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°•ORDEM XVI•°

714/12/01, Reino de Eisen, capital Sallow, após três dias.

"Como um romper de um vidro, uma relação fraca pode se desfazer em mil estilhaços."


— Não quero comer.

A língua de Herniel aparentava entorpecida após repetir aquelas três palavras toda vez que o badalar do relógio de ébano reverbera por toda a casa, indicando a hora exata para se alimentar. Era causa perdida, porém, suas palavras sempre eram ignoradas pelo mordomo, Herman. Um homem bem vestido, com olheiras profundas ao redor dos olhos, com o cabelo esbranquiçado penteado para trás.

— Mas o senhor...

— Não quero nada dele — mudou as palavras. Elas brotaram da sua boca fervilhando em ódio disfarçado. Ele entendia qual era a razão de sua fúria fútil, porém, não estava pronto para desgrudar tão facilmente do sentimento que lhe contaminou. — Apenas me ignore como os demais funcionários desta casa.

Gesticulou, abanando a mão para o vão, afundando o corpo para debaixo das cobertas outra vez. O comerciante havia melhorado exponencialmente de suas feridas, porém, não nutria a vontade necessária para sair e aproveitar o pequeno jardim do Ceifador, que pelas janelas aparentava bastante agradável.

Não cederia a vontade efêmera que habitava em seu peito. Não quando o preço seria alto demais. Ele abandonaria tudo para evitar se encontrar com Gary Moore. Oh, não. Na realidade, ele nem precisava disso, quando o homem fazia questão de apartá-lo de suas vistas.

Herniel prendeu o lábio inferior quando aprisionou aquele pensamento que surgiu na sua mente farta. E sentiu pior quando se deu conta que o olhar sombrio do mordomo do seu sequestrador continuava posto em si. O homem não desistiria tão facilmente de seus deveres. Ele era muito fiel ao ceifador.

— Deseja comunicar algo ao mestre, senhor? — questionou, com um tom brando e compreensivo, ainda segurando a bandeja com comida que Herniel recusou. O senhor deu alguns segundos para Herniel responder, antes de insistir. — Senhor?

— Não. Obrigado, senhor Herman. — Foi mais educado dessa vez, reconhecendo seu erro anterior. O mordomo não deveria ser sua vítima quando a única pessoa que ele queria degolar era seu mestre. O senhor apenas estava cumprindo ordens.

Com a surpresa do comportamento de Herniel, o senhor arregalou por um breve momento os olhos, não reconhecendo o garoto que estava deitado. Não poderia ser o mesmo dos últimos dias.

Apesar da vontade de rir que lhe atingiu, Herman abaixou brevemente a cabeça, retirando-se do cômodo, deixando Herniel a sós com seus pensamentos. Assim que o clique da maçaneta chegou aos ouvidos do comerciante, ele jogou a manta de um lado, colocando-se de pé. Guiou seu corpo até a janela, ignorando todos os avisos de Moore em relação aquilo.

Abriu a janela, apoiando metade de seu peso no estreito espaço, olhando para baixo. Não era uma altura muito grande. Talvez sua perna ferida aguentasse a aterrissagem sem problemas. E então, quando pulou, ele apenas pensou que o Ceifador poderia procurar outro brinquedo interessante, porque ele estaria, provavelmente, quebrado.

Ninguém queria possuir pedaços.

Todos desejam inteiro. Que é mais satisfatório.

Porém, ele não daria nada a Gary Moore ou qualquer outra pessoa.

Assim que seu corpo chegou a certa altura, ele fechou os olhos, sentindo ser agarrado no ar. O impulso foi forte o bastante para derrubar a pessoa que o tentou ajudar, levando ambos ao chão. Herniel rolou, sentindo a aspereza da grama em sua pele, levantando rapidamente a cabeça. Quando a ergueu, limpou a garganta, suas orbes dilatando a medida que absorvia o homem que amorteceu sua queda.

Claro que as coisas não poderiam fluir do modo certo.

Claro que a maldita pessoa que o salvou tinha que ser Gary Moore.

Decidido a não dar tempo às suas reclamações ou ao Ceifador, Herniel levantou-se, e saiu correndo disparado em direção ao jardim labiríntico da propriedade. Parte do jardim era erguido de arbustos e outra era formada por trepadeiras, e em meio a isso, ele mergulhou na primeira entrada que avistou, seguindo seus instintos.

Seu coração bombeava com força, fazendo o sentir em suas costelas, e sua respiração falhou enquanto em meio a uma visão turva tentava se localizar. Apesar de se sentir encurralado pelas plantas, ele seguiu levantando os calcanhares não parando. Deu uma pausa para olhar para os cantos e para trás confirmando que não estava sendo seguido, e assim que confirmou, voltou a sua fuga.

O suor acumulou-se em sua testa, molhando sua franja, ficando no caminho da sua visão. Contudo, ele não se importou. Respirando fundo, ergueu o braço, limpando seus olhos, pensando por alguns segundos.

Gary não iria desistir facilmente dele. Sua possível vantagem sobre Alveberia, sua presa estava tentando fugir e ele iria simplesmente abrir mão dele? Ele buscou uma explicação concentrada para aquela dúvida, porém, a primeira que lhe surgiu, Herniel vestiu de bom grado.

Ele não importava mais para Gary. Havia sido deixado, e qualquer escolha que ele faça, não é do interesse do homem mais forte do reino de Eisen.

E pode continuar dessa forma, pensou dando continuidade a sua fuga. A medida que avançava no jardim do general, pontos negros surgiam na sua visão, e sentia suas forças se esvaíando de seus músculos. Forçou suas pernas, olhando para os lados, balançando a cabeça, tentando afugentar aqueles sinais de fraqueza. Porém, eles persistiram, e em poucos minutos foi como se os arbustos estivessem se comprimindo.

Uma brisa espalhou-se em seus pés, e dessa vez, julgou a ideia de estagnar seus passos. Ele o fez. Parou e observou qualquer indício. Entretanto, nada além do frio, silêncio ou umidade das suas roupas poderia ser sentido. Herniel estava sozinho e perdido, sendo engolido por plantas.

Aproveitou o momento para rir desacreditado. Da próxima vez que tentasse escapar de um louco, ele deveria cogitar a ideia de conhecer o perímetro antes de qualquer coisa.

Silêncio. Silêncio.

E de repente, o estado solene do local foi refratado. Uma perturbação no ar.

O coração de Herniel aparentou ter se deslocado naquele momento, porque o sentia na garganta. Ele engoliu a saliva com dificuldade, e em conjunto com seu coração, não esperando outra alteração para iniciar sua corrida.

No primeiro movimento de suas pernas, seus músculos apertaram, e uma dor aguda se infestou, o impedindo de seguir. Herniel reclamou, levando sua mão à perna, vacilando. Em meio a sua guarda baixa, uma mão perfurou a parede de trepadeiras, conseguindo agarrar o pescoço do comerciante. Ele enveredou com tanta força que foi impossível para Herniel ou seu ar escapar.

Dumont grunhiu, o som saindo baixo e contido. Sua mente só conseguia trabalhar em como escapar do aperto do general. E dessa forma, sem antes ensaiar a ideia, ele mordeu a mão de Moore - que por sua sorte, estava sem as luvas -, e quando percebeu que o homem não o soltaria mesmo arrancando sangue, ele perfurou com mais ânimo sua pele.

Não resistindo, Gary recuou. Herniel entrou em outro corredor do labirinto, tossindo e esfregando com grosseria seu pescoço que estava coçando. Sentia sob seu toque o formato dos dedos do homem gravado na sua pele.

Trincou a mandíbula, odiando carregar qualquer coisa do general em si. Principalmente em uma área tão visível. Quando na realidade, ele desejava expurgar quaisquer manchas que ele poderia ter deixado nos poucos momentos que ele o tocou. Ele não deveria ter permitido que Gary se aproximasse.

Foi um erro. Talvez o maior cometido por ele.

Tossiu outra vez, sua visão se distorcendo aos poucos. Para não perder seus sentidos por completo, ficou batendo as palmas da mão nas paredes de arbustos. Avançando em seu ritmo, inclinando-se ao seu mal-estar, a vontade de vomitar o invadiu.

Antes que isso fosse possível, um barulho espalhafatoso de galhos quebrando a sua frente, o fez parar, desorientado, seus olhos somente captando uma sombra grande, e as folhas se dispersando no ar, sendo guiadas a um destino desconhecido.

Não sentiu nada mais, apenas suas costas atingindo o chão duro. O corpo de Herniel arqueou, e o ar evaporou de seus pulmões, lágrimas se acumulando ao redor de seus olhos, deixando sua vista mais nublada. E em meio a esse caos, ele observou que estava sobre o domínio do Ceifador, que estava sobre ele como um maldito caçador experiente.

Seus longos fios caíram em um único ombro, e mesmo na pouca luz que o local recebia, Herniel sabia que ele tinha a mandíbula cerrada, e as veias visíveis, guardando em seus olhos caramelados a tempestade que iria o arruinar.

Dumont engasgou com sua saliva, e se contorceu, raspando as unhas na mão que o segurava na tentativa falha de se livrar do aperto do homem. Percebendo que não aconteceria como da primeira vez, mais lágrimas brotaram de seus olhos, eles entregando seu medo. Assim como todas as vítimas de Gary, seria devorado pelo medo, não restando nada.

Fechou os olhos, e em meio aos pensamentos acelerados, Herniel sentiu o aperto se tornando mais suportável. Tinha ar suficiente para permitir que ele respirasse. Encheu os pulmões com desespero, com a sensação de morte diminuindo.

— Não me saúda com uma expressão aterrorizada quando você foi o único que provocou isso — sussurrou, afastando sua parte ruim. Contendo sua ira. — E no que estava pensando em pular de uma janela do segundo andar com uma das pernas feridas?

Gary deu um segundo, um sorriso frágil surgindo no rosto, libertando Herniel do seu agarro.

— Pensei que estivesse deixado claro qual é sua situação aqui.

Antes de terminar de falar, o comerciante virou-se, ficando de bruços, grunhindo, agarrando alguns pedaços da grama. Ele não deveria ficar mais nenhum segundo perto do homem. Fixou o pensamento, o coração pulsando como nunca, e levantou-se, tentando escapar outra vez.

Contudo, tudo parou quando um braço envolveu sua cintura, e com suporte do braço livre, o Ceifador colocou Herniel em seu ombro com uma delicadeza que não existia minutos atrás. Dumont sufocou um grito, somente arregalando os olhos quando percebeu onde havia parado.

— Vai finalmente me sacrificar, Ceifador? — Tentou disfarçar o tremor da sua voz derramando sarcasmo. — Devo clamar aos céus por salvação agora?

Apesar de tentar montar uma peça para esconder o nervosismo, seu corpo tremia com o contato de Moore, vivendo todas as possibilidades do que ele faria com ele depois de desobedecer suas ordens. Ah, e de ter caído em cima dele na fuga.

— Não — virou um corredor, caminhando habilmente para a saída do jardim —, eu sou o único que você deve implorar por salvação. Principalmente se continuar me provocando dessa maneira. Não me teste, Herniel.

Herniel limpou a garganta, entendo a ameaça, contudo, sua ousadia para o desafiar sobrepôs qualquer medo que ele possuísse, escolhendo revirar os olhos e bufar, incrédulo.

— Você é desprezível, Gary Moore — cuspiu, ainda com raiva.

Sobre seu ombro, Herniel sentiu-o tensionado.

— Herniel, já falei sobre limites. Se você continuar ignorando minhas palavras, sua estadia aqui vai se tornar muito mais difícil — alertou pela última vez, chegando na saída do jardim, os raios solares os cobrindo finalmente. Caminhando até a entrada, encontrou com Herman mantendo sua postura diária, curvando-se.

— Bem-vindo, senhor — saudou, abrindo a porta, dando espaço para seu mestre passar, porém, Gary parou, virando a cabeça para encarar o homem. Herniel temendo o pior, balançou a cabeça para o senhor, e em silêncio pedia desculpas pelo seu comportamento.

— Herman, seu trabalho é cuidar de Herniel. Como pode explicar esse descuido?

— Seu assunto não é com ele, Moore. Ele me supervisionou conforme as ordens.

Ambos os homens se surpreenderam com o posicionamento repentino. Herman apenas abaixou a cabeça, enquanto o general adentrava na casa, subindo as escadas, colocando Herniel de onde ele nunca deveria ter saído. Descendo o corpo do comerciante de seus ombros com cuidado, aprisionou seu corpo com as cobertas, sentando-se ao lado do homem, acariciando seu rosto com a mão ferida.

Quando ele aproximou a mão, suja com sangue coagulado, juntamente com o fluxo que ainda escorria, manchando a bochecha a pele bronzeada do homem, Herniel deu-se conta que havia mordido com força o bastante para arrancar pedaço de sua carne. Porém, Gary não parecia se importar. E a ressalva disso, era o modo que ele deslizava as pontas dos dedos em seu pescoço com um olhar arrependido. Era singular as atitudes de Moore em relação a ele. O que ele realmente buscava? O que ele possuía que ele desejava tanto? A ponto de sua saída ou possíveis feridas afetassem seu juízo?

Herniel queria respostas. O pensamento se contorceu, e inconsciente dos seus atos, ele havia segurado a mão de Gary, apertando nos pontos sensíveis, havendo uma leve alteração nas sobrancelhas do general. Moore perguntou-se no seu âmago como foi que ele havia sacado sua mão tão rapidamente.

— Por que continuar com isso? Você tem duas escolhas: me libertar ou me matar. Sempre foram elas, então por que se recusa a escolher? — Foi direto ao ponto, suavizando o sentimento de raiva que queimava. Ele queria se ver livre de toda aquela tortura. Daquela sensação desconfortável no estômago. — Eu não sirvo para você — sussurrou.

O Ceifador não reagiu às suas primeiras palavras, estando acostumado com as constantes perguntas que faziam voltas na mente de Herniel, porém, torceu os lábios ao escutar as últimas. Ele odiou como aquilo soou. Sua ação primária foi rir, pois não fazia sentido, e em seguida, abaixou a cabeça. Herniel deveria estar brincando com ele.

— Não é você que decide isso.

Como das outras, ele deu um fim naquela conversa, se afastando, fugindo de uma conversa direta com o comerciante. Herniel desfez a prisão de lençóis que Gary fez, erguendo-se, sendo movido por algo que ele desconhecia. Incompreendido com suas próprias ações, Dumont simplesmente, em um ligeiro movimento, sacou a espada de Moore da baía, apontando na sua direção.

— Pare de fugir, premeditando no que devo ou não acreditar. Pare de me dar motivos para degolar sua cabeça, dando um fim nisso tudo — Herniel gritou, suas emoções aflorando. Não acreditou que aquilo saiu da sua boca. — Se quiser me matar, me ferir, faça isso de uma vez. Você consegue fazer. Eu vi e senti você fazer isso sem titubear.

O homem virou meio corpo, o encarando com indiferença. Outra vez sem seu sorriso.

Ele virou sua cabeça para a porta, não se importando em deixar sua espada com Herniel.

Estava lhe dando uma abertura. Uma escolha para fazer o que bem entender.

Herniel fraquejou vendo-o desistir, abrindo mão de algo seu, e em um ímpeto insano, ele mudou o curso da espada, apontando para seu estômago. Se ele não se importasse com sua vida, poderia o empurrar para o limite ameaçando a sua.

— Saia por essa porta, e eu acabo com tudo — disse entredentes.

A mão de Gary agarrou a maçaneta. Acreditando de olhos fechados que o homem não teria coragem de ameaçar sua vida. Estava apenas blefando. E para provar seu ponto, ele girou o pescoço, com um meio sorriso formado, porém, ele logo morreu quando observou a espada direcionada em seu estômago.

— Não faça isso — pediu, cauteloso. Era temporada de outono, mas Gary estava suando frio com a possibilidade de ver o sangue de Herniel maculando o seu chão. Moore não permitiria que ele fizesse aquilo sob seu teto, com sua arma. Tomou um passo, e o Dumont diminuiu alguns centímetros da lâmina. — Você não precisa fazer isso. Largue essa espada.

— Irei largar quando você me responder adequadamente. Sem joguinhos ou meia-resposta — Herniel respondeu, e vendo o medo transparecer no olhar do homem, ele riu. — Como pode ver brincar de casinha não é minha brincadeira preferida. Ainda mais por tanto tempo.

Moore estalou a língua, e por um segundo parecia avançar em Herniel apesar dos danos, porém, vacilou, cedendo. Ajeitou alguns fios, suspirando.

— Cinco perguntas, nada mais.

— Oito perguntas — rebateu Herniel.

O general semicerrou os olhos, entendo o ponto daquilo.

— Seis. Ou eu começarei a dar motivos para você gritar também, além de me matar. E não estou falando de infligir dor física.

Um sulco se formou entre as sobrancelhas de Dumont.

— Se quiser me convencer precisará mais de que ameaças vazias, Ceifador — moveu a espada, usando sua melhor qualidade: persuasão nos negócios. Não era à toa que era o melhor comerciante da Alveberia. — Quem está com a espada sou eu, e desse modo, quem move as peças sou eu. Você é apenas o convidado enquanto eu sou o anfitrião, entendeu? Se eu estou dizendo que vai ser oito perguntas, serão oito perguntas.

Gary ergueu uma das sobrancelhas, e cruzou os braços acima do peito.

— Tudo bem. Então comece, mas tente me enganar, enfiando essa espada quando terminar, não irei pensar duas vezes para te aprisionar de verdade.

— Fique tranquilo, não sou como seu soberano que arranca as pernas sem pestanejar — proferiu, forçando um sorriso. — Primeiro, qual era seu verdadeiro objetivo ao me atacar?

— Pensei que já soubesse desde o início.

— Moore - avisou, movendo outra vez a espada. — Sem jogos.

O general empertigou, nunca imaginando que fosse encurralado por um jovem de vinte e dois anos no auge de seus trinta. O karma o perseguiu por um tempo, até que o mordeu de vez.

— Roubar a sua vida, retirando alguns empecilhos que você poderia causar na guerra.

— Por que o rei me considera uma ameaça?

— Você é o maior comerciante marítimo de Alveberia. Isso se torna auto explicativo.

Herniel maneou a cabeça, aceitando a resposta vaga de Gary.

— Por que me deixou viver?

—  Porque eu quis — disse rapidamente.

Dumont respirou fundo com sua resposta, contendo sua vontade de grunhir, e simplesmente acabar com aquela conversa. Contudo, ele não poderia desperdiçar uma rara chance de conseguir informações úteis que possam ajudar a imperatriz futuramente em relação a eles.

— Não pode estragar os planos das pessoas só pelo fato de querer.

— E onde está escrito isso? Que eu não posso? — inalou, prendendo as palavras, recordando-se que não poderia falar o que quisesse. — Além disso, que plano das pessoas? Tudo isso é meu. Cada movimento, cada tropeço e até mesmo as perdas e as vitórias.

Dumont observou as feições do rosto, e abriu levemente a boca, percebendo que ele não estava mentindo. Então, deu-se conta que estava cego o tempo todo por não ter visto isso antes.

— Onde estamos? Em qual província, ducado, vila de Eisen?

— Em Sallow, capital de Eisen, na propriedade Moore — contou. — Por quê?

— Não te interessa — retrucou. — Quantos funcionários essa mansão possui?

— Trinta — respondeu, arqueando uma das sobrancelhas. — Todos bem treinados antes que planeje outras de suas fugas com essas informações rasas.

O comerciante ignorou as palavras finais de Moore em meio a um suspiro.

— É uma cidade portuária?

Dessa vez, Gary somente acenou com a cabeça.

— Você possui um arsenal de armas? Aqui, nessa casa?

Apesar de se perguntar do porquê que ele queria saber aquilo, acenou em positivo outra vez.

— E por que você continua me mantendo sob seu domínio?

— Porque é onde você deve estar — respondeu, e antes das palavras se perderem no ar, ele se aproximou de Herniel, arrancando a espada de suas mãos, e em contato com o chão a espada zuniu. Surpreso, o comerciante tentou formar uma barreira entre eles com as mãos, porém, já era tarde. As mãos de Moore estavam em si. No seu cabelo, o puxando, torcendo seu pescoço para trás. — É um fato. Ninguém vai mudar isso.

Herniel tentou protestar, no entanto, antes da saída de qualquer sílaba, Gary já havia unido seus lábios em um beijo profundo. Quebrando a própria regra que ele havia feito. O motivo de ter se afastado do homem era aquela falta de controle. Sempre buscando mais. Ele negou-se aquilo, mas foi inútil, assim como tudo. Além do mais, sentia que Herniel estava começando a se entregar aos seus contatos íntimos sem lutar.

Adrenalina viva corria em suas veias, e não largaria seu vício.

Nunca abriria mão de Herniel Dumont.


Olá, queridos leitores. Sei que normalmente não apareço muito entre os capítulos dessa história, porém, minha interrupção se deve ao fato dessa relação conturbada de Moore com Dumont. Como vocês já devem ter percebido meio que parece com a síndrome do Estocolmo — onde a vítima se apaixona pelo seu sequestrador —, e bem, eu não havia me dado conta que isso aconteceu. Saiu completamente fora dos meus planos.

Outro ponto importantíssimo: consentimento por meio das partes envolvidas. Moore sempre aparenta beijar Herniel a força, e acredito que isso incomode você, meu querido leitor, apesar de ser a personalidade do meu personagem e ajuda na construção de ambos. Eles são um casal que eu tenho todo cuidado possível para escrever com responsabilidade. Dessa forma, deixo claro em algumas partes e gestos que Herniel não está recusando completamente o toque. Se deixa levar pelo momento.

E é isso. Muito obrigada pela atenção.

Assinado a escritora que vive na sombra do lucidez,

Maria Matos.

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