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🌈IX. Cada um tem o final que merece.

Nos últimos sete meses, Jimin vinha parando para reparar que a vida era curta demais para se passar tão rápido em vão. Conviver mais com seus amigos e estar apaixonado por um cara o fez enxergar que a vida era mil vezes mais colorida quando vivemos intensamente do modo que nos faz feliz, e, assim que ele também soltava sua voz sobre aquele palco que já havia se tornado tão familiar para si, o Park sentia a sensação de êxtase e alegria extrema triplicar.

Era estranho assimilar sua vida pacata e sufocadamente torturante ao estado de satisfação no qual ele se encontrava agora. Era intrigante de sua parte se sentir tão bem aceito em volto daquelas pessoas e de como não recebia olhares julgadores quando andava agarrado a Jeongguk na garupa na moto deste, ou então apenas passou a ver o mundo mais aberto às diferenças porque, de fato, não mais ligava em ser o diferente.

O loiro se aceitava e, ainda mais, se amava por se enxergar e mostrar da forma que era.

E naquela noite, a qual se sentia realizado por finalmente ter seus shows acertados como fixos e estar recebendo mais por suas apresentações, o Park tinha toda a sua meta para aquela semana traçada em mente enquanto vislumbrava Jeongguk fazer seu trabalho entre a multidão ensandecida, e seus amigos, agora na companhia de Hoseok, encherem a cara de álcool, o que não era nada atípico para o grupo, enquanto Jimin cantava uma música mais agitada para o público.

Contudo, foi num quebrar de voz que quase perdeu o ritmo e tom da música assim que avistou Jaehyun, o seu primo preconceituoso, o encarar com desdém a pouquíssima distância do palco. Um sorriso presunçoso se abriu no rosto anguloso, e Jimin sentiu que aquela sua ação era apenas um aviso de que ele não teria sua dignidade poupada e que o garoto arrogante iria o ferrar para a família deles sem dó nem piedade. E, embora o corpo do loiro estivesse gelado pela surpresa de esperar que nunca encontraria ninguém de sua família ali e sua voz saísse mais falha do que qualquer outra coisa, Jimin tentava se acalmar e convencer a si mesmo que não havia o porquê de desespero.

O Park já estava decidido e sabia que, se o seu primo fosse abrir o bico para os seus pais sobre ter o visto trabalhando em uma boate gay, nada além do que imaginava iria acontecer. Jaehyun só iria fazer aquilo que Jimin já queria há tempos.

Então, quando o seu pequeno show finalizou e o loiro desceu do palco, seus amigos o puxaram para a farra, ainda que sua cabeça latejasse enquanto continuava a sentir o olhar do seu primo queimar em si. O Park não compreendia o que o outro fazia ali, já que o mesmo se dizia ser hétero, mas percebia que o intuito dele agora era observar cada passo seu, como se o Park fosse uma presa. Se sentia desconfortável, embora tentasse ignorar.

— Toma, Jiminnie, bebe! Vamos comemorar que agora você vai ser o único cantor a brilhar naquele palco! — Jimin suspirou quando Hobi empurrou um copo de whiskey em sua mão, gritando aos quatro cantos à medida que se debruçava na mesa.

Tão exagerado quanto o namorado, diga-se de passagem.

— Não exagera, Hobi...— Riu um pouco, virando uma dose goela abaixo e sentindo o ardor queimar por dentro, se arrependendo de ter tomado da bebida.

Tinha vontade de vomitar aquela hora e sentia que hoje não era o seu dia, pois se sentir observado por aquele que desejava o jogar aos leões era o cúmulo. Céus, aquela boate era o lugar onde Jimin se sentia mais confortável e bem aceito. Jaehyun nem era pra estar ali!

— Meu Hobi não exagera, ele só diz os fatos! — Taehyung se pronunciou, falando na língua do álcool, totalmente grogue. — Aceita que você arrasa, viado!

— Okay, Okay… — O Park elevou as mãos, em sinal de redenção, por um momento passando a procurar Jeon com o olhar e acabando em trocar fitares com o outro Park no meio da busca, então suspirou.

— O que aconteceu com a nossa estrelinha? Por que você parece tão para baixo hoje, Jiminnie? — Jin puxou uma cadeira para perto de si, o olhando com os olhos caídos, por conta da bebida, em curiosidade.

— Nada, eu só me sinto um pouco cansado. — Mentiu, apesar de que aquela situação realmente o tivesse deixando farto daquilo tudo.

— Mas hoje você finalmente conseguiu seu “trabalho fixo”, Ji… — Seokjin pareceu confuso. Apesar de um tanto bêbado, ele ainda se mantinha mais sóbrio do que os outros dois na mesa. — Não era isso que você queria? Ser reconhecido por sua voz? Um emprego com qual você se identificasse? Dizer que é independente e dono de si mesmo? Esse é o primeiro passo!

— Eu sei. Isso é meio que irreal. É meio estranho perceber que eu estou deixando de ser tão medroso para com o mundo e ir em buscar dos meus ideias. E eu realmente estou feliz por ter conseguido o meu lugar fixo aqui e ter conquistado tanta gente. — Confessou o que era verdade. — Mas eu estou um pouco cansado, só quero minha cama.

— A sua cama, ou a do Jeongguk? — O mais velho fez graça, e Jimin riu preguiçoso. Bem que queria dormir ao lado do moreno esta noite, mas ainda tinha Somin o esperando no apartamento, embora a mulher nem mesmo em casa às noites estivesse mais, ultimamente. — Agora, falando sério, eu tenho ideia do porquê você está assim, ou melhor, eu sei quem está te deixando desconfortável, e se você quiser que eu vá lá e quebre a cara daquele babaca de merda, eu faço isso agora mesmo! — Seokjin mudou a expressão amistosa para uma séria de repente, e o Park se assustou.

— O quê?

— Eu estou falando daquele seu primo de merda. Você sabe, ele não tira os olhos de você. — Resmungou, bravo, e Jimin sorriu pelo modo que o outro queria o proteger.

— Não esquenta, Jin, ele não pode usar o fato de eu estar aqui com vocês para me ameaçar. — Suspirou, sorrindo pleno. — A cada dia que passa eu tenho mais certeza do que eu quero e não vejo nenhum problema nisso.

— Eu não posso sentir mais orgulho de você, pequeno gafanhoto. — O mais alto bagunçou seu cabelo, o fazendo rir divertido.

— Em relação a Jaehyun, o que só me incomoda mesmo é o fato de ele estar aqui, poluindo o lugar onde eu mais me sinto bem com a presença de merda dele. Afinal, se ele diz odiar gays, o que ele faz aqui?

— Não se preocupa, qualquer coisa eu dou um lição nele. — Sorriu, antes de olhar para o ruivo perto do bar da boate e o lançar um puxar de lábios audacioso, que Jimin tampouco entendeu e nem tentou.

A noite terminou de forma pacata uma semana depois que Jimin teve a presença do seu primo na boate onde trabalhava, e se surpreendia com o fato de nada ter acontecido até agora. Embora soubesse que tudo poderia virar um completo caos com seus pais de uma hora para outra, o Park deixava aquela dor de cabeça para outro dia pois, nessa última semana, ele estava procurando o melhor jeito de acabar o seu casamento com Somin sem muitas confusões. Aquela sua decisão de pedir o divórcio e assumir Jungkook martelava em sua cabeça a todo momento pois o loiro não achava justo manter o que tinha com o Jeon numa corda bamba ao mesmo tempo que enganava a morena.

E, naquela noite de sábado, o ruivo chegou em seu apartamento de madrugada, como o de costume, cansado a ponto de apenas ter forças para abrir a porta e se jogar no sofá, optando por querer dormir ali mesmo. As luzes do cômodo se mantinham desligadas, e o Park tampouco estava se importando. Ele só precisava dormir agora e repor todas as suas energias gastas.

Suas pálpebras se mantinham fortemente fechadas, denotando o quão acabado fisicamente se encontrava, por isso ele nem ao menos percebeu as luzes sendo acesas e Somin, trajando apenas o babydoll preto dela, parada com os braços cruzados à sua frente.

— Precisamos conversar, Jimin. — Apesar do tom firme, sua voz era calma e mansa, fazendo Jimin piscar, embora se sentisse sem forças para abrir os olhos por completo.

— Uhmm? — Resmungou, bêbado pelo sono que não o abandonava mesmo com uma das lâmpadas reluzindo forte bem acima de si.

— Eu disse que precisamos conversar.

— Não pode ser outra hora? — Murmurou baixinho, sem forças para mais palavras, se remexendo para encontrar uma posição confortável no sofá.

— Não, tem que ser agora. Eu preciso falar sobre isso de uma vez por todas. — Alegou, bufando ao ver o loiro quase babar no estofado do sofá, sem ao menos a dar atenção. — Você poderia me escutar, por favor? — Aumentou o tom de voz, levando Jimin a saltar assustado e se sentar ligeiramente, a encarando sonolento.

— Uhmm… Estou ouvindo. — Limpou os resquícios de saliva, bocejando.

— Eu quero o divórcio. — Cruzou os braços, sorrindo como se falasse de algo banal.

E foi assim, sem mais palavras e de repente, que Jimin se encontrou confuso, realmente não esperando aquela atitude da morena, embora soubesse que aquele momento uma hora, inevitavelmente, chegaria.

— Você está dizendo isso assim...do nada? — Agora o Park se encontrava completamente desperto, a encarando com a confusão transbordando os olhos.

— Sim, eu encontrei outra pessoa. — A naturalidade com qual a mulher falava o deixava espantado.

Claro que esperava que ela tivesse alguém fora do relacionamento, isso não o espantava. O que o deixava pasmo era a sinceridade e plenitude que exalava dela à sua frente.

— Isso é sério?

— Sim, eu descobri que chifre trocado não dói. — Ela se jogou ao seu lado, elevando os pés bonitos sobre a mesa de centro numa pose confortável. O loiro piscou desnorteado sem saber o que fazer. — O que foi? Pode gritar de felicidade. — Riu. Ela parecia uma louca aos olhos de Jimin agora. — Okay, eu até estava achando excitante te ver tendo um rolo com o meu antigo amigo enquanto eu fingia que não sabia de nada, sabe? Mas, qual é, eu sou uma mulher, poxa, eu estava precisando de carinho e do sexo que você não me dava, aí eu acabei cansando…

— Você está ficando louca? — Jimin se pôs de pé, indagando aquilo como se as palavras dela fosse irreal demais. — Eu realmente não estou acreditando que você está me falando essas coisas.

— Qual é, você se acha o melhor dos atores, não é? Então deixa eu te dizer que eu sempre soube que você gostava da mesma fruta que eu, mas como eu te amava demais desde que seus pais me apresentaram a você, eu passei a acreditar que você também poderia me amar, Jimin. Eu sei, fui idiota demais por ter esperanças de que você fosse deixar de querer usar as minhas calcinhas para desejar me ver em uma calcinha. — O Park se encontrava de olhos arregalados, petrificado no lugar e até mesmo um pouco envergonhado. — Mas agora eu sou sincera o bastante para dizer que está maçante demais esse show de mentiras, não só para mim, como para você também. Eu ainda te amo muito, mas não do mesmo jeito que antes. Eu te vejo como o meu melhor amigo agora e sei que cada memória boa que passamos juntos eu vou fazer questão de levar para sempre comigo. — E lá estava ela, com os olhos cheios de lágrimas ao falar aquilo para o outro, que também se encontrava surpreso por encontrá-la emocionada daquele modo. — E é por ainda te amar demais e ver no seu olhar refletido quem você realmente ama, que eu te dou o total apoio para ficar com o Jungkook e enfrentar sua família de uma vez por todas. Eu só quero que você seja feliz, Ji, assim como eu estou indo atrás da minha felicidade.

O Park se permitiu chorar, ser sensível como nunca pôde se mostrar ser em frente de outras pessoas porque seus pais sempre  afirmaram que ele não poderia ser “fraco”, pois homens deveriam ser “homens” e não chorar. Mas o loiro caiu no sofá novamente, se agarrando a outra e completamente agradecido por ouvir da boca alheia que ele tinha mais um apoio para seguir em frente.

(...)

Foi daquela forma que o domingo chegou, e Jimin despertou mais leve, sem o familiar peso de tantas mentiras em suas costas. Antes mesmo que pudesse se pôr de pé, Somin despontou no batente da porta. Ela se encontrava mais radiante  do que nunca, assim como Jimin.

— Eu fiz o café da manhã e o bolo de cenoura que você gosta. — Sorriu, e Jimin não poderia estar mais animado. — Vem logo antes que esfrie.

O loiro não precisou de mais nada para saltar da cama, tentando fazer a sua higiene matinal o mais antes possível pois sua boca já salivava por imaginar o bolo que estava o esperando, mas antes que pudesse passar pela morena, esta segurou em seu braço, o fazendo franzir o cenho ao se voltar para ela.

— O quê?

— Sua mãe ligou avisando que está te esperando para almoçar na casa dela. — Naquela hora Jimin tremeu, sem saber como reagir com aquela informação, mas a outra repuxou os lábios em um sorriso reconfortante. — Não se preocupe muito, okay? Apenas faça o que tem que fazer.

///

Quando a porta foi aberta, Jimin foi capaz de acompanhar o sorriso da sua mãe ir morrendo aos poucos assim que os olhos atentos dela caíram na figura alta e de cabelo negro ao seu lado. Não era preciso estudar muito a feição alheia para saber que ela estava tremendamente desgostosa ao ter a presença de Jeongguk ao lado do seu filho em sua casa.

— O que ele faz aqui, Jimin? — O Park sabia que ela controlava o estresse, embora, ainda assim, o questionamento dela tivesse soado asperamente.

No entanto, ele sorriu amarelo para a sua progenitora e puxou seu companheiro com uma mão, se dando conta que o Jeon estava mais do que sem jeito diante aquela situação. O loiro queria o poupar daquilo tudo, mas o moreno quis o dar uma moral. Se iria assumir sua orientação de uma vez por todas, que fizesse ao lado do cara pelo qual estava completamente apaixonado.

— Eu estou faminto, mãe, por que não comemos primeiro, uh? — Seu tom era calmo, tentando amenizar a tensão no ar à medida que o fitar de águia da mulher mais nova descia até a sua mão entrelaçada com a do mais alto.

Jimin queria que sua mãe o respeitasse e para isso agiria com calma. Embora ela já soubesse todas as suas condições, reconhecia que não seria fácil receber aquela “bomba” em mãos novamente.

— Tudo bem, seu pai está pondo a mesa. — A outra foi direta, e o Park assentiu um pouco hesitante, ainda que Jeongguk reforçasse o aperto entre suas palmas.

— Eu soube que você fechou há alguns meses atrás o seu escritório de advocacia, meu filho, e eu queria entender o porquê dessa loucura. — O homem mais velho sentado à mesa o interrogou em certa altura, levando um arrepio, como uma descarga elétrica, à espinha dorsal do loiro. — Não preciso falar nada para que você saiba o quão desgostoso disso tudo eu estou.

— Eu apenas estou seguindo os meus sonhos, pai. — Tentou sorrir, desistindo de levar a porção de alimento presente em seu garfo até a boca. Ao seu lado, Jeongguk parecia distraído com a sua própria refeição, ainda que o Park soubesse que ele seria o primeiro a intervir caso as coisas complicassem para o seu lado. — O senhor não imagina o quão feliz eu estou agora.

— Não, eu não imagino, porque um homem de respeito não pode estar feliz tão perdido na vida como você está. — O outro foi grosso, deixando Jimin em alerta. — A sua felicidade é não ter um emprego digno para criar a sua família? Me diga! Se a sua felicidade é não ter ambições, eu não a reconheço.

— Pai… — O loiro suspirou, sabendo que aquela conversa não tardaria a chegar, mas também não imaginava ser justo naquele momento.

Sua mãe se mantinha de cabeça baixa, fingindo prestar atenção em seu próprio prato, embora Jimin reconhecesse desapontamento em sua feição. Aquilo o doeu, porém ele não deixou seu objetivo de lado.

— Sua educação foi a melhor possível, Jimin, fui firme o máximo. Mas você continua a nos decepcionar com esses sonhos pequenos e com esse poço de água podre que você guarda aí dentro. — As palavras dele cortavam Jimin mais do que facas afiadas. Naquele instante, até mesmo Jeongguk se encontrava assustado pelo tom raivoso que o homem lançava contra seu próprio filho. — Além de nos envergonhar, nos traz esse garoto para debaixo do meu teto sem nenhum pudor. Sinceramente, eu tenho pena e temo pela dignidade da Somin. Uma mulher tão gentil e boa esposa não merece ser casada com um homem igual a você. — Despejou sua raiva, levando o loiro a sentir o sentimento de desprezo bater forte em seu peito.

Sabia que não iria ser fácil, mas tudo se tornava pior do que um dia imaginou.

— A Somin pediu divórcio. — Abriu a boca para falar, se obrigando a não deixar a voz falhar uma vez sequer.

Sua mãe continuava em silêncio do outro lado da mesa, embora o Park não mais esperasse nada dela. Jeongguk, por outro lado, voltou a entrelaçar as suas mãos sobre a mesa, como numa transmissão de confiança ao mesmo tempo que seus olhos se encontravam em meio àquele início de caos, como se um dissesse para o outro: “está tudo bem, eu estou aqui para você”, e Jimin se apegava a isso.

Contudo, o riso de escárnio de seu pai corrompeu o pequeno momento do casal.

— É vergonhosa toda essa situação. Eu tenho vontade de morrer de desgosto todas as vezes que eu me recordo de cada vergonha que você fez eu e sua mãe passar. E não me assusta a Somin ter abandonado o barco, ninguém suporta ter que conviver com um gay nojento como você. — As palavras dele martelavam em sua mente, e o loiro não sabia como reagir. O ódio faiscava dos mirantes de seu progenitor, e Jimin só soube se sentir profundamente amargurado. — Saiba que quando eu e sua mãe te arrumamos aquele casamento com Somin foi porque não aguentamos mais ter que conviver com uma bichinha como você dentro de casa! Apesar de toda a esperança que nutrimos de que você virasse um homem de verdade, agora eu revejo que você é o mesmo merda de sempre quando traz o macho que anda comendo para dentro de minha casa. — As lágrimas já acumulavam nos olhos do Park e mesmo que Jeongguk mostrasse estar pronto para o defender, Jimin não deixaria pois a única coisa que o magoava era a rejeição de seu pai, não o fato de ser chamado de “bichinha”. — E se você veio aqui hoje com o propósito de fazer com que a gente te aceite, saiba que viados não são bem-vindos na minha casa.

— Vamos embora, Jimin, eu não posso deixar que você ouça todas essas merdas e ficar calado desse jeito. Eu poderia agir com a mesma ignorância, mas eu não quero descer tão baixo a nível tão sujo desse jeito e me igualar ao você, senhor Park. — Jeongguk se pôs de pé, calmo, embora a veia saltada ao lado de sua testa denotasse tamanho estresse. Contudo, o Park mais velho apenas o devolveu um sorriso sádico.

— Saia logo da minha casa, leve esse daí consigo e faça o favor de nunca mais aparecer aqui. — Ele abanou as mãos no ar, como se o choro alto de Jimin não o afetasse em nada.

Quando os olhos de Jimin se encontraram com os de sua mãe, ele quis chorar ainda mais, entretanto se obrigou a engolir o choro. Ele não queria estar ali para causar pena, o loiro deveria mostrar que era dono de suas próprias escolhas e aprendeu a não ser apenas aquele que abaixa a cabeça. Se as pessoas que o mesmo acreditava que o amavam estavam o virando as costas, por que ele continuava a desejar que elas o acolhessem? Por que o Park insistia em respeitar as mesma pessoas que o descartava da vidas delas como lixo?

Seus pais não mereciam o seu respeito, tampouco amor.

— Quando o seu primo afirmou que você estava se envolvendo com um dançarino e trabalhando em uma boate gay, eu não quis acreditar. — A voz quebrada dela se sobressaiu ao que o silêncio chegou e o choro de Jimin cessou. — Eu lutei tanto por você, Jimin, almejei tanto a sua felicidade e…

— Por que você não para com as suas chantagens psicológicas?! — Pela primeira vez, Jimin bradou alto, arrancado surpresa de todos ao redor. Agora o loiro se mantinha de pé, ao lado do moreno, pronto para fazer todas as palavras presas em sua garganta serem ouvidas. — Eu não aguento mais te ver fazendo com que eu pareça o errado e o motivo de todas as desgraças dessa família. Eu não vou mais ser usado com o depósito dos sonhos frustrados de vocês dois! Eu já entendi que vocês querem que eu seja tudo aquilo que vocês não conseguiram ser, que eu espelhe toda a ignorância e arrogância de ambos, mas eu não sou assim! Ao contrário do que vocês esperavam, eu aprendi a me amar como eu sou e a correr atrás do que eu quero para mim. Eu não estou a fim de ficar de braços cruzados esperando vocês me controlararem e aceitar apenas o que a vida está disposta a me dar, não mais. — Sua mãe se mostrava de olhos arregalados agora, já seu pai fingia não se importar com as suas palavras, mas os seus punhos fechados com força afirmava a sua tentativa de autocontrole.

— Você não entende…

— Eu entendo, mãe. Eu entendo que você nunca me amou pelo o que eu sou, mas sim por tudo aquilo que um dia desejou que eu fosse. Mas, mesmo que doa, é bem melhor assim. É bem melhor lidar com um choque de realidade, do que apenas viver recebendo do seu falso amor tóxico. — Sorriu pequeno, mas intensamente confiante. O loiro entendia que não estava perdendo nada, só se livrando do que não o fazia bem. — Eu sou assim, gay e “sujo”, como você gosta de afirmar, mas eu, finalmente, me orgulho em ser assim. Lembra do dia que você afirmou que iria me curar? Eu chorei por acreditar que você não merecia um filho como eu e que realmente eu precisava deixar de gostar de outros caras, mas agora eu finalmente vejo que os únicos que merecem curar essa mente doente e preconceituosa são vocês. Se não me aceitam como sou, paciência e aprendam a lidar com a “vergonha” de terem um filho gay, pois agora eu não vou esconder de mais ninguém quem eu sou. — Com as suas palavras finais, sua mãe explodiu em um choro alto e seu pai bateu com os punhos na mesa de vidro, irado, ao ser pôr de pé, a respiração descompassada.

— Saiam agora! — Gritou alto, fazendo Jimin e Jeongguk, mesmo que atônitos, sorrirem, embora aquilo tivesse parecido provocação aos olhos do mais velho.

— Com o maior prazer, senhor. — Jeongguk foi capaz de dizer antes de segurar a mão do loiro e o guiar até a porta principal, fechando-a atrás de si ao mesmo tempo que o Park gritou furioso e estridente.

O sol brilhava forte e o céu completamente azul fazia a tarde ensolarada perfeita para ser aproveitada. Lucie os esperava, e ao contrário do que Jeongguk achou que fosse acontecer, Jimin sorria amplo ao mesmo tempo que o moreno foi surpreendido por um dos beijos necessitados e frenéticos vindo do loiro, ali, no meio da rua e bem em frente da casa dos pais deles.

— Isso foi tão doloroso, mas ao mesmo tempo tão libertador que eu só tenho vontade de sair por aí gritando de felicidade. — Ele estava todo eufórico, e o Jeon via aquilo de longe, não conseguindo deixar de o puxar para um abraço forte.

— Eu estou tão orgulhoso de você, meu amor. — Beijou-lhe a testa, à medida que o loiro se sentia a pessoa mais feliz do mundo.

Embora ainda existisse a mágoa por seus pais, sabia que tudo que aconteceu dentro daquela casa contribuiu para que seguisse em frente e fosse um homem livre, sem medo dos julgamentos alheios.

— Obrigado, Gguk. — A voz do mais velho estava abafada contra o pescoço do moreno, e este teve que o afastar um pouco para olhá-lo nos olhos, sorrindo confuso pelo agradecimento inesperado.

— Por que você está me agradecendo agora?

— Por ter entrado na minha vida, por ter insistido. Você contribuiu para que eu me libertasse dessa situação tóxica com os meus pais e comigo mesmo. Tudo estava tão mórbido antes de você me aparecer e, embora eu não me orgulhe por ter traído a Somin e não ter sido sincero desde o começo, eu me sinto absurdamente feliz por ter você comigo agora. — O Jeon quase se derreteu ao ver os olhinhos do outro brilhando em sua direção com tanto amor. As palavras sinceras do Park atingiram em cheio o seu coração, o tornando ainda mais apaixonado, se possível.

O moreno só queria pegar Jimin nos braços e garantir a sua segurança e felicidade pelo resto de suas vidas.

— Você é a melhor coisa que aconteceu em minha vida. Eu sei que o nosso começo foi meio torto e improvável de dar certo, mas agora eu te amo tanto, Jimin. — Jeongguk podia jurar que Jimin era o seu bem mais precioso no mundo e os seus lábios juntos era apenas uma amostra da culminação intensa daquele amor.

— Eu quero gritar o quanto eu te amo. — Quando ambos os lábios se afastaram, Jimin pulou eufórico, parecendo que a sua felicidade iria transbordar de tão grande. Jeongguk riu, não conseguindo suportar a visão fofa de Jimin tão alegre, como uma criança prestes a abrir o melhor presente de aniversário.

— Vem, sobe na garupa, vou te levar até um lugar.

Enquanto seus braços dançavam livres na brisa fresca de fim de tarde, Jeongguk acelerava Lucie sobre a estrada praticamente deserta. Jimin sentia-se renovado. Agora o loiro enxergava sua vida tendo um novo propósito. Ele poderia esquecer toda a dor se aquele momento prolongasse para o resto de sua vida. O Park desejava sentir para sempre aquela sensação de estar voando sobre uma moto em alta velocidade à medida que o homem qual amava a pilotava para longe da cidade, o fazendo livre e desapegado de toda a confusão. Jimin amava o seu novo rumo, e Jeongguk tinha em mente algo que o passava pela cabeça diariamente desde que passou a esperar pelo dia em que o loiro estivesse livre de todo o mal relacionamento com a sua orientação.

Quando entraram em um túnel aparentemente extenso e desativado, Jimin instintivamente gritou com todas as suas forças, ouvindo o eco intenso que reverberou aos quatro cantos. Jeon riu em conjunto, e o Park voltou a soltar as mãos da cintura do companheiro as levantando, voltando a gritar. Era o seu objetivo, afinal. Mas quando a moto voltou a parar de abrupto no meio do túnel e o loiro levemente solavancou para a frente de impacto as costas do moreno, que Jeongguk suspirou ansioso.

— O que foi, Gguk? — Jeongguk percebeu quando o Park tirou o capacete e se inclinou um pouco para estudar o seu rosto, antes que ele sorrisse tranquilizador.

— Eu estou bem, eu só queria… — Um suspiro alto o escapou, então ele tirou o capacete, avistando Jimin, sentado atrás de si, de cenho franzido. Aquilo o deixou imensamente nervoso.

— Você queria…

— Eu sei que você pode achar que eu estou sendo precipitado demais, como eu sei que eu não tenho nada de valioso para te oferecer, mas você não se importa com coisas materiais, e isso me alivia, mas…

— Jeongguk, não precisa ficar nervoso, vá direto ao ponto. — Enquanto Jimin acariciava as bochechas bonitas, ele sorria por achar Jeongguk a coisinha mais preciosa do mundo quando sem jeito.

— Eu só queria saber se você está a fim de ir morar comigo. — Soltou todo o ar dos pulmões, sem saber o que esperar, mas Jimin continuou em silêncio, dificultando o seu estado de nervosismo.

A falta de resposta dele era um não?

Contudo, ao que virou para frente, o moreno sentiu Jimin encaixar o rosto entre a curvatura do seu pescoço, beijando sua tez, então, quando olhou para o lado, viu o sorriso mais lindo do mundo iluminar o rosto rechonchudo do seu amado. O medo e o nervosismo o abandonou por completo, restando somente uma intensa felicidade ao que sustentava aquela troca de olhares cheia de significados com o loiro. Para todas as respostas existentes para a sua proposta, o sorriso dele foi a mais verdadeira e satisfatória.


E toma o penúltimo capítulo aí e quem comentar vai ganhar beijinhos irrá

Ain gente, eu não sei se vocês estão gostando dessa reta final, mas espero que sim😥 Provavelmente amanhã sai o último capítulo, então até lá, pitchuquinhos💜

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