Capítulo 15
- Derek?
Alguém chama por ele, e quando Derek e eu nos viramos vemos um homem vindo em nossa direção.
- Obrigado por ter aceito meu convite para o jantar. - O homem agradece quando chega mais perto. - E me desculpe por não ter conseguido te cumprimentar antes.
- Não se preocupe, eu sei que estava ocupado.
O desconhecido conversa com Derek por alguns segundos, e de repente começa a me encarar com curiodade aparente.
- Então você é a famosa Olívia? - Ele sorri para mim.
- Famosa? Eu? - Também sorrio.
- Muito prazer querida. - Ele me estende a mão. - Me chamo Paul.
- O prazer é todo meu Paul. - Retribuo o cumprimento.
- Você é tão linda quanto Derek falou.
- Bondade da sua parte. - Sorrio largo.
Não faço ideia de quem seja esse homem, mas tudo indica que é o dono da casa, e pai da cobra da Pietra.
- Mantenha distância Paul. - Derek balança a mão. - Sou um homem ciumento.
- Isso é novidade para mim. - Ele finje estar surpreso.
- Minha esposa é muito linda, tenho que mantê-la sempre por perto.
Derek envolve o braço em volta da minha cintura e me puxa para mais perto de si, enquanto me olha como se estivesse apaixonado.
Como ele consegue fingir tão bem? Por alguns segundos eu até pensei ser real a forma amorosa que ele me olhou, mas eu sei que a realidade é outra.
- Se ele pisar na bola com você venha até mim Olívia, irei te proteger e darei uma boa lição em Derek. - Paul fala.
- Manterei isso em mente. - Aceno com a cabeça.
Mal conheço esse homem é já gostei dele. Paul e simpático e alegre, e parece ser um homem legal, o que é bem diferente da filha.
- Não dê ouvidos a esse velhote. - Derek finje irritação.
- Você...
Antes que Paul tenha a chance de dizer algo, Pietra surge ao seu lado e o abraça, o que faz eu ter ainda mais certeza que Paul é seu pai.
- O que estavam falando? - Ela questiona.
- Assunto de adultos. - Paul também abraça a filha.
- Eu sou adulta. - Ela revira os olhos.
- Para mim sempre será minha princesinha.
Vê-los agindo de forma carinhosa faz eu me lembrar do meu pai, e dos momentos felizes que passamos juntos.
Éramos tão próximos antes de tudo acontecer. Meu pai era meu melhor amigo, era meu herói e a pessoa que eu mais amo no mundo, e eu sinto muita falta daqueles momentos felizes que passamos ao longo das nossas vidas.
Minha mãe também é tudo para mim e eu a amo muito, mas o meu relacionamento com meu pai sempre foi mais próximo, por isso acabei tendo mais intimidada com ele.
Estou magoada no momento, mas eu ainda os amo e sinto muita falta de ambos, mas eu realmente preciso de um tempo longe dos dois para poder me livrar desse sentimento ruim que tomou conta de mim.
Algumas pessoas podem até achar que é exagero da minha parte, mas do nada tive que me casar com um homem desconhecido porque meu pai precisava disso para salvar a sua empresa.
Eu me senti usada, me senti como um objeto qualquer, e o pior de tudo é que foram as pessoas que eu mais amo no mundo que fizeram eu me sentir assim.
Aquela sensação de traição ainda está cravada em meu coração, por isso eu preciso de um tempo para poder enfim perdoar meus pais completamente.
- Você está bem? - Derek pergunta baixinho.
- Sim. - Forço um sorriso.
Ele me abraça com força e beija o topo da minha cabeça, e por um momento eu me esqueço que estou perto de outras pessoas, e tudo que sinto é os braços do Derek em volta de mim enquanto me sinto consolada por ele.
Acho que ele percebeu que fiquei abalada ao ver Paul sendo carinhoso com Pietra, e agora está tentando me consolar.
Talvez Derek não seja tão insensível e idiota quanto eu pensei, talvez ele seja um cara legal e amoroso no final das contas, só está se fazendo de durão para se proteger de algo.
- Quer ir para casa? - Ele questiona.
- Quero. - Respondo.
Derek beija o topo da minha cabeça novamente, e então se afasta um pouco de mim, mas continua com o braço em volta da minha cintura me mantendo perto dele.
Gosto da sensação de estar juntinho dele, gosto de ser amparada e consolada por ele, como também gosto dessa aproximação que estamos tendo pouco a pouco.
- Já está ficando tarde. - Derek olha no relógio sobre o pulso. - Se não se importar iremos embora agora.
- É claro que não. - Paul balança as mãos.
- Fique mais um pouco Derek. - Pietra pede.
- Olívia já está cansada...
- Peça ao Patrick para levá-la e fique mais um pouco. - Pietra o corta.
- Não seja intrometida. - Paul lhe dá uma bronca.
- Desculpe papai.
Como ela finge tão bem ser uma garota legal perto do pai? Pietra está agindo de forma tão educada, que nem parece a mesma pessoa que estava dando em cima do meu marido há algumas horas.
Seu pai sabe qual é o seu verdadeiro caráter? Ou nem imagina que a filha é uma megera e tanto?
- Venha me visitar quando quiser querida. - Paul fala comigo.
- O senhor também é bem vindo a nossa casa. - Sorrio largo.
Pietra está vermelha de raiva por ver seu pai ser tão gentil comigo, mas como está perto dele continua fazendo seu papel de boa moça.
- Obrigado. - Ele agradece. - Mas vocês são recém casados e precisam de privacidade, não quero incomodar se é que me entende.
- Por enquanto é bom evitar me visitar mesmo. - Derek sorri com malícia.
- Amor! - Lhe dou um tapinha no braço.
Estou agindo como se eu estivesse envergonhada, mas na verdade eu estou mesmo.
- O que foi? Estou sendo sincero. - Derek fala.
- Não seja indelicado. - O repreendo.
Derek beija minha bochecha demoradamente, e ao olhar para Pietra vejo que ela está prestes a explodir de raiva. Sorrio internamente da sua cara de idiota, mas na verdade eu queria era jogar na sua cara que esse homem é meu, e que ela já perdeu a chance que teve.
- Agora iremos embora. - Derek fala. - Estou com pressa para chegar em casa, se é que me entendem.
Derek nem se despede do Paul, e então pega minha mão e começa a caminhar rapidamente em direção à porta da casa.
- Foi um prazer te conhecer Paul! - Grito.
Apenas vejo seu sorriso e ouço sua risada antes de sairmos da casa, mas como nem tudo é flores damos de cara com Rodolf.
- Já estão de partida? - Ele questiona.
- Não é da sua conta. - Derek se irrita.
- Precisa ser menos estressado. - Ele provoca.
- E você menos entrometido. - Derek retruca.
Derek faz sinal com a mão para Patrick que conversa animado com outros motoristas, e no mesmo instante ele vai em busca do carro.
- Quer o número do meu celular Olívia? - Rodolf pergunta.
- Não. - Respondo apenas.
- Por quê? - Ele finje surpresa.
- Não precisa ter um porque, apenas não quero e ponto final.
Tive a má sorte de ter sentado ao lado do Rodolf no jantar, e se antes eu já havia o achado um cara extremamente chato, estava a ponto de morrer de tédio das suas investidas desagradáveis.
Por sorte não demorou muito até Derek trocar de lugar comigo, e então ficar ao lado desse idiota, foi só então que eu tive um pouco de paz.
- Gostei de você. - Rodolf fala. - Na verdade acho que estou apaixonado.
- Mas eu não gostei de você. - Sorrio fingida. - Se está usando esse truque para me conquistar, tenha em mente que a única coisa que estou sentindo é desprezo, por isso comece a agir como um homem e pare de ser desagradável. Sou uma mulher casada e amo meu marido, então não perca seu precioso tempo tentando fazer joguinhos comigo, porque não sou idiota para cair nessa conversinha.
Rodolf não parece nem um pouco feliz com o que acabei de falar, mas ele é muito idiota se pensa que vou acreditar nesse teatrinho dele.
- Você ouviu a minha esposa. - Derek exibe um largo sorriso. - Não seja desagradável e suma da nossa frente.
Rodolf sai de perto de nós no mesmo instante em que Patrick aparece com o carro, e então suspiro aliviada por estar indo embora.
- Vamos para casa amor. - Derek pisca para mim.
- Não precisa continuar fingindo.
Derek abre à porta do carro para mim, mas antes que eu o adentro ele se aproxima do meu ouvido e cochicha:
- Quem disse que é fingimento?
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