Capítulo 13
Enquanto pessoas passam por mim e conversam animadas, fico observando Derek perto de uma mulher.
Ela não tira as mãos dele, e pela sua feição ele está gostando, caso contrário já teria a cortado e saído de perto.
Minha vontade é de me aproximar deles e socar a cara de ambos, mas eu sou uma pessoa muito culta para me envolver em brigas por causa de macho.
- Boa noite. - Um desconhecido me cumprimenta.
- Boa noite.
- Vi você aqui sozinha e decidi vir conversar com você.
- Entendi. - Digo apenas.
- Parece que não gosta de muita conversa. - Ele sorri de canto.
Apenas forço um sorriso porque não estou nem um pouco afim de conversar com esse homem, e por ser uma pessoa educada não saio de perto.
Ele me olha com interesse, e nem ao menos tenta disfarçar o que sente, e isso é muito constrangedor e desconfortável.
- Como se chama? - Ele questiona.
- Olívia.
- Muito prazer Olívia. - Ele me estende a mão em cumprimento. - Me chamo Rodolf.
Minha vontade é de deixar ele no vácuo, mas acabo aceitando seu cumprimento por educação fingida.
- Já está atacando Rodolf?
Olho para o lado e vejo Derek, e no mesmo instante ele puxa minha mão do aperto do Rodolf e me abraça de uma forma possessiva.
- Essa... Essa...
- Essa é a minha esposa, então nem sonhe em se aproximar dela novamente. - Derek fala.
- Você não me dá ordens Derek. - Ele sorri desdenhoso.
Derek me solta e dá um passo em direção ao Rodolf, e no mesmo instante ele dá um passo para trás assustado.
Quando Derek se aproxima dele coloca sua mão em seu ombro, e pela branquidão dos seu dedos já dá para perceber que ele está o apertando com força.
- É bom me escutar, ou poderá não gostar muito das consequências.
- Tire sua mão de mim. - Rodolf o empurra.
As pessoas a nossa volta nos olham sem entender nada, mas logo em seguida começam a ignorar a repentina discussão entre os dois.
- Pare com isso Derek. - Peço ao me aproximar dele.
Ele me olha com irritação por algum tempo, mas atende ao meu pedido e se afasta do Rodolf.
- Isso Derek, escute a sua esposa. - Rodolf provoca.
Derek dá um passo em sua direção, mas eu seguro seu braço antes que ele faça alguma burrada.
- Ignore Derek. - Peço.
Ele faz o que eu peço e se aproxima de mim, e novamente volta a me abraçar, e por alguma razão me sinto confortável em seus braços.
- Sua esposa é uma gata Derek, por isso cuide bem dela ou poderei tomá-la de você. - Rodolf continua o provocando.
Sinto seu corpo enrigecer, e ao olhar para sua mão vejo seu punho fechado pronto para uma briga.
- Não dê ouvidos. - Peço baixinho. - Ele está tentando te provocar.
Se antes eu já não tinha gostado do Rodolf, agora que não o suporto mesmo. Pelo jeito ele deve provocar Derek, para que ele perca a cabeça e acabe fazendo alguma burrada, e Derek sairia como o errado na história.
Derek ignora Rodolf como eu pedi, e volta a me encarar por alguns segundos, e então pega a minha mão e começa a caminhar rapidamente em direção a uma porta.
- Poderia ir mais devagar? - Indago. - Estou de salto.
Ele atende meu pedido e começa a caminhar mais lentamente, e eu agradeço por isso ou teria acabado levando um tombo.
Ao nos aproximamos da porta Derek a abre e adentra o recinto e eu faço o mesmo, e logo em seguida ele a fecha.
Ele começa a andar de um lado para o outro, e pela sua feição carrancuda já posso me preparar para os sermões.
- O que estava conversando com o Rodolf? - Derek pergunta depois de um tempo.
- Ele só se apresentou para mim. - Respondo.
- Só isso?
- Sim. - Confirmo com a cabeça.
Derek não parece acreditar em mim, e a forma que ele me olha entrega isso.
- Se não tivesse tão animadinho conversando com aquela mulher, teria percebido quando eu cheguei.
- Está com ciúmes Olívia? - Ele questiona com desdém.
- O único que parece estar com ciúmes aqui é você. - Retruco.
Derek joga a cabeça para trás e dá uma gargalhada desagradável, e a forma desdenhosa que ele me olha me magoa.
- Sou sua esposa, e não sua propriedade. - Falo depois que ele para de rir. - Posso conversar com quem eu quiser que não é da sua maldita conta.
Me irrito por Derek estar sendo tão idiota nesse momento, e se ele pensa que vou abaixar minha cabeça para as suas grosserias está bem engano.
- Você gostou dele Olívia? - Ele questiona com a voz ameaçadoramente baixa.
- Eu pareço esse tipo de mulher Derek? - Indago incrédula.
Ele não fala nada, mas a forma que ele sorri de canto, e o sarcasmo estampado em seu rosto diz tudo.
- Idiota. - Murmuro baixinho.
Me viro em direção à porta para sair daqui antes que eu acabe perdendo o pouco de paciência que me resta, mas sou impedida quando Derek segura meu braço.
- Onde você vai? - Pergunta. - Ainda não terminei...
- Pois eu já. - Puxo meu braço do seu aperto. - Não quero discutir com você, então me deixe em paz.
- Vai atrás dele não é? - Indaga. - Gostou de receber aten...
Antes que Derek termine de dizer algo lhe dou uma bofetada em seu rosto com toda força, e sem pena alguma.
- Eu posso aguentar muita coisa vindo de você Derek, mas não pense que pode me humilhar dessa forma. - Aponto o dedo em sua direção. - Eu não sou uma vadia, então pare de tentar fazer de mim uma, só porque não aceita que está errado. Espero que essa seja a primeira e última vez que você dúvida do meu caráter, porque se tiver uma segunda eu juro que nunca mais você me verá, e estarei cagando para o seu maldito contrato.
Derek está com a mão no rosto onde lhe dei o tapa, e pela forma que me olha parece levemente assustado com meu repentino surto.
Se ele pensa que irei aguentar esse tipo de merda em silêncio está muito enganado, porque eu nunca permiti que ninguém duvidasse do meu caráter, e não será agora que irei deixar isso acontecer.
Se eu tivesse lhe dado motivo para desconfiar de mim tudo bem, mas eu não fiz isso e mesmo assim começou agir como um idiota comigo.
- Onde vai Olívia? - Derek pergunta quando me viro em direção à porta.
- Sair de perto de você. - Respondo.
Levo a mão a maçaneta, mas antes que eu tenha a chance de abrir à porta Derek me impede.
- Espere um pouco. - Ele pede.
- Para quê? - Indago. - Já não me ofendeu o suficiente?
- Não é isso. - Derek suspira alto.
Derek tem a cara de pau de se sentir envergonhado, mas em hipótese alguma terei pena dele nesse momento.
- Eu percebi que Rodolf não era um cara legal assim que ele veio até mim, mas não foi ele que tentou me fazer parecer uma vadia, e sim meu marido. Uma hora ou outra vai aparecer pessoas que virão até mim com segundas intenções e outros não, mas você vai sempre agir dessa forma? Irei me tornar uma mulher fácil apenas por quê fui educada ao cumprimentar uma pessoa?
- Me desculpe por isso, eu agi errado. - Ele pede envergonhado.
- Quando eu cheguei na festa e te vi conversando com uma mulher, por mais que eu tenha me sentido desconfortável eu não fui até vocês, como também não o acusei de ser um cafajeste traidor, mas quando você me viu conversando com um homem no mesmo instante me tornei uma vadia.
Derek pega minhas mãos entre as suas e segura contra o peito com firmeza, e apesar dessa atitude me deixar um pouco menos irritada, ainda assim estou muito brava.
- Me perdoe. - Ele pede baixinho. - Fiquei muito bravo quando vi você com o Rodolf, mas prometo que nunca agirei dessa forma novamente.
- É o que espero, porque eu já disse antes eu vou dizer novamente, nunca mais me acuse de algo que não sou.
Derek beija ambas as minhas mãos, e se alguém nos visse nesse exato momento poderiam até pensar que somos um casal verdadeiro.
- Espere um pouco... - Ele se cala por alguns segundos. - Você disse que ficou incomodada quando me viu com Pietra?
Estava tão irritada que nem percebi que eu falei isso, mas agora é tarde demais para voltar atrás.
- Não sei do que você está falando. - Desconverso.
- Sabe sim. - Derek sorri largo. - Me lembro bem do que você falou.
- Isso é coisa da sua cabeça.
- Você não me engana Olívia.
Derek coloca ambas as mãos em volta da minha cintura e me puxa para mais perto de si, e antes mesmo que eu tenha a chance de inventar qualquer mentira ele me beija rapidamente.
- O que pensa que está fazendo? - Pergunto.
- Beijando a minha esposa. - Ele sorri lindamente.
- Não te dei permissão para me beijar.
Tento empurrar Derek, mas ele me aperta ainda mais contra si, e apesar de estar fingindo não gostar da nossa aproximação, na verdade não estou nem um pouco afim de me afastar dele.
- Você gosta de mim Olívia.
- Não gosto. - Nego com a cabeça.
- Gosta sim. - Diz convencido.
- Não gosto. - Minto novamente.
Derek aproxima seu rosto do meu lentamente, e automaticamente meus olhos param em seus lábios rosados e convidativos, mas como hoje não é meu dia de sorte à porta é aberta antes de Derek me beijar, e então a megera que estava grudada nele antes adentra o ambiente.
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