso não chegou a se prolongar por mais de duas exaustivas semanas. Soraia respondeu e foi acusada pelos seus atos, cumprindo a sua pena desde então.

O hospital se tornará uma segunda casa, trazia flores e sempre colocava ao lado da janela para que recebesse luz solar. Cantava nossa música favorita, compartilhamos os momentos com os gêmeos e sobre o meu plano de usar o dinheiro dado por meus pais para abrir a clínica que tanto sonhei um dia. Acessível a todos. Eu sonhava em transformar o que havia sido uma tragédia em um futuro de possibilidades, em algo que honrasse nossa família e tudo o que lutamos para construir. Havia decidido demolir a casa a quem um dia cresci e fazer um novo recomeço ali, das cinzas sairiam flores e amor. Sairia minha clínica.

Damon tinha tudo do melhor. O hospital estava equipado com tecnologia avançada, e eu sabia que estava rodeado de uma equipe dedicada e competente. Também contava como Alice e Aaron estavam se adaptando, como eram curiosos e cheios de energia, como cada risada deles era uma melodia que aquecia meu coração. Eu esperava que, ao ouvir sobre eles, Damon encontrasse uma razão para lutar, uma motivação para voltar.

Mesmo que a passagem do tempo seja cruel com quem o aguarda, o nosso amor dava-me forças para continuar acreditando nele. Mesmo quando as notícias tendenciosas da mídia tentavam transparecer o contrário. Eu sempre falava dele para os nossos filhos e incentivava as primeiras palavrinhas serem papai e assim como os seus primeiros passinhos, registrei para que um dia Damon pudesse vê-los.

Havia se passado um ano desde que tudo aconteceu. Tudo estava diferente, havia colocado Heitor para gerir as empresas enquanto eu supervisionava de longe e só intermediava quando realmente fosse necessário. Enquanto isso morava com a minha sogra, e posso dizer que ambas foi o alicerce uma da outra nesse momento delicado.

Fazia alguns dias que uma borboleta azul com detalhes em branco vinha e pousava no vidro da janela. Eu me perdia alguns minutos olhando para ela, encantada e curiosa com a sua passagem ali. Mas não demorava muito, e logo ela alçava voo. Dessa vez ela demorou, senti sua falta vendo que estava perto de ir e não a veria. Mas, como de costume, a borboleta chegou, dançando suavemente, e pousou no vidro. Dessa vez, ela demorou mais do que o normal. Como das outras vezes comecei a cantar a nossa música favorita, era a música que sempre cantávamos juntos para os nossos filhos.

"Você é meu raio de sol, minha única luz do sol,

Você me faz feliz quando os céus estão cinzentos..."

Minha voz era baixa, quase um sussurro, mas cheia de emoção. A cada verso, meu coração se apertava um pouco mais.

"Por favor, não leve meu sol embora..."

A borboleta continuava imóvel no vidro, como se estivesse ouvindo, compreendendo cada palavra que saía dos meus lábios.

"Outra noite, querida,

Eu segurava você em meus braços.

Sonhei que você estava comigo,

E nada poderia nos fazer mal."

As palavras, tão doces e dolorosas, preenchiam o ar e também a saudade que parecia não ter fim. Ao fim da música a borboleta alçou voo, batendo suas asinhas lindamente e demorando a sair, apenas ficou ali batendo as asas de frente para o vidro, parecia uma despedida.

Segundos depois ela alçou voo.

Senti um leve formigamento na palma da minha mão mas ainda estava absorta com a cena anterior, novamente senti um deslizar suave e quando fitei o meu marido senti meu coração acelerar.

Vi seus olhos verdes, lindos e penetrantes olhando para mim.

Minha cor favorita, olhando de volta pra mim.

*

Damon.

Seu nome reverberou em meus pensamentos e por um momento, o tempo parou. Não era apenas a surpresa de vê-lo acordado, mas a intensidade do olhar que parecia alcançar cada parte de mim.

- Valentina... - sua voz saiu fraca, quase um sussurro, mas era o som mais precioso que eu poderia ouvir.

As lágrimas inundaram meus olhos antes que eu pudesse impedir. Avancei, segurando sua mão com delicadeza, como se temesse que fosse tudo um sonho.

- Damon... você voltou. - Minha voz era entrecortada, cheia de emoção e alívio.

Ele piscou lentamente, como se ainda estivesse processando tudo ao seu redor. Seus dedos se moveram ligeiramente, entrelaçando-se aos meus, um gesto pequeno, mas carregado de significado.

- Eu te amo tanto - confessei, minha voz trêmula, mas sincera.

Damon me olhou nos olhos, seus lábios formando um leve sorriso.

- Eu sei... eu - disse ele, sua voz fraca, mas cheia de algo que parecia esperança. - Era como um fio...

- Um fio? - perguntei, enquanto lágrimas quentes corriam pelo meu rosto.

- Sim... - Ele fechou os olhos por um momento, respirando com esforço. - A canção era o fio que me ligava a você, à nossa vida, aos nossos filhos. Mesmo na escuridão, quando tudo parecia perdido... era a sua voz que eu ouvia. Era ela que me segurava,de alguma forma me puxava de volta.

As palavras dele entraram em meu peito como um golpe suave, mas poderoso. Um soluço escapou de mim, e eu me inclinei mais perto, segurando suas mãos entre as minhas, desesperada para transmitir todo o amor que sentia.

Ele abriu os olhos novamente, verdes como uma floresta viva, fixos nos meus.

- Faz quanto tempo que estou aqui? - Sua voz saiu rouca, um fio frágil de som, mas o peso da pergunta me atingiu como um trovão.

Engoli em seco, sentindo o gosto amargo da dor presa na garganta.

- Um ano, Damon... - Minha voz quase não saiu, como se as palavras fossem pesadas demais para serem ditas. - Faz um ano desde aquele dia.

Ele piscou, os olhos verdes ficando turvos, sua expressão se fechando enquanto absorvia o impacto do que ouviu.

- Um ano... - ele repetiu, o tom baixo, quase inaudível. Depois de um longo silêncio, sua voz voltou, hesitante. - E você... você ficou? Durante todo esse tempo?

Os olhos dele se fixaram nos meus, vulneráveis, cheios de uma dor silenciosa que parecia se misturar com a culpa.

Segurei suas mãos com mais força, como se minha firmeza pudesse afastar qualquer dúvida que o assombrasse.

- Fiquei. Sempre. Cada dia, cada noite. - Minha voz vacilou, mas não parei. - Eu nunca saí de perto de você, Damon.

Um suspiro longo escapou dos lábios dele, e uma lágrima solitária desceu por sua face. Ele desviou o olhar, encarando o teto como se precisasse de um ponto de fuga para organizar os pensamentos.

- Sinto como se tivesse perdido tanto... - confessou, a voz carregada de dor.

Incapaz de segurar as lágrimas, balancei a cabeça.

- Não. Não pense assim. Você estava lutando, Damon. Cada batida do seu coração era uma batalha. Você está aqui agora porque nunca desistiu, porque se agarrou a tudo o que somos, a tudo o que temos.

Ele fechou os olhos, apertando as mãos contra as minhas, como se quisesse sentir cada pedaço da minha força.

- Eu... - Ele hesitou, e quando abriu os olhos, estavam cheios de uma culpa devastadora. - Eu só quero ser digno de vocês. Digno de tudo o que você fez por mim.

Inclinei-me para mais perto, deixando minha testa encostar suavemente na dele.

- Damon, você já é. Sempre foi. - Minha voz era um sussurro, mas tinha a força de uma promessa. - Você é nosso lar. Nós te amamos por quem você é, não por quem você acha que precisa ser.

Ele engoliu em seco, a emoção transbordando, e balançou a cabeça lentamente. Nos olhamos em silêncio, a intensidade do momento preenchendo o quarto. Não havia mais palavras que precisassem ser ditas. Havia dor, sim, mas também havia amor.

Inclinei-me para beijar sua testa com suavidade, tentando conter o turbilhão de emoções que ameaçava me derrubar.

- Eu vou chamar o médico. Volto logo.

Ele apertou levemente minha mão, sua força ainda frágil, mas suficiente para me fazer parar.

- Não demora... - sussurrou, os olhos verdes fixos nos meus, carregados de uma intensidade que fazia meu coração apertar.

- Eu não vou. - Respondi com um sorriso trêmulo, querendo lhe transmitir a certeza de que estava ali, que sempre estaria ali.

Me afastei devagar, cada passo em direção à porta parecia um esforço monumental. Meu coração queria ficar ao lado dele, mas sabia que precisava garantir que ele tivesse o melhor cuidado possível.

O médico havia examinado o meu esposo, e suas palavras ainda ecoavam em minha mente. Dr. Abelard havia comunicado que se tudo ocorresse bem com os exames solicitados, logo o meu marido teria alta. Havia ligado para minha sogra, Lina e Heitor contando a grande notícia e não demoraram muito para que todos entrassem no quarto, trazendo flores e balões. Tanto meus irmãos quanto nossos filhos estavam presentes nesse momento, e quando nossos filhos entraram pude ver o quanto aquilo mexeu com Damon. Vê-los tão grandes e espertos, foi sem dúvidas uma das partes mais difíceis de encarar.

Ele os pegou no colo, abraçando e sentindo o cheirinho de cada um, e pude ver como seus olhos se iluminavam ao tocar aqueles pequenos corpos quentes. Os sorrisos de Aaron e Alice eram como um remédio para a sua alma, e a alegria deles ao ver o pai de volta era palpável.

Damon olhava para eles com um misto de amor e dor, como se estivesse absorvendo cada detalhe, cada risada e cada toque. Ele os admirava como se fossem pequenos milagres, lembrando-se de tudo o que havia perdido e do tempo que passou longe deles. Respirei fundo, organizando as emoções que balançavam em meu peito.

Após um tempo o horário da visitação ( liberada pelo Dr. Abelard), chegou ao fim. Minha sogrinha beijou e abraçou tanto seu filho que chorou de felicidade. Heitor como um bom amigo, contou as novidades, em breve ele e Lina casariam. Ele estava tão feliz porque no momento especial e feliz da sua vida, seu amigo estaria com ele.

No grande dia.

Eu fiquei com ele naquela noite. Permaneci ao seu lado e ignorando qualquer resquícios do bom senso de resistir ao seu convite quando pediu para que deitasse ao seu lado, me aninhei ao calor do seu corpo sentindo seus braços me cercarem. Seu cheiro, aquele aroma tão familiar e único, era como um bálsamo que acalmava todas as minhas tempestades internas. A textura de sua pele, o peso de seu abraço, o ritmo constante da sua respiração, o calor do seu corpo atraia meu corpo, minha mente e o meu coração para ele. Percebi como algo tão simples podia ser tudo.

Com aquela sensação de pertencimento, de amor e gratidão, meus olhos se fecharam, e finalmente, depois de tanto tempo, eu adormeci tranquilamente.

*

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