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Capítulo 3: Emanuel (final)

Roberto já tinha passado por várias situações inacreditáveis durante sua vida. De acordo com o próprio, ele chegou a dirigir seu caminhão no meio do fogo cruzado em uma guerra na fronteira entre dois estados brasileiros. De acordo com ele, esses dois estados estão em guerra a quase 100 anos e ninguém de fora sabe disso.

E caso alguém pergunte para Roberto quais estados são, ele sempre vai responder a mesma coisa:

- Se você não sabe quais estados são, então você não mora em nenhum dos dois.

A cada experiência em sua vida, Roberto se sentia menos especial no mundo. Afinal, tantas pessoas correndo atrás de seus sonhos, lutando pelos seus ideais, e ele lá, sozinho, atrás de um volante, apenas presenciando, vendo, mas não vivendo, flertando com a possibilidade de participar de algo maior, mas no final, nada acontece. Foi esse pensamento que guiou Roberto até o seu passageiro.

Ele parou num lugar deserto, no meio do nada, a sua frente, uma estrada, atrás dele, a mesma estrada, ambas sumindo na escuridão. Nos seus dois lados, um mato da altura do joelho, se estendendo por vários metros, até uns muros altos, indicando residências naquela área. Ele nunca tinha ido naquela área da cidade, aliás, ele não fazia ideia de onde estava, ele foi distraído pelos seus pensamentos durante toda a viagem, fazendo com que ele não prestasse atenção na rota que estava seguindo. Mas mesmo assim, ele estava lá, e o passageiro não.

Esperou 30 segundos antes de ligar o carro e dar meia volta, iria para casa, finalmente. Roberto seguia a estrada escura, que ele presumia que fosse levá-lo de volta a área urbana da cidade, um pouco mais a frente, parou numa bifurcação que tinha duas direções, direita e esquerda.

- Por qual delas eu vim? - Se perguntou.

- Pegue a direita - respondeu o homem que estava ao seu lado.

- Ok... - Roberto respondeu, não estava assustado, não era a sua primeira assombração.

O celular de Roberto apitou, e seu GPS começou a indicar um caminho.

- Mas o quê?

- É o meu destino - respondeu o homem.

Roberto olhou para o homem, mas não conseguia focalizar seu rosto, algo o impedia de ver a sua face.

- Aparições não tem destino, são só aparições.

- Eu não sou uma aparição, sou um passageiro, está aí no seu celular.

Roberto olhou para o guia da viagem e viu o nome do contratante.

- Hum, Emanuel?

- Sim, sou eu, em carne e osso.

- Huuuuum... Tá bom.

Roberto seguiu viagem. O homem o observava.

- Você está tranquilo demais, Roberto.

- A noite foi longa, sua aparição surpresa do meu lado não foi a coisa mais estranha da noite.

- Que bom saber disso.

- Você é real?

- Eu Sou.

Essas palavras de certa forma, deram a Roberto uma paz que ele nunca havia experimentado, o homem percebeu a sua mudança.

- Você está bem, Roberto?

- Eu...estou sim - ele sorriu para o homem, ainda não conseguia focar no seu rosto.

- É muito bom saber disso, como está a sua mãe?

- Bem, graças a Deus. Seus remédios estão fazendo efeito e ela está comendo normalmente.

- Isso é ótimo. E os seus cachorros? Bala e Bola?

- Tem brigado muito ultimamente, mas creio que foi por causa da cadela da vizinha, ela está no cio.

O homem deu uma risada leve.

- Eu amo cachorros, Meu Pai estava num dia bom quando os criou.

Roberto não entendia, mas queria contar tudo ao homem, a paz de espírito que ele estava proporcionando era a melhor sensação do mundo.

- Emanuel.

- Sim?

- O que está acontecendo?

- Não é simples de explicar, apenas sinta.

Roberto acenou com a cabeça.

- Agora - continuou Emanuel - O que você está sentindo?

- Como assim?

- Antes de mim, você teve duas experiências marcantes, o que sente sobre isso?

- Eu... não sei...eu já vi tanta coisa, presenciei o possível e o impossível, e mesmo assim, não me sinto especial. Eu...

- Continue, por favor.

- Meu pai, ele era caminhoneiro, era um homem bom, trabalhava muito, ia a igreja, tratava a mim e a minha mãe com carinho, mas se foi...

Emanuel não falou nada, Roberto, agora com lágrimas nos olhos, continuou:

- A pessoa mais incrível do mundo se foi, ele tinha apenas 58 anos, nem chegou a terceira idade, e o mundo se tornou menos bonito por causa disso, as pessoas que o conheciam parecem mais tristes agora, o sol não brilha mais de dia como brilhava antes, ele faz falta. Eu, por outro lado, acabo de ter duas experiências que alguém normal consideraria impossível, e mesmo assim, sinto que não faria a menor diferença para o mundo se morresse hoje. Presenciei o grande, mas isso só fez eu me sentir pequeno.

- Roberto, pare o carro.

O carro parou, Roberto olha para Emanuel, mesmo sem ver seu rosto, sente a bondade emanando desse homem.

- Seu pai amava você e sua mãe mais que tudo nesse mundo, ele era um homem bom, justo e correto, do tipo que está em falta nesse mundo.

- Sim... - Roberto continuava chorando.

- E você também é assim... - Emanuel coloca a mão em seu ombro - Seu pai o criou bem, você foi amado e é capaz de amar tão quanto. Você é especial, eu desci até aqui para falar isso para você, Roberto.

- Obrigado - ele abraçou o homem.

- Você sabe quem Eu Sou?

- Eu sei sim, Senhor, me desculpa por não ter falado com Você antes de ir trabalhar.

Emanuel deu uma risada.

- Está tudo bem, sempre que você sentir vontade de falar Comigo, é só falar.

- Tudo bem - Roberto enxuga as lágrimas e liga o carro novamente - Seguimos?

- Sim - responde Emanuel, acenando com a cabeça.

A viagem continuou por mais alguns minutos, durante esse tempo, Roberto contava várias de suas histórias, Emanuel ouvia cada uma delas com um sorriso no rosto.

- E como o leão não mordeu você? - perguntou Emanuel.

- Foi fácil, eu só deixei a janela aberta, o leão colocou a cabeça para fora e ficou igual um cachorro com a língua para fora.

- Incrível!

- É, o problema é que o leão pulou da janela e correu para o mato, até hoje ele deve estar assustando as pessoas pelas estradas de Minas Gerais - ele conta, rindo - E essa é a história do porque eu não dou mais carona para animais selvagens, até mesmo os falantes.

Emanuel e Roberto riam.

- Senhor?

- Diga, Roberto.

- Você sabe de todas as histórias que eu contei não é?

- Sei sim.

- Então porque Você me pergunta delas?

- Cada pessoa é única e maravilhosa, mesmo eu sabendo a história, amo ouvir você a contando da sua forma única e maravilhosa.

Roberto sorriu, o GPS indicava que eles estavam perto do destino de Emanuel.

- Você já pode fazer as minhas três perguntas.

- Eu não farei nenhuma pergunta para você, Roberto.

- Não?

- Não, não é preciso.

- Então posso fazer uma?

- Claro que sim.

- O meu pai... está lá em cima?

- Ainda não, mas ele conseguiu a sua vaga lá.

- Ué, então onde ele está?

- A alguns quarteirões daqui, no cemitério, mas em breve irei buscá-lo.

- A alguns quarteirões? - Roberto ficou surpreso - Então estamos perto da minha casa.

- Na verdade - Emanuel deu um sorriso - Estamos na frente da sua casa.

Roberto não havia percebido, quando viu o seu portão, até suspirou aliviado. Emanuel novamente coloca a mão no seu ombro.

- Você poderá ver novamente o seu pai, se continuar sendo a pessoa maravilhosa que você é, e caso tenha alguma dúvida sobre algo, é só Me procurar, Eu sempre Estarei por perto.

- Você voltará a falar comigo?

- Eu sempre falo com você, Roberto, você só precisa querer ouvir.

Por um segundo, Roberto pôde ver o Seu rosto, mas mesmo que quisesse, não poderia descrevê-lo, não tinha adjetivos o suficiente, assim como apareceu, Emanuel sumiu, no banco, estava o valor exato da corrida. Roberto não tinha palavras para o que tinha acabado de presenciar, ficou alguns minutos sentado no banco do carro, refletindo. Aquela tinha sido a noite mais incrível de sua vida.

Após mais alguns minutos, abriu a porta do carro e saiu, esticou as pernas, fazia muitas horas que não se levantava, se alongou na calçada, no final da rua, via o caminhão de lixo virando a esquina.

- Deve ser umas 5 da manhã - ele disse baixinho - Daqui a meia hora a mamãe acorda, deve dar tempo de fazer um café da manhã pra ela.

Lentamente, Roberto andou em direção ao portão e entrou em casa.

FIM



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