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𝑃𝑎𝑟𝑡𝑒 5

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CAROL

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Não fora fácil tomar aquela decisão.

Carol passara dias fechada no quarto conforme os dias corriam. Ela não queria que passasse tão rápido – se pudesse pular o Natal, melhor ainda. Carol não queria que esse dia chegasse, mas era inevitável.

Há dias esperava uma mensagem de Tyler. Nem que fosse um Oi, ou um Boa noite. Afinal, fora ele quem havia ignorado. Ver aquela mensagem visualizada doía-lhe como se uma faca tivesse cortando seu peito. Por isso, acabou arquivando a mensagem para evitar vê-la – sobretudo a foto de Tyler.

Ela havia apagado todas as fotos dele que tinha no celular. Por raiva. Estava convencida de que nunca mais queria falar com ele. Nunca mais o veria. Mas é claro que aquilo não era verdade – Carol queria vê-lo mais que tudo. Queria receber uma mensagem dele, qualquer mensagem, mesmo que fosse xingando-a. O silêncio e a ausência de Tyler às vezes era insuportável.

Um dia antes da véspera de Natal, Carol desabou. Ela chorou com a cabeça enterrada no travesseiro, sentindo um ódio imenso de si mesma por ser tão mesquinha. Por não aceitar que não veria Tyler e por não aceitar que estava apaixonada por ele.

A sorte é que Aisha estava lá naquele dia. Carol desconfiava que aquilo fosse algo de Laura – a irmã tentara perguntar o que estava acontecendo e por que estava tão mal-humorada, mas Carol se recusava a responder e falava para deixá-la em paz. Mas com Aisha era diferente. Carol não conseguia esconder nada dela – e a prima era uma boa conselheira.

- Certo... – Aisha murmurou, fechando a porta do quarto de Carol. A moça foi até ela, sentando-se na cama ao lado da prima. Tirou o véu, estendendo um pente vermelho de Carol. Os cabelos negros da prima rolaram pelas costas. – Enquanto gasta toda a sua frustração penteando meus cabelos, por favor, conte-me o que está acontecendo.

Carol suspirou baixinho e pegou o pente. Aisha virou de costas para ela.

- Você sabe. Eu e Tyler brigamos. – ela falou.

- E vocês ainda não fizeram nada em relação a isso? – ela perguntou, indignada. – Nossa! Parecem dois adolescentes.

- Não somos adolescentes?

Aisha fez um muxoxo.

- Nha, por favor. Você já tem dezoito anos. – ela falou. – E ele é mais velho.

- O que quer que eu faça? Ele teima em dizer que eu estou estranha!

- E não está? – Aisha retrucou. – Carol, tente se colocar no lugar dele. Ele não sabe o que você sente por ele. Não entende o porquê de você está tão nervosa com a vinda.

- Eu não... – Carol começou, mas Aisha não pretendia deixá-la falar.

- Primeiro, você deve aceitar e dizer para si mesma: Você está apaixonada pelo Tyler. Segundo: Quanto mais fugir disso, pior. Então, mande uma mensagem pra ele, diga que estará esperando-o e deixe acontecer... Ai!

- Desculpe – Carol disse, desembolando o cabelo do pente. – Eu...você tem razão.

- Tenho? – Aisha deu um pulo. – Você está mesmo apaixonada por ele?

- Aisha! – Carol exclamou baixo, observando um sorrisinho irritante brotar dos lábios da prima.

- Carol, calma. Isso é ótimo, sabia? – ela disse, rindo.

- Isso é péssimo! – Carol estava prestes a jogar o pente na cabeça dela. – Sabe o que é um amor não correspondido? É uma merda!

- E quem disse que não será correspondido? – ela perguntou. – Tem tanta certeza disso?

- Olhe para mim! – Carol já havia parado de pentear os cabelos da prima e apertava a própria perna. – Acha que o Tyler vai gostar de mim?

Aisha fez um bico e estalou a língua logo em seguida. Balançou a cabeça em sinal negativo e virou-se para ela. Os cabelos negros e ondulados já passavam dos seios.

- Prima, está te faltando mais autoconfiança. Você é bonita, inteligente, engraçada. O que mais Tyler quer? – ela perguntou. – Só por que ele namorou com aquela loira, não signifique que não goste de morenas – Aisha disse, brincalhona.

- Ele mora do outro lado do mundo – ela engoliu em seco. – E, para ele, eu não devo passar de uma criança.

- É só a Inglaterra. Não é tãão longe – Aisha revirou os olhos. – E, por favor... Uma criança? Olhe para você. Já é uma mulher!

Carol riu sem humor. Ela não passava de uma garota. Tyler já era quase um homem.

Ela passou as mãos no rosto, soltando ar dos pulmões. Sentiu Aisha colocar a mão em sua perna, confortando-a.

- Ei – a prima disse baixinho. – Não vou julgá-la. Não sei o que está passando, mas não vou deixá-la perder essa oportunidade. É melhor se arriscar do que se arrepender de não ter feito.

- O que eu faço, Aisha? – Carol perguntou, sentindo-se perdida.

- Vá até ele – ela falou. – Surpreenda Tyler. Faça com que ele veja que você não está fugindo mais dele. E diga o que sente. Não o conheço o suficiente, mas sei que ele não vai rir de sua cara.

Carol olhou para Aisha e assentiu.

- Você está certa. – ela fungou. – Eu não posso perdê-lo.

⁂⁂⁂

Carol viu o e-mail de Tyler antes do almoço. O pouco apetite que sentia esvaiu-se ao ler aquelas palavras. Ficou ainda mais ansiosa que antes. Pensou em responder, mas estragaria todo o plano. Pelo menos, Tyler não parecia tão irritado mais – o que a fez soltar um suspiro de alívio e quase sair pulando de felicidade.

Quando contou o que pretendia para a mãe, ela concordou – desde que ela voltasse antes da meia noite. Passou o endereço da casa dos avós de Tyler. A mãe do rapaz ficara sabendo de tudo.

Nunca se sentira tão nervosa na vida. Antes mesmo de o motorista virar a curva para parar frente a casa que Tyler estava, a sudorese invadiu seu corpo à medida que sentia a frequência do seu coração aumentar.

Carol bateu a campainha e esperou. Uma senhora, provavelmente a avó de Tyler, veio atendê-la. Avistou a mãe do rapaz sorrindo-lhe na porta, e os olhos de Carol varreram automaticamente o interior da casa a procura de Tyler.

Decepcionou-se quando entrou e não o viu. Dois meninos estavam brincando na sala e um velho homem estava sentado no sofá. Carol estava prestes a cumprimentá-los quando um rapaz surgiu no corredor, caminhando distraidamente até a sala.

Carol não sabia que era possível, mas sentiu o coração martelar ainda mais forte sob suas costelas. Suas mãos trêmulas seguravam o presente de Tyler, e quase o deixou cair no chão.

Tyler estava ali na sua frente. Era mais alto que Carol havia imaginado, e mil vezes mais bonito que nas fotos. Ele parecia surpreso. Seus olhos esverdeados fitavam os dela, um pouco assustados. Ele vestia uma calça jeans escura e uma blusa social vermelha, desabotoada até o peitoral. Um fino colar prateado envolvia seu pescoço.

A moça ignorou o bolo de nervos que se formava no seu estômago e o ímpeto de se virar e sair correndo.

- Oi. – ela disse, ainda olhando para ele.

- Carol – ela viu um tênue sorriso em seus lábios rosados. O sotaque carregado em seu nome a fez derreter. Kérol.

Se ainda restara alguma dúvida sobre seus sentimentos por aquele garoto, desapareceu naquele exato momento.

Carol deu dois longos passos e o abraçou, passando os braços em torno de seu pescoço. Sentiu Tyler abraçá-la forte pela cintura e as costas, recuperando-se do choque. O rapaz tinha um leve cheiro de canela e shampoo.

Quando eles se afastaram, Carol analisou seu rosto, sem acreditar. Sorria, ignorando a família de Tyler ao redor. Pela primeira vez, notara que Tyler tinha algumas sardinhas no nariz e um pouco nas bochechas. Sua pele não tinha nenhum resquício de barba, apesar da ferida recente perto do queixo. Algumas mechas de cabelos escuros caíam em sua testa.

Tyler riu e apertou de leve sua bochecha.

- Finalmente – ele sorriu. – Uau! Você é mais alta do que eu havia imaginado.

- E você também – Carol também riu, sentiu as bochechas arderem. Toda a tensão dissipou-se após aquele abraço. Ainda estava um pouco nervosa, é claro, e seu coração aos poucos voltava ao normal.

Sentindo os olhares dos adultos – e até das suas crianças – Carol recuou e baixou a cabeça, erguendo o presente para Tyler.

- Hã... Comprei pra você. – ela disse.

Tyler pareceu surpreso.

- Poxa, obrigado! – ele pegou o embrulho quadrado. – Eu também tenho algo para você. Venha...

- Não é hora de presentes ainda! – exclamou a mãe, sorridente, enquanto Tyler segurava o braço de Carol e a puxava pelo corredor. O rapaz a levou no quarto que dividia com a mãe, fazendo-a sentar em sua cama.

Tyler pegou um embrulho vermelho dentro da mala e, com um sorriso, entregou a Carol. Tímida, ela agradeceu baixinho e começou a rasgar o pacote. Sabia que, independente do que fosse, ela ia gostar.

- Está brincando! – ela exclamou, erguendo o exemplar de capa dura do livro. Teia do Ilusionista. – Você achou a edição limitada!

- Olha, e em dois idiomas – Tyler passou a mão pela capa preta e vermelha e virou-a. – Português-inglês. E tem outra coisa...

Um pequeno alce de pelúcia caiu nas pernas de Carol. Ela pegou-o, passando a mão pelos chifres cor de creme e os olhos redondos e negros.

- Oh. Eu adorei, Tyler – ela envolveu o pequeno alce com as mãos, admirando o título em alto relevo do livro que queria comprar há tempos, mas nunca achava. – Vamos, agora abra o seu.

Tyler sorriu e rasgou o pacote. Os olhos brilharam quando viu o disco vinil do Nirvana.

- Caramba! Como sabe que eu pretendia começar uma coleção de vinis? – uma carta caiu em sua mão. – E isso...?

- Não leia agora. – Carol disse de imediato, sentindo as bochechas arderem novamente. Tyler assentiu, colocando a carta de lado; mas parecendo tentado a lê-la. – Bem... Agora vai poder começar a sua coleção. Acertei?

- Claro! Nirvana resume minha adolescência rebelde inteirinha.

A moça riu. Era impossível não achar fofo aquele sotaque, sobretudo quando colocava as palavras no diminutivo. Ela tentou parar de sorrir, mas não conseguiu.

- Quando poderei ler a carta? – Tyler disse, pegando o envelope verde e virando-o.

- Quando estiver sozinho – ela murmurou. – Por favor.

Tyler deu um sorrisinho e piscou para ela. Carol baixou a cabeça e a apertou o alce mais uma vez na mão. Seus olhos foram parar no peitoral visível do rapaz. Observou o pingente do colar – era uma pena prateada – e os poucos pelos negros que cresciam ali. Carol achou aquele conjunto um tanto charmoso. Além disso, Tyler ficava lindo de vermelho.

Ela baixou mais os olhos, vendo as mãos de Tyler segurar o vinil.

- Você é mais bonita pessoalmente – Tyler soltou, o que fez com que Carol erguesse as sobrancelhas automaticamente.

- Sério? – ela perguntou. Ela também queria dizer o mesmo. Que ele não era apenas bonito, mas lindo.

- Sério. Não sei por que tem poucas fotos suas. Você não é tão assustadora...

- Ei - ela riu, empurrando seu braço de leve. - Você é o modelo aqui.

⁂⁂⁂

Após ficarem um tempo sentados à mesa junto com a família, Carol e Tyler escaparam da casa e correram rua afora, pisando nas poças de água que demarcavam o asfalto. Tyler a levou para uma pequena praça, já deserta àquela hora da noite. Era um lugar tranquilo e arborizado. As luzinhas das casas vizinhas e os postes iluminavam os brinquedos infantis enferrujados. Carol avistou um balanço de madeira e se adiantou. Sem se importar com o assento úmido, sentou-se e se segurou nas grossas cordas. Tyler se sentou no balanço ao lado, fitando uma mesa redonda no meio da praça.

Eles ficaram em silêncio por alguns minutos, escutando o vento que balançava as árvores e o ranger das cordas do balanço.

- Eu li a carta – Tyler disse de repente. Carol gelou, sem conseguir dizer nada a princípio.

- Eu disse para ler depois... – ela engoliu em seco, recusando-se a olhar para ele. Pensou no conteúdo da carta e envergonhou-se.

- Desculpe-me. – ele se virou para ela, e o balanço rangeu mais alto. – Eu sei. Mas eu estava curioso. E eu estava sozinho...

Carol balançou as pernas nervosamente, observando seus tênis vermelho e branco. Lembrou-se de quando ainda estavam sentados à mesa com os adultos e Tyler disse que iria ao banheiro e voltou com o olhar distante. Carol não tinha percebido naquele momento, mas agora sabia. Ele havia lido a carta. Droga.

- Então... O que achou? – ela perguntou baixinho, a voz falhando pelo nervosismo que sentia.

O silêncio de Tyler era quase insuportável. Ele continuava a fitar a maldita mesa, conforme a corda do balanço fazia aquele barulho irritante. A cada segundo, Carol se lembrava de trechos daquela carta – quase arrependendo-se por tê-la escrito.

Não consigo mais vê-lo apenas como um amigo.

Um galho caiu de uma das árvores mais distantes. Ia chover novamente.

Sei que nunca vai gostar de mim da mesma forma, mas gostaria de dizer-lhe.

Tyler baixou a cabeça e se virou novamente para ela, aproximando seus tênis do dela.

Não quero que fique bravo comigo por causa disso. Mas era por isso que eu estava estranha com você.

O rapaz olhou para ela e deu um pequeno sorriso. Carol escutou sua risada baixa e sem graça.

Eu gosto de você, Tyler.

Muito mesmo.

- Carol – ele se inclinou um pouco para frente, os braços ao redor da corda. A moça olhou as sardinhas em seu nariz, depois fitou seus olhos verdes. – Eu também gosto de você.

Não sei como será quando nos encontrarmos pessoalmente, mas queria dizer-lhe. Acho que estou apaixonada por você. Aflige-me admitir isso, pois não sei qual será a sua reação.

- Ah. Eu... – Carol não conseguiu falar ao sentir Tyler tão próximo. E então, lentamente, o rapaz inclinou-se ainda mais em sua direção e colou seus lábios nos dela. A moça sentiu todo o corpo se aquecer ao senti-lo tão intimamente.

Uma gota gelada caiu em seus narizes próximos.

- Droga – Tyler se afastou um pouco e olhou para cima quando um trovão ressoou no céu. – Vamos nos beijar na chuva como nos filmes ou sair correndo?

Carol riu e levantou-se, puxando Tyler pela blusa à medida que a chuva fina tornava-se mais espessa.

- Corre! – ela gritou, atravessando a praça às presas. Tyler a alcançou rápido e agarrou sua mão. Eles correram juntos pela rua em direção à casa novamente. Encharcando-se dos pés à cabeça, eles caíram na gargalhada.

Tudo aquilo fora mais que Carol havia imaginado ou sonhado.

Correr na chuva rindo feito uma idiota com o garoto o qual estava apaixonada fora o melhor presente de Natal de todos.




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E p í l o g o


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