Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

🌈III. Tão lindo quanto você.


Seus olhos giravam por todo o cômodo do seu quarto antigo na casa dos seus pais, entretanto, não porque se sentia mortificado ao ter a bela visão de seus pôsteres de Madonna nas suas paredes e encontrar seus cd's favoritos dos Backstreet Boys e ficar se perguntando como ninguém percebeu seu lado mais purpurinado, e sim porque seus globos oculares estavam quase saindo de órbitas de tanto que os reviravam por puro desprezo ao que a dupla tico e teco falavam em prol da sua famigerada não liberdade.

- Eu já disse! - Exclamou ouvindo seu coração agitado tamborizar em seu peito por falta de paciência. - Cara, eu não posso ser gay. - Aquilo saiu de si de um modo sério, contudo seus amigos fizeram questão de menosprezar suas palavras com risadinhas debochadas.

- E eu já disse mais de mil vezes que você é gay. Você gosta de beijar o Gogo Boy, então você é muito gay. - Tae se levantou da escrivaninha velha do Park, deixando seus joguinhos de cartas no computador antigo de lado. Então, Seokjin, que estava bem à sua frente, apontou os dedões em sua cara.

Meu Deus, eles jogavam mesmo as coisas em sua cara. Mas, por que ele foi abrir a boca sobre o acontecimento da noite anterior para a dupla de najas mesmo? Não sabia muito bem, só sabia que se arrependia amargamente disso.

- A sua mãe não ensinou que é falta de educação apontar o dedo na cara dos outros, não? - Perguntou retoricamente o loiro, franzindo o cenho diante a astúcia do Kim mais velho.

Jin, no entanto, ignorou de sua pergunta.

- E eu já disse que não tem dessa de "poder ser ou não". - Jin iniciou, o empurrado de volta para sentar na cama quando o mais baixo fez menção de se pôr de pé. - E aquieta essa raba aí que você vai me escutar para ver se entende alguma coisa nesse cabeção oco. - Decretou, e o outro praguejou em resmungos. - Apenas para de ser infantil, Jimin! Se situa nessa vida, cara. Você não vai para lugar algum apenas vivendo em prol de terceiros. Aprenda que a felicidade deles não é a sua. O que estou te falando não é um conselho para você magoar seus pais com atitudes babacas, mas vai por mim, se eles te quisessem ver feliz de verdade, não tentariam te transformar em um robozinho com uma vida de mentira condizente o que eles acreditam ser o melhor para você. - Ele mal parava para respirar entre uma palavra e outra, assustando o Park, que achava que seu amigo havia virado o Eminem coreano.

- Você não entende. - Murmurou o mais baixo, cabisbaixo. Desde o seu beijo com Jeon, cada terminação nervosa existente em seu ser estava mais do que agitada, o levando para um estado de inquietação ou, por muitas vezes, quietação extrema. - Quem me garante que eu vou ser feliz se jogar tudo para o alto a favor de uma sexualidade que não acrescenta em nada em minha vida? Tudo para beijar alguns homens em praça pública enquanto as pessoas me olham com desprezo e nojo? Eu não quero me sentir assim mais.

E aquilo foi o estopim para os dois Kim's, que se sentiram a ponto de voar sobre o loiro e o estapear por ser tão idiota. Da onde ele tinha tirado tantas merdas como aquelas para sair dizendo assim? Que babaca!

- Olha o que você está falando! - Seokjin apontou exclamativo. - Você está se tornando um babaca com preconceito do que você mesmo é. - Jimin revirou os olhos.

- Eu não estou sendo idiota, eu só não quero ver o desprezo nos olhos dos meus pais para comigo. - Sussurrou.

Se sentia triste e irritado com aquele tipo de conversar, pois nada era tão fácil quanto os seus amigos afirmavam.

- Qualé? Do jeito que você tá pensando igual eles, logo, logo vai querer se afastar de nós também porque "nós somos más influência para você". - Tae resmungou antes de se dar conta de maneirar nos julgamentos, afinal, Jimin não tinha de um tudo culpa por viver preso nos mandamentos de seus pais. - Olha, quando dizemos para ser você mesmo, não estamos falando para você ir correndo atrás de um macho, de preferência o Gogo boy, e sim para que você tenha a liberdade de expressão e autonomia, da qual você está sendo limitado. - Sentou-se ao lado do amigo, falando manso. - Eu só quero te ver sorrir com mais frequência, Ji. Eu só quero te ver tomar suas próprias escolhas sem medo de ser apontado ou olhado com desprezo. Você é o que você é, e, se não podemos ser nós mesmos, o que temos de relevância nessa vida?

- Pois é. Você já percebeu que só estamos satisfeitos quando tomamos decisões importantes por nós mesmos, e, ainda que erramos, estamos dispostos a tentar e conseguir o que queremos com mais garra do que quando outras pessoas tentam falar por nós. Isso é a independência, Jimin. Nós somos os únicos a saber onde a nossa satisfação mora. Seguindo o que seus pais dizem ser o certo, você nunca irá estar contente com nada a sua volta porque o certo para eles pode ser o errado para você e vice versa. - Jin apertou o ombro alheio, vendo o quão desestabilizado Jimin parecia estar. - Revisa seus conceitos e coloca na balança o que realmente vale a pena em sua vida. - Fora suas últimas palavras depois do suspiro longo do Park.

O loiro não sabia o que pensar, mas as tais palavras martelavam tantas vezes em sua cabeça que chegava a doer.

Houve um silêncio depois de tantos conselhos, e o Park se afogou em sua própria mente confusa outra vez. O nervosismo transparecia através de suas palmas suadas e seus olhos coçavam insistentemente. Sabia que os outros dois tinham razão e, embora seu coração dissesse para seguir os conselhos alheios, sua mente dizia que não pois, certamente, iria se arrepender e magoar aqueles que lhe eram importante.

Fechando os olhos, seus pensamentos seguiram uma linha aleatória, dessa vez, buscando lá no fundo a lembrança fresca dos lábios de Jeon cálidos sobre os seus, em conjunto ao calor fervoroso dos seus corpos juntos. Embora negasse a si mesmo que não gostava, não era surpresa para nenhum presente naquele quarto o quanto Jimin tentava enganar a si mesmo. O loiro conhecia bem o seu "eu" adormecido dentro de si, no entanto, tentava se enganar a todo custo para que, talvez, a pressão em si mesmo fosse menas.

Todavia, naquele momento, estava prestes a explodir como uma granada em campo minado. Não suportava tanta pressão vinda dos dois lados.

- Caralho, esse cheiro gostoso de comida está ativando a minha fome. - Tae comentou do nada, chamando a atenção dos outros dois para cima de si. - Minha barriga está roncando já. - Seguindo de suas palavras veio o ronco de dentro de sua barriga, ocasionando uma rodada da risada cômica de Seokjin e um sorriso preguiçoso de Jimin.

Até ele sentia um pouco de fome ao lembrar do almoço sendo feito no andar de baixo, entretanto, ao recordar que iria ter que se reunir com a sua imensa família, que na verdade repudiava o que ele era realmente, o Park já sentia tudo revirar em seu interno.

- É melhor descermos antes que a sua mãe venha buscar nós três pelas orelhas por estarmos demorando. - Jin comentou sobre a mãe de Jimin, levando Taehyung a ficar prontamente de pé em um pulo, preparado para descer o mais antes possível.

O ambiente daquela casa era hostil, os dois sabiam bem, mas depois de tanta convivência ali, ambos passaram a ignorar completamente todos os olhares tortos que recebiam. Era isso a definição dele de "foda-se". Então Taehyung pouco ligava, a euforia dele era sempre maior entre os três por ser o mais guloso.

- Ai meu deus, hoje eu tiro minha barriga da miséria! - O moreno exclamou, já seguindo em direção da saída do quarto, tendo Jin em seu encalço.

- Você não vem? - O Hyung parou, deixando que Tae seguisse na frente, virando-se para Jimin ainda estático na ponta da cama. - Sabe, desculpa se em algum momento fui grosso ou...

- Hyung, não se preocupe, eu estou bem. - Cortou o outro, não conseguindo nada além de mostrá-lo um sorriso amarelo. - Pode ir na frente, logo já estou descendo. - Não fora muito tempo até que já se encontrasse em seu antigo quarto sozinho. No entanto, ao contrário do que pretendia, que era chorar suas pitangas, apenas buscou por seu álbum favorito do Backstreet Boys e quase chorou de nostalgia.

Talvez só as suas músicas de antigamente trouxesse paz ao seu espírito por agora. Acreditava que mais ninguém ou coisa no mundo pudesse causar tranquilidade em si quanto lembrar do passado e do que costumava fazer nessa época. Um pouco como seus amigos diziam: só a liberdade pode nos fazer feliz, e, ao menos, escutar do que costumava amar o trazia essa mesma sensação de liberdade em um momento de "opressão" a si mesmo, ainda que por poucos minutos.

Momentos depois, Jimin não pôde mais usufruir do seu curto tempo sozinho em plenitude. Sua mãe entrou em seu quarto com uma carranca no rosto, e o loiro já sabia o porquê dela carregar tanta desaprovação no olhar só pelo modo que ela foi a passadas largas até seu pequeno som e desligou da melodia doce que tomava todo o recinto.

- Ah, então você ainda está aqui. - Jihoon o olhou serena, mudando sua pose para uma qual mantinha suas mãos delicadas sobre a cintura fina. O Park ainda jazia desfalecido sobre o seu colchão velho, cansado da realidade que agora o olhava firmemente, essa sendo a sua mãe. - Eu deveria ter jogado essas tranqueiras fora, só que eu me esqueci. Sei que você odeia lembrar disso tudo. - Olhou seus pôsteres ao redor com desprezo, gesticulando para o vento.

Ouvindo aquilo, o loiro não tardou a sentar-se na ponta da cama, juntando o cenho para as asneiras que ela começara a falar.

- Claro que não, omma! - Murmurou, chamando a atenção da mais velha que, maldosamente para o loiro, começou a arrancar os pôsteres da Madonna das paredes. - Não, eu irei levá-los para casa comigo.

Céus, por que ela estava magoando seu coração daquela forma? Aquilo era um crime, ora mais!

- O quê? Claro que não, Jiminnie! - Rebateu, segurando os braços do seu filho quando este se aproximou com o intuito de atrapalhá-la em sua tarefa. - Filho, olha pra mim. - Falou firme, deixando de lado as imagens daqueles cantores chulos e inapropriados para qual um garoto hétero as mantivessem coladas nas paredes as endeusando, encarando fundo os olhos tão idênticos aos seus. - Você cresceu, okay? Você agora é um homem casado com uma mulher linda e de respeito. Homens não devem gostar dessas musiquinhas de boybands gays, nem tampouco de ícones de movimentos LGBT's ou sei lá como chamam esse pessoal nojento que apoiam homens que dormem com outros homens. Isso é vergonhoso, Jimin. Você é macho o bastante agora para esquecer dessa fase rebelde e despudorada sua. - Segurou forte a cabeça do outro, como se tentasse enfiar aquilo até mesmo em seu cérebro, literalmente. - Já te expliquei várias vezes isso. Aliás, eu vou dar fim nessas coisas de uma vez. Isso é um tipo de mídia que só influenciam os jovens a serem pecadores. Ainda bem que você está curado. - A carícia que se sucedeu em seu rosto após aquilo o serviu como feridas abertas.

Fitando fundo no olhar de sua progenitora, desconheceu tanto carinho nos olhos amendoados. Por Deus, como alguém poderia o amar na mesma proporção que o magoava? Estava sensibilizado com tantas palavras que, embora não tão raivosas, o entristecia.

Precisava de colo, de apoio para que ele pudesse se aceitar de verdade, mas ninguém que fazia sua base, exceto seus amigos, apoiava sua condição de vida qual era tão subjugada pelos outros. Era pela não aceitação de seus pais, principalmente, que se sentia mortificar. Embora fingisse estar convivendo bem sobre as asas opressoras de seus progenitores, agora enxergava que, após tantos anos, as palavras preconceituosas deles para consigo ainda o deixava desolado.

Então, ainda naquele exato minuto que encarava sua mãe com tristeza transbordando o olhos, que conscientemente se perguntou se continuar aquela farsinha apenas para os fazerem felizes valia a pena. Era tão injusto aquela "troca de felicidades", que ele não mais enxergava as vantagens que ganharia sendo um cara hétero casado com uma mulher que mal amava. Qual é, só agora ele tinha a visão que a sua própria infelicidade estava camuflada na felicidade dos seus pais ao ver aquele relacionamento? Agora ele via que fingir não ter atração mais por outros homens não iria o fazer feliz, nem tampouco seus pais o amarem mais. Afinal, eles ainda o controlavam como um robozinho e continuavam a brigar entre si.

Não poderia suprir os reflexos dos sonhos de vidas dos seus progenitores em sua própria. Não era justo. No entanto, não estava a fim de medir forças com a sua mãe, apenas desviou do aperto da mais velha quando Somin toda sorridente apareceu em seu campo de visão, dando por encerrada aquela conversa.

- O almoço está oficialmente pronto! - Assim ela exclamou, jogando as mãos para o alto em animação, nem por um segundo percebendo o clima tenso que flutuava no quarto.

Não fora preciso de mais tempo para que todos já se encontrasse no andar de baixo da casa de seus pais, comemorando aquilo que parecia ser o vigésimo sexto ano de casados deles. Nunca fechou os olhos para o quanto aquela relação entre os mais velhos era desestabilizada, o quanto eles brigavam por qualquer besteira, no entanto, ninguém via os deslizes daquela família, que passava uma imagem de feliz e tradicional para todo os outros Park's.

E aquilo deixava Jimin imensamente insatisfeito aquela hora. Se todos os outros eram infelizes, por que ele tinha que se responsabilizar por tanta insatisfação? Por que ele que tinha o dever de sustentar as vontades daquela família em sua própria vida para diminuir a frustrações deles? Aliás, porque ele tinha que seguir a carreira de advogado sendo que esse era o sonho do seu pai? Ah, claro, porque seu pai teve que ser médico já que seu avô o obrigou a isso.

O loiro até ria aquele momento em sarcasmo por tanta ironia. Tão injusto!

A mesa estava farta de comida e gente hipócrita, sangrando os olhos do Park loiro por ver tantas pessoas intolerantes de um mesmo sobrenome reunidas naquele início de tarde. Alguns lançavam olhares julgadores para cima de Taehyung e Seokjin juntos a eles na mesa e, querendo ou não, Jimin sabia muito bem o que se passava na cabeça dos seus familiares. Seus pais mesmo já quiseram o envenenar contra seus dois melhores amigos por eles serem o que eram, porém ele não abriu mão da amizade de anos que tinha. Aquilo era muito para si. Então, depois de algum tempo, os seus progenitores passaram a respeitar, ao menos, a constante presença dos Kim's na vida do Park. Mas "respeito" não existia no vocabulário dos seus outros familiares, inclusive de suas tias e primos.

Foi quando avistou seu primo endiabrado e sem nenhum senso de respeito olhar para si com um ar de deboche do outro lado da mesa, que ele soube que seria vítima de comentários maldosos.

- Eu só acho ridículo todo mundo estar agindo como uma família tradicional e feliz quando esse daí há um tempo atrás estava nos envergonhando em praça pública. - Apontou. E foi assim que todo o falatório e o barulho dos talheres cessaram com as palavras de Jaehyun, que apenas continuava a encarar o loiro de um modo desprezível e enojado.

Park Jaehyun era um sem educação e preconceituoso que não respeitava ninguém de sua família, muito menos aqueles que eram considerados diferentes de si. Ele era um babaca. Agia como um adolescente, mesmo tendo 22 anos de pura infantilidade.

- Filho, agora não. - Sua mãe tentou o conter, mas Jaehyun estava pronto para jogar todas as suas asneiras para fora.

- Ele é um viadinho! - Acusou, chocando todo mundo por aquele assunto estar voltando à tona. - É ridículo como estão fingindo o aceitar só porque ele casou com um mulher que mais parece uma puta!

Aquele momento, Jimin se sentia envergonhar por ele ter xingado uma mulher e estar a expondo daquela forma. Por partes, Jaehyun falava a verdade. Todos fingiam o aceitar só porque ele agora vivia do jeito que os convinham.

- Jungwah, controle seu filho. - A mãe Park se pronunciou, revoltada e...envergonhada. - Ele não pode estar falando essas coisas caluniosas sobre o meu filho. - E o caos tinha começado. Todos ali pareceram inquietos. - Jimin não age como um idiota com ninguém, então não permita que o seu filho seja assim com o meu.

- Desse jeito você está ofendendo Jaehyun, Jihoon! Se você está achando tão ruim, essa é a verdade. Seu filho é um sem vergonha que só está com essa mulher para fingir não gostar de ser enrabado por outros homens! Ele não está curado! - Quando sua tia se exaltou e gritou aquilo, Somin tensionou ao seu lado, e lágrimas acumularam nos olhos do Park à medida que alguns riam contidos em contrapartida que Jaehyun estava se vangloriando.

Já seus amigos ficaram em um estado catatônico, olhando raivoso para todo aquele caos ridículo e circo de intolerância formada, antes mesmo tomando os xingamentos para si próprios. Taehyung, vendo o quão desestabilizado Jimin estava, resolveu agir e o tirar daquele ninho de cobras, no entanto algo que se assemelhava a revolta subiu até os olhos menores, chamando a atenção de todos quando ele correu até a cozinha, derrubando a cadeira no processo.

Parecia hiperventilar, adormecido em ódio e mágoa. Tentou buscar por um copo d'água assim que lágrimas banharam o seu rosto.

- Jimin...- Escutou a voz de sua mãe oitava mais alta atrás de si, mostrando que ela também se encontrava atordoada com aquilo tudo. - Não liga para aquilo, filho. É óbvio que você não é mais assim, né? Você está curado, certo? - Aquilo mais parecia uma súplica para que mais novo lhe confirmasse o que não era verdade, arrancando o rosto do loiro em mãos, ambas faces banhadas em lágrimas gordas.

Jimin sentia se tremer, inconsciente por estar se mostrando tão sensível diante tal confusão. Fungou sobre o olhar de sua mãe, que beirava o desespero, se dando conta que aquilo que tanta vez quis velar agora era dolorosamente jogado em sua cara.

O loiro, por outro lado, teve uma súbita mágoa e raiva transbordando por todos os seus poros, se desvencilhando ignorantemente do agarre da mais velha, ainda ouvindo do falatório lá na sala de jantar.

- E se eu não tiver me "curado"? - Tomou uma lufada de ar em conjunto com as aspas que fez com os dedos. Sua mãe o olhava pasma pelo modo que o loiro se dirigiu a si. - E se eu ainda gostar de homens?! - Sua ira veio mais potente dessa vez, percebendo sua mãe se aproximar tentando o acalmar.

- Filho, não faz assim...- Choramingou, sendo afastada mais uma vez. - Você está me envergonhando. - Jimin riu. Riu de deboche e raiva por ter ouvido aquilo dela.

- Claro que eu te envergonho, mamãe! - Usou sarcasmo. - Eu te envergonho por eu ser assim, por gostar de homens! - Se exasperou, se aproximando da porta dos fundos. - E, quer saber? Eu não me envergonho pelo o que eu sou, não. Então, por que eu ligaria para o seu desgosto, mesmo?

Não bastou nada além de um último olhar, e Jimin saiu porta afora, chorando toda a rejeição que sentia, ouvindo um último chamado de sua mãe.

Ignorou cada palavra, cada chamado que surgia o perseguindo enquanto andava apressado para qualquer lugar que fosse o mais longe dali. O Park apenas queria sentir-se encaixado e confortável, mas ao lado de sua família aquilo parecia ainda mais distante e impossível. Ele tinha uma ideia de que tudo poderia ir por água abaixo com a sua presença naquela reunião obrigatória fantasiada de família feliz. Estava sentindo seu coração pulsar como se estivesse na garganta enquanto a mesma se rasgava com os soluços que soltava a quase todo instante. Os passos que dava eram sem rumo algum, Jimin só queria que alguém entendesse sua dor.

Com a ajuda de uma horrível onda de pensamentos que passava pela sua cabeça, o Park lembrou-se de Jeongguk. Chutou que havia pensado nele pois o mesmo o fazia bem e livre para se expressar. Com Jeongguk, Jimin não sentia medo algum em dizer quem era de verdade.

As mãos gordinhas alcançaram o telefone no bolso da calça justa. Jimin estava tremendo e precisou respirar fundo para manter a calma naquele momento. Estava sozinho no meio da rua, o bairro era nobre e raramente pessoas andavam pelas calçadas dali, então nenhum sinal de gente naquele bairro. Era assustador ficar parado ali. O loiro achou o contato do Jeon e colocou o telefone no ouvido assim que percebeu que estava chamando.

Esperou. Dois, três, cinco, seis toques e nada de Jeongguk atender. No oitavo toque, uma voz melodiosa soou pela saída de som do celular, fazendo o Park respirar aliviado.

- Alô?

- Jeongguk, sou eu, Jimin.

- Oh, Jimin, você realmente me ligou, que sorte a min... - Jimin soluçou e fungou o nariz, o que surpreendeu o Jeon no outro lado da linha. - Vo... você está chorando?

- Eu preciso que você me tire daqui, por favor, Jeongguk. - Pediu, quase como uma súplica.

- Tudo bem, tudo bem, me mande a localização que eu chego aí daqui a quinze minutos, ok? - O moreno proferiu rapidamente. Jeongguk estava preocupado, não que tivesse algum motivo especial para isso, mas qual é, ele era uma pessoa completamente passional.

- Tudo bem, muito obrigado... - Soluçou outra vez, olhando para os lados enquanto sentia-se perdido, mas um pouco aliviado por ter alguém como o Jeon naquele momento.

No outro lado da linha Jeongguk sorriu contido, logo depois dizendo para Jimin esperá-lo nem tão longe dali, se despedindo para poder se apressar. Não tinha ideia do que se passava com o Park, mas pela voz que o mesmo tinha, Jeongguk pôde notar que ele não estava bem.

Adiantou o passo, vestindo uma jaqueta qualquer no caminho para se agasalhar. Quando chegou em frente a Lucie, pediu que deus o ajudasse naquele momento, aquela moto não podia morrer ali, não mesmo, não na hora em que Jeongguk mais precisava. O moreno subiu na moto, puxou a alavanca da embreagem enquanto pressionava a alavanca do pedal de câmbio para baixo. Lucie roncou com o motor de uma forma que Jeongguk nunca havia visto desde que tinha a comprado. Comemorou, dando alguns tapinhas na moto após colocar os braços para o alto. Pôs o capacete e apressou-se com o caminho, partindo para a localização que havia visto antes em seu celular.

O vento batia bem forte no rosto do moreno quando ele dobrou a esquina do bairro de classe média alta. Estacionou a moto ao lado de um carro de grande porte novinho em folha. Toda aquela elite que rodeava Jeongguk o deixava um pouco impressionado, pois nunca sequer havia tido o privilégio de morar em um dos apartamentos caríssimos que estavam naquele bairro. A vida de Jeongguk desde a sua infância não era farta de riquezas, mas também, ele não passava fome.

Pertencente a uma família simples e humilde, o Jeon aprendeu cedo que deveria lutar para ter o que quisesse. Lucie era um exemplo excelente para demonstrar o esforço do moreno. A moto foi comprada com seis meses de muito trabalho duro e, mesmo dando uns defeitos, Jeongguk sabia a aproveitar, porque afinal de contas, havia comprado Lucie com seu próprio dinheiro, e aquilo era tudo para ele. Mostrava o quanto havia se tornado independente, esforçado e auto suficiente.

Deixou o capacete encaixado no guidão da moto, já que não demoraria muito. O som vazio daquele lugar fez com que o Jeon saísse de perto da sua moto mais rapidamente, andando na calçada a procura de Jimin. Pegou seu celular no bolso da calça e viu que estava no ponto da localização. Agora, onde estava o rapaz loiro dos seus pensamentos? Jeongguk estava preocupado, de fato, se perguntava a cada instante o porquê de todas as pessoas que Jimin poderia ligar, justo ele havia sido para quem o Park ligou?

Respirou fundo, colocando as mãos grandes nos bolsos da jaqueta preta. O sol já dizia um tchau no horizonte, deixando o céu em um colorido engraçado e bem bonito que se equilibrava pelo laranja, amarelo e azul. A tarde já estava chegando no fim, e o clima começava a ficar mais frio que o habitual. Céus, Jeongguk odiava aquela mudança repentina de clima. Para ele ou era tudo muito frio, ou era tudo muito quente.

Quando deu mais alguns passos longos, conseguiu ouvir um cafungar de nariz e uma tosse fraca. Soube na hora de quem se tratava, mas decidiu ir com calma assim que notou o loirinho sentado em um dos muros baixinhos de pedra daquele pequeno parque de playground infantil. Jimin parecia cabisbaixo e olhava para o chão com um biquinho nos lábios, como se fosse um cão perdido. Jeongguk virou-se para observá-lo. Notou que o loiro tinha o rosto gordinho apesar do corpo magro e delineado.

Jimin era cheio de nuances e aquilo ficou ainda mais claro quando o mesmo levantou sua cabeça, percebendo a presença incomparável de Jeongguk. O maior se aproximou em passos lentos, tendo o olhar do outro ainda o queimando por inteiro e ficando pior a cada passo que dava. Se agachou para ficar da mesma altura que o Park sentado.

- Eu contaria uma piada horrível pra te fazer rir agora, mas não lembro de nenhuma. - Declarou, abaixando a cabeça derrotado e rindo nervoso ao terminar de falar. Jimin abriu um sorrisinho. - Ah! Tem aquela da galinha que...

- Não, essa não, por favor. - O menor pediu rindo fraco e limpou os olhos de algumas lágrimas que haviam teimado em sair antes de Jeongguk chegar.

- Como quiser então, anjo. - O moreno se levantou para que pudesse se sentar ao lado do outro. - Vai me dizer porque você estava chorando ao telefone? - Questionou, olhando para Jimin com um olhar esperançoso, que foi retribuído com um tristonho. O Park balançou a cabeça e a pôs no ombro de Jeongguk, o surpreendendo com o ato.

- Eu vou, mas antes, preciso que me tire desse lugar. - Jimin ditou, fungando o narizinho que estava vermelho e bem irritado, assim como suas orelhas e bochechas.

- Tudo bem, vou te levar para um lugar que eu costumo ir quando estou pra baixo, lá é bonito que nem você, vai ser legal. - O maior disse naturalmente, arrancando uma risada gostosa de Jimin. - Vamos, você vai gostar.

Jeongguk se levantou e estendeu a mão para ajudar o Park a se levantar. O mesmo aceitou a ajuda. Jeongguk sentiu a mão gordinha se esconder na sua, percebendo o quanto a pele de Jimin permanecia quente naquele momento.

Jimin era quentinho e o Jeon imaginava o quanto seria bom abraçá-lo como uma almofada antes de dormir. Ambos não demoraram a chegar até Lucie. O moreno cedeu seu capacete reserva para o loiro e os dois subiram na moto, partindo em direção ao lugarzinho especial que Jeongguk tanto elogiava.

Afinal, o quão bonito era aquele lugar?


Mds, sim, eu esqueci de postar ontem kkkk a vergonha, meu pai! Mas aqui estou plenissíma trazendo um novo capítulo para vocês e esperando muito que gostem.

É isso, até semana que vem, meus anjos 💕

Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro