Chapter twenty nine
Vão ter alguns capítulos com memórias do Jungkook, de quando ele era 'inconsequente'. As memórias são para vocês entenderem um pouquinho mais sobre ele, e de como iniciou a relação dele com o Namjoon.
Jeon Jungkook
23 de Dezembro de 2015
Ora, ora...
Faltam exatos dois dias para o Natal, não é como se eu quisesse comemorar alguma coisa, afinal, esse ano foi um completo desastre.
Cumprimento alguns soldados que também estavam no alojamento militar, claro que eu não vou para a casa dos meus pais, não estou afim de ir para lá pois sei que todos os meus primos também vão e eu realmente não quero estar com eles.
Agora que posso evitá-los, não só eles como toda minha família, eu até que faço bem proveito desse privilégio.
Abro a porta do meu dormitório, que geralmente divido com Chanyeol e Baekhyun. Mas hoje está completamente vazio porque eles foram para a casa dos pais. A fecho após entrar e sento-me na cadeira de frente para a mesa, pego meu caderno embaixo da mesa e o abro, posiciono a caneta bem no início para começar a escrever.
Hoje é dia 23 de dezembro de 2015, talvez esteja pensando que estou feliz, afinal, Natal costumava ser um dos meus feriados preferidos, mas desde que você se foi, ele perdeu completamente a magia para mim.
Inclusive, esse será meu quarto Natal sem você, Jonghyun.
O que eu posso dizer? Você quem me animava com sua presença, ainda que tudo estivesse ruim, na verdade, hoje em dia eu vejo que enquanto você estava comigo, nada estava ruim.
Talvez eu não tenha sabido dar valor a sua presença como deveria. Como você me faz falta...
Então, eu só queria lhe dizer que hoje também começou minhas férias para os feriados, que eu passarei completamente sozinho porque não tenho ninguém, meu plano de ser expulso ainda está em andamento, embora eu saiba que nunca dará certo.
Kim Namjoon, você o conhece, eu sei que conhece, servirão praticamente juntos...
Voltando.
Kim Namjoon talvez já tenha pedido minha expulsão umas mil vezes, mas ser filho e neto de pessoas importantes é um saco e outra, com certeza ele está sendo muito bem pago para continuar me aturando.
Muitos se perguntam como eu ainda não fui expulso, eu queria dizê-los que talvez, TALVEZ seja porque meu avô é um Marechal e meu pai um General, mas é só um talvez.
Mas enfim, era só isso.
Dê: Kookie
Para: Jonghyun
Eu sei que ele nunca lerá nada disso, mas sempre coloco isso no final.
No fundo, eu sou um iludido...
Meus pais nem mesmo tentaram entrar em contato comigo, por que entrariam? Eles me rejeitam desde sempre mesmo.
Eu tinha você, Jonghyun, mas agora eu não tenho ninguém e me sinto muito sozinho.
Eu odeio chorar, mas foi impossível controlar as lágrimas.
Coloquei as mãos no rosto e respirei fundo.
- Por que você me deixou sozinho, Jonghyun? Eu realmente não aguento mais... - Murmurei abraçando meus joelhos.
Eu queria tanto que fosse tudo diferente.
Olhei para o céu.
Ainda não é Natal, faltam dois dias, mas quem se importa?
- Por favor, que seja diferente... - Desejei para o nada.
Alguns minutos depois, eu decidi tomar banho e dormir, ainda era cedo, bem cedo para falar a verdade.
05H10PM.
Fomos todos dispensados mais cedo, por conta do feriado bem próximo.
Eu fui até o vestiário, tomei um banho gelado bem demorado, a neve já caía lá fora, eu me acostumei a tomar banho gelado quando cheguei aqui, afinal, não é como se eles fossem colocar água quente para nós.
Antes me incomodava, era uma enorme dificuldade para alguém como eu ter que adaptar a esse novo ambiente e costumes, mas fui praticamente forçado e aqui estou eu.
Desliguei o chuveiro e me sequei com a toalha, coloquei uma camisa branca, com um sobretudo por cima e uma calça de frio.
Eu saí do vestiário para voltar para o meu dormitório, quando do nada, eu esbarrei em alguém.
Eu até ia me desculpar, mas quando vi quem era, eu simplesmente revirei os olhos e bufei.
- Não vai pedir desculpas para seu Capitão? - Ele perguntou.
- Não. - Tentei passar por ele, mas ele entrou na minha frente de novo. - Me deixa.
- Não vai para casa? É véspera de Natal, deveria estar com sua família. - Bufei mais uma vez.
- Desculpa, mas minha vida não é da sua conta. - E lá fui eu, tentar mais uma vez passar por ele.
Aquilo já estava me irritando.
Como lúpus, minha paciência é bem curta.
- Me deixe passar!
- Por que vai ficar aqui sozinho? É Natal.
- Desde quando existe uma lei que obriga todos a passarem o Natal com alguém? Por que você não me esquece? - Eu passei por ele batendo em seu ombro.
Ele não passa de um dos subordinados do meu pai, com certeza falará isso tudo para ele, mas e daí? Eu vou ser expulso? Óbvio que não!
Expulsão seria um presente, um ótimo presente de Natal, aliás.
Eu bati a porta do quarto conforme entrei e logo me deitei naquela cama horrível, deveriam tratar melhor quem está dando a vida pelo país deles lá fora com missões absurdas.
A porta foi aberta e eu estava disposto a cometer um assassinato.
- Você não respondeu minha pergunta, nenhuma delas. - Eu bufei fortemente dando-lhe as costas. - Eu vou entender isso como um "Sim", para a pergunta "Você vai passar o Natal sozinho?" e por isso, peço que arrume suas coisas.
- O quê?!
- Estarei te esperando no estacionamento, você vai para casa comigo.
- Eu não quero. - Respondi dando-lhe as costas novamente e cruzando os braços.
- Vou esperar o tempo que for necessário.
Ele não esperou minha resposta e saiu.
Pois ele que morra de frio lá fora, porque eu não vou para lugar nenhum.
Continuei deitado na mesma posição por longos minutos, da minha janela dava para ver o estacionamento então movido pela curiosidade, eu fui ver se ele ainda estava lá e adivinhem, ele estava lá encostado no carro enquanto mexia em seu telefone.
Esse homem desconhece a palavra "Não"?
Eu não vou com ele para canto nenhum.
06 de Junho de 2021
Eu fiz todos os exames necessários, eu apenas queria ir para bem longe, mais precisamente para minha cama que não tem um colchão tão bom assim, mas com certeza é melhor do que estar aqui.
Foi tudo logo pela manhã, sendo assim, pela tarde, o doutor Lee veio até meu quarto para falar sobre meus exames.
Mais uma coisa, meu quarto ficou cheio de pessoas desconhecidas de novo, o único que eu conhecia ainda era Namjoon.
- Estou com seus exames, Capitão Jeon.
- Eu tenho uma síncope toda vez que ouço "Capitão Jeon". - Namjoon ia me bater de novo, mas dessa vez fui mais rápido e consegui esquivar-me. - Hey!
- Por que você não consegue ficar quieto?
- Por que o senhor está aqui? Nem mesmo liga para mim, está sob as ordens do meu pai.
Ele revirou os olhos bufando.
- Fale logo sobre esses exames, eu quero ir embora, não aguento mais ficar aqui.
Olhei para o lado e Jimin estava com a mão na frente do rosto, o irmão dele também estava aqui e quando o viu desse jeito, logo foi abraçá-lo como fez ontem.
- A perda da memória foi realmente causada pela batida que levou na nuca, conforme você caiu. - Eu já estava impaciente. - A boa notícia é que como você é um lúpus, e suas células regenerativas são mais eficazes e rápidas, suas memórias podem voltar com o tempo, mas não posso estimar um tempo exato. - Eles fizeram feições de tristeza, algumas com raiva e indignados.
Até parece que se importam...
- Uma boa solução será deixá-lo voltar a sua rotina normal, isso pode servir de grande ajuda e pode ser que de vez em quando você tenha flashes de suas memórias que podem ocorrer com alguns gatilhos. - Resumindo, eu posso ir ou não?
- Gatilhos? - Perguntou o Capitão/Coronel e o médico assentiu.
- Eu só não tenho ideia de quais sejam.
- Ok, eu já entendi. - Eu disse. - Agora, eu posso ir? - Perguntei.
- Sim, Jimin apenas deve assinar sua alta e você estará liberado.
Olhei para ele novamente.
- Vá assinar logo. - Mandei impaciente.
- Não fale desse jeito com ela.
- Ah, pelo amor de Deus! Não se intrometa nisso. - Eu respondi a Namjoon.
Ele estava me encarando seriamente e via sua irritação, os sete garotos pareciam surpresos pela forma que falei com ele.
- Vamos logo, Wonwoo. - Jimin disse levantando-se e indo com ele.
Todos eles saíram também e nós continuamos a nos encarar.
- Eu tinha me esquecido completamente desse seu jeito.
O que será que aconteceu para eu simplesmente ser o que, supostamente, sou hoje?
- Já foi contar ao meu pai sobre isso? - Perguntei e ele revirou os olhos. - Ainda está sendo pago para "tomar conta" de mim? - Fiz aspas com os dedos.
- Eu nunca fui pago para nada!
- Claro que não vai assumir, o General acabaria com a sua carreira.
- Um dos únicos poderes que seu pai tinha sobre nós, era de mandar que mantivéssemos você no quartel, mesmo merecendo ser expulso, eu nunca te tratei do jeito que tratava porque era pago para isso. - Forcei uma risada.
- Devo pedir perdão por não acreditar em você? - Meu tom foi puro sarcasmo. - Me pergunto qual foi a lavagem cerebral que recebi para ainda estar aqui, até parece que eu faria isso por vontade própria...
Eu odeio esse lugar.
Me conhecendo, jamais aceitaria continuar trabalhando aqui.
O que foi que aconteceu?
Ele respirou profundamente.
- Vamos embora. - Jimin falou entrando no quarto e franziu o cenho ao ver como nós nos encarávamos. - Aconteceu alguma coisa?
- Eu lhe desejo muita paciência, senhor Park.
Namjoon saiu pela porta e eu revirei os olhos.
- Por que você está o tratando dessa forma? Vocês são como pai e filho.
- Eu realmente devo ter sofrido uma grande lavagem cerebral para ter um relacionamento de pai e filho com esse homem.
(2015)
Mais um pouco e a neve deixaria seu carro impossibilitado de se locomover.
Tá bom.
Eu sou chato, mas não sou mal.
Bufando, eu arrumei minhas coisas que não eram muitas, peguei minha mala e fui até Namjoon, conforme fui chegando mais perto, percebi que ele estava batendo os dentes e estava tremendo pelo frio.
É um guerreiro, porque se fosse eu, já estava em casa há muito tempo e que se dane o jovem que quer ficar sozinho.
Forcei uma tosse e ele tirou os olhos do telefone para me encarar.
Seus lábios se curvaram em um pequeno sorriso.
- Vamos. - Ele destravou o carro com a chave e entrou na frente para sentar-se no banco do motorista.
Eu respirei bem fundo e também fui, sentei-me no banco de trás e fiquei observando as ruas pela janela fechada do carro.
- Seokjin já estava quase me matando por estar demorando a ir. - Como diabos ele sabia que o esposo estava parado ali e não preso em um trânsito. - Ele consegue rastrear o carro pelo aplicativo do seguro. - Respondeu como se lesse minha mente e na mesma hora eu o encarei pelo retrovisor com o cenho enrugado.
Medo?
- Não é como se ele fizesse isso sempre, é pura preocupação... - Justificando a atitude nada tóxica do esposo, meu Deus, eu nunca vou ser assim.
- Se você diz.
O restante do caminho foi feito em total silêncio e eu agradeci bastante por isso.
Felizmente, ele cansou de me cobrar por usar o "senhor" quando falo com ele, entretanto, eu admito ser um pouco estranho chamá-lo de "você".
Ainda mais que fui criado em uma família militar.
- Bom, chegamos... - Ele tirou o cinto de segurança.
Assim que abrimos nossas portas, o cheiro de comida veio tão forte em minhas narinas, eu ainda não tinha jantado, sendo assim, eu estava com fome, muita fome.
- Ele fez lasanha a bolonhesa...
- É, seus sentidos são bons mesmo. - Namjoon disse olhando-me.
Eu não sabia que havia pensado alto.
- Vem. - O Capitão colocou o braço ao redor do meu pescoço e eu na mesma hora o afastei.
- Por que você faz isso? - Perguntei.
- Não reclame, Sargento.
Nós continuamos nossa pequena caminhada até a porta da frente, Namjoon girou a maçaneta e na mesma hora o calor do local nos envolveu, eu comecei a me livrar do meu casaco e o alfa mais velho fez o mesmo.
Eu literalmente travei no lugar quando me virei.
Meu Deus, então foi por isso que ele me trouxe aqui? Esse homem é astuto, eu vou morrer estraçalhado por esse pastor alemão e Namjoon vai dizer que foi acidente, logo sendo livrado da prisão.
- Ele não vai matar você, se é essa sua preocupação. - O alfa disse.
- Eu abaixei a guarda por alguns instantes e agora estou prestes a me despedir da vida.
Jonghyun, me espere aí, pois eu estou indo.
- Hey, amigão! - Namjoon abaixou-se e o cachorro veio até seu dono, o cheirando e em seguida começou a lamber seu rosto. - Jungkook, este é o Buddy . - Eu não deveria, mas eu ri.
Por que não deveria? Porque eu não estava em uma situação nada favorável, mas foi impossível segurar a risada.
- Oh, então você entendeu a referência. - Sua mão acariciava o topo da cabeça do cão enquanto ele ainda me encarava.
- O que posso dizer? Minha mãe não deixava eu ter um cachorro, então eu via filmes de cães, inclusive amava ver o Air Bud e os Buddies.
- Entendi. - O cachorro fez menção em vir até mim. - Relaxe, ele não vai mordê-lo, a menos que eu mande.
- E você está doidinho para fazer isso, não é? - O cachorro esticou-se para frente enquanto ele ainda segurava sua coleira.
- Talvez.
Ele sorriu provocativo e eu estava muito disposto a mandá-lo para aquele lugar.
Namjoon soltou o cachorro e ele veio até mim, cheirando-me e depois pulou em mim, apoiando suas patas em minha cintura, Buddy tombou a cabeça para o lado e seus olhinhos pareciam brilhar.
- Oi cãozinho... - Com um pouco de receio, coloquei a mão no topo de sua cabeça e lhe fiz um carinho. - Que não tem nada de zinho... - Ele pareceu gostar do carinho.
O cachorro mexeu a cabeça para o lado e levantou suas orelhas, o movimento inesperado me fez tomar um susto e logo afastar minha mão dele.
Buddy ficou sobre suas quatro patas novamente e foi até a entrada da cozinha, que era exatamente onde Seokjin estava, o cão agora pulou apoiando-se em sua cintura.
- Oi, meu bebê.
Ele lambeu a mão do outro dono.
Eu já o conhecia, mais ou menos, eu o conheço de longe, nunca tivemos uma conversa nem nada do tipo porque, pasmem, eu evito qualquer tipo de aproximação por parte de Namjoon por motivos óbvios.
Mas ele com certeza sabe de tudo o que eu faço para o esposo dele, e mais uma vez Namjoon provando o quão é astuto é, se o cachorro não vai me matar, o senhor Seokjin vai.
O homem com os olhos felinos olhou para mim e na mesma hora eu me senti ofegante, cacete, eu estou com medo de um ômega? Eu me recuso! Me recompus forçando uma tosse e dando algumas batidinhas em meu peito.
- Jeon Jungkook.
- Senhor Seokjin.
- Viu? - Dessa vez, ele olhou para Namjoon. - Eu, ele me chama de senhor, vejo que tenho mais moral do que você. - O alfa revirou os olhos e negou com a cabeça enquanto o ômega se acabava de rir.
A cena seguinte, foi fofa, até demais, senti um pouco de inveja admito.
Seokjin o abraçou por trás e beijou sua nuca, suas mãos apertaram de leve a região de sua barriga e vi que Namjoon sentiu cócegas no local, então na mesma hora ele se inclinou para trás rindo.
- Saí, não faz isso.
- Não fazer, o quê? - Ele se fez de desentendido e novamente o ômega apertou a região de sua barriga. - Isso? - Seokjin afastou-se assim que Namjoon virou-se para ele, o ômega até tentou fugir, mas o Capitão foi mais rápido e o agarrou. - Não! Me solta!
Acho, acho não, tenho certeza que eles esqueceram que eu ainda estava ali, pois Namjoon começou a atacar o pescoço dele.
- Eu sei que não posso reclamar, porque a casa não é minha e etecetera... - Eles me olharam. - Mas vocês podem parar, por favor? Eu não saí do meu dormitório para ficar vendo isso. - Seokjin colocou a mão no rosto de Namjoon afastando-o de si.
- Você está certo, Jungkook
- Quando não estou?
- Vamos jantar, eu fiz...
- Lasanha a bolonhesa. - Completei e ele assentiu surpreso por eu saber.
(2021)
- Obrigado por nos trazer, Mingyu. - Jimin o agradeceu.
- Não há de quê. - O alfa me olhou pelo retrovisor. - Até amanhã, Capitão... - Até parece que eu vou para algum lugar amanhã.
Lhe dei um aceno com a cabeça e saí do carro junto com Jimin, na mesma hora o alfa deu uma volta com o carro e saiu dali.
- Eu não acredito nisso.
- Do que está falando?
- Eu consegui comprar essa casa?
Bom, eu vim aqui há uma semana e estava em um preço bom, mas eu não tinha todo o dinheiro e o vendedor queria vendê-la à vista.
Só, uau, realmente parece um sonho maluco...
- É, - Eu o olhei. - você conseguiu. - Jimin sorriu e, por algum motivo desconhecido por mim, eu também quis sorrir.
Ele abriu o portão e assim que passei por ele, eu tomei um susto com aquele Doberman vindo em minha direção igual uma bala, o cachorro era tão forte que me derrubou no gramado.
- Hey, hey! Para!
Ouvi a risada de Jimin, enquanto eu tentava me afastar daquele cachorro que parecia querer se fundir comigo.
- Ele sentiu sua falta. - O cachorro agora pulou em Jimin que o aceitou de bom grado.
- Ele? Quem é ele? - Perguntei ainda praticamente atirado no gramado.
- Esse é o Bam.
Bam...
Eu estava sentado em minha sala, assinando alguns papéis, mais precisamente relatórios de nossa última missão, pela janela, eu conseguia ver os quatro garotos que pareciam "brincar" com o novato.
O nome dele é Lee Woozi, chegou não faz nem dois dias em nosso quartel e pelo visto se deram bem.
Eu sorri com a cena.
- Jungkook - Namjoon disse após entrar em minha sala.
- Coronel, algum problema?
- Nenhum, você está ocupado? - Neguei com a cabeça.
- Acabo de finalizar o relatório, então estou livre. - O respondi e guardei a pasta em minha gaveta. - O senhor precisa de algo? - Perguntei com o cenho franzido.
- Pode vir comigo?
- Aonde o senhor vai?
- O Tenente-Coronel Kim Dong-yoon me chamou para irmos até um de nossos canis, preciso dar algum tipo de autorização e se você estiver atoa...
- Sim, eu aceito ir com o senhor! - Digo levantando-me em seguida.
- Então vamos.
Entrei em seu carro e sentei-me no banco da frente ao seu lado, o cheiro de Jin estava um pouco forte no carro, logo deduzi que ele liberou seus feromônios para caso o Coronel leve algum ômega, ele saber na mesma hora que o alfa é comprometido.
Eu ri e Namjoon franziu o cenho, mas não perguntou-me nada.
Nós chegamos no local, já era de se esperar cães para todo lado, soldados segurando cães pela coleira, outros sem coleira e perto de seus responsáveis.
E como não poderia ser diferente, a maioria são pastores alemães, mas tem alguns Dobermans. Esses cães são o padrão policial, talvez algum dia tragam outro cão para a divisão policial canina, mas acho que não por já estarem acostumados com a raça e terem seus truques para treinamento.
Acompanhei Namjoon durante todo o caminho, falamos com alguns soldados enquanto passávamos e até mesmo alguns cães tentavam meio que vir para cima de mim, por eu ser um lúpus, eu sou basicamente a Branca de Neve dos cães e isso seria um pouco engraçado se não fosse trágico.
- Obrigado por vim, Coronel! - Ele disse. - Capitão Jeon. - O Tenente-Coronel me cumprimentou e eu lhe dei um aceno com a cabeça.
Eu gosto dele, é um bom homem, não é atoa que é o braço direito do Coronel.
- Então, do que precisa? - Namjoon perguntou e eles começaram a conversar.
Eu acabei me distraindo com toda a movimentação e os cães latindo, aqui é o canil dos cães policiais de nossa região, ou seja, todos os soldados de outros batalhões vêm aqui para buscar um cachorro, ou simplesmente trazer o seu, não sei exatamente como essas coisas funcionam.
Namjoon e o Tenente-Coronel sumiram, simplesmente desapareceram, então eu decidi ir andar um pouco pelo local enquanto os esperava.
Ver todos esses cães me lembrou do Buddy, o falecido cão do Coronel.
Ele morreu não faz muito tempo, ele já estava bem velhinho e em um dia simplesmente descansou, Buddy foi um cão incrível, um amigo fiel.
Enquanto eu andava pelo local, uma pequena ninhada chamou minha atenção, eram cerca de sete cãezinhos, três deles estavam dormindo, enquanto outros três corriam no pequeno cercado brincando de morder os irmãos, mas como eu disse, são sete e o último, o menor de toda a ninhada estava mordendo um ursinho.
Eu sorri e me aproximei do cercado, tinham outras várias pessoas ali também os assistindo.
Um soldado, que parecia ser o responsável pelos cães, os chamou e até os que estavam dormindo acordaram atendendo ao chamado do alfa, exceto o caçula da ninhada que continuou mordendo seu ursinho e ignorando totalmente ao chamado do homem.
Eu acabei me escorando na cerca junto aos outros soldados, todos estavam apaixonados pelos filhotes que estavam correndo para lá e para cá enquanto eu, estava apenas olhando-o morder seu ursinho.
- Eu quero esse! - Um dos soldados apontou para o maior da ninhada. - Ele será um incrível cão policial. - O alfa, que notei ser um Tenente, pegou o filhote e entregou para o soldado. - Seu nome será Jake, policial Jake! - O cão fez menção em morder seu nariz e ele riu saindo dali com ele em seu colo.
Quando voltei a olhar para o pequeno filhote, ele estava me encarando do jeito mais fofo possível.
O pequeno Doberman estava deitado de barriga e patas para cima com o ursinho em sua boca, ou seja, ele praticamente estava me vendo de cabeça para baixo.
Logo seus irmãozinhos foram todos distribuídos para os soldados e ele não foi escolhido por ser o menor e o isolado da ninhada.
- Jungkook! - Namjoon me gritou e eu levantei a mão para que ele me visse.
O Coronel e o Tenente-Coronel vieram até mim.
- Acho que já podemos ir. - Assenti.
Olhei para o pequeno filhote uma última vez, ele tombou a cabeça para o lado naquela mesma posição e eu acenei para ele.
- E mais uma vez, o pequeno 8 não foi escolhido... - Ouvi o Tenente falar para a Sargento ao seu lado.
- Então, vamos. - Eu disse e eles assentiram.
Não demorou trinta segundos depois que me virei, o local foi tomado por um choro insistente de um dos filhotinhos.
Por pura curiosidade, eu olhei para lá e o cachorro agora estava na cerca, sobre suas duas patas com o focinho no pequeno espaço entre as madeiras.
O cachorro parecia tentar cavar a cerca, arranhando-a com toda sua força.
Eu franzi o cenho.
- Jungkook, vamos? - Voltei a olhar para Namjoon.
- Sim, me desculpe, estou indo. - O segui.
O choro continuou alto, mas eu decidi me desligar daquele som.
- Estar aqui me lembrou do Buddy.
- É, eu também me lembrei dele. - Comentei com ele que deu um sorriso triste.
Passamos por todas aquelas pessoas até estarmos no estacionamento novamente.
- Ai, droga! - Namjoon exclamou.
- O que foi, Coronel? - Perguntei preocupado.
- Ah, eu acho que esqueci minhas chaves em cima da mesa, me espere aqui, vou buscá-la.
- Certo... - Cruzei os braços e encostei-me no carro para esperá-lo.
Quem esquece a chave do carro assim? Deve ser a idade...
Olhei para o lado e vi um monte de soldados mostrando seus cães uns para os outros como se fossem troféus, acabei rindo com isso, também tinha aqueles que entregaram os cães para crianças e logo eles eram lambidos em seus rosto fazendo-as rirem.
É, um cachorro não seria tão ruim.
Afinal, além de ser um bom companheiro, ele poderá ser um ótimo protetor para meu futuro esposo, ainda mais agora que tenho me envolvido em missões da pesada e com certeza isso me trará inimigos horríveis, talvez um cão guarda não seja uma ideia tão ruim.
Ok, eu vou pegar um, só não vai ser hoje.
Eu senti pequenas garrinhas em meu tornozelo direito e em seguida aquele choro familiar, olho para baixo e ali estava o mesmo cãozinho do cercado.
O cachorro parecia pedir pelo meu colo, então eu o peguei um pouco inseguro e quando estava próximo do meu rosto, ele me lambeu e eu ri pelas cócegas que senti em minha bochecha.
- Oi, garoto. - Falei sorrindo. - Você se perdeu, foi? Ou veio até mim? - O cãozinho lambeu meu rosto mais uma vez e colocou as patas em meu pescoço como se me abraçasse.
Beijei seu pelo, o cheirinho de filhote é tão bom.
- FILHOTE 8! - Ouvi o Tenente gritar e ele olhou em todas as direções até nos achar. - Aí, fiquei preocupado... - Ele disse vindo até nós.
- Não se preocupe mais, ele está bem, não é, garoto? - Ele ficou passando sua cabeça em meu pescoço.
- Bom, preciso pegá-lo de volta.
- Claro. - Tudo bem que eu não queria deixá-lo ir.
O alfa colocou as mãos em sua barriga e na mesma hora o cachorro mordeu sua mão.
- Filhote 8! Você não é malcriado desse jeito. - Ele começou a rosnar quando o soldado o tocou novamente.
Eu deixei uma risada nasal escapar.
Tá certo, eu aceito ser "adotado" por você.
- Hm, eu posso ficar com ele? - Perguntei um pouco inseguro.
O homem franziu o cenho.
- O senhor tem certeza?
- Bem, ele não quer me soltar e praticamente me escolheu, ele está me forçando a ficar com ele de qualquer jeito. - Ele acabou rindo.
-É, está certo. - O alfa coçou a nuca. - Perguntei porque ele é o menor da ninhada, pode ser que tenha problemas de desenvolvimento no futuro...
- Eu vou arcar com tudo!
- Confio em você, apenas estou lhe avisando. - Ouvi seu suspiro. - Apenas terá que assinar um documento e pegar a licença dele.
- Jungkook, nós podemos ir. - Namjoon voltou, agora com as chaves nas mãos, ele olhou para nós e o soldado na mesma hora que o reconheceu fez uma continência.
- Coronel.
- Descansar, soldado. - Ele abaixou a mão. - Pode me explicar isso? - Perguntou risonho.
- Ele me escolheu, nada mais justo do que eu levá-lo, não é?
Enfrentei uma fila por uns quinze minutos até finalmente chegar minha vez.
- E qual será o nome dele? - A outra soldada perguntou preparando o documento do cãozinho.
- O nome dele...
Levei a mão até o queixo pensativo.
- Já que você veio até mim, como o Bam foi até o Miguel no final do filme... - Acariciei o topo de sua cabeça. - Seu nome será Bam. - Olhei para frente. - Jeon Bam! - Ela sorriu enquanto escrevia.
- Assine aqui e aqui. - Apontou e eu o fiz. - Pronto, foi um prazer conhecê-lo Bam. - Ela lhe fez um carinho e ele latiu como se também dissesse "tchau".
A Quinta Divisão ficaram apaixonados no pequeno cachorro que também gostou deles, principalmente de Mingyu.
Antes de ir para casa, eu passei em um pet shop e comprei tudo o que via pela frente, até mesmo casinha eu comprei para ele mesmo sabendo que em breve ele cresceria e aquela casinha não poderia mais ser utilizada por ele.
Eu coloquei sua comida e sua água, depois de jantar, eu subi para meu quarto, tomei um banho demorado e em seguida deitei em minha cama.
O dia havia sido agitado e eu estava muito cansado.
Eu ouvi garrinhas arranharem a porta do meu quarto e logo aquele choro de filhote.
Como ele subiu aqui? Esse cachorro...
Eu suspirei e me levantei para abrir a porta do quarto, o peguei em meu colo e me deitei novamente de barriga para cima, o cachorrinho deitou em meu peitoral enquanto eu o fazia um pequeno carinho.
Obrigado por ter me escolhido, Bam.
- Jungkook? - Jimin estalou os dedos na frente dos meus olhos e parecia que eu tinha acabado de sair de um sonho ultra realista. - Você está bem? - Perguntou-me visivelmente preocupado.
- Sim... - Respondi, Bam estava deitado no gramado.
De barriga e patas para cima enquanto me encarava com a cabeça tombada para o lado e mordendo um ursinho.
Provavelmente eu estava de cabeça para baixo de acordo com sua visão.
- Eu me lembrei de quando peguei o Bam, foi só isso. - Ele fez uma expressão surpresa e na mesma hora, talvez movido pela impulsividade, Jimin sentou-se em meu colo e me beijou.
Eu suspirei ao sentir seus lábios macios sobre os meus, eu acho que nunca experimentei lábios tão macios e doces, sua boca parecia ter sido feita para se encaixar na minha.
Quando eu pensei em aprofundar o beijo segurando-o pela cintura, o ômega afastou-se e me olhou um pouco tímido.
- Me desculpa, eu só...
- Não precisa se desculpar, - Eu disse aproximando nossos rostos novamente. - Me beije sempre que tiver vontade. - Eu até tentei beijá-lo novamente, mas Jimin afastou-se de vez levantando-se e saindo do meu colo.
Ele caminhou até a porta de entrada e entrou em seguida, Bam ainda estava ali comigo.
- Fico feliz por lembrar de você, garoto. - Acariciei o topo de sua cabeça.
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