Antes de tudo, preciso esclarecer que isso não é uma carta endereçada a causa nenhuma reflexão, se não positiva; faço uso desse espaço como uma forma de agradecimento. 

Me lembro de quando começamos a nos falar, é engraçado lembrar, porque realmente somos opostos. Você, até estressada, é mais calma do que eu calma, mas isso não nos impediu de criar um laço lindo em 2017.

Me lembrei de você hoje porque estava revisitando umas fotos e achei uma nossa no lanche...

Michelly, muito obrigada por ter me acolhido quando fui enxotada do coração daquelas que juraram me amar; muito obrigada por sempre ter me visto com seus olhos, independentemente daquilo que diziam sobre mim e meu jeito — que de fato é, relativamente, irritadiço e complexo —; muito obrigada por ter me recebido com o coração quentinho e cheio de amor, sempre disposta a me dar mais uma chance ou relevar o meu jeito que era quase uma antítese do seu. Não há como colocar em palavras o quão grata sou por você ter reconhecido a pessoa humana que está por debaixo da minha voz grossa e meus atos sempre motivados pelos meus ideias, não há como agradecer pelo que fez por mim...

Muito obrigada. Sei que fui negligente e, mais vezes do que gostaria, rude, mas eu sempre vi a sua ingenuidade com outros olhos, e eles eram os melhores possíveis. 

Muito obrigada, poderia e deveria ter dito isso mais vezes, por ter aberto seu grupo de amigos para mim e fazer com que eu me sentisse em casa com a presença de vocês. 

Fico muito feliz em ver que ingressou na faculdade dos sonhos e tem um bom emprego, sei a menina de ouro que sempre foi e o peso que sua família sempre teve, e como sempre quis o melhor para eles. Sei que seu pai tem muito orgulho de você, da mesma forma como eu tenho.

Deixo aqui meu mais sincero e puro obrigada. Continue sendo você, espero lhe encontrar, no futuro, em algum hospital, durante um exame de rotina, e que possamos nos atualizar sobre o rumo das nossas vidas que se desviaram, você foi um lindo trecho de pureza, amor, perdão e recomeço que permeou meu 2017.

Valentina,

12 de dezembro de 2020