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Universidade de Edimburgo - Escócia



10 anos antes do Conto – Tela Azul


— Senhor Coutinho? Meu nome é Vika Douglas. – apresentou-se a moça, estendendo-lhe a mão. — Sou assistente da Dra. Chisholm

Celso lançou um olhar significativo ao amigo que trazia seu cabelo longo preso em um rabo-de-cavalo; trajava uma camiseta do Metallica além dos jeans rasgados e tênis preto. Mais parecia um roqueiro do que um cientista de sua envergadura, o que fez com que Celso sorrisse de lado. Definitivamente, ainda que o sobrenome não combinasse, ele tinha mais cara de cientista com seus traços orientais do que o próprio Alberto.

— Muito prazer, Srta. Douglas. Meu nome é Celso Matsubara. Este aqui, ao meu lado, é o Dr. Alberto Coutinho.

A moça arregalou os olhos para o especialista que abria um sorriso franco em sua direção e estendia-lhe a mão. Já estava acostumado àquele tipo de reação quando as pessoas descobriam o que havia por trás de sua aparência de músico.

Celso e Alberto eram amigos de longa data. Haviam se conhecido durante o ensino médio, período em que criaram uma banda de garagem chamada "Na Garagem" que mais desafinava do que qualquer outra coisa. A banda acabou, mas a amizade permaneceu mesmo quando ambos optaram por carreiras tão diferentes: Celso era jornalista freelancer enquanto Alberto se formara em Biologia, pós graduando-se em Paleontologia com especialização no estudo de fósseis de bactérias. Até onde Celso sabia, o amigo era um dos poucos especialistas neste campo e o que os levava diretamente àquela recepção do departamento de Paleontologia na Universidade de Edimburgo.

Embora a profissão de Alberto pudesse retratá-lo como um nerd, esta definição não se aplicava a Alberto, pelo menos, em parte. Apesar da seriedade em suas análises, Alberto era um verdadeiro "porra louca": enquanto Celso se casava, ele fazia um "mochilão" pela Europa, ocasião em que conheceu Eara em um pub londrino. Por uma ironia do destino, a moça dos cabelos cor de fogo também era paleontóloga e trabalhava como pesquisadora para aquela universidade. O envolvimento deles fora breve, somente durante a semana que Alberto passara na Inglaterra, mas há coisa de vinte dias, Eara o havia contatado e solicitado sua ajuda para ajudá-la na análise de uma pesquisa classificada como confidencial. Aquilo, claro, havia instigado Alberto que, sentindo o cheiro de algo no ar, impôs a condição de levar um acompanhante sem dizer, exatamente, qual era a sua profissão. Partilhando suas desconfianças, arrancara Celso de sua viagem de férias ao Caribe com a promessa de que poderia haver algo ali, algum material para o livro que ele pretendia escrever.

Passados alguns instantes de perplexidade, Vika, uma jovem de aproximadamente vinte e poucos anos, cabelos e olhos negros como a noite, conseguiu se recompor. Após apertar a mão de Alberto, solicitou que eles a seguissem pelos vários corredores margeados por salas e equipes em plena atividade. Finalmente, chegaram à porta de um laboratório onde, além do vidro, podiam ver uma vasta cabeleira vermelha presa em um rabo de cavalo em total contraste com o branco de seu jaleco.

— Dra. Chisholm...

Vika mal teve tempo de terminar a frase, pois naquele exato instante, Eara levantou-se e veio ao encontro dos recém-chegados, dando um forte abraço em Alberto e beijando-lhe de leve os lábios. A assistente permaneceu olhando aquela cena em total perplexidade, afinal, os escoceses não eram muito dados a intimidades e um gesto daqueles, então... era quase um desafio a todas as regras de etiqueta, até mesmo profissional!

— Bert! Quanto tempo! Você não mudou nada! – observou a jovem com um sorriso amplo e bagunçando um pouco o cabelo do colega. — Fico muito feliz que tenha vindo!

— Jamais poderia recusar um convite seu. – retornou o rapaz, dando-lhe uma piscadela e fazendo Eara gargalhar.

— Senti falta de seu charme brasileiro! – Voltou-se para Celso, estendendo-lhe a mão. — E você deve ser o Sr. Matsubara, certo?

— Celso, por favor.

Após mais algumas amenidades, Eara dispensou sua assistente que ainda lançou um olhar de reprovação ante o comportamento da chefe. Tão logo a porta se fechou, a expressão da moça tornou-se mais séria enquanto tomava Alberto pelo braço. Com passos rápidos, o guiou para uma outra sala onde o acesso se dava apenas por meio de um código que Eara digitou rapidamente. Em segundos, os dois foram introduzidos em um novo ambiente.

A sala era até pequena quando comparada ao imenso microscópio que havia ali. Posicionado no centro, o equipamento integrava uma grande bancada com três monitores e um computador; o que parecia uma impressora e uma série de outros equipamentos que Celso não conseguia distinguir muito bem o que eram ou para quê serviam.

Sem dizer uma palavra, Alberto sentou-se no microscópio, deixando a mochila que trazia no chão, ao lado da bancada e pôs-se a examinar.

— Esta é a lâmina com as bactérias que te falei. Eu já havia descartado algumas outras amostras compostas apenas por artefatos. – explicou Elara. Notando a confusão estampada na fisionomia de Celso, prosseguiu: — Quando examinamos bactérias em amostras de solo antigo, muitas vezes elas vêm acompanhadas de outras estruturas como minérios ou excrementos produzidos pelas próprias bactérias. Somente com uma análise no microscópio eletrônico nós podemos separar esses materiais e analisar somente os esqueletos das bactérias.

— Isso... Não faz o menor sentido. – balbuciou Alberto, trocando a lâmina atual por outra que estava ao lado. — Essas amostras vieram das margens do Lago Ness, você disse. Onde o fóssil foi encontrado?

— Sim. Esta lâmina que você analisou são de bactérias típicas da região.

— E essas... Não faz o menor sentido!

— E isso não é nada. – disse Eara, olhando para os dois com gravidade. —Vocês se lembram que há 5 anos, em 2003, um senhor encontrou um fóssil às margens do Lago Ness, certo? – Celso se lembrava, pois o fato de o homem ter tropeçado no objeto lhe chamara a atenção. — Pois bem. Após aquele achado, nossas equipes começaram a vasculhar a região e encontraram mais um fóssil há alguns quilômetros do primeiro. Meu chefe está liderando as análises sobre o primeiro fóssil, encontrado pelo aposentado e meu colega, Dr. Segan, está realizando a análise do segundo. — Ela se dirigiu até uma das gavetas da bancada e de lá retirou uma pasta que entregou diretamente a Alberto. — Eles são exatamente iguais e nós imaginávamos que a datação pelo carbono-14 seria de milhões de anos, mas o segundo...

— Ele tem pouco mais de 50 anos? – Alberto mais parecia responder do que fazer a pergunta.

— Exato. E não é só isso. Veja. – Ela apontou para uma parte do relatório que os dois homens também olhavam. —Há indícios de radiação, o que deixa tudo ainda mais confuso. E antes que você me pergunte, tudo leva a crer que são ossos do mesmo tipo de criatura, algo parecido com um réptil...imenso, de fato, se esses forem ossos da sua parte ventral como tudo indica.

— Eu já vi esse tipo de bactéria, mas, onde?

Alberto franzia o cenho quando sacou seu notebook de dentro da bolsa, conectou-se à internet e começou a vasculhar entre seus arquivos. Após quarenta minutos de busca, finalmente encontrou o que procurava e apenas virou o aparelho para Eara que arregalou os olhos, assim como Celso.

— Japão?

— Mais especificamente, Atol de Bikini.

— Você está me dizendo que essas bactérias são de lá? Mas o que elas faziam aqui, na Escócia?

Um silêncio abateu-se sobre a sala, cada um preso a seus próprios pensamentos até que uma ideia surgiu em Celso. Pedindo permissão ao amigo, Celso ativou o site de buscas. Passou de site em site enquanto os outros dois continuavam um debate até que encontrou o que procurava e chamou os companheiros.

— Quando eu era pequeno, minha avó me contava histórias sobre uma criatura marinha que começou a ser avistada nessa região após testes nucleares ocorridos na década de 50. – Celso virou o notebook para os colegas que mal conseguiram conter o espanto.

—Isso é loucura! ­ Exclamou Eara. —Como ele poderia vir do mar do Japão para cá?

— Somente uma análise detalhada do fundo do lago seria capaz de responder esta pergunta. — afirmou Alberto. — Deve haver alguma passagem ou...

— Ou um portal, talvez. – sugeriu Celso, provocando um olhar incrédulo nos colegas. — Eu não me espantaria se essa coisa não fosse da Terra...

— Teria que ter um rim gigante para se adaptar entre água doce e salgada, sem explodir ou se desidratar! – interrompeu Eara trazendo o assunto para um terreno mais racional. Aquela ideia, em sua mente de pesquisadora, era absurda. A figura que Celso mostrava na tela lhe parecia bem absurda. — E aquela foto do suposto monstro do Lago Ness com a criatura de pescoço alongado?

— Tendo sido tirada na década de 30, a foto tem uma resolução bem ruim, então...Bem, não seria difícil confundir um desses "espinhos" que ele tem no dorso, ou a ponta da cauda, com um ser de pescoço longo como o "Nessie". – Celso apontou para a imagem da criatura no computador.

Alberto e Eara se entreolharam uma vez mais antes de indagar em uníssono:

— Nessie é o Godzilla?





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