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𝑃𝑎𝑟𝑡𝑒 2

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TYLER

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Tyler não pôde deixar de ficar aliviado quando recebeu a resposta de Carol.

"MaL. Com 'L'. E eu não estou mentindo, Tyler."

Ele riu. Ainda sim, sentia que havia algo de errado com a garota. Talvez ela não quisesse realmente conhecê-lo pessoalmente. Não iria pressioná-la. Mas ia ficar, sim, chateado. Será que ele era tão desagradável assim?

O rapaz tentou não pensar nisso quando começava a fazer as malas. Pegou algumas roupas, deixando-a sobre a cama ao lado da mala vazia. Sentou na cama, suspirando. Observou sua coleção de gibis na sua estante e a parede azul. Tyler não demonstrava, mas tinha um pouco de vergonha de seu quarto. Não que ele fosse bagunçado – ele era um garoto organizado até demais – mas era quase...infantil. A parede azul tinha desde que ele era um menino. Alguns carrinhos de colecionador ainda enfeitavam as estantes brancas, ao lado de sua recém-coleção de tampões de vinho. Os cartazes de séries e alguns CD's de rock antigos davam ao aposento um ar mais juvenil. Mesmo assim, os adesivos da Disney colados no guarda-roupa não ajudavam.

Não era à toa que nunca chamava os colegas da faculdade para irem ao seu apartamento. Mas era melhor assim. Tyler não podia dizer que tinha amigos, não em Londres. Desde que começara a faculdade, frequentava festas e casas de colegas nos fins de semana para tentar se enturmar. Mas era inútil – Tyler até tentou beber, conversar sobre garotas no grupo de rapazes, porém nada daquilo parecia fazer parte dele. Até que, por pressão de si próprio, acabou passando dos limites na dose do álcool. Com isso, ele acabou ficando com uma das garotas que o encarava desde o começo da festa. Na verdade, muitos pareciam interessados nele – moças e rapazes; apesar dele se interessar exclusivamente em moças – mas Tyler lembra-se de ter achado essa garota em específica muito atraente. Ela era alta, loira e tinha profundos olhos azuis e um corpo estonteante. Logo quando a viu, teve certeza que era uma das primas do colega alemão que dava a festa. E, de fato, era. Quando se deu conta, já estava beijando-a sem saber seu nome. Talvez fosse por isso que alguns jovens gostavam tanto de beber... Dava-lhes coragem para fazer esse tipo de coisa.

Seu nome era Chloe e era apenas um ano mais velha que Tyler. Apesar de linda, a moça não era totalmente seu tipo. Tyler não era muito chegado em loiras esguias, mas Chloe era tão charmosa e legal que o rapaz não pôde deixar de pensar na sorte que tinha. E o melhor: ela nunca reclamou do seu quarto.

Eles namoraram por quase um ano inteiro. E, nos últimos meses de namoro dos dois, Tyler conheceu Carol; que vivia literalmente em outro continente.

Quando ouviu a proposta da mãe – de que havia dito a sua amiga brasileira que Tyler podia ajudar a filha no inglês – Tyler quase revirou os olhos. Aceitou e, no começo, foi bastante educado com a garota; mas tinha certeza que não teria mais paciência para continuar com aquilo por muito tempo. Ele estava enganado, entretanto. Tyler tinha a péssima mania de tirar conclusões precipitadas demais. Achou que Carolina era só mais uma pré-adolescente filha das amigas de sua mãe. Surpreendeu-se quando soube que ela tinha quase a sua idade e que era tão madura quanto ele. Tyler não tinha nada contra os mais novos, claro – e a maturidade de cada um variava bastante.

No primeiro dia, conversaram praticamente o dia todo. Trocaram seus e-mails e falaram sobre suas vidas. Tyler, curioso com o sobrenome nada brasileiro de Carolina, perguntou se ela tinha alguma descendência. Ele ainda não tinha visto uma foto de rosto dela – sua foto de perfil era sua gata preta – por isso, não fazia a menor ideia de como a garota era.

''Costa?'' , Carol havia perguntado.

''Não'', Tyler respondeu. "Hadid''

A moça visualizou, mas ficou um tempo sem responder. Parece que Tyler havia tocado em um assunto delicado.

Finalmente, após quase três longos minutos, Carol respondeu:

''Hadid é árabe''

''Legal'', ele respondeu simplesmente.

''Meu pai era libanês"

''Ah... E ele está, tipo..."

Tyler teve uma sensação estranha e parou de digitar. Era. Mas, quando se deu conta já havia apertado enviar.

"Ele morreu" Carol disparou.

''Sinto muito''

O rapaz lembrava-se de ter pensado: Parabéns, Tyler, por ser tão inconveniente.

''Antes que me pergunte'', ela mandou antes que ele pudesse pedir desculpas. ''eu não sou muçulmana ''

''Bem, nem todo árabe é muçulmano''.

''Eu não sou árabe''

Carol parecia irritada, mesmo que Tyler não conseguisse ver sua expressão do outro lado da tela.

''Eu sei. Desculpe''

Tyler queria ter dito que não se importava nem um pouco com aquilo. Não pretendia parar de conversar com ela por causa de sua descendência. Quem, em sã consciência, faria aquilo? Ele não era nenhum xenofóbico.

Sentindo que aquele era assunto delicado para ela, deixou-o de lado. Mas tinha que admitir que havia ficado intrigado com aquilo.

O celular vibrou, tirando Tyler de suas lembranças de quase um ano atrás. Olhou para a tela iluminada.

''No mesmo lugar às 14 hrs?''

Ele pegou o celular, pensando se aquilo era ou não uma boa ideia. Apesar de terem terminado o namoro, ele e Chloe às vezes conversavam. Tyler não pretendia voltar com ela, mas não achava certo excluí-la daquela forma de sua vida. Havia algumas semanas que a moça queria encontrá-lo para tomar algo, como sempre faziam quando namoravam. Tyler, entretanto, sempre arranjava algo para fazer e dizia que não podia. Agora, com as férias, ele não tinha mais desculpas.

''Sim'', ele respondeu. ''Até logo''

Eram onze horas da manhã naquele momento. Ele tinha três horas para decidir se iria inventar outra desculpa ou não.

⁂⁂⁂

Tyler observou a paisagem branca sobre o Rio Temisa, enquanto os poucos londrinos – e alguns turistas – transitavam pela pequena praça com seus gorros e cachecóis. O rapaz sentou-se em um dos banquinhos ao lado de uma fonte, colocando as mãos enluvadas dentro dos bolsos do sobretudo. Alguns pequenos flocos de neve caíam. Apesar de estar bem ao lado, a Ponte Tower Bridge estava quase toda coberta por uma névoa esbranquiçada. Tyler, apesar de estar acostumado com o frio, sentiu o nariz tão gelado quanto um cubo de gelo.

Deu um gole em seu cappuccino, comprado em uma cafeteria próxima. A bebida desceu quente pela sua garganta – Tyler adorava aquela sensação. Para ele, aquela era a melhor parte do frio: bebidas quentes.

- Oi. – ele ouviu a voz de Chloe. Virou o pescoço, deparando-se com a moça alta e loira.

- Olá. – ele disse, arrastando-se para o lado para que ela pudesse se sentar. Quando Chloe se sentou, relembrou o dia em que eles havia saído de verdade pela primeira vez; após a festa. Fora bem ali.

O rapaz entregou o outro cappuccino à moça, que agradeceu e tomou um gole.

De repente, Tyler não soube o que dizer. Sentia o familiar perfume da garota ao seu lado, ciente de suas mãos cobertas por luvas vermelhas segurando o copo sobre as coxas.

- Como vai indo? – ela perguntou, observando os passantes.

- Bem – ele balançou a cabeça casualmente. – E você?

- Eu estou melhor – ela disse baixinho.

Tyler olhou para ela, um pouco sem graça.

- Sinto muito pelo seu avô. – ele disse simplesmente. Não pretendia falar do falecido avó de Chloe durante aquele encontro. Não que fosse um encontro.

Ela deu um sorrisinho. As bochechas estavam vermelhas por conta do frio.

- É... Vou sentir falta dele – ela disse. – E a sua, também.

Tyler franziu a testa.

- A minha? – ele perguntou. Será que ela sabe da viagem? Eu só ficarei quinze dias fora.

- É sobre isso que queria conversar com você – ela disse, lambendo os lábios. – Voltarei para a Alemanha.

- Mas... – aquilo havia pegado Tyler de desprevenido. – Por quê? E a faculdade?

- Vou estudar lá. Trocarei de curso. – ela declarou. – Depois da morte do meu avô, decidi ficar mais próxima da minha família. Pensei também sobre a faculdade. Também pensei muito em você.

Tyler coçou o pescoço, inquieto.

- Hum. O pretende estudar, então? – perguntou.

- O mesmo que você.

- Teatro? – ele cerrou os olhos e a encarou. Chloe deu um sorriso doce.

- Sim. Eu disse a você que já quis ser atriz – ela falou.

Tyler assentiu, dando um sorrisinho.

- Fico feliz. É uma boa escolha. – ele disse. – Acho que deve fazer o que acha melhor para si mesma.

Ele ouviu Chloe suspirar. Ela aproximou-se dele, os braços se encostando. Tyler não soube como reagir quando a moça apoiou o rosto em seu ombro. Entrelaçou seus dedos no dele e, mesmo com a luva, pôde sentir seus dedos quentes.

- Eu vou sentir sua falta. – ela murmurou. Tyler entreabriu os lábios, mas nada saiu deles. Chloe levantou o rosto de repente e, antes que pudesse reagir, a moça encostou seus lábios no dele.

Chloe beijou-o, e Tyler tentou corresponder. Mas aquilo não estava certo... Eles não estavam mais juntos. Chloe voltaria para seu país e deixaria tudo para trás. Tentou procurar algum sentimento de tristeza ao pensar naquilo. Porém, não conseguiu encontrar. Tyler não conseguia mais vê-la daquela forma – quem sabe, apenas uma amiga. Mas ela certamente não o via assim.

Tyler se afastou mais brusco do que pretendia. Chloe ainda estava com a mão em seu rosto quando encarou-o com o olhar gélido, as loiras e finas sobrancelhas franzidas.

- O que há com você? – ela perguntou.

- Chloe, nós terminamos – ele disse.

- Você não é assim – ela falou, decepcionada.

Tyler levantou-se, pegando o copo quase vazio do cappuccino. Evitando olhá-la nos olhos, disse:

- Eu sinto muito. Eu preciso ir agora.

Chloe também se levantou e, com passos duros, entregou-lhe a bebida que ele havia comprado para ela.

- Não precisa. Eu vou. – ela disse, os olhos marejados. – Eu já entendi tudo. Você já está em outra.

- Não é nada disso – ele disse, apressado. – Eu só...

Só estou um pouco ansioso demais para a viagem, ele ia dizer, mas calou-se. Aquilo soaria suspeito demais, apesar de não significar nada. Tyler não tinha um caso com ninguém. Não havia nenhuma garota nem em Londres e nem em outro lugar. Claro, havia Carol, mas ela era sua amiga.

Chloe assentiu e fez um gesto de despedida. Tyler olhou-a se afastar de costas. Não gostava de deixá-la chateada, mas tinha que admitir que nem mesmo ele sabia porque havia se comportado daquela forma. Nunca havia dispensado ninguém daquela maneira antes; nem mesmo ex-namoradas.

Frustrado, ele voltou para casa. Jogou-se na cama, tirando as botas e bufando alto. Algo estava bem errado.

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