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Capítulo 8

Dou um passo para trás enquanto abraço meu próprio corpo, e então indago com medo da resposta:

- Que jeito?

Derek dá um passo em minha direção, e eu afasto outro, e ele continua fazendo a mesma coisa até minhas costas se chocarem contra a parede.

- Você é uma garota esperta Olívia, tenho certeza que sabe como...

- Está louco? - O corto. - Eu não vou dormir com você.

- Por que não? - Ele sorri de canto. - Somos casados, então...

- Somos casados sim, mas não nos amamos. - O corto novamente.

- Quem está falando de amor Olívia? Estou falando sobre diversão apenas.

- Vou fingir que não ouvi isso. - Bufo frustrada.

Empurro Derek e saio do banheiro rapidamente, mas quando sinto um gelo nas minhas costas tenho certeza que ele está me seguindo.

- Poderia colocar uma roupa? - Pergunto. - Está me deixando constrangida.

- Não quero. - Ele retruca.

Me sento na beirada da cama e me viro de costas para Derek, e alguns segundos depois ele aparece em minha frente.

Me viro para o outro lado, e a mesma coisa acontece, e isso está começando a me deixar irritada.

- O que está tentando fazer Derek? - Pergunto.

- Nada. - Ele dá de ombros.

- Então vá colocar uma roupa por favor. - Peço.

- Vou fazer isso só porque me pediu com jeitinho. - Derek sorri largo.

Ele sai de perto de mim e eu suspiro aliviada por enfim poder respirar tranquilamente. Meu coração ainda bate rápido no peito, mas aos poucos sinto que vou me acalmando.

- Esqueci que você atrapalhou meu banho. - Ele se volta para mim novamente.

- Então volte para o banheiro. - Reviro os olhos.

Me assusto quando de repente Derek me pega no colo e então começa a caminhar em direção ao banheiro.

- O quê está fazendo? - Indago de olhos arregalados.

- Dessa vez eu quero compainha.

- Me coloque no chão. - Peço.

- Não quero. - Fala.

- Me coloque no chão agora Derek!

Ele entra no banheiro e continua comigo nos braços, e como ele não faz o que eu peço me aproximo do seu ombro e o mordo com força.

Sinto gosto de sangue na minha boca, mas continuo o mordendo até que ele me coloca no chão.

- Está louca Olívia? - Ele questiona passando a mão no local da mordida.

- Se tivesse me ouvido isso teria sido evitado. - Dou de ombros.

- Maluca.

- Maluco é você por pensar que vou tomar banho com você. - Retruco.

- Eu estava brincando com você mulher. - Ele bufa frustrado. - Queria  ver qual seria sua reação.

- Bom, agora você já viu. - Dou de ombros.

Talvez ele esteja sendo sincero ao dizer que estava apenas brincando, mas eu acho isso bem pouco provável, já que Derek é um homem, e provavelmente quer usufruir do meu corpinho.

- Vá tomar seu banho. - Digo saindo do banheiro.

Dessa vez ele não tenta fazer nada, e fecha à porta do banheiro assim que saio dele. Me dou uns murros mentalmente por sentir que uma parte de mim desejava que ele tivesse insistido e não desistido tão fácilmente, mas como eu sei que estou ficando louca decido ignorar o que estou sentindo.

- Você realmente é uma maluca Olívia. - Digo a mim mesma.

Me jogo na gigantesca cama assim que me aproximo dela, e logo em seguida começo a me espreguiçar.

Pego um travesseiro e o abraço, e no mesmo instante sinto o cheiro gostoso do Derek.

Começo a ficar sonolenta de repente, mas tento me manter acordada até Derek sair do banho para podermos conversar, mas não demora muito acabo adormecendo enquanto espero por meu marido.

🌻

Abro os olhos lentamente quando sinto uma sensação de esmagamento, e quando olho para baixo vejo um braço em volta de mim, e uma mão gigantesca nos meus seios.

Levo a mão a boca quando sinto meu coração se acelerar, e então olho para meu corpo e suspiro aliviada por eu estar completamente vestida.

- Por seu coração está tão acelerado Olívia? - Derek pergunta com a voz rouca.

- Não sei do que está falando. - Desconverso.

Me arrepio toda quando Derek beija meu pescoço de repente, e quando tento fugir ele me segura com firmeza.

- Onde pensa que vai? - Ele questiona baixinho.

- Eu... eu... quero me levantar.

- Fique aqui só mais um pouco. - Ele pede.

- Não...

- Você cheira tão bem. - Ele me corta.

Fico pensando em mil formas de conseguir fugir, mas a mulher idiota que existe dentro de mim quer continuar sendo abraçada por ele.

- Precisamos conversar Derek. - Falo depois de um tempo.

- Sobre o quê? - Ele questiona.

- Bem... Está planejando dividirmos o mesmo quarto?

- Sim. - Ele responde.

- Mas... Mas... Por quê? - Indago.

- Porque somos casados Olívia. Não é normal casais dividirem o mesmo quarto e dormirem juntos?

- É normal, mas isso não serve para nós, já que não nos casamos por amor.

Derek se afasta de mim e no mesmo instante sinto um repentino vazio, mas trato de ignorar esse sentimento pelo meu próprio bem.

Me sento na cama enquanto ele vai até o criado mudo e pego um grande envelope, e ao se voltar para mim me entrega o objeto.

- O que é isso? - Pergunto.

- Olhe você mesma.

Abro o envelope, e quando começo ler o que está no contrato de casamento meus olhos se arregalam a ponto de saltar do rosto.

- Que merda é essa Derek? - Pergunto incrédula.

- Você terá que cumprir o que está no contrato Olívia.

- É uma brincadeira não é? - Indago. - Está tentando fazer alguma pegadinha comigo?

- Eu pareço um homem que brinca com algo sério Olívia.

Como meu pai teve coragem de fazer eu assinar essa merda? Como eu fui tão burra que nem ao menos li o que estava escrito e fui assinando tudo? Meu pai levou esses documentos para mim, por isso eu não desconfiei de nada e acabei entrando em uma enrascada e das grandes.

- Como você acabou de ver não pode ter um amante...

- É sério isso? - O corto. - Pareço o tipo de mulher que trai o marido?

- Nunca se sabe. - Ele dá de ombros.

Não me afeta em nada o fato de ter essa cláusula sobre amante, porque eu não tinha intenção alguma de me envolver com outro homem.

O que me deixa furiosa é o fato de eu ter que dividir o quarto com Derek gostando disso ou não, e isso nem é a pior parte.

- Eu não vou ter um filho nessa situação em hipótese alguma.

- Me casei com você apenas porque preciso de um herdeiro Olívia. - Derek fala com frieza. - Estou ficando velho, preciso...

- Não me interessa. - O corto. - Eu não vou ter um filho.

Derek quer que eu lhe dê um filho, mas se por acaso acabarmos nos divorciando ele ficará com a criança, e eu terei que ir embora com uma porcentagem dos bens que ele possui.

Ele realmente acha que sou o tipo de mulher que venderia o próprio filho por um pouco de dinheiro? Eu nunca faria o mesmo que meus pais, por isso em hipótese alguma eu terei um filho seu.

Fui burra o suficiente para assinar esse contrato, mas agora eu terei que fugir o máximo que eu puder das suas investidas. Podemos até dividirmos o mesmo quarto e a mesma cama, mas se Derek pensa que será fácil lidar comigo ele está redondamente enganado.

- Se esqueceu que tudo relacionado a sua família está nas minhas mãos?

- Acha que depois dessa merda toda eu vou me importar com a minha família? - Pergunto incrédula.

As pessoas que deveriam estar ao meu lado e me desejando o melhor, foram as mesmas pessoas que me traíram e me venderam.

Se minha própria família teve coragem de fazer isso comigo, quem não teria? Depois de tudo que aconteceu, por quê eu teria que bancar a boa filha e continar me sacrificando?

- Seus pais terão uma vida muito boa, mas é óbvio que tudo isso vai depender do seu comportamento.

- Idiota. - Resmundo baixinho.

- O que você disse?

Pego um travesseiro e começo bater nele diversas vezes enquanto grito como uma louca.

- Que você é um idiota! Seu estúpido arrogante!

- Pare com isso Olívia. - Derek pede.

Só paro quando ele segura meus braços e me joga na cama, e se deita sobre mim rapidamente.

- Gosto muito de mulheres valentes. - Ele sorri de canto.

Lhe dou uma cabeçada em seu nariz, e no mesmo instante o sangue começa a escorrer.

- Está louca?! Ele grita enquanto leva a mão ao nariz.

- Sim, estou louca! - Também grito.

Eu até poderia me sentir culpada nesse momento, mas estou com tanta raiva que não sinto um pingo sequer de pena desse idiota.

- Deveria ter pensando duas vezes antes de me deixar furiosa Derek. - Digo com irritação.

Me levanto da cama, e então começo a caminhar rapidamente em direção à porta do quarto, e assim que a abro dou de cara com um mulher escutando nossa conversa.

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