🎸 Castiel pov 🎸
Escrevi cerca de 10 cartas, mas não em dias seguidos.
Me recusei por um tempo a fazer a 4ª carta, mas no final das contas me rendi, e em meio à algumas madrugadas me vi com papel e caneta.
Não alertei a Lysandre, enfiei tudo em um envelope e deixei dentro da gaveta do guarda-roupa.
Já fazem alguns dias desde que escrevi... Eu poderia escrever mais para Samantha, mas não fiz.
Acontece que ultimamente percebi que ela e aquele insuportável do Nathaniel estão saindo. Isso não era para ter algum efeito em mim, afinal das contas eu nem sou tão próximo daquela garota. O que tenho para falar com ela acabei escrevendo em cartas, cartas essas que ela nunca chegará a ler.
Sendo sincero? Eu não sei o que está acontecendo comigo.
Nas últimas cartas eu, basicamente, relatei o quão interessante — de uma forma bizarra — era observá-la e vê-la sendo ela mesma.
Mas agora que tenho a noção de que ela e o único cara que tenho problema estão juntos eu decidi recuar todos os passos que dei na direção dessa tentativa de aproximação para uma possível amizade.
Eu me sinto ridículo, eu sabia que essa ideia de cartas era idiota desde o início.
Fecho meu armário com força e a figura de Lysandre surge ao meu lado.
— E aí? Como vão as cartas?
— Como não vão, você quer dizer.
Ele franze o cenho.
— Por que parou de escrever?
— Foi uma ideia idiota.
— Uma ideia idiota que evitou que você humilhante uma colega de sala. — Ele sorriu e eu revirei os olhos. Caminhamos na direção da saída do corredor, rumo aos portões. — No início você parecia mais tranquilo, mas agora se estressou de novo? Justo quando a Samantha está tão na dela.
— Eu não estou estressado.
— E essa cara de bunda é o que? Fome? — Rosalya surge do meu lado de repente.
Foi minha vez de franzir o rosto.
— Que merda de expressão é essa?
— Ah! Aprendi com a Samantha. Ela diz que usam muito no seu país natal.
Lysandre fechou os olhos e suspirou, inacreditado com o que tinha ouvido.
— Não peguei a conversa toda. Por que está tão estressado Cass? Parece tão quieto ultimamente.
— Olha Rosa, não tem nada acontecendo. — Lysandre responde por mim.
— Já sei, assunto de homens né? — Ela riu antes de subir na sua bicicleta. — Vou deixar os homens conversando então. — Ela não me deu tempo para responder e passou pelos portões.
— Está tão visível assim? — Resmunguei.
— Seja lá o que for, está. — Lysandre dá tapinhas no meu ombro.
[...]
" Se está assim por causa da Samantha, Eu sugiro que volte à escrever pra ela. "
Lysandre me mandou assim que cheguei em casa, pensei bastante antes de tomar uma decisão.
Tomei um longo banho para relaxar, e depois de me vestir me sentei em minha cama com uma folha de caderno e uma caneta.
Fechei os olhos e fiquei por alguns minutos assim: quieto. A imagem da brasileira veio na minha mente. Me vi relembrando do som da sua risada, dos seus olhos castanhos, da sua pele bronzeada e dos seus cabelos compridos.
Abri os olhos de novo.
Meu coração batia rápido dentro do peito e senti meu corpo esquentar.
Peguei a caneta e tive a certeza de uma coisa.
Acontecesse o que for, esta carta deve ser queimada.
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