Lençol Rosa
- Bom dia! - Márcio nota minha cara de sono. - Talvez não tão bom assim. Não conseguiu dormir?
- Você já tentou dormir menstruado?
- Acho que você sabe a resposta. - Ri.
- Se fosse só isso tava bom, mas eu dividi o quarto com a tia Lúcia, o que é o mesmo que dormir com um trator.
- Não desejaria isso nem pro meu pior inimigo. - Bebe um gole de café. - Mas, mudando de assunto, como tá sua fanfic?
- Quase terminada, escrevi a noite inteira ao som dos roncos. - Esfrego o rosto. - Hein, será que seus pais se incomodam se eu dormir em um desses sofás o resto da semana?
- Acho que não. Se você quiser eu posso te acompanhar e a gente faz uma festa do pijama.
- Festa do pijama com você? Não tá planejando fazer uma tatuagem na minha testa enquanto eu durmo, né?
- Tatuagens são legais. - Pisca. - Mas é sério, eu trago meu lençol rosa e a gente faz fofoca da sua família. A gente pode chamar a Juliana também, vai ser legal.
- É... eu... - Gaguejo e Márcio ri.
- É brincadeira, você precisava ter visto a sua cara. Ela não pode fazer parte do nosso clube da Luluzinha.
°○°○°○°○
À tarde fomos à praia, vesti o sutiã do biquíni com um short jeans e tentei não desanimar por não poder entrar na água.
Me surpreendi com a quantidade de gente na praia de Praia Grande e suspeitei que essa praia não fosse tão grande assim. Tivemos que ficar numa área perto das pedras, o que foi ótimo pra mim porque deu umas fotos lindas.
- Vou cantar pra você prima! - Juliana sai da água animada com seu novo biquíni laranja. - O nome dela é Jennifer, encontrei ela no Tinder, não é minha namorada...
Ela liga uma caixinha de som tirada não sei da onde e toca essa música infernal. Não sei o que é pior meus familiares apontando e dizendo que essa é a minha música, ou a voz desafinada da Juliana cantando.
- Eu escolho a próxima! - Marcelo pega a caixa e salva minha tarde quando escolhe alguma música qualquer do Luan Santana que não tem o meu nome.
Minha mãe começa a cantar e dançar e eu saio de perto pra tirar foto de uma pedra agora que não tem ninguém perto. Estou tão concentrada no ângulo que dou um pulo quando sinto uma coisa gelada no ombro.
- Comprei picolé pra você. - Márcio diz. - Não sabia o sabor que você gosta então trouxe chocolate.
- Chocolate é ótimo, obrigada. Mas o que você quer? Não vai me dar sorvete gratuitamente.
- Nossa, que desconfiada! Da próxima vez não compro.
- Colocou algum veneno? - Analiso a embalagem e ele me olha feio.
- Você é muito sem graça. - Ele abre o sorvete e eu faço o mesmo.
- Eu sei.
- Jenny, você passou protetor solar? - Pergunta do nada, cheio de intimidade, eu nego. - Tá toda vermelha, isso vai arder pra caramba. - Pega o tubo e, sem pedir permissão, espalha o creme no meu rosto.
- O que aconteceu? Você tá muito gentil hoje. Ainda não me fez passar vergonha.
- É que eu gosto de te ver corada e hoje você não precisou de mim pra isso. - Márcio sorri e eu, claro, fico ainda mais vermelha.
Essa semana vai ser interessante.
°○°○°○°○
Fim.
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