Olá, eu do futuro.
Escrevo-te esta carta como quem escreve uma história que ainda está a meio. Não sei o que vai acontecer contigo, comigo, com a nossa vida. Mas tenho esperança, embora não acredite muito nisso hoje.

Neste momento, sinto-me perdida, confusa e, por vezes, cansada de tentar ser forte. Há coisas que não consigo explicar e que, provavelmente, só tu – esse eu do futuro – vais entender completamente. Talvez, quando leres isto, tenhas superado tudo. Ou talvez estejas no mesmo lugar onde estou agora, sem saber como avançar.

Quero perguntar-te: conseguiste ultrapassar o que sentes hoje? Lembras-te de como era difícil adormecer à noite, com tantos pensamentos a rodopiarem na cabeça? Será que ainda tens aquelas dúvidas que me perseguem? Ainda te sentes pequeno, mesmo quando tentas mostrar ao mundo que és grande?

Neste momento, parece que tudo é um enorme desafio, e às vezes não vejo saída. Talvez tu tenhas encontrado uma forma de lidar com isso, talvez até tenhas alcançado coisas que agora me parecem impossíveis. Espero, sinceramente, que estejas melhor, que tenhas aprendido a cuidar de ti. Mas, se por acaso ainda não conseguiste superar tudo, espero que te lembres de uma coisa: estás a tentar. E isso já é importante.

Escrevo para ti com o coração pesado, mas também com a esperança de que, ao leres isto, possas sorrir e ver que o que hoje parece impossível pode, no futuro, ser só mais uma memória distante.

Com carinho,
O teu eu do passado

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Este é o primeiro passo de muitos que ainda quero dar. Que esta carta seja um lembrete de que, mesmo que as coisas não pareçam mudar rapidamente, a mudança começa por tentar.