CAPÍTULO 26 - Tempestade a Caminho
||Caio Gonzalez||
A vida é uma fantasia que ilude as pessoas com bons momentos e na primeira oportunidade a máscara é retirada, restando apenas o seu verdadeiro lado: A dor. Fui separado da minha mãe quando era recém nascido e colocado em uma família que o dinheiro vinha acima de tudo. Fui condenado a um destino roubado, separado da minha mãe e jogado na jaula de leões onde apenas o mais forte sobrevive. Meu pai, Robert Gonzalez, me moldou como sua arma, alimentando em mim um ódio cego, uma obsessão ardente por destruição.
Robert Gonzalez, meu pai, tinha um caso escondido da esposa até que um dia a mulher a qual se encontrava engravidou. O sonho do meu pai era ter um filho homem e por coincidência do destino a sua esposa acabou descobrindo que também estava grávida.
Acontece que no dia do nascimento a criança não resistiu e acabou falecendo, Robert com sua ganância pagou os médicos para cobrir o caso e assim ele fez a troca. A minha mãe sobre a ameaça foi obrigada a entregar um dos seus filhos e assim vim parar no lar Gonzalez. Samar Gonzalez me criou acreditando que era o seu filho que gerou em seu ventre. Desde pequeno precisei ser melhor que Damon em tudo, assim era o desejo do meu pai, ver seu sobrinho por baixo. A insanidade do meu pai em ser superior ao seu irmão, fez da minha vida um inferno e consequentemente do meu irmão gêmeo, Théo. As cobranças para ser o melhor e as privações de uma infância e de crescer como uma criança normal, me foi tirado.
Um dia ao sair com alguns amigos para curtir na cidade vizinha me deparei com outra pessoa idêntica a mim e foi naquele momento que tudo foi revelado, estava bêbado e voltei para casa transtornado ao descobrir que havia vivido uma mentira. As minhas ações daquela noite resultaram na separação de Samar e Robert, e em meu pai indo atrás de Théo para o fazer refém das suas atrocidades. Não cheguei a conhecer a minha mãe biológica, a mesma faleceu devido a um infarto. O ódio pela família Black se enraizou profundamente pelas raízes do meu coração. De forma obscura e insana. Eu não me importava com a maldita herança deles, apenas desejava ver até onde eles iriam em nome do dinheiro. Foi assim que planejei meus passos para atingir Damon Black.
O primeiro passo foi Zayn se aproximar de Valentina e fazê-la ficar perdidamente apaixonada por ele, o segundo foi induzir o pai de Valentina nos jogos do cassino até o mesmo não perceber o quanto estava preso no vício da aposta e só perceber quando já não houvesse mais dinheiro para sustentar o seu vício. O terceiro foi falar perto do velho sobre como a família Black estava desesperada para ver o herdeiro casado. O quarto era usar o amor cego que Valentina tinha por Zayn para fazê-la desistir de casar com Damon na última hora. O quinto seria a morte do pai de Damon.
Eu estaria casado e herdaria os bens da família Black. Mas o roteiro não saiu como planejado e precisei ir calculando novamente os meus passos. A dor que senti durante a minha vida faria ele sentir e desejar não ter nascido! Por tanto, a cada passo que o meu priminho dava em minha direção para me derrubar, eu avançava de forma letal. Atravessando a linha da sensatez sem me importar se no percurso ele perderia a sua vida. Enquanto eles choravam com as perdas, eu comemorava. A desgraça seria a ruína daquela família e se depender de mim, não restará ninguém para levar o legado da família Black.
A notícia do retorno de Erika Nunes foi uma surpresa para mim, não imaginava que aquela mulher pudesse estar viva depois de anos desaparecida. Mas olhei para o retorno dela com bons olhos, talvez, eu ainda tivesse influência sobre ela.
"Senhor, Damon e Valentina retornaram. Ambos estão hospedados aqui na cidade."
Após ler a mensagem e ver o endereço sei que ambos estão na mansão Martins. Dígito o número de serena e ligo para ela, havia um serviço para ela fazer e não podia ser postergado.
— Serena, preciso que faça uma visita de cortesia à esposa de Damon. Preciso que seja ainda essa semana. — sou direto. — Um dos meus funcionários irá levar para você um presente.
— Certo, Caio.
— Faça uma visita breve mas que deixe que ela entenda que você está apenas tentando ser amigável. Por favor, não seja venenosa.
— Serei uma boa menina. Não precisa se preocupar.
— É sério, serena. Eu preciso que ela abaixe a guarda em relação a vocês.
— Pode deixar, maninho. Ela não irá desconfiar de nada.
Desligo a ligação e olho para o presente à minha frente, um Buda banhado a ouro. Chamei um servo e pedi que encaminhasse para o meu motorista, o mesmo já está ciente do que fazer.
Enquanto isso, decidi fazer uma visitinha a uma velha conhecida.
*
A recepção foi calorosa. A mãe de Érika estava radiante, como se tivesse renascido junto com a filha. O pesar da perda, a sombra da depressão que a consumia desde que viu sua vida desmoronar, evaporou com o retorno daquela que ela julgava morta. Quanta fragilidade.
Caminhei lentamente pela sala, observando os quadros nas paredes. Fotografias de uma família feliz, um retrato idealizado de momentos que não passavam de ilusões. Meus olhos pousaram em uma imagem específica: Damon e Érika, lado a lado, sorrisos ingênuos congelados no tempo. Ri baixinho. Irônico. Patético.
Duas mulheres marcaram a vida de Damon Black. Ambas chegaram até ele por minha influência.
Érika foi a primeira. Ela sempre esteve no meu círculo, mas foi por um amigo em comum que seus caminhos se cruzaram. Na época, odiei ver aquele verme se aproximar dela, tentando roubar aquilo que, de certa forma, era meu. Mas então, percebi a oportunidade. Se ele quisesse tocar no que era meu, eu o marcaria com escândalos.
E deu certo... por um tempo.
Uma presença atrás de mim me fez virar. Ela estava ali.
Erika me encarava, os olhos pesados com algo entre a surpresa e o desconforto.
— É bom vê-la bem, Érika. — Cortei o silêncio primeiro.
— Obrigada, Caio. — Sua voz era hesitante. — É uma surpresa vê-lo aqui.
— Por quê? Não sou rancoroso. Bom... não com você.
Ela abaixou o olhar por um instante. Insegura. Exatamente como eu lembrava.
— Eu sei, mas depois do que te falei naquela última noite… não imaginei que viria me ver.
Dei de ombros, indiferente ao passado que ela insistia em ressuscitar.
— Achei que só precisava de um tempo... de tudo... de nós. Que logo voltaria.
Ela era volátil. Andava à beira de explosões, bebia, dizia coisas desconexas... E no meio desse caos, eu era seu porto seguro.
Me aproximei devagar, deslizando o indicador pela curva do seu pescoço.
— Senti sua falta.
Ela suspirou fundo. Mexida.
— Isso acabou, Caio. Tudo mudou… Não sou a mesma pessoa que você conheceu. — Sua própria voz traía a certeza que tentava fingir.
Sorri de lado. Tão previsível.
Ninguém nunca soube do que tivemos. Mantínhamos tudo em segredo, gostávamos da clandestinidade do nosso jogo.
— Fiquei sabendo da sua visita à casa do meu primo. — Comentei, fingindo desinteresse.
Ela hesitou por um instante, como se ponderasse as palavras.
— Fui agradecer. Com tudo o que aconteceu, o tempo ficou corrido e… o velório não era o momento adequado.
— Você sabe que ele casou, não sabe?
O suspiro dela confirmou sem que precisasse dizer nada.
— E não vai fazer nada para mudar isso?
— Entre Damon e eu não há mais nada a ser feito. — Sua voz era pesada.
Inclinei a cabeça levemente, analisando-a.
— Como pode dizer isso com tanta certeza?
— Porque ele deixou claro qual é o meu lugar.
Ri baixo, sem esconder o sarcasmo.
— Achei que a ida dele até a Flórida fosse uma prova de que ainda havia algo entre vocês.
— Minha mãe pediu. Ele só foi porque achou que devia.
Observei seu rosto endurecer, os olhos brilhando com uma emoção reprimida.
— Ele seguiu em frente, Caio… e eu preciso fazer o mesmo.
— Ei… ei… — Murmurei suavemente, aproximando-me mais e tocando seus ombros. Sutil, manipulador. — Não acho que você deva desistir tão fácil. Eu conheço a esposa dele. Dou a minha palavra quando digo que Valentina Martins é persuasiva, manipuladora e ambiciosa. Ela fez com que ele se afastasse de você. Você só precisa lembrá-lo dos motivos pelos quais um dia vocês se amaram.
Os olhos dela estavam marejados, a mente uma tempestade. Perfeita.
— Isso é demais para mim, Caio. Não posso fazer isso.
— Não pode... ou não quer?
Ela não respondeu.
Apertei levemente seu ombro, a voz mais baixa, mais íntima.
— Não permita que seu amado continue sendo enganado. Ele precisa se libertar dessa ilusão.
Ela balançou a cabeça, teimosa.
— Você não entende, Caio. Damon é apaixonado por ela. E contra isso, eu não tenho poder algum.
Bufei, impaciente.
— Que pena, Érika. — Fiz questão de dramatizar meu tom, soltando um suspiro longo e pesaroso. O golpe final. — Eu realmente achei que você lutaria pelo que lhe foi roubado.
Ela congelou. Peguei você.
— Damon esperou por você por sete anos. Sete malditos anos. Ele nunca seguiu em frente de verdade, mas agora que você está de volta, você simplesmente vai aceitar isso? Vai se encolher e assistir à distância?
Pousei uma das mãos em seus cabelos, alisando-os com calma.
— Bastaria uma ligação minha e você já estaria mais perto dele.
Ela mordeu o lábio, os olhos fixos em um ponto qualquer no chão. Então, finalmente, suspirou.
— Estou. Eu quero lutar por ele, Caio. Eu o amo.
Dei um sorriso discreto, satisfeito com sua decisão.
— Ótimo. Mandarei meu motorista buscá-la às 19:00. Esteja pronta.
Saí da casa de Érika sem pressa, com o prazer do dever cumprido. Mais uma peça em jogo.
Logo a bomba que eu preparei explodiria com força total. O nome Black cairia na lama, seus negócios ruiriam, sua confiança se despedaçaria. E eu estarei lá, assistindo tudo.
Assobiando, segui para o carro, cantarolando uma melodia alegre. A tempestade se aproxima.
*
||Damon Black ||
Assim que pisei os pés em nossa casa, levei minha esposa até o quarto para que descansasse e marchei direto para o escritório. Mal me sentei diante do computador e fui consumido pelo trabalho. As horas se dissolveram enquanto eu resolvia pendências, revisava minuciosamente o dossiê entregue por Heitor e comparava cada detalhe com os arquivos do notebook do meu primo. Cada transação, cada conta fantasma, cada desvio escancarava uma teia de sujeira maior do que eu previa.
Perdi a noção do tempo até que o toque insistente do celular me trouxe de volta. Heitor.
— Qual o problema?
— Precisamos de você no cassino.
Suspirei, esfregando o rosto. Não estava no clima para sair, mas não havia opção. O jogo que eu travava exigia minha presença em todas as frentes.
Fui ao quarto e encontrei minha esposa concentrada no notebook. Meu olhar deslizou por ela antes que eu me aproximasse e depositasse um beijo em sua testa.
— Amor, preciso ir ao cassino resolver um problema e pensei em irmos juntos. Depois, podemos jantar em um restaurante.
Seus olhos brilharam em animação.
— É uma boa ideia.
Após um banho rápido, vesti um terno risca de giz sob medida. Já pronto, encostei-me ao batente da porta e observei enquanto minha mulher se arrumava. Meu olhar prendeu-se a cada detalhe: o tecido de seda do vestido preto que fluía até o meio de suas coxas, soltinho, sem marcar sua barriga. Os saltos de tiras finas, os brincos e anéis de rubis que complementavam a composição. O batom vinho destacava seus lábios, e a maquiagem delicada apenas realçava sua beleza natural.
Quando ela terminou, girou nos calcanhares, sorrindo.
— O que achou?
Eu a puxei suavemente para junto de mim, encarando seus olhos.
— Você está deslumbrante.
Inclinei-me, roçando os lábios em seu pescoço, inalando seu perfume. Brinquei com a mecha solta de seu coque baixo, sentindo a textura sedosa entre meus dedos.
O silêncio entre nós era carregado de algo denso, algo que me apertava o peito. Então, antes que pudesse reprimir, as palavras escaparam:
— Eu te amo tanto…
Ela piscou, surpresa com o tom da minha voz.
— Você merece muito mais do que essa vida turbulenta ao meu lado, Sweetheart. Não saber o que nos aguarda enche meu coração de temor, porque agora há uma vida crescendo dentro de você. Nossa vida. E é por vocês que eu luto incansavelmente. Porque o inimigo que enfrento não hesita, não sente remorso. Ele não brinca.
Alisei seu rosto com delicadeza, meus olhos devorando cada traço. Queria gravá-la em minha memória, como se temesse que o destino tentasse arrancá-la de mim.
— Me perdoe.
Sua testa franziu levemente.
— Por quê?
Engoli em seco.
— Por ter trazido essa confusão para sua vida. Você merece muito mais, e eu sou egoísta o suficiente para não abrir mão de você.
Meus dedos deslizaram por sua bochecha.
— Eu te amo de uma forma que me consome. Não posso mais viver uma vida onde você não esteja, Valentina.
Seus olhos brilharam, carregados de emoção.
— E é bom você não se atrever a me deixar, Damon Black.
Seus dedos seguraram meu rosto, e seu polegar acariciou minha bochecha lentamente.
— Agora temos um elo que nos conecta por toda a vida. E eu não tenho a menor intenção de viver longe de você. Pelo contrário, escolherei sempre lutar ao seu lado. não importa o que vier, enfrentaremos juntos.
Então, ela me beijou. Um beijo doce, carregado de promessas. Meu coração pulsava em um ritmo diferente. Não era apenas desejo. Não era apenas necessidade. Era amor. E ali, enquanto nossas bocas se encontravam, compreendi mais uma vez que Valentina era o eixo da minha existência. Minha âncora.
O encaixe perfeito da minha alma e coração.
*
Assim que adentramos o cassino, nossas mãos entrelaçadas, senti o peso dos olhares sobre nós. Alguns curiosos, outros avaliadores, mas nenhum que chegasse a nos incomodar. O ambiente, sempre vibrante e ruidoso, parecia ter um peso diferente naquela noite.
Não demorou para Heitor nos encontrar. Seu passo era rápido, determinado, mas seu semblante fechado revelava uma preocupação assustadora.
— O que foi, Heitor? — Perguntei, já sentindo um nó se formar em meu estômago.
— Há uma ordem judicial para investigar o cassino e todo o seu patrimônio. A polícia está em seu escritório, esperando por você.
Minha respiração desacelerou, pesada. Era isso. Mais um movimento no tabuleiro.
— Consegui segurá-los ali, por enquanto. Nenhum deles entrou além do necessário.
Fechei os olhos por um breve instante, contendo a raiva que latejava sob minha pele.
— Já chamou o advogado?
— Sim. Ele está te esperando perto da escada.
Minha mandíbula travou, e me inspirei profundamente antes de me virar para minha esposa. Seu olhar já buscava respostas, e a sombra de preocupação em seus olhos fez minha raiva crescer ainda mais.
— Meu amor… — Toquei suavemente seu rosto, permitindo que meu tom fosse mais terno. — Pode me esperar naquela sala onde dançamos? Assim que resolver isso, eu vou ao seu encontro.
Seus olhos buscaram os meus, relutantes.
— Tudo bem, mas não demore. — Seu tom era um pedido disfarçado de advertência.
Segurei sua cintura, puxando-a para mais perto.
— Não vou. — Meu polegar deslizou por sua bochecha. — Isso não é nada. Apenas obra do meu primo, tentando intimidar e sujar meus negócios.
A falsa tranquilidade em minha voz servia mais para acalmá-la do que para me convencer.
— Heitor, pode acompanhá-la? — Ordenei sem desviar os olhos dela.
— Claro.
— Pedirei que levem alguns aperitivos para você se alimentar.
— Não se preocupe… eu vou ficar bem.
Seu sussurro vinha carregado de incerteza, mas ela sorriu suavemente antes que eu pousasse um beijo em sua testa.
A vi pegar o caminho oposto ao meu.
E então, meu olhar endureceu.
Meus passos ganharam peso conforme eu avançava rumo ao meu escritório, onde a guerra me esperava.
*
Adentrei a sala com o advogado ao meu lado. Assim que a porta foi fechada por minha assistente, os dois agentes se levantaram do divã, assumindo uma postura profissional, mas avaliadora.
— Boa noite, senhor Black. — Disseram, estendendo as mãos.
Com um sorriso frio e educado, retribuí o cumprimento.
— Boa noite.
Não era preciso ser um gênio para saber que aquela visita era mais um golpe de Caio. Eu já previa, mas agora o jogo havia passado para um nível ainda mais sujo.
— Estamos aqui porque recebemos uma denúncia de que o seu cassino está sendo utilizado para lavagem de dinheiro e que a empresa da sua esposa é usada para transportar cargas ilegais.
Meu olhar permaneceu inexpressivo enquanto meu advogado examinava a ordem judicial com atenção.
— Fiquem à vontade. — Recostei-me na cadeira. — Não vão encontrar nada.
— Alguma prova concreta que sustente essa acusação? — Meu advogado questionou, fechando o documento.
Um dos agentes puxou um envelope e retirou dele uma foto, colocando-a sobre a mesa.
— Recebemos uma ligação anônima. E também temos isso — uma conta fantasma registrada no nome de Valentina Martins em um banco no exterior. De acordo com a denúncia, é para essa conta que o dinheiro da lavagem está sendo direcionado.
Meu sangue gelou.
Mas a única reação externa que permiti foi um cerrar de punhos.
— Isso é forjado! — Minha voz saiu cortante, gélida. — Essas provas são falsas!
— Essa é uma questão sob investigação, senhor Black. Amanhã iniciaremos a busca na empresa da sua esposa.
Meu advogado ajeitou os óculos, olhando para mim antes de se pronunciar:
— Legalmente, vocês possuem autorização para vasculhar o local. — Seu tom era neutro, mas vi o pesar em seus olhos ao reconhecer a armadilha jurídica montada. — Apenas peço que sejam discretos, para não chamar atenção. Utilizem a escada de emergência para entrar no setor solicitado.
Os agentes assentiram, deixando claro que apenas cumpriam ordens.
Mas eu sabia a verdade.
Eles estavam apenas seguindo um roteiro.
Assim que a porta se fechou atrás deles, um silêncio pesado preencheu a sala.
Então, a raiva explodiu.
Com um único movimento, varri tudo da mesa para o chão. Papéis, o telefone, porta-canetas, copo de cristal. O barulho ecoou pelas paredes.
Mas não foi o suficiente.
Com os punhos cerrados, esmaguei a madeira da mesa com força, ignorando a dor que se espalhou pela mão. Eu não me importava.
— Senhor Black... — Meu advogado começou, cauteloso. — Precisamos abrir uma investigação própria para garantir que essa conta não tenha qualquer ligação com sua esposa.
Meu olhar se fixou nele, mortal.
— Faça isso. — Minha voz era um rosnado. — E cace também o maldito que se atreveu a sujar o nome da minha esposa.
Ele apenas assentiu e saiu.
— Eu quero aquele verme morto! — As palavras escaparam de meus lábios como uma sentença.
O que estava enraizado e inflado no meu coração, iria muito em breve me levar a cruzar a linha que separa o bem do mal. As cartas já estavam lançadas e não havia nada que pudesse mudar o futuro.
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3169 palavras....
❤️
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