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CAPÍTULO VINTE

|Alicia A. Sanders|

Eu não gosto de muitas coisas. 

Não gosto de cachorros, nem de morangos. Não gosto de filmes mudos ou franceses e nem de flores de cor lilás. Não gosto de supermercado e não gosto, principalmente, que me lembrassem coisas que eu lutava todos os dias para esquecer.

Por isso saí sem me despedir de Ric hoje pela manhã, muito mais cedo do que achei que poderia acordar depois de uma bebedeira como a de ontem. Ele tinha acertado um ponto em mim que me quebrava, o que foi muita sacanagem considerando o fato de que eu já estava trincada após a traição de Teresa e o reaparecimento de Rafael.

Eu tinha certa noção de que talvez estivesse exagerando, mas o que eles queriam de mim? Eu era humana afinal de contas, eu errava. Eu era egoísta, orgulhosa e errava muito, nunca disse para ninguém que eu era perfeita. Eles superestimaram minhas ações e se decepcionaram quando não atingi suas expectativas.

Falar do meu irmão e de meus pais no meio de um argumento para comprovar que eu gostava fugir das situações de conflito e dos problemas que me cercavam foi uma jogada feia. Uma jogada feia e desleal. Pior do que qualquer outra coisa que Rafael ou Teresa fizeram.

E daí que eu gostava de fugir? O que ele tinha a ver com isso se seria eu que lidaria com as consequências disso depois?

Ric poderia ter ficado calado, mas ao invés disso, preferiu piorar a situação.

— Temos que conversar. - foram as primeiras palavras que Teresa proferiu para mim quando cheguei em casa.

Fechei a porta atrás de mim e segui para meu quarto a ignorando prontamente. 

Não estava a fim de conversar com Teresa agora, não significava, como todos pensavam, que eu nunca mais conversaria com Teresa. Eu iria conversar com ela em algum momento, Teresa era minha melhor amiga, a pessoa que sempre esteve do meu lado para tudo, era claro que eu não pararia de falar com ela por qualquer assunto que envolvesse Rafael, não valeria a pena. Eu só não conversaria com ela agora. Agora eu queria ficar sozinha e curtir minha dor. Me soterrar de trabalho e beber até perder a consciência também era algo que eu queria fazer.

Mas Teresa não pareceu entender isso, porque continuou me seguindo.

— Eu não quero conversar. - lhe digo, mas ela apenas ignora e entra em meu quarto sem permissão,

— Não importa. Eu não perguntei se você queria conversar comigo, eu disse que temos que conversar.

— Não temos nada para conversar. - digo, lhe dando as costas e tirando a roupa suja que eu estava usando.

— Temos sim. Temos muito. Você precisa me escutar, precisa me deixar explicar o porquê de ter feito o que fiz. Precisa me deixar explicar o meu lado da história e não fazer como...

— "Como você fez com Rafael?" - a interrompo, me virando. — Era isso que iria dizer?

— Eu não ia...

— Não. Você ia sim. Você desviou o olhar quando eu perguntei, você ia sim dizer isso. 

— Alicia, olha...

— Não, eu não quero olhar nada. Eu quero tomar um banho, vestir uma roupa limpa e ir dormir sem ninguém ao pé do meu ouvido falando coisas que eu não quero escutar. Então, por favor, seja uma boa pessoa e saia do meu quarto para que eu possa fazer o que eu quero.

Teresa nega com a cabeça e ao invés de sair, dá alguns passos para frente, se aproximando de mim.

— Não, eu não vou sair. Não vou deixar você...

— "Fugir?" - completo sua frase e ela desvia os olhos de mim de novo. Me pergunto como ela quer conversar comigo se nem consegue olhar em meus olhos por muito tempo. — Você é a terceira pessoa que diz ou insinua que a única coisa que eu faço quando tem algum problema em minha vida é fugir, e quer saber de uma coisa? Eu estou cansada de ficar ouvindo todos vocês agindo como se soubesse cada reação minha, cada passo dado ou não dado. Como se eu fosse um daqueles programas de tv totalmente previsíveis. 

— Eu...

— Cala a boca. - mando, sem me importar com a educação naquele momento.

Eu estava realmente cansada.

Cansada de todas as pessoas próximas a mim justificarem suas ações como se a culpa das consequências seguintes fosse somente da minha tendência a fugas e escapes.

E daí que eu era uma covarde que fugia das situações e empurrava todos os seus problemas para um canto obscuro da própria mente? Eram os meus problemas. A minha mente. E sobre as minhas fugas, eu mesma que teria que lidar com os efeitos colaterais delas quando chegasse a hora. Afinal, não era o que estava acontecendo agora? Com o Rafael? Aparentemente todos os nossos problemas nunca teriam existido caso eu tivesse deixado ele me dizer o motivo de querer o nosso término. Eu não deixei ele se explicar, fugi antes, tive meu coração partido e agora, nove anos depois, ele reaparece e todos os sentimentos bagunçados voltam com força. Eu estava lidando com isso. Porque foi eu quem fugiu. Mas a questão aqui é que eu estou cansada de todo mundo dizer que fez tal coisa porque sabia que eu iria fugir.

Eles não podem dizer isso. Eles não estão em minha mente. Não sabem o que eu faria ou que pensava em fazer.

— Você chegou aqui querendo me explicar o porquê você fez o que fez, o porquê não me contou que Rafael não era apenas o nosso vizinho, então eu vou te poupar de gastar sua saliva se isso significar que você vai embora. - respiro fundo, mesmo que isso não fosse o suficiente para acalmar meus ânimos. — Você não me contou porque achou que eu fosse surtar. Porque achou que eu fosse fugir para as montanhas assim que soubesse que Rafael estava de volta, assim que lembrasse dele. Justificou sua mentira, seu segredo, com a desculpa de que me conhecia bem o suficiente para saber como eu reagiria com a notícia.

Teresa me encarou pasma, era engraçado que ela tenha feito tanta coisa com a justificativa que me conhecia, mas não tinha a menor ideia de que eu também conhecia ela. 

Quando ela permaneceu calada, eu continuei, agora mais calma. — Agora, você pode, por favor, me deixar tomar banho em paz?

Teresa pareceu ter levado um tapa, o que também me afetou porque eu odiava magoa-la, mas a questão era que ela não tinha respeitado minha decisão. Não tinha me deixado em paz para conversar com ela quando eu estivesse preparada. Eu a amava, ela era minha melhor amiga, mas ela precisava começar a aprender que quando eu digo que não temos nada para conversar é porque realmente não temos nada para conversar.

Não agora.

[💔]

Na pasta que o Frederico me mandou sobre o Sidney Bonivera logo no inicio de minha investigação amadora, quando eu tinha certeza que o policial era um inocente injustiçado, tinha uma informação que eu não dei muita importância mas que agora me era bem suspeita.

Sidney Bonivera frequentava o Blue Blood, todas as terças e quintas.

Eu não tinha prestado muita atenção nessa parte, principalmente porque para mim era irrelevante saber se o policial frequentava alguma boate e também não me importava com qual era ela. Mas agora...

Agora era completamente estranho que um policial sério, como Sidney se dizia ser, frequentasse uma boate noturna na parte sombria da cidade. A mesma boate conhecida por abrigar os maiores chefões de gangues e o pior tipo de baixaria e prostituição.

Por isso, eu aproveitei que hoje era quinta-feira para ir na Blue Blood tentar descobrir alguma coisa. Se eu desse sorte, o próprio Bonivera poderia estar por lá. E eu poderia ainda conseguir informações sobre o Paolo, que ainda era uma peça solta e suspeita nessa história toda. 

Era claro que eu não iria assim, sem nenhum tipo de disfarce ou algo do tipo. Bonivera me conhecia, afinal eu o persegui pela rua e tentei entrevista-lo. Ele me viu. Eu não podia ir lá de cara limpa para conseguir informações, se ele fosse realmente culpado eu estaria em perigo se fosse assim tão desprotegida.

Por isso assim que fiquei sozinha e tomei um banho, liguei para a única pessoa que eu sabia ter o poder de me transformar em alguém completamente diferente.

Kayla era a única pessoa que eu conhecia, que seria capaz de me transformar temporariamente e me tornar minimamente irreconhecível. Era uma aprendiz de estilista que eu conheci na época da faculdade e que fazia favores para mim de vez em quando.

— O que vai querer dessa vez? Ruiva ou loira? - ela perguntou, me encarando pelo espelho com um sorriso de orelha a orelha.

Kayla se tornava uma verdadeira criança quando tinha poder. Principalmente quando era poder sobre os outros.

— Loira. - respondo, e ela deixa a peruca ruiva e cacheada sobre a bancada e começa a colocar a peruca loira em mim. — Espera, não tem uma rosa?

— Você quer se disfarçar de stripper ou quer imitar a Natalie Portman?

— Não pode ser os dois? 

— Você vive para dificultar minha vida não é?

— Talvez. - dou de ombros, lhe lançando um sorriso. 

A coreana revira os olhos para mim, mas mesmo assim se vira para buscar a peruca cor de rosa que ela deve ter em algum lugar daqui. Ela não demora e logo volta para mim.

— Então, o que você pretende se disfarçando de stripper?

— Obter informações. - respondo vagamente.

A verdade é que quanto menos souberem sobre meus objetivos, melhor será para todos caso algo der errado. O que podia dar.

Muito errado.

Eu tinha apenas 34% de chances de obter sucesso com esse plano maluco. Muitas coisas poderiam acontecer de errado.

A policia poderia aparecer em uma operação especial e prender todos que estivessem na boate, Bonivera poderia me reconhecer, algum bandido perigoso poderia dar em cima de mim e quando eu dissesse não, surtar e me sequestrar, ou pior, eu poderia não conseguir informação nenhuma, mesmo sobrevivendo aos perigos da Blue Blood.

— Se metendo em situações perigosas de novo, Sanders?

— Meu nome não é mais Sanders. Agora, com essa peruca cor de rosa na cabeça, eu não sou mais Alicia Sanders.

Kayla me encarou sarcástica, com uma sobrancelha arqueada e um batom vermelho nas mãos. — E qual é seu nome agora? Jane Jones*?

— Não. Alice Ayres*.

[...]

Hello people, 

Jane Jones e Alice Ayres são personagens de Natalie Portman no filme Closer (BR: Perto demais).

E aí? O que vocês acham que vai acontecer? O que acharam da discussão? Como foi a semana de vocês?

Até a próxima quinta, se cuidem e lavem as mãos.

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