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[01] Não era só um puxão de orelha

Momento de clicar na estrelinha!!!

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(ps.: os emojis são referentes ao capítulos)

🥴👨‍❤️‍💋‍👨🐱🐰👂✋

Jeongguk abriu os olhos e não estranhou a escuridão do quarto, pois tatear a cama para encontrar o celular – quase que completamente descarregado – e desligar o alarme era algo presente em sua rotina nos últimos quatro anos. Morar no mesmo endereço por tanto tempo não teria nada demais se o lugar não fosse uma república de universitários, local do qual deveria ter se mudado assim que colocou as mãos no diploma de sua graduação em fotografia.

Mas daí veio aquela pós marota, um cursinho de direção cinematográfica e as desculpas de que o seu salário de cinegrafista no jornal local não dava para bancar um apartamento completo no centro da cidade. O que era uma grande mentira.

Jeongguk passou grande parte de sua estadia dividindo o quarto com estudantes que iam e vinham, deixando vestígios de suas presenças na parede rente à escrivaninha, do outro lado do cômodo. O pôster do Ramones era de algum Kim que usava aparelho; os post-its com tarefas foram esquecidos por um tal de James, marcante pela cabeleira ruiva e fala lenta. Escoceses não são tão bons no coreano, bem, pelo menos esse não era.

Também passou por lá um nerd bonitão que acabou esquecendo o seu moletom do curso de medicina, o qual Jeongguk vestia agora e desfilava por aí, para, quem sabe, ter algum prestígio dentro daquela república. Algo que justificasse um cara como ele – que já estava longe de ser considerado recém-formado – ainda morar com meninos cuja única preocupação era conciliar as festas com os estudos. Se o seu curso não tivesse duração de apenas dois anos, talvez aquilo não estivesse acontecendo.

Fingir ser um estudante de medicina não durou muito tempo. Sua máscara caiu quando um dos caras engasgou enquanto tentava comer pipoca e jogar overwatch ao mesmo tempo. Gritaram por Jeongguk assim que o menino começou a ficar roxo e só o que ele conseguiu fazer foi gritar que era um simples cinegrafista, com lágrimas nos olhos em desespero ao que o tal Yeonjun era sacudido por um cara grande. A manobra de Heimlich foi bem executada e ele passava bem, não graças ao falso estudante de medicina.

— Ridículo — foi o que Yoongi disse enquanto ajudava Jeongguk com a sua mudança. Agora ele teria um quarto só dele, no fim do corredor do segundo andar da mesma república.

— Um quarto individual é muito mais caro — Jeongguk tentou argumentar, mas sem olhar diretamente para o melhor amigo e colega de trabalho. Yoongi era repórter e crítico não somente de artes, mas também da sua vida.

— Tô falando desse moletom, você nem aguenta ver sangue. Por isso que me acompanha e nem cogita se aventurar em reportagens criminais. — Cruzou os braços depois de empurrar uma caixa cheia de livros, fitando as costas de quem colocava as câmeras e lentes em cima de uma estante decorativa. — Mas parece que a carapuça serviu, continuar morando num lugar cheio de pirralho também é ridículo.

— Eu fico me perguntando como que um estudante de medicina morou tão pouco tempo aqui, você não acha estranho? — Jeongguk tentou mudar de assunto, ocupando-se em pregar o pôster do Ramones na parede. — O curso desse povo não dura uns seis anos?

— Você que é um fodido interessado em fotografia morando com estudantes de cursos prestigiados. Eles vão ser ricos no fim de tudo, você não — disse, já perdendo a pouca paciência que tinha, pegando um travesseiro de fronha recém trocada e jogando-o forte em direção a Jeongguk. — Você nem gosta de Ramones!

— Ai! Qual o seu problema? — Virou-se com as mãos na cintura, as sobrancelhas comprimidas em uma falsa expressão de raiva. Falsa porque ele tentava inibir os seus reais sentimentos: Yoongi tinha razão, era ridículo viver daquela forma. — Pelo menos eu consigo algum extra fazendo fotos de formatura.

— Extra para que, caralho? — Yoongi xingou e Jeongguk arregalou os olhos. Não gostava quando as discussões começavam a ser regadas de palavras como aquelas, sua mãe odiava. — Você pode ser até mais novo do que o resto dos nossos amigos, mas já tá na hora de gastar seu dinheiro com novos equipamentos de qualidade superior — Apontou para as câmeras nas estantes, gesticulando ao que dava voltas ao redor do próprio corpo, continuando — frigideira antiaderente, um robô aspirador de pó, moldes de silicone para biscoitos...

— Isso é algum tipo de lista de casamento? Você e Taehyung estão querendo dar mais um passo? É isso que tá querendo me dizer?

— Eu não posso me casar quando o meu melhor amigo ainda mora em uma república! — Yoongi gritou, respirando fundo e colocando as mãos nas bochechas quentes. — Mas um robô aspirador de pó seria um bom presente.

Jeongguk se jogou, cansado, em cima da cama, escorregando até se ajoelhar no chão e deitar a cabeça sobre os braços cruzados no colchão. Yoongi se deitou atravessado, suas roupas sérias e escuras contrastando-se com a estampa de florzinha dos lençóis.

— Você é o único cara desse lugar que tem roupa de cama decente. — Virou a cabeça e seus olhos pequenos encontraram-se com os grandes de Jeongguk, piscando lentamente com o peso daquelas palavras. — Você tá pronto pra morar sozinho, ter o próprio canto, as arvorezinhas iguais as do Namjoon...

— Bonsai — corrigiu, erguendo o indicador com propriedade.

— Que seja... — Colocou os braços atrás da cabeça e, por estar encarando o teto, um sorriso sapeca não foi visto por seu melhor amigo. — Mas pensa só, Jimin poderia te visitar sem problemas, vocês tomariam um vinho enquanto um peixe com crosta de ervas tá assando, um jazz tocando baixinho ao fundo e daí vocês se beijam.

A essa altura, Jeongguk já havia fechado os olhos e imaginado toda a cena, sentido o gosto do vinho ao que chupava a língua de Jimin e só parando de beijá-lo quando sentissem o cheiro do peixe, retirando-o do forno antes que queimasse. E um pensamento inoportuno surgiu em sua mente: se tivesse um apartamento só seu, poderia gemer sem controle, já que costumava se alterar em situações proibidas para menores de dezoito anos.

— Mas ele nem sabe que eu gosto dele desse jeito — choramingou e abriu os olhos, voltando a realidade.

— Ai, Jeongguk, será que não sabe mesmo? — Yoongi suspirou e voltou a olhá-lo, a cara de cachorro sem dono até era fofa quando o conheceu, mas, agora, o maxilar bem marcado e as sobrancelhas fortes só faziam tudo se tornar ridículo. Jeongguk já era um homem feito. — Você precisa crescer... Não consegue sair da república e nem se declarar, acho que algumas coisas precisam mudar. Você tá aqui há mais tempo do que deveria e gosta do Jimin há mais tempo do que consegue esconder.

— Eu sei... — suspirou melancólico, apoiando as costas na cama e mirando o pôster do Ramones. Nunca escutou Ramones.

— Eu sei que você sabe, mas já tá na hora de agir. Ou você vai querer ver mais uma turma de engenharia elétrica entrando? Daqui a pouco a primeira tá se formando, cara.

— Tá bom! — Enfiou as mãos nos fios de cabelo que quase ultrapassavam as orelhas e levantou-se, arrancando o pôster do Ramones da parede, amassando-o e jogando-o no lixo. Nem se lembrava do nome daquele Kim que usava aparelho, por que estava mantendo aquilo ali? — Eu vou me declarar para Park Jimin.

Yoongi já estava sobre os cotovelos, uma mão apoiava o rosto enquanto observava a cena, mas assim que ouviu a última frase apenas se jogou na cama de novo.

— Na moral? Achei que você ia se mudar daqui. Sério que o primeiro passo vai ser esse?

— Eu comecei a gostar dele assim que o vi, quando comecei a morar aqui — Deu de ombros e voltou a sentar-se no chão, explicando-se enquanto seu amigo o fitava com a cabeça pendurada na cama. — Estou indo pela ordem cronológica, só fazem dois anos que eu deveria ter me mudado.

— Credo, Jeongguk, você tá muito na merda. Você gosta dele há mais tempo do que me conhece, como aguentou? — Era realmente difícil entender como dois idiotas conseguiam deixar bem claro que se queriam para todos, menos para si mesmos.

Yoongi sempre foi um cara muito na dele, apesar de trabalhar na televisão. Conheceu Jeongguk quando ainda estava em experiência na emissora e logo começaram a ser parceiros, tinham interesses em comum pela arte e o jeito idiota do mais novo acabou conquistando-o. Foi por meio dele que conheceu seu namorado, Taehyung, amigo de infância de Jeongguk que cursou artes cênicas com Jimin.

— Ora, eu... — Buscava as palavras sem saber exatamente o que dizer. — Tentei esquecer, até fiquei com outras pessoas, mas é o Jimin, sabe? O sentimento nunca quis ir embora.

— Bom, talvez seja melhor começar pela parte mais fácil mesmo. Você pode tentar algo amanhã, na festa de aniversário do Hoba.

— Mais fácil? — perguntou, sem entender o tom de voz de seu amigo. — E logo amanhã?

— Vai na minha, vai dar certo. — Yoongi apontou os indicadores para ele, piscando um dos olhos emoldurados pela armação de seus óculos. Sabia muito bem do que estava falando. — E outra, não acha que ficou muito tempo parado? — Vendo que Jeongguk não responderia mais nada, arrastou-se até a beirada da cama, colocando os pés no chão e despedindo-se, jogou um "até amanhã" no ar antes de fechar a porta do quarto, que não seria mais invadido por ninguém. Jeongguk estava só agora.

Até pensou em deitar-se no chão, mas era grande demais e seu corpo não se encaixava no pequeno espaço que seria ocupado pela cadeira de rodinhas. Levantou-se e fitou o espaço vazio que o pôster havia deixado, mas já nem sabia se era só na parede ou dentro do peito. Mudanças o davam medo.

(...)

Não conseguiu pensar em outra coisa desde que Yoongi saiu do seu quarto na tarde anterior. Dois anos se passaram desde que enviou o diploma para a mãe, emoldurado agora na sala da sua casa em Busan, no entanto, não tinha tanto orgulho de como a sua mente costumava funcionar. Queria sair da república, mas ainda pensava no contrato do quarto recém-assinado, da multa que teria de pagar.

— Eu sou pão duro ou um acomodado filho da puta?

Fitou o teto e a luz natural que adentrava a janela perdia toda a vivacidade aos poucos, ganhando aquele velho tom morno de fim de tarde. Um sinal de que a noite se aproximava e com ela, a festa de Hoseok.

— Eu sou um acomodado mesmo. — Enrolou-se no edredom só de pensar no que havia prometido a Yoongi no dia anterior, sentindo uma forte vergonha de si mesmo ao se lembrar da forma como disse que, finalmente, iria se declarar para Jimin.

E foi só pensar no seu amigo que logo o seu celular vibrou, mostrando na tela acesa o nome completo de Yoongi junto ao nome da emissora em que trabalhavam. O contato ainda salvo da mesma forma de quando se conheceram.

Min Yoongi (KBS):

Passando para avisar que é hoje.

Jeongguk riu de nervoso assim que leu a frase, parecia mais uma intimação do que um simples lembrete.

Jeon Jeon 🐰:

já falei pra vc parar de usar ponto final

o que taehyung acha das suas frases bem pontuadas?

Min Yoongi (KBS):

Um tesão.

Jeon Jeon 🐰:

da próxima vez eu nem pergunto

já deu pra sacar que vcs curtem um web dom, huh?

Min Yoongi (KBS):

Não fuja do assunto.

Hoje é o grande dia, a data que ficará para sempre gravada no calendário dos nossos corações. O dia em que Park Jimin e Jeon Jeongguk, finalmente, se tornarão um casal real, oficial.

Porque casal vocês já são.

Jeon Jeon 🐰:

primeiro

vc assumiu que curte um web dom quando ignorou a minha mensagem

segundo

pq o nome do jimin tá antes do meu?

Min Yoongi (KBS):

Primeiro: o que eu disse sobre fugir do assunto, huh?

Segundo: gosto muito da forma como você ignora a parte em que eu digo que vocês já são um casal. Aposto que não consegue se declarar, vai mudar o rumo da conversa da mesma forma que fez agora.

Jeon Jeon 🐰:

eu não vou cair nessa sua ladainha de aposta 😡

Min Yoongi (KBS):

Deveria, você não tem nada a perder mesmo.

Jeongguk franziu o cenho com a mensagem recebida e deixou o celular de lado. As indiretas de seus amigos costumavam passar batidas, mas, de uns dias pra cá, começaram a incomodá-lo profundamente.

Sentou-se na cama, olhou ao redor e desejou ter algo a perder. Sentiu o peso dos dois anos a mais em que morou ali se passarem como um filme registrado por suas câmeras, imóveis em um único enquadramento. Quem o assistia, implorava para que Jeongguk olhasse o mundo ao redor com os próprios olhos, de forma viva.

Jeongguk era tão colorido, mas a sua vida era um filme em preto e branco. Precisava ir em busca das próprias grandes emoções, mas só o nervosismo que sentia ao pensar em Jimin dava-o ânsia de vômito.

Demorou alguns bons minutos contemplando o próprio teto, a lâmpada ainda apagada mesmo que a lua já tivesse chegado para bater o ponto no trabalho. Esquecer o que poderia acontecer hoje, do que sairia de sua boca para invadir os ouvidos de Jimin, era a única coisa que conseguia acalmá-lo, mas a vida fazia questão de mandar sinais para que a inércia não fosse mais tão confortável.

Jung Hoseok (KArts):

oi lindinho

nao se esqueça da camera dessa vez, ok? :)

Jeongguk leu a mensagem e quis comentar sobre o tom passivo-agressivo do amigo, mas apenas mandou um "pode deixar". Nem poderia inventar alguma desculpa para não ir, já estavam esperando que ele fosse e não só pela função de fotógrafo. Permitiu-se pensar que talvez Jimin também estivesse contando com a sua presença.

Mordendo as juntas do polegar e o coração acelerado em um nervosismo que nem fazia sentido, Jeongguk navegou até o contato de Jimin de forma quase automática, abrindo a conversa recheada de links do twitter com vídeos e memes engraçados. Não eram de conversar muito por mensagem e o contato ainda estava salvo com o nome da Universidade Nacional de Artes da Coreia ao lado, numa forma de não se esquecer de onde se conheciam, mesmo que agora o nome fosse bem idiota porque o loiro não saiu de seus pensamentos desde então.

ggukie-ssi 💏:

vc vai na festa hoje?

Jeongguk ficou parado olhando para a tela, pressionando-a com o polegar para que não se apagasse. Assistiu Jimin ficar online, sair e voltar em poucos segundos, o tique ficando azul, o "escrevendo" piscando de tanto que o outro digitava e apagava, até que finalmente recebeu a resposta:

Park Jimin (KArts):

vou sim e quero você lá também! faz tempo que a gente não se vê, estou com saudades 🥰

Jimin ficou offline assim que a mensagem foi enviada, deixando o coração de Jeongguk ainda mais acelerado, contorcendo-se na cama e afundando o rosto no colchão macio. Mordendo os lábios, tentou digitar algo que não fugisse do assunto, como normalmente fazia, mesmo que as mensagens não tivessem rastros para segundas interpretações. Jeongguk sempre dava o seu jeito de fugir, mas não agora. Se as coisas começariam a mudar a partir dessa noite, deveria esforçar-se para fazer direito pelo menos uma vez na vida.

ggukie-ssi 💏:

eu também, minnie

estou ansioso para te ver, como nunca estive antes

vou me arrumar bem bonito pra vc, te vejo lá ❣️

Jimin não respondeu mais nada, mesmo que tivesse ficado tanto tempo online que Jeongguk desistiu de esperar e preferiu tomar um banho, repassando todas as frases escritas em sua cabeça enquanto a água quente massageava a sua pele. Talvez tivesse mandado algo de errado, mas cumpriria a promessa de arrumar-se da melhor forma que podia.

E de frente para o espelho, admirava não só a sua imagem refletida, mas também a liberdade de olhar-se sem qualquer comentário do seu colega de quarto da vez. Gostou da privacidade que somente a solidão poderia lhe dar.

Estava vestido de preto da cabeça aos pés, a diferença das suas roupas usuais era que aquelas peças eram mais apertadas. A camiseta de mangas dobradas contornava seus braços musculosos, entrando dentro da calça que desenhava muito bem as suas pernas fortes. Tinha medo de mudanças, não de academia. Virou-se de lado e admirou a própria bunda, a cintura contornada com o cinto de fivela dourada e delicada. Nos pés, uma bota Chelsea que aluno nenhum dali seria capaz de calçar e por isso, Jeongguk era extremamente zoado quando saía daquele jeito.

Passou um óleo que dava efeito molhado ao seu cabelo, mas sem torná-lo seboso. Aprendeu o truque com a cabeleireira e maquiadora que arrumava Yoongi em reportagens mais importantes, aquelas que passavam no jornal nacional e não somente na capital.

Também passou o perfume mais elegante que havia em sua penteadeira, apenas o suficiente para ser notado quando Jimin fungasse o seu cangote. Quem sabe se lembraria daquele cheiro na manhã seguinte, logo o mandando uma mensagem para que pudessem se ver de novo.

Muitas expectativas para uma noite só? Não exatamente, Jimin sempre ficava coladinho a si em todas as festas e reuniões para assistirem os filmes concorrentes ao Oscar. O que Jeongguk faria de diferente seria arriscar um passo que ele nem sabia que podia ser dado, mesmo que o caminho sempre estivesse aberto.

Jogou um sobretudo por cima, igualmente preto e sem abotoá-lo, passou a alça da bolsa que guardava sua câmera pelo pescoço e bateu a porta, trancando-a e deparando-se com o corredor extenso, escuro e vazio. Não havia qualquer sinal de que houvesse pessoas dentro dos quartos, algumas portas estavam abertas mostrando a bagunça de livros e lençóis sujos.

Desceu as escadas com as mãos nos bolsos da calça sem nem ao menos olhar para baixo, já sabia de cor a altura e largura daqueles degraus. À medida que se aproximava do grande salão, – separado em uma cozinha estilo americana; a sala de estar com sofás gigantes e almofadas espalhadas por todo o carpete e uma mesa de piquenique de madeira nobre, grande o bastante para abrigar todos os inquilinos – deparou-se com todos eles espalhados, equilibrando pratos rente à boca. Era noite do cachorro-quente.

— E aí, vampirão. Não vai comer? — Soobin com seus lábios finos irritantes perguntou quando viu o mais velho cumprimentar a todos brevemente, pronto para despedir-se.

— Não, estou indo a um aniversário.

— E que tipo de aniversário tem comida? — Yeonjun parou à sua frente e falou de boca cheia. Era por isso que se engasgava tanto.

— Aniversário de gente grande, né? Dã! — disse, um calouro que cortava mais um pão, claramente tendo apenas de referência festas de aniversários de jovens universitários que apenas se preocupavam com a bebida. Não deu tempo de Jeongguk gravar seu nome e questionou-se mentalmente se seria preciso. Teria coragem de mudar-se dali?

— Mas daí é um aniversário gótico? — Yeonjun voltou a dizer e, sim, Jeongguk conseguia ver o cachorro-quente rolando de um lado para o outro dentro da boca aberta, até que finalmente engoliu. — Vai ter balões pretos e tudo o mais?

— E tudo o mais o quê? — Jeongguk franziu o cenho. Sabia que eles não gostavam das roupas que usava, tão acostumados às calças jeans sem graça, camisetas gola pólo e tênis de academia na cor cinza, para ser bem exato. Além, é claro, dos moletons que ostentavam seus respectivos cursos prestigiados.

— Vinho, ida ao cemitério, cortar os pulsos... — riu de modo zombeteiro, fazendo os outros ao redor rirem também.

— Não banalize automutilação dessa forma, que comentário mais imbecil.

Jeongguk se amaldiçoou por ainda estar ali, não somente naquela noite, mas nos últimos dois anos. A convivência diária com jovens já não era algo saudável, não ter os mesmos interesses só piorava tudo. Em diversas ocasiões discutiam sobre assuntos que foram problematizados e entendidos por si há bastante tempo, mas Jeongguk não era professor para ensiná-los sobre tudo e não era como se eles levassem-no à sério. Para eles, o povo de humanas só falava bobagens e conviver com comentários desagradáveis sobre tudo o que gostava passou a ser intolerável, ainda mais quando sabia que tinha com quem contar, quem o entendia e apreciava das mesmas coisas.

E com uma crise existencial pairando em sua mente, bateu a porta de saída com toda a força enquanto escutava resmungos infantis perpassarem a madeira pesada ao que descia as escadas do grande sobrado.

Sentado em sua moto, colocou o capacete com cuidado e tentou pilotar com calma. Não era o modelo com mais cilindradas, mas usava a carteira de motorista e pagava impostos referentes à ela. Tinha um emprego de que gostava e recebia bem por isso.

Seus amigos estavam todos encaminhados na vida, faziam jantares apreciando vinhos caros e receitas com ingredientes finos. Eram todos adultos e Jeongguk era um deles, no entanto, as palavras de Yoongi sempre martelavam em sua cabeça, o discurso do dia anterior já era um velho conhecido do menino de Busan.

Mas ele não era mais um menino e estava custando a aceitar. Já era bem claro que não se sentia bem na república, não pertencia mais àquele lugar. 

notas:

olá, pessoas! como estão?

essa é mais uma história que eu recomecei a escrever e tenho planos de concluir esse ano, pois eu comecei a escrevê-la em 2020 e aqui estamos nós, sendo mostrada para o mundo só agora

o que acharam do primeiro capítulo?

qual é a sua parte favorita?

e se tivermos uma # pra conversamos no twitter? eu admito que estou sem ideias, mas estou confiando que ao longo dos capítulos alguém aqui vai ter uma ideia muito boa keke

nos encontramos em breve, 11/05. por enquanto as atualizações possuem data porque acumulei bastante capítulo pronto e rezem para que seja sempre assim!!!

beijos e até lá!!

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