Chapter Two
Park Jimin
Estamos nós quatro sentados em uma mesa na cafeteria próximo ao nosso, meu e de Taehyung, apartamento.
Eu ainda não estou acreditando que isso realmente está acontecendo.
Meus pais até agora não falaram nada, simplesmente jogaram aquela bomba e me mandaram me arrumar para tomarmos café. Taehyung não está com uma cara nada boa. Tomamos nosso café em total silêncio, ninguém falou nada a não ser com a atendente sobre nossos pedidos.
Vou explicar resumidamente algumas coisas sobre a minha família.
Meus pais tiveram quatro filhos, dois casais de gêmeos.
Eu e Jackson somos os mais velhos e os caçulas são Chaeyoung e Taehyung, Jackson ainda nasceu primeiro que ele, ele também é o único filho alfa de nossos pais. Mas isso não significa que nosso pai tenha o pressionado a seguir seus passos no militarismo, na verdade ele sempre apostou suas fichas no caçula dele, o Taehyung.
Como já dito, eles já são casados.
Casaram meses depois que atingiram a maioridade e todos foram casamentos arranjados, como o meu.
Papai casou minha gêmea com uma empresária chamada Kim Jisoo, ela é muito cuidadosa com minha irmã, não poderia haver escolha melhor para Chaeyoung a não ser Jisoo. Elas se completam de um jeito inexplicável. A princípio, ela teve medo da alfa fazê-la mal porém aos poucos, Jisoo foi mostrando a ela que tudo o que ela queria era fazê-la completamente bem.
Jackson casou-se com um ômega chamado Mark Tuan e claro que ele não teve o mesmo receio que minha irmã, Jackson, afinal, ele é o alfa. No início meu irmão era o completo oposto de "Bom marido", mas papai sempre o aconselhava a ser diferente e hoje em dia, acho que posso dizer que eles também estão bem.
Ambos têm filhos
Jisso e Chaeyoung têm uma filha alfa.
Jackson e Mark têm um casal, ambos são ômegas.
- Que história é essa de que ele vai conhecer o noivo amanhã? - Taehyung perguntou com os cotovelos em cima da mesa e as mãos entrelaçadas.
- Não é história, ele vai conhecê-lo. - Meu pai respondeu simplista.
Se lembram quando eu disse que ele apostava suas fichas em Taehyung? Então, o Park caçulo sempre foi grudado com ele e consequentemente acabou pegando algumas manias, não exatamente mania, mas o jeito militar dele.
As vezes eu até acho que ele é alfa ou se não é, pelo menos, tem genes de alfa,
- Pai, como assim? Desculpa, mas é um tanto curioso o senhor deixá-lo vim morar comigo e agora ele terá que se casar, achamos que por tê-lo deixado vim o senhor havia deixado de lado a ideia de casá-lo.
- Eu nunca deixei a ideia de casá-lo de lado, até pensei, mas depois de ontem eu vi que fiz a escolha certa. - Franzi o cenho diante de sua resposta. Ele bebeu um pouco de café e depois colocou a xícara na mesa.
- Não o casamos depois dos 18, como seus irmãos, porque seu esposo esteve ocupado nesses últimos seis anos por conta da carreira militar dele. - Mamãe respondeu.
Era só o que me faltava, ele praticamente vai me casar com uma versão dele.
Taehyung revirou os olhos e bufou.
- Agora ele tem uma vida estabilizada e uma boa carreira, se vocês se casassem antes poderia tê-lo feito perder o foco e não ser o que é hoje, ainda mais que pelo o que o pai dele me disse ele estava em uma fase um tanto complicada. - Eu ouvia tudo atentamente. - Ele quem nos buscou no aeroporto ontem. - Mais uma vez franzi o cenho. - Acho que não poderia ter escolhido alguém melhor para meu príncipe. - Ele colocou a mão sobre a minha em cima da mesa.
- Como assim, ele buscou vocês? Ele mora aqui em Seul? - Perguntei com o cenho enrugado.
Não é possível eu ter morado aqui por três anos e nunca ter esbarrado com esse homem.
- Sim, ele nasceu aqui. - Minha mãe respondeu. - Por isso também deixamos você vir com Taehyung, para acostumar-se com a cidade e a língua. - Como eles podem ser tão astutos?
Eu estou chocado com isso e com Taehyung também não parece ser diferente.
-Se ele mora aqui, como nunca foi atrás de Jimin?
- Assim como vocês não sabem quem ele é, ele também não sabe quem é o noivo. - Ele disse após a pergunta de meu irmão - O escolhi por ele ser filho de um amigo meu, portanto é de boa família.
- Não adianta a família ser boa, muitos criminosos vem de boas famílias.
- Taehyung! - Minha mãe o repreendeu e ele revirou os olhos como sempre.
- Jimin irá conhecê-lo amanhã. - Ele repetiu. - Passaremos no apartamento de vocês pela manhã. - Eu soltei um longo suspiro.
Naquela noite, eu dormi na base do calmante porque meu coração não parava quieto.
Além de que, também, eu sempre lembrava daquele sonho com aquele alfa do outro dia.
Me perguntava porque ele tem estado em minha mente durante esses dias e também se ele pensava em mim o tanto que eu estou pensando nele.
Quando acordei com o despertador, fui direto para o banho e fiquei lá por longos minutos, apenas deixando a água cair sobre meu corpo.
Depois de lavar meu cabelo, o sequei e o penteei normalmente.
Escolhi vestir uma calça preta, uma blusa preta com listras brancas, e uma jaqueta jeans branca por cima e calcei um coturno cano baixo preto. Nos acessórios eu optei por uma pulseira simples em meu pulso, um colar e em minhas orelhas duas pequenas argolas prateadas junto ao meu piercing na cartilagem.
Em meus lábios passei um batom levemente rosa, fiz uma simples maquiagem e passei um pouco de lápis na sobrancelha.
Por fim, meu perfume da Dior é um hidratante corporal de frutas vermelhas.
Ouvi as batidas na porta da sala e então peguei minha bolsa para ir, antes passei no quarto de Taehyung que estava dormindo profundamente e deixei um beijo em sua testa.
Depois que soube que eu ainda morarei aqui, na Coréia do Sul, ele ficou mais calmo em relação ao meu casamento, seu medo era que eu fosse para muito longe
Vou até a porta, á destranco e saio.
- Você está lindo, filho.- Meu pai me elogiou. - Tenho certeza que ele se apaixonará imediatamente. - Eu dei uma risada nasal e virei-me para trancar a porta novamente.
- Podemos ir. - Ele assentiu e me estendeu o braço.
Coisa de militar.
Uma Fiat Toro estava estacionada ali, meu pai abriu a porta para mim e quando entrei, abracei minha mãe que também estava no banco de trás comigo. Meu pai deu a volta e sentou-se no banco do passageiro em nossa frente como motorista que logo identifiquei como um beta.
Lhe dei um aceno com a cabeça e ele fez o mesmo, em seguida ligou o carro e dirigiu pelas ruas de Seul até chegar em uma mansão.
Sim, uma mansão.
É uma casa enorme cercada por um muro enorme, logo o motorista apertou algum botão no carro e os portões se abriram dando-nos a visão do imenso e bem cuidado jardim, inclusive tinha jardineiros trabalhando naquele exato momento.
O caminho é feito de pedras e ao redor é gramado, em frente a entrada da casa tem um chafariz e sobre a entrada eram duas escadas, uma em cada lado, que levava até a porta.
É, eles realmente são ricos.
- Pai, o que o pai dele é?
- O pai é General do Exército. - Arregalei os olhos.
- General do Exército?! - Ele assentiu rindo ao ver minha surpresa.
Ele só é um soldado cinco estrelas, literalmente.
O beta parou o carro em frente a porta e nós descemos, como estive longe do meu pai por muito tempo acabei esquecendo de seus costumes, um deles era que ele sempre abria a porta para nós.
- Desculpe-me. - Entrelacei nossos braços.
Logo no apoio das escadas, acima, vimos um casal nos esperando.
Meus futuros sogros.
Ri baixo por minha constatação.
- Jeon Ji-sub.
- Park Seo-joon.
Meu pai me soltou e foi abraçar o amigo, eles pareciam bem próximos mesmo.
- É bom vê-lo novamente, meu amigo. - Ele disse com a mão no ombro de meu pai.
-Eu digo o mesmo, deveria visitar a Nova Zelândia mais vezes.
- Farei isso em breve, espere por mim.
- As portas estarão sempre abertas para você, Ji-sub. - Eles se abraçaram mais uma vez.
Vi que minha mãe também abraçava a outra ômega.
Cadê meu querido noivo quando preciso dele?
Eles olharam para mim e eu senti meu rosto esquentar.
- Esse é...
- Park Jimin, meu filho mais velho. - Meu pai disse.
Jeon Jimin , em breve, eu espero.
- É prazer finalmente conhecê-lo. - Ji-sub falou estendendo a mão para mim e eu a apertei. - Essa é minha esposa, Jeon Min-Ah.
- É um prazer conhecê-los. - Ela veio e me abraçou.
- Meu filho certamente ficará encantado ao vê-lo. - Min-Ah murmurou e eu ri um pouco envergonhado. - Se é uma coisa que não toleramos, é atraso, e aquele garoto está atrasado! - Ela disse olhando para o portão com uma feição nada boa. - Bem, vamos entrando, acredito que estejam com fome.
- Pedimos para prepararem uma mesa de café da manhã para vocês
Os seguimos até a mesa, eles decidiram arrumá-la na parte de trás da casa, também tinha um jardim ali.
A mesa tinha seis lugares sendo três em cada lado, eu sentei-me na ponta, meu pai no meio e minha mãe na outra ponta.
Pelo visto, ele irá sentar de frente para mim pois eles também seguiram essa ordem.
- Conte-nos um pouco sobre você, Jimin.
- Ah, bem... - Eu bebi um pouco de suco para disfarçar o nervosismo. - Eu tenho diploma em administração e fiz um breve curso de informática por um tempo, graças à isso, quando vim para cá consegui um emprego e hoje sou Gerente. - Respondi um pouco inseguro sob seus olhares. - Eu fico no controle de estoque e fecho contrato com novos fornecedores. - Omiti a parte sobre meu chefe, agora, ser meu ex-namorado.
- Também trabalhei com isso antes de casar com Ji-sub - Min-Ah falou após limpar os lábios com um guardanapo. - Depois que me casei tive que pedir demissão. - Eu franzi o cenho.
- Por que? Se me permite perguntar,
- Coisas dos Jeon's.
Eu não tinha entendido muito bem.
- Por favor, onde fica o banheiro? - Perguntei para o casal em minha frente.
Ji-sub chamou um de seus ajudantes.
- Hyunjin, leve-o até o banheiro. - Ele assentiu.
Eu me levantei e o segui, durante o pequeno percurso pude ver algumas fotos da família Jeon.
Por algum motivo, aquele garotinho não me era tão estranho, mas não pude parar para reparar melhor de qualquer forma.
Hyunjin apontou para a porta do banheiro.
- Obrigado.
- De nada, senhor Park.
Fiz minhas necessidades e lavei as mãos em seguida, peguei meu telefone e vi que tinha algumas mensagens.
Algumas de Taehyung e outras de Taemin.
Irmãozinho: Como está sendo aí? Já conheceu seu amado?
O sarcasmo em sua mensagem me fez rir.
Eu conseguia ouvi-lo pronunciar aquelas palavras como se tivesse ali.
Eu: Não, ele está atrasado. Você acredita? Deve estar tão ansioso quanto eu para esse casamento.
Sai de nossa conversa e olhei as mensagens de Taemin.
Lee Taemin: Eu sinto a sua falta.
Lee Taemin : Você irá vim hoje?
Lee Taemin: Vamos conversar, por favor... Eu quero voltar, eu ainda amo você.
Eu: Não vou poder ir hoje.
Lee Taemin: Já é o segundo dia que você falta.
Eu: Estou resolvendo coisas de família, talvez eu apareça aí amanhã.
Lee Taemin: E as outras mensagens? Não irá dizer nada?
Eu: Já disse que não posso mais voltar com você, e que eu não te amo mais.
Eu: É melhor assim, deveríamos manter contato apenas profissionalmente.
Lee Taemin: Jimin...
Eu: Não tem mais volta, aceite as coisas como são.
Lee Taemin: Eu disse que não desistiria de você.
Vi a notificação da mensagem de Taehyung e apertei para respondê-lo.
Irmãozinho: Posso caçá-lo rapidinho, só me mande o nome dos pais que eu acho a cria.
Ri mais uma vez de sua mensagem enquanto negava com a cabeça.
Eu: Até mais tarde, vou voltar para a mesa, eu vim ao banheiro.
Irmãozinho: Beijos, se cuida!
Eu: Beijos, você também!
Ajeitei meu cabelo, na verdade só passei a mão de leve.
Abro a porta e saio de lá, a caminho de volta à mesa.
Comecei a descer as pequenas escadas para acessar a mesa, quando acabei pisando em falso e meu pé vai para frente do outro, eu teria tropeçado e caído no chão com tudo.
Sim, teria... Se ele não tivesse me segurado a tempo.
Seu braço estava em volta de minha cintura e minha cabeça estava encostada em seu ombro, eu reconheceria aquele cheiro e toque em qualquer lugar e circunstância.
Não poderia ser outra pessoa
Olho para cima e seus olhos cor de mel estão me encarando com preocupação.
Parece que meu coração deu um tropeço e um tremor passou por meu corpo fazendo-me apertar seu pulso em minha cintura.
Ele passa a língua molhando os lábios e me pergunta:
- Você está bem?
Abro a boca para respondê-lo mas nada sai.
Suspiro pesadamente.
-S-sim, eu estou bem sim. - Respondi e ele assentiu.
- Por que chegou agora? - Ouvi a voz de Min-Ah sua mãe, o perguntar e ele acabou afastando-se de mim.
- Me perdoem pelo atraso, eu tive que passar em um local antes e acabou que o trânsito estava terrível por lá. - Explicou com sua voz melodiosa e seu sotaque coreano carregado.
Algo que eu não tinha reparado na primeira vez que nos falamos.
O alfa vestia uma calça preta, blusa também preta e um sobretudo marrom por cima, em seus pés ele calçava tênis branco.
- General Park.
- Capitão Jeon. - Meu pai a cumprimentou levantando-se e vindo até nós. - É um prazer revê-lo. - Ele fez sua escolta do aeroporto até o hotel onde estão hospedados. - Já conheçe minha esposa, Park Min Young. - Ele assentiu.
Segurou a mão de minha mãe, curvou-se e beijou-a
- Esse é meu filho, seu noivo - Papai virou-se para mim e ele também, eu não conseguia parar de olhá-lo mas ao mesmo tempo seu olhar me intimidava. - Park Jimin. - Sua expressão era indecifrável para mim.
Ele segurou minha mão, curvou-se sem tirar os olhos do meu e quando seus lábios tocaram a pele da minha mão, o maldito sonho veio tão rápido quanto a luz em minha mente e eu soltei um leve suspiro.
Com certeza não passou despercebido por sua audição aguçada.
- Park Jimin. - Ele disse baixo porém audível. - Sou Jeon Jungkook, estou feliz em finalmente conhecê-lo e perdoar-me por ter me atrasado. - Eu tinha certeza que meu rosto estava mais vermelho que tomate naquele momento.
Minha única ação foi dar um aceno com a cabeça.
- Filho, venha comer conosco. - Min-Ah o chamou e seu toque deixou minha mão.
Eu estava quase tendo uma síncope.
Jeon Jungkook
Acordei aquela manhã com minha cama molhada de suor e uma maldita ereção no meio de minhas pernas por causa do maldito sonho que tive com aquele omega.
Maldição!
Levantei-me rapidamente e me enfiei embaixo do chuveiro frio.
Eu não acredito que tive aquele sonho com ele, poderia ter sido qualquer tipo de sonho mas não esse tão vivido. O pior é que eu ainda consigo ouvir seus gemidos bem próximos aos meus ouvidos e isso está me deixando maluco.
E eu precisava extravasar de alguma forma.
Me recuso a pensar nesse ômega de novo.
Peguei a coleira de Bam e o levei para correr comigo, como sempre faço, só que dessa vez eu estava indo bem mais rápido do que o normal. Como se pudesse afundar meus pés no chão. A sensação de desejar aquilo que não se pode ter, é uma droga, literalmente, porque essa droga está mexendo muito comigo.
Aquele alfa é um sortudo por tê-lo como namorado.
Como eu o queria
Quando cheguei em minha rua, dessa vez eu passei correndo, não falei com ninguém e quem ousasse tentar eu não ligaria de deixar o Bam morder.
Meu cachorro quando chegamos em casa foi direto na própria tigela de água, ele acabou com ela em questão de segundos e eu tive que enchê-la de novo.
- Desculpa por hoje, amigo. - Acariciei o topo de sua cabeça. - Eu só acordei com raiva de tudo, e ainda tenho que suportar a Quinta Divisão sem matá-los... - Bam lambeu minha mão e apoiou a cabeça em minha perna, onde eu continuei a acariciar. - Sabe o que me ajudaria agora? Um esposo, com certeza um esposo me ajudaria. Como? Se eu tivesse alguém para... você sabe, seria muito bom. Seria incrível, Bam. Mas seria mais incrível ainda se fosse aquele ômega. - Bam me olhava. - Porque é o maldito que está sendo dono dos meus pensamentos e dos meus desejos mais impuros.
Às vezes, eu simplesmente desabafava com Bam, era algo bom mesmo sabendo que ele não me responderia e muito menos entendia mas pelo menos meus segredos estavam a salvo.
Fiquei ali com meu cachorro por mais alguns minutos, até que me levantei e fui me arrumar para o trabalho.
Me esforcei bastante para responder os "Bom dia" que me eram dados, por mim eu ignoraria todos.
Passei pelos corredores do batalhão até chegar em minha sala, no caminho eu acabei esbarrando com aquela ômega da recepção e me senti tentado a convidá-la para passar uma noite comigo, mas deixei a ideia de lado quando o Coronel passou por mim com o esposo.
Eles eram tão lindos juntos, Namjoon nem parecia ser aquele Coronel sério que coloca medo em todo mundo quando Seok-jin estava por perto. Talvez o amor seja sobre isso, afinal, eu disse talvez porque nunca cheguei nem perto de senti-lo, muito menos sentir paixão. Entretanto, de acordo com os livros, quando o amor entra em contato conosco nos tornamos seres idiotas.
Que livro dizia isso? Não importa.
O Coronel beijou a testa do esposo que colocou os braços ao redor do pescoço dele e puxou para um beijo.
Aquela era minha deixa.
Voltei a caminhar até minha sala e graças a Deus, a Quinta Divisão não estava ali para me importunar.
Eu tive alguns momentos de paz e sossego, que acabaram assim que a porta foi aberta e quatro jovens passaram por ela.
Eu soltei meu mais longo suspiro e fechei a mão em um forte punho.
- Hoseok, você deveria chegar nele, vai que dá certo.
- Ômegas não curtem muito alfas baixos. - Ele murmurou cabisbaixo. - Eu queria ser como vocês.
- Você não vai saber se ele gosta ou não se não chegar. - Jongho o motivou. - Não é, Capitão?
- Mais uma decepção, Jongho, mais uma. -Eu falei com os cotovelos apoiados na mesa, mãos entrelaçadas e olhos fechados. - Mas ele está certo, você deve chegar nele e se ele não gostar você achará alguém que não liga para essas coisas. - Falei. - De qualquer forma, você é novo ainda, não seja apressado.
- Pois é, olha o Capitão, tem 25 anos e está sozinho. - Eu virei-me lentamente em direção a Yoongi. - Não tenha pressa. - Ele deu um soquinho no ombro de Hoseok - Capitão? - Eu estava olhando-o como um psicopata.
Mingyu e Jongho me seguraram e Yoongi escondeu-se atrás de Hoseok colocando-o em sua frente como escudo.
- EU VOU MATAR VOCÊ MINHA YOONGI, HOJE VOCÊ NÃO ESCAPA! - Desviei das mãos dos meninos para tentar chegar em Yoongi, mas eles eram mais rápidos.
- ME PERDOA, CAPITÃO JEON!
Ele deu sorte que o telefone de minha sala começou a tocar, ele deu muita sorte.
- Saiam da minha frente. - Eu mandei sério sem gritar nem nada.
Os alfas se entreolharam e me obedeceram, saindo logo em seguida.
Não preciso dizer quem foi o primeiro a sair.
Pego o telefone no gancho e coloco em meu ouvido.
- Capitão Jeon.
- Jungkook - Eu levantei o rosto.
- Pai. - Murmurei. - O que o senhor quer? - Soei o mais pacifico e educado possível.
- Amanhã, às 10h00, quero que venha. - Eu estava prestes a perguntar o porque quando ele continuou. - Acho que já está mais que na hora de você se casar, portanto conhecerá seu noivo amanhã, então venha e não se atrase. - Levantei-me da cadeira e respirei fundo.
- Certo.
Não houve despedidas, ele simplesmente desligou e eu coloquei o telefone no suporte de novo.
Como diabos eu vou conhecer meu futuro marido desejando outro?
Estava prestes a talvez jogar alguma coisa contra a parede quando minha porta se abriu e o Coronel passou por ela.
- Jungkook?
- Coronel.
- Não estamos na frente de seus subordinados, podemos nos tratar informalmente. - Nem mesmo continência eu havia feito. - O que aconteceu? Me informaram que o General do Exército pediu para falar com você. - Dentre todos aqui, apenas ele e a Quinta Divisão sabia exatamente que ele era meu pai.
- Nada, ele só me ligou para falar que quer que eu vá para casa amanhã.
- Por quê?
- Pelo visto, vou conhecer meu noivo. - Eu respondi rindo embora não quisesse.
Não era bem uma risada por estar achando graça, eu estava achando aquilo uma loucura e meu reflexo para a situação foi rir.
- Não está feliz com isso?
- Estou, com certeza. - Falei em tom irônico. - Claro, se você acha que é bom casar-se desejando outra pessoa, então sim, estou muito feliz e satisfeito. - Namjoon enrugou o cenho e eu peguei um copo d'água.
Bebi ele rapidamente e o apertei em seguida jogando-o no lixo.
- Meu Deus, nem eu sei porque eu estou tão estressado. - Respirei fundo.
- Você ainda...
- Sim, Namjoon, sim. - Cruzei os braços. - Eu não o odeio, mas não significa que eu goste também. - Mordi o lábio inferior. - O respeito, mas nada além disso
- Não faça um show amanhã, hein. - Ele disse. - E que história é essa de casar com um pensando em outro? Você ao menos o conhece? - Eu neguei
- Eu conheço apenas o ômega que eu queria na minha cama. - Namjoon me deu um tapa na cabeça. - Hey!
- Tenha modos, não te criei assim. - Revirei os olhos.
- Enfim, meu noivo é meu noivo desde sempre mas nunca o conheci e o ômega, bem, ele eu conheci sábado de noite, mas ainda que eu pudesse tê-lo tem toda uma história que os meninos descobriram. - Resumi. - Super complicado. - Fiz um beicinho. - Mas eu o queria do mesmo jeito.
- Quem sabe ele não é seu noivo mesmo?
- Sonho, viu, muito sonho.
(...)
Ontem, como eu teria que conhecer meu noivo hoje, eu preferi não fazer nada muito pesado então apenas treinei com a Quinta Divisão. Fizemos simulações e combinações de ataques. Também recebemos uma missão, mas iremos fazer o planejamento dela pois ainda há tempo. Geralmente recebemos uma missão com tempo suficiente para bolamos uma estratégia.
Cheguei em casa morto de cansaço, até que eu consegui ficar sem pensar naquele ômega e deixar meu estresse de lado para auxiliar minha equipe no que eu podia.
Levanto cedo, como sempre, só que dessa vez eu não correria então apenas me vesti para ir até a casa de meus pais e esperei a hora para sairmos. Eu levarei o Bam para o banho e tosa, o pessoal o conhece desde filhote portanto ele não os estranha nem nada, farei isso para ele estar apresentável quando conhecer o novo dono.
Peguei sua coleira e o mandei entrar no carro, Bam obedeceu e ficou sentado enquanto olhava pela janela.
Vez ou outra eu o acariciava.
O Pet fica em um caminho oposto ao da casa de meus pais, então é bem provável que eu demore, ainda mais se a merda da pista engarrafar.
Estacionei o carro, coloquei a guia de Bam e entrei com ele no Pet-Shop, o pessoal ali já conhecia meu cachorro então ele foi super amigável, aceitou carinho e tudo dos trabalhadores. Pedi uma tosa completa nele e bem feita, fiz o pagamento e disse que voltaria para pegá-lo em algumas horas.
Voltei para meu carro e rapidamente voltei para a pista que deu para ficar engarrafada uma hora dessas.
- Merda. - Bati contra o volante como se adiantasse alguma coisa.
(...)
Se eu estava atrasado? Atrasado era pouco, minha mãe me mataria, ela não suporta atrasos.
Assim que cheguei, deixei meu carro exatamente no mesmo lugar, ninguém iria sair mesmo então que se dane. Bati fortemente a porta do carro, andei em passos apressados para dentro da casa e cumprimentei os ajudantes da casa dos meus pais, alguns deles me viram crescer.
No momento em que passei pela porta, aquele cheiro familiar invadiu minhas narinas.
O cheiro doce.
Eu o segui, também em passos apressados e quando estava perto, ele pareceu se desequilibrar e conforme sua cabeça bateu contra meu ombro, seu cheiro subiu mais ainda e eu tive certeza que era ele.
O ômega virou-se para me olhar e ainda parecia que minha ficha não tinha caído, ele estava ali, em meus braços de novo e se ele não for meu noivo, eu teria que lidar com grandes problemas.
Eu queria tanto aproximar-se e cheirar mais ainda seu cabelo, seu pescoço, eu queria senti-lo de qualquer jeito
- Você está bem? - Perguntei após molhar os lábios.
Ele parecia não saber o que falar, talvez estivesse tão surpreso quanto eu.
Ouço seu suspiro.
-S-sim, eu estou bem sim. - Respondeu, sua voz agora soava melhor do que no outro dia.
Eu assenti.
O aperto de sua mão em meu pulso me fez desejar atacá-lo ali mesmo.
-Por que chegou agora? - Minha mãe perguntou e eu me afastei rapidamente dele.
- Me perdoem pelo atraso, eu tive que passar em um local antes e acabou que o trânsito estava terrível por lá. - Vejo o General ali e até mesmo franzi o cenho por alguns instantes. - General Park.
- Capitão Jeon - Ele veio até nós após o cumprimento. - É um prazer revê-lo, já conhece minha esposa, Park Min Young. - Assenti.
Seguro sua mão, curvo-me e beijo sua mão.
- Esse é meu filho, seu noivo - O General falou e eu olhei para ele. - Park Jimin- Em breve, terei o prazer de chamá-lo de Jeon Jimin.
Seguro sua mão, curvo-me e beijo-a, não tirando os olhos dos seus. Sua pele é tão macia quanto naquele sonho, eu poderia sorrir por saber que ele irá se realizar logo.
Ouvi seu gemido baixo e segurei-me bastante para não sorrir.
- Park Jimin. - Eu disse. - Sou Jeon Jungkook, estou feliz em finalmente conhecê-lo e perdoa-me por ter me atrasado -Seu rosto ganhou uma forte coloração vermelha.
Felizmente, eu também mexo com ele.
Ele me deu um aceno com a cabeça.
- Filho, venha comer conosco. - Minha mãe me chamou e eu soltei sua mão.
- Claro. - Virei-me para ele. - Permita-me te acompanhar até sua cadeira. - Eu pedi.
Qualquer mísero ponto que eu ganhar com essas pessoas já será muito, principalmente com meu futuro marido.
Ele assentiu e eu entrelacei nossos braços, ele sentou-se em sua cadeira e quando me soltou eu fui sentar-me de frente para ele que a todo custo evitava me olhar.
Eles conversavam sobre diversas coisas e às vezes tentavam nos incluir, mas só nós dois sabíamos o quanto aquilo era inacreditável e ainda parecia não ser real. Eu precisava de um momento a sós com ele, ainda tínhamos assuntos a tratar de qualquer jeito.
A mesa foi retirada e meus pais convidaram os seus para irem até a sala, eles foram na frente e eu consegui puxá-lo antes que os seguisse. Senti-o tremer sob meu toque e eu não sabia o que achar daquilo, de qualquer forma ele sabe o que o espera.
- O que você quer?
- Temos assuntos a tratar.
- Vamos nos casar em breve, o que precisou ser tratado já foram com nossos pais.
-Eu não tenho nada a resolver com eles e sim, com você. - Entrelacei nossas mãos e o levei para a sala onde nossos pais estavam. - Mãe, pai, senhor e senhora Park, eu levarei Jimin a um passeio, para conversarmos um pouco. - Informei.
- Tome cuidado com meu filho.
- Pode deixar, senhor Park, não se preocupe. - Olhei para ele e vi raiva em seus olhos. - Tomarei todo cuidado possível.
Peguei minhas chaves em meu bolso e abri o carro, desentrelacei nossas mãos e cada um seguiu para seu banco.
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